Sábado especial para Vila Maria

Cultos festivos com batismo e cantata
 
No último sábado (08/12), a IAP em Vila Maria viveu momentos de júbilo diante do Senhor. De manhã, a igreja comemorou a chegada de 22 novos membros, sendo 21 pelo batismo nas águas e uma irmã recebida por voto.
A igreja estava linda! Irmãos, parentes e amigos puderam homenagear os que foram batizados. Lindas ministrações pelo Grupo Jovem e Coral Melodias de Sião. Nossa gratidão ao Senhor pelo que nos proporcionou!
À noite, a celebração a Deus continuou através da Cantata Rei de Amor, com o Coral Melodias de Sião. O evangelho foi cantado de forma maravilhosa e demonstrado através de um teatro. Espírito Santo presente! Vidas edificadas!
Os irmãos atenderam ao convite e trouxeram muitos visitantes para serem expostos à verdade do evangelho; certamente a semente da Palavra alcançou diversos corações. A igreja viveu um clima especial de alegria e confraternização.
 
Pr. Alessio Gomes, da IAP em Vila Maria (São Paulo, SP)

Por que pastores se suicidam?

Não podemos ignorar nossas fragilidades da alma
 
 “Chama-se suicídio a toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima.”
(DURKHEIM, Émile. O suicídio: estudo de sociologia. Tradução Andréa Stahel M. da Silva. São Paulo: EDIPRO, 2014. Págs. 13-15 e 391.).
Por que se suicidam os cristãos-evangélicos?
Nunca havia passado em minha vida a possibilidade de um evangélico tirar a própria vida, muito menos ainda um pastor. Isto porque em minhas observações pessoais e particulares costumava a comparar o instinto de vida do homem com os das demais espécies e, nessa comparação observava que este instinto em nós é muito mais evoluído do que nas outras espécies.
Por outro lado, também, observei, em minha leitura pessoal, que esse instinto de vida poderia ser profundamente danificado, corroído, destruído, por uma intervenção maligna (possessão diabólica): “O ladrão, vem pra matar roubar e destruir…” (João 10:10). Particularmente, já lidei com pessoas que tentaram suicídio que estavam literalmente possuídas por demônios.
Em se tratando, pois, de evangélico, que é assim, porque conhece na experiência própria a Maravilhosa Graça e as Escrituras, isso tudo nos levaria à impossibilidade de tal ato violento para conosco mesmo e para com a sociedade.
Porém, ainda com a constatação inequívoca de que gente crente-evangélica, ou ainda mais, líderes evangélicos também cometem este ato de violência, isso me causou uma grande dificuldade de compreensão. Primeiro, porque de uma forma geral, o suicídio aponta que quem comete esse ato, o faz também como revolta a própria sociedade, e no ato teológico entendo que tirar a vida seja, indiretamente, também, um ato violento contra o Autor da vida. Segundo, causa-me espanto, também, que evangélicos se suicidam porque ele tem em si a presença do Espírito Santo e, que, portanto, o maligno não tem o poder de possuir as suas mentes. Para mim, então, estes dois argumentos, eram suficientes para assegurar que uma pessoa serva de Cristo jamais cometeria conscientemente o suicídio.
Mas, o dilema, em relação aos irmãos da verdade da fé, que tiraram suas vidas fez-me a reler as Escrituras e constatar, que mesmo indivíduos que tem o temor de Deus, também, correm o risco de desistir da vida. Vemos Elias esgotado de suas lutas contra as trevas espirituais, escondido numa caverna, na qual Deus vê seu esgotamento e providencia o seu sucessor. E um outro personagem, Jonas, depois de longa jornada exaustiva de pregação declara: “Peço-te, pois, ó Senhor; tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver”. (Jonas 4:3).
Em Elias e Jonas podemos observar um esgotamento tanto espiritual quanto emocional. Nessas circunstâncias, fica implícita a desistência da vida. Por conseguinte, entendo, hoje, que nossos esgotamentos físico-emocionais (psicológicos) como também os espirituais podem nos levar de modo enfermo ao suicídio.
E quais ainda seriam as outras razões pelas quais um pastor tiraria a própria vida?
1º.) Por não atender às exigências de santidade e pureza, tanto por ele ensinada e exigida das suas ovelhas.
Na maioria das vezes não temos um relato explicito dessa razão, porém, quando  aparece vem do resultado de não atender às exigências de santidade e pureza, tanto por ele ensinada e exigida das suas ovelhas e porque agora é ele o transgressor e a vergonha se tornou insuportável por ele, diante de sua família que o tinha como exemplo, diante da sua igreja que o tinha como ícone da santidade e pureza.
2º.) Por uma compreensão teológica, ainda deficitária, no que diz respeito à doutrina do perdão divino
 O desejo de morte, pode ocorrer também ao pastor, por uma compreensão teológica, ainda deficitária, no que diz respeito à doutrina do perdão divino. Ao bem da verdade, Deus exige mais, porém, “onde abundou o pecado superabundou à graça” (Rm.5:20b) e em meio ao esgotamento psicológico e espiritual essa convicção fica horrivelmente enfraquecida.
3º.) Categoria Pastoral Competidora
Em terceiro lugar, ainda que não oficialmente, mas pouco se fala ou se trata de pastores feridos em nosso meio. É comum eles serem convidados a se retirarem. Por outro lado, segue a fama de difamação de outros colegas numa tentativa estranha de afogá-lo cada vez mais na lama em que entrou, pisando mais e mais sobre suas cabeças (talvez seja esse o único momento em que alguns crescem ou aparecerem no cenário denominacional). Este motivo então, pode contribui para a o seu autoflagelo final.
4º.) Ignorar a nossa fragilidade às doenças da alma
É preciso compreender que somos tão seres humanos quanto os demais, sujeitos às mesmas chuvas e tempestades da vida. E, em relação à depressão, não é difícil identificar na mídia as informações de suas causas, sintomas e os seus prognósticos.
A questão, hoje é: Como podemos trabalhar para minimizar o número de líderes que acabam desistindo da sua própria vida? Minha sugestão é que em primeiro lugar sejamos humildes e reconheçamos que em nossa denominação não somos tão autossuficientes assim. Costumo dizer que os muros de Jericó foram derrubados não apenas com o serviço de uma tribo, mas de todo o povo de Deus. Daí, proponho uma aproximação com grupos que já há algum tempo, investem profundamente na área de cuidados da liderança eclesiásticas.
ABPP (Associação Brasileira de Pastoreio de Pastores) em uma estatística comprovou o motivo da solidão pastoral, que para mim, também é um das causas fundamentais do suicídio, mostrando em sua pesquisa que pastores não buscam ajuda por alguns dos itens abaixo:1
1º.) Dificuldade de confiar nos outros (88%)
2º.) Falta de tempo (68%)
3º.) Falta de motivação ou visão (49%)
4º.) Não sentir a necessidade (32%)
5º.) Dificuldade de encontrar um mentor (27%)
6º.) Falta de uma estrutura que encoraje isso (25%)
Sem analisar os resultados, mas fazendo apenas um destaque vê-se que o primeiro motivo, que causa a solidão pastoral e as suas consequências é a falta de confiança nos outros, caminho para as consequências nefastas.
Creio, que precisamos nos equipar em cuidados profiláticos e tratamento dos colegas já adoecidos.
Que Deus tenha misericórdia de nós e que nós tenhamos misericórdia uns dos outros. Como está escrito: “Sede misericordiosos como é misericordioso o vosso Pai Celestial” (Lucas 6:36)
Joel Baptista de Souza, pastor da 1ª Igreja Batista da Enseada no Guarujá (SP), formado em Psicologia pela Universidade Católica de Santos

Na batalha contra o câncer

Passar pela quimioterapia foi a pior coisa que me aconteceu na vida, e ao mesmo tempo, a melhor, pois me rendi por completo nos braços do Pai
Gratidão a Deus pela vida!!! No último dia 6 de dezembro, fiz a última quimioterapia. Eu venci!
“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo” (Salmo 23:4).
Sala de quimioterapia, há alguns meses. Quando entrei pela porta, para iniciar o tratamento contra o câncer de mama, o medo da morte foi inevitável. Muitas perguntas vinham à minha mente: será que vou resistir? Aos poucos, os medos foram indo embora. Em toda sessão de quimioterapia, eu pedia a Deus que o sangue dele purificasse o meu e só o que era bom fosse absorvido. Aos poucos, fui vendo que sou mais forte que a quimioterapia. “Pois, quando sou fraco, é que sou forte. O poder de Deus se aperfeiçoa nas nossas fraquezas”. (2 Co 2.10)
De gota em gota, fui me tornado mais forte. Sabia em todo o tempo que era a mão de Deus, aquele que tem todo poder, que cuida de mim. Foram 6 ciclos  THCP, muitas idas e vindas, muitos exames, dores no corpo, enjoos etc. Ainda assim, Deus me guardou em tudo, pois desde o início Ele disse: “Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. (Jo 11:4)
O tratamento veio como uma tempestade, e foi avassalador. Tocou em tudo e mudou muitas coisas em mim, por fora mudou meu físico, fiquei irreconhecível, mas neste tempo pude observar que a maior mudança estava acontecendo dentro de mim. Em uma tarde de outono, comecei a olhar as árvores vi que a maioria estavam cinzas, sem folhas, sem flores, só raiz e caule. Senti-me como elas, sem beleza. Ao voltar para casa, olhei-me no espelho e chorei me sentindo como elas, feias, sem vida.
Mas ali Deus, tão lindo, me lembrou de um versículo: “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” (Sl 1.3)
Então Ele me disse: “Filha, você está passando por uma estação, você pode ter perdido o que achava ser o mais bonito em você, mas você não perdeu o mais importante: as raízes e a fé na minha Palavra. Mesmo que eu tenha tocado na sua carne, você se manteve forte. A tempestade foi avassaladora mas o meu rio lava você e logo as folhas e flores voltarão.” “Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu” (Ec 3.1)
Posso ver as mudanças acontecendo e a mais linda é a que está acontecendo dentro de mim. O câncer foi a freada brusca que me fez ver a vida com outros olhos. Hoje olho nos meus olhos, que são as janelas da minha alma, e contemplo a beleza sim, mas a que habita dentro de mim.
Minha gratidão a Deus, pois Ele mesmo fez a ferida e Ele curará. Tenho fé na cura completa. Ainda tenho cirurgia e radioterapia pela frente, mas sei que nosso Deus é fiel. Não foi fácil, mas venci, Deus me levou no colo e quando tinha que caminhar, colocou anjos sem asas do meu lado.
Minha família, em especial, que sempre esteve do meu lado, sofrendo comigo, com lágrimas muitas vezes, mas me amando e cuidando de mim. Meus amigos e irmãos na fé, que são fundamentais na minha vida. Sem as orações e palavras de força, não seria possível caminhar. Muitas vezes, quando minhas emoções queriam me levar para a caverna, eu recebia uma palavra, uma mensagem, uma ligação e isso foi alimento para mim, me lembrando o quanto sou amada.
Como Deus cuida dos detalhes, na semana da última quimioterapia foi também aniversário de minha pequena Lorena (dois anos) e o batismo nas águas do meu filho Guilherme. Muita alegria que Deus permitiu a mim e ao Flavio, meu marido, vivenciarmos juntos!
Passar pela quimioterapia foi a pior coisa que me aconteceu na vida, e ao mesmo tempo, a melhor, pois me rendi por completo nos braços do Pai.
A quimioterapia foi meu gigante, mas a fé foi a pedra que usei para enfrentar e vencer. Louvado seja o nome do Senhor!
 
Patrícia Toledo congrega na IAP em Vila Maria (São Paulo, SP).