Vivendo além das limitações:

A história da menina cega que podia ver.
Alguém poderia até dizer que essa garotinha não teve muita sorte.
Nascida em 1820, numa família pobre da cidade de Putnam- Nova York, com seis semanas de vida, por causa de um erro médico, perdeu totalmente a visão dos dois olhos.
Pouco tempo depois, o seu pai veio a falecer e sua mãe precisou se esforçar muito para manter a casa.
Quando tinha 5 anos, com ajuda financeira dos vizinhos, consultou o melhor especialista do país que colocou fim em qualquer esperança de cura.
O cenário não era bom…
Que futuro essa garotinha deficiente visual poderia ter?
Uma luz raiou em meio à escuridão: sua dedicada avó se esmerou em pregar-lhe o evangelho. Todos os dias ela empreendia tempo para ler as maravilhosas histórias bíblicas para sua netinha. A garotinha aprendeu, de modo que até decorou trechos extensos de livros como Salmos, Rute, os Evangelhos, entre outros. Plantar a palavra de Deus naquele coraçãozinho mudaria totalmente a história daquela vida!
Aos 8 anos ela já demonstrava a luz que iluminava o seu caminhar. Com uma habilidade peculiar em escrever poesias, declarou:
 
“Então pode chorar e soluçar porque sou cega
Oh, que menina contente sou eu,
Apesar de não poder ver,
Pois decidida estou que
Neste mundo alegre serei!
Quantas bênçãos recebo eu
Então pode chorar e soluçar
Porque sou Cega
Porque isso não farei”.
 
Aos 12 anos, sua avó faleceu, mas o fruto já apontava maduro, e aos 15 anos passou a estudar no Instituto de Cegos de Nova York, onde depois lecionou por longo tempo como professora de Inglês e História e conheceu seu marido que também era cego e professor.
Aos 23 anos, foi a primeira mulher a falar no Parlamento americano. Recitou um poema em defesa dos direitos de educação dos cegos.
Lutou contra escravidão compondo músicas.
Apoiou Abraham Lincoln em favor da abolição.
Lutava pelos direitos de emancipação feminina, entre muitas outras realizações.
Aquela menina cega havia se tornado uma consagrada poetisa.
Porém, foi aos 44 anos de idade que essa notável mulher passou a tecer seu maior legado: escrever hinos sacros.
Movida pelo avivamento americano do século XlX, e juntamente com as pregações de   D. L. Moody, escrevia hinos que embalavam os cultos e acendiam as chamas da pregação do evangelho naquela nação em expressões que demonstravam a fonte viva que jorrava em seu coração:
” Canta Minh ‘alma, canta ao Senhor
Rende-lhe sempre ardente louvor”
” Meu Senhor sou teu, tua voz ouvi a chamar me com amor…”
“Oh não consintas tristeza dentro do teu coração, tendo fé firme no Mestre, segue o sem hesitação”
“Seguirei a meu bom Mestre, onde quer que for irei”
“Quero estar ao pé da cruz de onde rica fonte, corre franca a salutar do calvário monte
Sim na cruz! Sim na cruz! Sempre me glorio, té que ao fim vá descansar, salvo além do rio”
Enfim, foram mais de oito mil hinos que embalam o coração de cristãos ao redor do mundo até hoje trazendo a luz da palavra de Deus em momentos que conferem fé, alegria e eterna esperança.
Em 1915, aos 94 anos, descansou a brava guerreira deixando um legado inestimável em valor.
A menina que nunca se intimidou por ser cega muito pelo contrário, segura por saber que sua sorte estava na cruz, se tornou uma mulher visionária, trazendo luz a esse mundo com coragem, alegria e altruísmo, tanto em suas ações como em suas canções.
E foi assim que Frances Janes Crosby, mais conhecida como Fanny Crosby, se tornou a maior compositora cristã de todos os tempos, afinal, ela nunca deixou de ser cega, mas por toda a sua vida também nunca deixou de ver.
 
Juliana Menezes Duque José
musicaeadoracao.com.br
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A distância faz aumentar a saudade! #teamo

“Saudade é um pouco como fome, só passa quando se come presença”.  Amo esta frase da Clarice Lispector porque define muito bem o que a maioria de nós tem sentido nestes últimos tempos.
Quando paro para pensar no que sinto saudade, penso nos meus pais, nos pequenos prazeres da vida, me recordo de viagens, lembro dos meus filhos ainda menores. A privação do contato físico com quem amamos nos remete a trazer à memória lembranças de tempos bons e momentos que enchem o nosso coração de afeto e alegria.
É bem verdade que este período de isolamento social também gera o contato constante com aqueles que fazem parte do nosso núcleo familiar e que dividem a casa com a gente. Esses dias eu ouvi de um cliente que assim que a pandemia passar, ele e a esposa já combinaram de viajar por pelo menos 15 dias. Cada um para um lado! Em um primeiro momento parece engraçado, mas reflete a realidade de muitos lares em que casais vivem juntos, mas estão desconectados há muito tempo. É como se o amor tivesse morrido.
Isso me faz lembrar que no dia da ressurreição de Jesus os discípulos estavam no caminho de Emaús (um povoado a 11km a oeste de Jerusalém) desolados e tristes,  porque haviam perdido seu amigo e líder,  e ainda duvidavam que Ele havia vencido a morte e ressuscitado. Enquanto caminhavam, Jesus aparece mas eles não O reconhecem. Aquela situação mexera tanto com eles, que mal reconheceram a voz do seu companheiro. Jesus caminha ao lado deles, explica o evangelho e aceita o convite para jantar. Só neste momento caem em si e percebem que é Jesus ali!
O texto diz que os discípulos ficaram com os corações aquecidos com a presença de Jesus mas, confusos e abalados, demoraram a perceber.
Queria  convidar você  a também perceber que o amor está aí mesmo dentro de sua casa. Em meio a tanta saudade é preciso viver a presença de quem está perto e reacender o amor.
Não remoa o tempo em que havia mais carinho e o amor parecia ser maior. Saudade só passa quando há presença. Alimente seu relacionamento estando presente, fazendo valer o hoje e convide o próprio Amor, Jesus, para ser o centro do relacionamento de vocês.
 
Escrito por Ana Paula Mendes, esposa do Junior Mendes, mãe do Rafael e João. É consultora de Recursos Humanos e congrega no Movimento Radiação, projeto de missão urbana da Igreja Adventista da Promessa em Campinas, SP.