Promessa é inaugurada em Angola, 17º país a receber a mensagem promessista no mundo

No culto de inauguração, uma mulher e um homem entregaram-se ao Salvador.

 

A Igreja Adventista da Promessa inaugurou no continente africano, a sua  mais nova igreja no mundo: a Promessa Angola, na capital, Luanda. Agora, a denominação está presente em 17 países, o terceiro na África. A festa, realizada em 24 de fevereiro passado, contou com a presença do Presidente da Convenção Geral do Brasil e Presidente da Aliança Mundial Promessista (AMP), Pastor Adelmilson Julio Pereira; o missionário responsável pelo campo, Pr. Moises Ferreira, e seu auxiliar, o Pr. Abílio. Ao todo 76 pessoas participaram, sendo 33 mulheres, 29 homens e 14 crianças; um homem e uma mulher entregaram suas vidas ao Salvador.

LEIA MAIS:

 

A celebração ao Senhor foi repleta de louvor e testemunhos da ação do Espírito. Sob a direção do Pr. Moisés, que cumprimentou os presentes e falou da graça de Deus que atuou para que a igreja chegasse em solo angolano.

Ele também compartilhou sobre os momentos difíceis vividos diante de uma detenção de 6 horas, junto com o Pr. Abilio, que foi resolvida graças à mão de Deus, aos advogados e ao pagamento de uma fiança, considerando que tanto a igreja quanto o pastor estão regularizados no país. 

 

 

HISTÓRIA PROMESSISTA

Durante a inauguração, três jovens contaram um pouco da história da Promessa em forma de jogral, relembrando do fundador, Pr. João Augusto da Silveira. Uma jovem relatou como os contatos missionários foram feitos, ainda em Portugal, para que se chegasse à abertura da mais nova igreja africana.

Em sua fala, o Presidente Geral, Pr. Adelmilson, explicou sobre a presença da instituição em outros países, sobre sua família, sobre presidir duas instituições e pediu a intercessão dos presentes. Ele também proclamou a mensagem da Palavra de Deus, com base em 1 Coríntios 15:3-4, sobre o poder do Evangelho. “A boa notícia não vem de uma igreja, de um pastor, mas vem de uma pessoa: o centro do Evangelho é Jesus”.

Adelmilson estava acompanhado de uma comitiva de líderes brasileiros: o Vice-Superintendente da Convenção Paulistana Central, Pr. José de Oliveira Neto; a Secretária da Convenção Paulistana Leste, Missionária Zilma Tavares e o Pr. Gelson. 

 

ORAÇÃO E ACEITAÇÃO

No final do culto, a oração foi ministrada pelo Pr. José de Oliveira Neto, que intercedeu aos que foram até à frente pedir a bênção de Deus. O pastor anunciou ao final do clamor, que Maria e Joaquim, dois dos convidados, se entregaram ao Salvador.

O encerramento foi feito pelo Pr. Moisés, que agradeceu a presença de todos e orou pela missão: “Assim como o Senhor cuida de nós, eu tentarei cuidar deles. Por isso, me envie mais filhos para cuidar”. O ato foi seguido da bênção pastoral proferida pelo Pr. Adelmilson. 

Um dos líderes locais da igreja, o Pr. Abílio, contou em conversa com o Pr. Adelmilson, sobre como foi seu contato com a mensagem promessista. “Quando eu conheci os pastores, foi algo que veio da parte do Senhor. O Pr. Moisés me falou sobre a mensagem, eu já conhecia a Palavra, e abracei essa causa”

Abílio relatou ainda que foi orientado pelo Líder Geral a ser discipulado pelo Pr. Moisés, com o objetivo de conhecer mais da fé e da igreja. “Ali começamos uma obra com muita luta, mas com a graça de Deus, nós passamos por tudo, e o Senhor nos abençoou para que chegássemos no culto de abertura aqui, porque a mão do Senhor está na nossa vida”, completou.

 

Assista na TV: 

Texto por: APC Jornalismo.

Fotos por: Divulgação.

Protagonismo feminino na Bíblia | Por Celia Beltran

Protagonismo feminino na Bíblia | Por Celia Beltran

A narrativa bíblica revela que as mulheres desempenharam papel de destaque na história do povo de Deus

 

Ao longo do tempo, a Bíblia tem sido acusada de tratar as mulheres com  discriminação, opressão e injustiça. Uma análise superficial dos registros históricos de Israel pode levar a esta compreensão. Isso pode acontecer quando lemos os textos bíblicos com os óculos do nosso tempo e da nossa cultura ocidental.

No entanto, uma análise minuciosa dos textos bíblicos revela que as mulheres desempenharam um papel de destaque em todos os eventos importantes da história do povo de Deus. Desde a criação do mundo, passando pela formação do povo escolhido, sua preservação, conquista da Terra Prometida, período dos juízes, estabelecimento do Reino de Israel, sua divisão, período do exílio, genealogia e ministério de Jesus, sua morte e ressurreição, e na formação da igreja primitiva. Em todas essas ocasiões, a participação das mulheres foi de  extrema importância.

LEIA MAIS: “A Mulher na Missão”: Promessistas.org prepara série de conteúdos especiais

 

As representantes femininas escolhidas para serem incluídas na Bíblia deixaram lições inestimáveis, contribuindo significativamente para a formação do povo de Israel e para toda a humanidade. Essas mulheres foram retratadas como personagens complexas e com papéis essenciais, permitindo-nos aprendizados que perduram até os dias de hoje.

Muitas marcaram suas gerações em um mundo dominado por homens e mostraram que Deus usa quem Ele quer para cumprir seus propósitos. Vale refletir sobre algumas delas.

 

A primeira mulher, Eva, foi criada com o propósito original de ser a companheira e auxiliar do homem na administração do Jardim do Éden e se tornou a mãe de toda a humanidade, a geradora da vida. Ao ser enganada pela serpente e desobedecer a Deus, ela recebeu a punição, mas também recebeu a promessa de que um descendente seu iria ferir a cabeça da serpente. Essa promessa revelou o plano de Salvação desde os tempos do Éden: uma mulher, descendente de Eva, daria à luz ao Filho de Deus, que restauraria o relacionamento entre Deus e a humanidade, além de derrotar Satanás de uma vez por todas. Tal promessa representou a esperança para a redenção da humanidade e a sua restauração perante Deus.

 

Mulheres que não se intimidaram

As quatro matriarcas: Sara, Rebeca, Raquel e Lia são frequentemente vistas como coadjuvantes de seus maridos, mas suas histórias revelam um destacado protagonismo. As quatro tinham características comuns: mulheres de temperamento forte, belas, oriundas da cultura e religião mesopotâmica, mas adaptaram-se à religião de seus maridos, desempenhando seus papéis de esposa e não se intimidaram diante de situações complicadas. A importância delas também é evidenciada pelo fato de Deus se dirigir a Sara em duas ocasiões (Gn 17.15-16; 18.9-15) e a Rebeca em uma ocasião (Gn 25.21-23).

Dentre os juízes mencionados na Bíblia, uma mulher se destaca: a profetisa Débora (Jz 4.4). Ela foi a única a exercer um papel judicial, procurada para resolver questões legais e fazer previsões. Entre os profetas do Antigo Testamento, cinco são mulheres: Débora, Miriã (Ex15.20), Hulda (2 Rs 22.14), Noadia (Ne 6.14) e uma profetiza anônima (Is 8.3).

Destacamos ainda a rainha Ester, também conhecida como Hadassa, uma órfã que possuía uma beleza notável (Et 2.7). Sua vida deu uma reviravolta quando se casou com o rei persa Assuero (Et 4.13; 5.1-5). No entanto, em determinado momento, foi usada por Deus para salvar seu povo da extinção.

 

Jesus ignorou as barreiras sociais

 

Ao entrarmos nas páginas do Novo Testamento, o evangelho de Mateus inicia seu relato com a genealogia de Jesus indicando sua descendência a partir de Davi e Abraão. Curiosamente, sua genealogia inclui cinco mulheres, sendo três delas estrangeiras casadas com israelitas: Tamar (Gn 38), Raabe (Js 2,6), Rute, Bate-seba (2 Sm 11-12, I Rs 11.31, 2.13-19, I Cr 3.5) e Maria (Lc 1.26-38, 1:39-56, 2.1-7, 2.21-38, 2.41-52, 4.16-30, 8.19-21). Ao estudar cuidadosamente suas histórias, vê-se que todas se mostraram corajosas, destemidas e prontas para levar sua missão adiante, apesar das oposições. Jesus demonstrou coragem quando ignorou as barreiras sociais existentes e exerceu um ministério pessoal junto às mulheres.

Na origem do cristianismo, as mulheres desempenharam um papel significativo nas primeiras comunidades cristãs. Embora a maioria das posições de liderança oficial fosse ocupada por homens, a igreja contava com diversas mulheres evangelistas atuantes, como Lídia (Atos 16.14, 40) e Priscila. Esta última tinha um conhecimento tão profundo das Escrituras que colaborava com seu esposo no ensino de outros pregadores (Atos 18.26).

A luta pelo reconhecimento público da atuação das mulheres na igreja e na sociedade continua sendo um desafio significativo. Mulheres cristãs ainda enfrentam questionamentos sobre sua capacidade para liderar uma comunidade. O ensinamento do apóstolo Paulo em Gálatas 3.27-28, que afirma que, após o batismo, não há diferença entre os gêneros diante de Deus, nem sempre é praticado.  A voz das mulheres da Bíblia ainda ecoa e espera apenas por uma oportunidade para ser ouvida.

 

Texto por: Celia Beltran | é missionária e Líder da Secretaria de Escola Bíblica da Convenção Geral, tendo sido Diretora do Cetap (Centro de Estudos Teológicos da Igreja Adventista da Promessa).

O texto foi originalmente publicado na Revista O Clarim, nº 80, na sessão Papo de Mulher.

 

Referências

COLEMAN, William. Manual dos tempos e costumes bíblicos. Venda Nova: Editora Betânia, 1991.

CUNNINGHAM, L. Por que não elas? Venda Nova: Editora Betânia, 2004.

EMMERSON, G. I. Mulheres no Israel Antigo. São Paulo: Paulus, 1995.

JUCKSCH, A. Legado de Mulheres da Bíblia. Curitiba: Encontro Publicações, 2010.