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Redescobrindo o Brasil

Pátria amada, idolatrada ou esquecida?
Em 22 de abril, o Brasil completa 518 anos. Nesta data, em 1500 d.C., as caravelas da esquadra portuguesa, comandada por Pedro Álvares Cabral, chegaram ao litoral sul do atual estado da Bahia. De lá pra cá, muitas foram as descobertas e redescobertas em território nacional. Muitas são as histórias que remontam a nação brasileira. Esta data e os documentos registrados sobre a descoberta do Brasil são de suma importância para compreendermos a origem e a luta de nosso povo, para obter e manter a verdadeira “ordem e progresso” em nosso País até os dias de hoje.
No entanto, nossa pátria tem sido esquecida por muitos. Talvez, a maior razão seja o que de ruim já aconteceu e continua acontecendo em nossa nação, em função dos líderes que a governam. Contudo, a despeito de tanta corrupção abrigada, que resulta em tantos outros males, precisamos continuar a luta para resgatarmos nosso valor, como brasileiros. Afinal, é isso o que fazemos decente e honestamente, quando acordamos e batalhamos a cada novo dia, com esperança de um futuro melhor para nossos filhos e netos. Não podemos desistir do Brasil, tampouco esquecê-lo, precisamos redescobri-lo. Precisamos redescobrir nosso amor pelo Brasil. Mas como isso é possível? Olhando para Bíblia, a maior carta de amor de Deus pelas nações corrompidas através do pecado e todo mal nativo dele.
É da vontade de Deus que nossa pátria seja amada, o que Deus não quer, é que ela seja idolatrada. Mas, como estabelecer uma linha de equilíbrio entre o amor e a idolatria por nosso Brasil? Se você é cristão como eu, temos dupla cidadania, a terrena e a celestial. Aprendemos com a Bíblia, que a partir do Evangelho de Deus, temos de viver aqui sem nos esquecermos de lá. Podemos comprovar esta verdade, quando lemos o conteúdo da carta que Jeremias enviou de Jerusalém aos líderes, que ainda restavam entre os exilados, aos sacerdotes, aos profetas e a todo o povo que Nabucodonosor deportara de Jerusalém para a Babilônia (Jr 29.1; cf. vs. 4-23).
Como deveria ser a vida e o relacionamento do povo de Deus na perversa, sanguinária e pagã Babilônia? Primeiro Deus diz para eles se estabelecerem nas cidades e se multiplicarem, para manterem assim sua identidade como povo:
 
Construam casas e habitem nelas; plantem jardins e comam de seus frutos. Casem-se e tenham filhos e filhas; escolham mulheres para casar-se com seus filhos e deem as suas filhas em casamento, para que também tenham filhos e filhas. Multipliquem-se e não diminuam” (vs 5-6).
 
Além disso, e o que é mais impressionante, Deus manda o povo prestar serviço a Babilônia: “Busquem a prosperidade da cidade para qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela”.
A orientação do Senhor, mesmo diante de tudo o que a Babilônia representava de ruim para o povo de Deus, enquanto estivessem lá, é que este deveria não apenas aumentar sua tribo, mas também usar seus recursos para o bem comunitário. Os judeus exilados não atacariam, não desprezariam, nem fugiriam da cidade, mas a amariam e buscariam sua paz enquanto cresciam e se estabeleciam nela. É assim também que devemos viver nas cidades espalhadas pelo nosso Brasil afora. Somos convocados a ser os melhores patriotas possíveis desta nação, sobretudo, se de fato, recebemos o evangelho de Jesus. Temos de amar nossa nação, a partir do bairro onde moramos, sendo bons vizinhos, excelentes profissionais, cidadãos exemplares em nossas obrigações tributárias.
Enfim, a situação do País pode melhorar se seus cidadãos forem melhores a partir das pequenas coisas e mais elementares para a convivência. Além disso, se quisermos um Brasil melhor, precisamos conhecer mais sobre a política nacional e porque não seguir carreira (se esta for a vocação) ou preparar nossos filhos para serem políticos honestos e tementes a Deus?Pois é Deus quem governa através destes (Pv 8.15-16).
Deus ama nossa pátria, nós também devemos amá-la, sobretudo, pelas pessoas que dela fazem parte, pois estas são criadas à imagem do Deus Criador, conforme sua semelhança. E a morte de Cristo foi para redimir todas as coisas criadas, inclusive a nossa nação. Se você é brasileiro, ame sua pátria, existe muita riqueza nela, celebre sua história, Porém, jamais troque a glória de Deus. Nossa pátria deve ser amada, sim, idolatrada, não!
Este é o mal da humanidade: deixar a glória de Deus por causa de desejos carnais (cf. Rm1:18-32).Quando não vivemos para a glória de Deus, acima de tudo, então aderimos à idolatria. Sigamos o conselho de Pedro, o apóstolo de Jesus:
 
Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção (1 Pedro 2:11,12).
 
Que possamos viver como viveu o nosso Senhor Jesus, quando veio do céu para uma pátria terrena. Ele viveu na terra como cidadão judeu, mas sem esquecer que era do céu, mas tinha uma missão aqui e para lá voltaria. Pois, assim como o Pai o enviou, fomos enviados por Jesus para sermos e fazermos discípulos em seu nome (Jo 17:4 e 18; 20:21). Deus abençoe o Brasil através do seu povo, que aqui participa de sua missão redentora, pela sua graça, para que todos os brasileiros vivam para gloria do único que é digno de recebê-la.
 
Pr. Mateus Silva de Almeida é responsável pela IAP em Piracicaba e Rio Claro (SP).
 
 

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