Jogador do Colo-Colo interveio e minimizou ataque a jogadores brasileiros; confira as reflexões.
A partida entre Colo-Colo, do Chile, e Fortaleza, em Santiago, foi encerrada por volta dos 20 minutos do segundo tempo. O jogo, que estava 0x0, foi interrompido após uma sequência de ações violentas por parte de torcedores, que vandalizaram o estádio: quebraram vidraças, arrancaram barras de ferro e correram em direção aos jogadores do Fortaleza, que conseguiram fugir a tempo para os vestiários.
Antes da partida, fora do estádio, o clima já era tenso. Notícias da imprensa indicam que um adolescente e um jovem morreram durante um confronto entre torcedores e a polícia. Provavelmente, esse foi o estopim da revolta. É triste perceber que espetáculos como o futebol se transformam, por vezes, em cenários de violência, medo e morte. Diante de fatalidades como essas, seria coerente a partida sequer ter começado.
Mas, diante da continuidade do jogo — interrompido apenas no momento em que os torcedores invadiram o campo —, uma cena chamou minha atenção: o zagueiro Emiliano Amor se colocou no meio do conflito, desmobilizou os torcedores e deu tempo para que toda a comissão técnica do Leão cearense se retirasse do gramado. Vale ressaltar que alguns outros jogadores também vieram, mas ele foi o primeiro pelas imagens. A Conmebol cancelou a partida, e a decisão será encaminhada ao tribunal da entidade.
Segundo o site O Tempo, Emiliano Javier Amor é um jogador argentino-sírio de 29 anos. Passou por diversos clubes e, desde 2021, atua pelo Colo-Colo. Pela equipe chilena, foram 106 jogos, seis gols marcados e duas assistências.
Fonte: Quem é o jogador do Colo-Colo que impediu torcedores de chegarem ao time do Fortaleza?
De olho na Bíblia
Sem dúvida, essa assistência prestada em campo já é uma das maiores atitudes do atleta. Ele poderia simplesmente não se importar, olhar ao redor e, diante do descontrole, fugir. Mas resolveu “andar uma segunda milha”, resolveu “interceder” — e virou uma das boas notícias da trágica noite em Santiago.
Fiquei pensando que, além de ter o sobrenome Amor, ele agiu com amor. Pensando em termos bíblicos, ele encarnou em sua vida o significado do próprio nome. Honrou o que representa, se doando, sofrendo e interferindo no caos, para minimizar o que poderia ser uma tragédia ainda maior — algo que nem sequer dizia respeito diretamente ao Fortaleza.
Colocar-se no lugar do outro nunca é fácil. É preciso coragem, sensibilidade. É necessário agir com a mente moldada pela ideia de que devemos pensar não apenas em nossa própria segurança, mas também na do outro.
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” — João 15:13
Vale a reflexão do gesto: seríamos como o zagueiro Amor diante do caos? Ou, diante de situações de calamidades pessoais, fugimos pensando apenas em nossa própria pele?
Cristo refletiu sobre isso quando, no Getsêmani, orou ao Pai e falou sobre o cálice da cruz. A única solução para religar o homem a Deus era que Ele se colocasse no meio — entre nós e Deus Pai — como o Mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), como o único e verdadeiro pontífice que nos abriu o caminho ao Céu (Hebreus 9:15).
Além disso, ao ver Emiliano ali, pensei em quantas situações — de trabalho, de família, de igreja, de amizades — podemos ser esse “camisa 15” que leva paz, que é pacificador, que age para evitar que a tragédia aconteça ou se agrave.
“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” — Mateus 5:9
Portanto, somos convocados a ser como Jesus: discípulos-pacificadores, intercessores, a nos colocar no lugar do outro para que ele possa estar bem e seguro. Precisamos não apenas falar de amor, mas vestir a camisa do Amor de Deus.
Texto: Andrei Sampaio | Agência Promessista de Comunicação (APC).