Tudo ou nada

Nossa adoração a Cristo não pode ser dividida com o dinheiro, a posição social ou os planos
“Ninguém pode servir a dois Senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt 6:24)
Para o ser humano, obviamente não é possível, pelas leis da física, estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas possuir duas coisas ao mesmo tempo, sim. Uma mãe pode dar a luz à duas crianças de uma só vez; uma criança pode possuir dois brinquedos idênticos de uma só vez; pode-se ter dois carros na garagem etc. Porém, de acordo com as palavras de Cristo, não se pode servir a dois senhores. E por que não? Pelo fato de ele exigir do ser humano inteira exclusividade.
Cristo não divide a sua glória com nenhum ser animado ou inanimado. O primeiro mandamento da Lei de Deus diz: Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20:13). Servir a Cristo deve ser o prazer daqueles que por ele foram salvos. Atente para um fato importante: o primeiro mandamento da lei de Deus não é a única passagem bíblica que expressa o dever da exclusividade a Cristo, visto ser ele Deus. Pedro disse a respeito de Jesus que não há salvação em nenhum outro (At 4:12a). Judas diz que ele é o único Soberano e Senhor (v.4).
Portanto, não permitamos que nada em nossa vida seja mais importante que Jesus. Deixemos que este tenha a primazia em nossa adoração. Em outras palavras, que o dinheiro, a posição social, o emprego, o carro, a casa, a família e os planos não substituam a pessoa de Cristo, pois ele não só merece, mas também exige a adoração exclusiva.
Ms Jailton Sousa Silva é colaborador do DEC (Departamento de Educação Cristã) da IAP.

Um Pai mais do que especial


Jesus nos ensinou a olhar para Deus como uma criança tem afeto por seu pai
Pai nosso que estás nos céus… (Mt 6:9). Ninguém, antes dele, ousou usar este termo para se referir a Deus desta maneira. Talvez, alguns, dentre os doze discípulos, devam ter sussurrado, meio sem entender o que haviam acabado de ouvir dos lábios do seu mestre: “Será que podemos mesmo chamar Deus assim?”.
No Antigo Testamento, existem algumas raras ocasiões nas quais Deus é chamado de Pai (14, para ser exato). Isaías 64:8 é uma delas, Jeremias 3:4 outra. Entretanto, em nenhum texto do Antigo Testamento, a designação “Pai”, usada em referência a Deus, assume o sentido que Jesus deu na oração do Pai Nosso.
Quando ele pronunciou a oração do Pai nosso, deve ter usado a palavra “Abba”. Não se esqueça de que ele falava em aramaico e era assim que se dizia “pai” naquela língua. Jesus se utilizou desta palavra em outra ocasião, quando conversava com o Pai, na oração do Getsêmani (Mc 14:36). Mas, o que esta palavra tem de tão especial?
Primeiro: um estudo na literatura judaica da época, sobre oração, mostra que, em  lugar algum, Deus é chamado de “Abba”, ou seja, não era comum orar a Deus chamando-o e nem o enxergando como um Pai.
Segundo: “Abba” era uma das primeiras palavras aprendidas pela criança que estava começando a falar. Ela aprendia a dizer esta palavra logo após ser desmamada. Esse era um termo infantil carregado de afeto. Ninguém ousaria dizer “Abba” referindo-se a Deus. Jesus fez isso! E mais: estendeu esse privilégio a todos nós.
Nós podemos chamar Deus de Pai. Ele é o nosso pai querido. Dirigir-se a Deus assim como uma criancinha se dirige a seu pai é dirigir-se a Deus com simplicidade familiar, com dependência, com confiança. Para uma criança, o pai é herói, é o máximo, “pode tudo”. Ela confia nele, sem reservas. Essa é a ideia deste texto. Essa é a ideia da oração do Pai nosso. Você pode confiar sem reservas no Pai celeste.
Mesmo diante dos tsunamis, das guerras e dos terremotos, não se esqueça: você, que entregou a sua vida a Cristo, tem um Pai mais do que especial: “E, porque vocês são filhos, Deus enviou o espírito do seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: “Aba, Pai” (Gl 4:6). Se você ainda não entregou a sua vida a Cristo, que tal fazer agora? Comece hoje mesmo a desenvolver este relacionamento de filho para pai, com Deus!

Um homem (in)comum


Ele viveu conosco, como um de nós, no meio das multidões
Prego, martelo, machadinha, plaina, formão, esquadro, todas essas ferramentas eram bem comuns para ele. Em Nazaré era conhecido apenas como um carpinteiro. “Ele não é melhor do que nós”, diziam. “É apenas um carpinteiro, o filho de Maria (Mc 6:3, BV). Se eles soubessem!… Se tivessem ao menos idéia de quem estava diante deles: Era o próprio Deus, Jesus! Ele se fez gente, se humilhou, tornou-se semelhante aos homens (Fp 2:7), participou da história humana como um humano.
A Bíblia narra este fato com as seguintes palavras: O Verbo (Jesus) se fez carne, e habitou entre nós… (Jo 1:14a). É isso mesmo! Você não leu errado. Jesus se fez homem. Aquele que criou o mundo, que existe desde antes da fundação do mundo, veio participar da história do mundo como um ser humano.
Como isso é possível, você pode estar perguntando? Tudo começou com sua concepção sobrenatural (cf. Mt 1:18). Por mais ilógico que possa parecer, Jesus entrou no mundo como um bebê. Precisou ser amamentado, trocado, cuidado. Cresceu como uma criança judia normal. “Ah! Se o líder da sinagoga em Nazaré soubesse quem era aquele garoto que ouvia seus sermões…”.
Durante sua vida sentiu o que eu e você sentimos. Derramou lágrimas (Jo 11:35). Sentiu medo (Lc 22:42). Teve sede (Jo 19:28), fome (Mt 4:2). Cansou-se (Jo 4:6). Não viveu numa “separação elevada”, mas “conosco”, como um de nós, no meio das multidões.
Mas, qual a razão do Filho de Deus vir morar entre nós? Porque ele deixou toda a sua glória para vir a esta terra? A Bíblia responde: Jesus veio, principalmente, para nos salvar: Veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam, mas a todos os que o receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. Jesus se fez gente para que a salvação se tornasse possível para o ser humano! Paulo concorda com essa verdade quando afirma: … Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (I Tm 1:15). Se por um homem entrou o pecado, a graça de Deus, por um só homem, Jesus Cristo, abundou para muitos (Rm 5:15).
Jesus veio morar conosco para que um dia nós possamos ir morar com ele! Se existe uma pessoa que pode ser tomada como exemplo de verdadeira empatia esse alguém é Jesus. Por causa dele e através dele, a salvação se tornou possível aos seres humanos: Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16). Que glorioso presente! Você está disposto a aceitá-lo?

Geração apaixoNADA por Jesus?

Vale a pena analisar o verdadeiro sentido da palavra paixão
Desculpem-me os apaixonados, mas “eu tô fora!!!!
Pode ser extremismo meu, mas não sou muito dada a modismo. Você quer saber de que estou falando?!!! Deixe-me ser mais clara. De vez em quando, deparamo-nos com “ondas” que vem e vão com o tempo (sabe, como uma onda no mar?!!).
Houve uma “geração jeans”, “geração coca-cola”, “geração shopping center”… e no meio evangélico, vemos a febre da “geração apaixonada por Jesus” (eu sou mesmo da geração metanoia!!!). Nenhum problema em exemplos de tipo de gerações, pois a Bíblia está recheada de exemplos (I Pe 2: 9; Sl 14: 5; Mt 12: 39; Mc 8: 38), mas essa aí tem chamado muito a minha atenção (não está na Bíblia, é lógico!!!).
Como pessoa curiosa e eterna estudiosa da língua materna (sou linguista), fui procurar no dicionário o verdadeiro sentido da palavra paixão, olha só o que encontrei:

  1. sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão;
  2. afeto dominador e cego; obsessão;
  3. disposição para alguma coisa que ultrapassa os limites da lógica; fanatismo; cegueira…

Quando li tudo isso me assustei. Tudo bem, como disse, posso estar levando muito ao “pé da letra” ou estar me vestindo de um estilo farisaico, mas vamos analisar juntos e me ajude se eu estiver errada.
Você poderia refutar se baseando nas palavras de Paulo “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura…” (I Co 2: 14), mas não creio que o apóstolo esteja falando de coisas desse tipo; pelo que vimos, ‘paixão’ é algo doentio, cego, exagerado (tipo: “jogado aos seus pés!!!”).
Não sei, não. Realmente, este termo “apaixonado por Jesus” não me agrada, sabe?! Você também pode questionar o fato de eu aceitar a expressão “paixão de Cristo” (mas quem disse que eu aceito?). Para isso tem uma explicação: as pessoas criaram o termo porque acreditavam que Jesus fez uma “loucura”, morrendo por um bando de pecadores como nós (agora sim eu usaria o texto de Paulo!!!).
Para mim, Jesus nunca foi um apaixonado, muito menos um “louco”; Ele se sacrificou movido pelo amor que nutre por nós, não por uma paixão!!!
E pra engrossar minha crença e reforçar minha argumentação, coloco ainda o sentido da “paixão” na vida secular: uma pessoa apaixonada faz loucuras (literalmente!!!) que “ninguém merece”, e por conta da tal paixão, da forma como agimos por causa dela e dos efeitos que isso pode causar que… sei não, prefiro sempre dizer que amo Jesus e não que sou (ou estou, o que é pior!!!) apaixonada por ele.
Bem, agora que “coloquei essa pulga atrás da sua orelha”, me ajude e me tire dessa “enrascada”… somos ou não apaixonados por Jesus?!!! No final das contas, você pode até achar que essa geração toda é mesmo apaixoNADA, isso sim!!!
Esther Braga é Mestre em Linguística, especialista em Língua Falada e Ensino do Português, professora há 21 anos e aluna da Faculdade de Teologia Adventista da Promessa (FATAP) – Extensão Norte.

Jesus, um noivo atípico

Enquanto o príncipe William recebeu títulos ao se casar com Kate,
Jesus abriu mão dos seus para buscar sua noiva


Na última sexta-feira, 29 de abril, o mundo parou para assistir a união do príncipe William com a plebeia Kate Middleton. “Foi um dos eventos mais vistos da história. Na Grã-Bretanha, foram mais de 24 milhões de súditos grudados em telões e na televisão. No mundo todo, 2,4 bilhões de espectadores. Mais de um terço do planeta” presenciou, segundo o Fantástico, da Rede Globo, mesmo que à distancia, o que será considerado, sem sombra de dúvidas, o casamento do ano.
Quem assistiu se impressionou com tanto luxo e beleza. O príncipe William, que horas antes recebeu o título de duque de Cambridge, chegou à igreja em uma luxuosa limusine, vestindo um uniforme vermelho da guarda irlandesa, da qual é coronel honorário”. “O título de duque é o mais alto da hierarquia da nobreza britânica, somente abaixo de reis e príncipes”, segundo o G1.com. Desfrutando de uma popularidade avassaladora e de uma aprovação quase incondicional, o casamento do príncipe foi um sucesso! Nenhum noivo poderia esperar algo melhor.
E por falar em noivo peguei-me pensando no fato de que a Bíblia, por diversas vezes, se utiliza desta imagem para se referir a Jesus. No Antigo Testamento, Deus já se utilizava desta metáfora para exemplificar seu amor incondicional por Israel. E é justamente essa metáfora, já presente no Antigo Testamento, que lança luz à designação neotestamentária de Jesus como o noivo e da igreja como sua noiva (II Cor 11.2; Ef 5. 25-27, 31; Ap 19.; 21.1; 22.17). “Segundo esse quadro, o Senhor Jesus é o noivo divino que busca sua noiva em amor e entra em relação de aliança com ela” (Douglas, J. D. – O Novo dicionário da Bíblia). Em Mateus 25.1-13, por exemplo, Jesus, quando ensinava a respeito de seu inesperado retorno, contou a parábola das dez virgens na qual se comparou com um noivo que, repentinamente, aparece para buscar sua noiva.
Entretanto, o que nos chama atenção não é familiaridade que existe no fato de Jesus ser descrito na Bíblia como um noivo, mas, sobretudo, pela incrível diferença existente entre os dois noivos: Jesus e o príncipe William. Enquanto William foi aclamado pelo povo, Jesus foi crucificado por sua nação. Enquanto o príncipe desfrutou de aceitação, Jesus sofreu duras recriminações. Enquanto William foi assistido por mais de dois bilhões de pessoas, Jesus foi visto, basicamente, por palestinos e uns poucos estrangeiros. Um dos maiores eventos do mundo, o nascimento de Jesus, que marca a descida do noivo em busca da igreja, teve mais animais do que pessoas como espectadores.
Enquanto William recebeu títulos ao se casar com Kate, Jesus abriu mão dos seus para buscar sua noiva: a igreja. Enquanto o príncipe desfrutou dos benefícios de sua realeza, Jesus preferiu abandoná-los. Ele desceu de seu trono real baixando à rude cruz. Enquanto William foi rodeado por celebridades, realezas e socialites, Jesus viveu entre os pobres da Galileia rodeado por pecadores, prostitutas, mendigos e publicanos. Gente marginalizada e recriminada pela sociedade da época.  Enquanto William andou de limusine, Jesus andou a pé, no máximo, de jumentinho. De fato, Jesus é um noivo atípico!
Por amar sua noiva, a igreja, ele desce dos céus, abandona seus títulos e honrarias, se humilha até a morte e morre humilhantemente para salvá-la. Jesus, nas palavras de Paulo, “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo que deveria apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2.6-8 – NVI). Refletindo nisso, George Herbert fez a seguinte paráfrase:
O Deus de poder, enquanto percorria
Em suas majestosas roupagens de glória,
Resolveu parar; e assim um dia
Ele desceu, e pelo caminho se despia.
(Philip Yancey, O Jesus que eu Nunca Conheci)

Pois é justamente assim, despido de sua glória e realeza, que ele veio buscar sua amada noiva: não em um altar, mas em um madeiro; não em uma igreja, mas em uma cruz. E é por este ato supremo de amor que podemos ter certeza de que, um dia, participaremos de um casamento infinamente superior ao casamento de William e Kate: o casamento cósmico de Cristo e sua Igreja. Até lá, permanecemos aqui aguardando esperançosamente este grande e glorioso dia. E enquanto esperamos,  “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” (Ap 22.17).
Kassio F. P. Lopes é  missionário da IAP em Corumbá (MS).