Não alimente seus monstros

Mesmo sem intenção, podemos fazer crescer sentimentos que nos maltratam
monstros
 Monstros bonitos e feios. Monstros pequenos e grandes. Monstros perigosos e de periculosidade imensurável. Monstros quietos e barulhentos.

Sim, tenho vários monstros em mim e não no armário ou debaixo da cama. Até porque, já sou bem grandinho para acreditar nisso, mas precisei ficar grande para acreditar que monstros existem.

Monstros que foram libertos pelo pecado da prisão de segurança máxima chamada inocência (Genesis 3:6-7).

Monstros que alimentei com ou sem intenção. Uns cresceram mais, outros menos.

Monstros que me levam a acreditar, sem saber que estou acreditando, na autossuficiência e perdendo a fé na dependência do Eterno.

Monstros que me enganam me fazendo acreditar, sem saber que estou acreditando, que o universo gira em torno do meu umbigo e que nada, absolutamente nada, ao meu redor acontece sem mim.

Monstros que me fazem acreditar, sem saber que estou acreditando, que fofocas são preocupação demasiada da vida daqueles que me cercam tornando lícito o ilícito e nomeando como: “compartilhamento sadio da vida alheia”.

Monstros que me fazem acreditar, sem saber que estou acreditando, que a inveja descarada que sinto é apenas desejo de crescer como os que estão a minha volta cresceram.

Monstros que me fazem acreditar, sem saber que estou acreditando, que eu preciso ser afagado, acariciado, elogiado pelo trabalho árduo e sacrificial que eu tenho dispensado em minha igreja, trabalho ou até mesmo no meu lar.

Monstros que fazem acreditar, sem saber que estou acreditando, que minhas culpas são imperdoáveis e me cegam não me permitindo olhar para Cruz.

Monstros que me fazem acreditar, sem saber que estou acreditando, no pseudo-humilde.

Monstros que já tentei matar ou prender, mas entendi que é impossível.

Porém, aprendi, pelas Sagradas Escrituras, que podemos dominá-los deixando-os com fome.

Monstros que sempre existirão, no entanto, fracos e desnutridos não nos assombrarão.

Não alimente seus monstros!

 

Da. Anderson Zanella congrega na IAP em Itatiba (SP).

O silêncio no deserto

Passamos a olhar onde não costumamos olhar: para dentro 

Pelas nossas escolhas (Gálatas 6:7) ou por sermos levados pelo Espírito, todos passaremos pelo deserto (Mateus 4:1). De forma figurada, entenda o deserto como quiser: provas, aflições, lutas, perseguições etc. O deserto é sem cor, sem vida, muito quente pela manhã e muito frio pela noite.
Passar algum tempo no deserto desestabiliza nosso raciocínio e faz as emoções chegarem à flor da pele.
Ninguém consegue “pular” o deserto.
Ninguém dá as boas-vindas ao deserto.
Só tem uma coisa boa no deserto: o silêncio.
Não o silêncio opressor ou o silêncio da solidão do deserto. Mas sim, o silêncio que torna o deserto uma escola. Uma escola de um aluno só, não sozinho, mas só.
O silêncio é importante para saber distinguir as vozes que são ouvidas no deserto (Mateus 4:3).
Silêncio que nos fará olhar onde não costumamos olhar quando estamos fora do deserto: olhar para dentro. E olhar para dentro, às vezes, custa caro; pois podemos não gostar de nos conhecer em meio ao deserto. Mas no deserto não vai haver muita coisa para se apreciar mesmo. E os benefícios de se olhar para dentro são enormes.
O silêncio no deserto é o grito da calma que irá nos ensinar a organizar as nossas ações, emoções e desejos; pois nenhum deserto justifica o pecado (Mateus 4:4).
Por isso, quando estiver no deserto, aprecie o silêncio. Ele te acalmará e provocará fome na sua fé, que deve ser alimentada pelo discernimento.
E aguarde, pois no fim de todo deserto há vida, há cor, há alimento e há recomeço (Mateus 4:11).
Deus trabalha no silêncio.
Da. Anderson Zanella congrega na IAP em Itatiba (SP).