A eleição das inimizades

As brigas na família, no trabalho e entre amigos, por conta de política, não valem a pena
“Meu sonho é ver os políticos brigando pelo povo com a mesma força que o povo briga por eles nas redes sociais.” Essa frase, cuja autoria é desconhecida, foi compartilhada diversas vezes na internet no período de eleições. Ela traz um desabafo diante das centenas de publicações e comentários que tomaram as redes sociais nas últimas semanas.
A questão em torno da frase não é nem o fato de que muitas pessoas se posicionaram e expuseram sua preferência e seu voto, mas a dificuldade em se lidar com o posicionamento de pessoas com preferências diferentes das suas.
Em um texto publicado no Facebook e intitulado A verdade e as verdades, o pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista da Água Branca, analisa essa bagunça de verdades e argumentos na internet:
“A convivência com esse tipo de ressonância nas mídias sociais me ensinou pelo menos quatro coisas: existe sempre alguém que comenta o que acredita que você diz, não necessariamente o que você diz; existe sempre alguém que diz o que quer, independentemente do que você diz; existe sempre alguém que interpreta as coisas que você compartilha a partir dos conceitos e preconceitos que tem a seu respeito, e inclusive distorce o que você diz; e, principalmente, o que desejo enfatizar, existe sempre alguém que trata você como equivocado, ignorante, não inteligente, e acredita possuir a verdade indubitável e incontestável.”
O debate e a discussão saudáveis nas redes sociais, salas de aula e nas famílias são positivos e ajudam a esclarecer ideias. Analisar o cenário político sob outros pontos de vista, discordar de opiniões e argumentar, desde que seja mantido o respeito, enriquece a conversa.
Mas quando os debates entre os próprios políticos são cheios de acusações, ironias e ofensas, e vazios de respeito e de propostas concretas, o povo tende a seguir o mesmo comportamento.
Fake news do partido X, meias verdades do candidato Y, textos fora do contexto, acusações e notícias de corrupção foram amplamente divulgados. Exposição de projetos, propostas e soluções reais foram pouco vistas.
O fato é que vivemos em uma democracia e cada eleitor é livre para definir seu voto no candidato que julgar melhor. As brigas na família, no trabalho e entre amigos, por conta de política, não valem a pena. Acabamos nos indispondo  com pessoas queridas por divergência de opinião sobre algo que todos queremos que dê certo: o bom governo da nossa nação.
Deus nos ensina que sempre devemos orar por aqueles que estão no poder. “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (1 Tm 2.1-2).
Independente dos resultados, devemos nos unir para manter viva a esperança de que nosso país tem solução.
 
Juliana Coelho, jornalista. Publicado originalmente na revista Dialogo, da IAP em Vila Maria (São Paulo, SP).

O que esperar de 2019?

A esperança em Deus não paralisa, mas renova as forças

Os últimos anos foram de muitas incertezas políticas, sociais e econômicas. Nossas famílias enfrentaram uma das piores crises da história de nosso país. Um cenário que trouxe preocupações, dívidas e constantes rearranjos no orçamento do brasileiro. E o que esperar do novo ano que se aproxima?
É certo que começa um novo ciclo político, novo presidente, novos governadores, senadores e deputados e, mesmo diante de tantas decepções recentes, parece que temos a tendência de nos encher de esperança por dias melhores. E é bom que seja assim! Aqueles que não renovam a esperança na vida, nas pessoas e nas possibilidades de dias melhores, por vezes, entram em processos de amargura, depressão e desgosto.
Além do ciclo político, a própria ideia de um novo ano traz expectativas de renovação, promessas de regime, de ser um pai ou uma mãe melhor, metas profissionais, enfim, um novo tempo nos enche de esperança de que as coisas também sejam diferentes. Mas, a pergunta continua, o que esperar de 2019? Quero propor a você duas reflexões sobre o que pode vir.
A primeira reflexão trata-se de entender que a melhor postura é não esperar. Isso mesmo, não tome a atitude passiva de esperar pelas coisas, como se elas fossem acontecer por conta do governo, das pessoas ou das circunstâncias. Seja protagonista de seu novo ciclo, busque oportunidades, bata nas portas que parecem fechadas (elas podem se abrir), lute por seus ideais, não simplesmente planeje uma vida saudável, comece novos hábitos. Esperar, nesse sentido, é ficar parado e isso não lhe levará a lugar algum. A paralisia transforma a espera em tédio e o tédio em desesperança, antes que chegue o carnaval.
A segunda reflexão é que vale a pena esperar. A esperança renovada é um tipo de energia que todo ser humano deve cultivar. A esperança não significa passividade, ao contrário, a esperança pede uma atitude ativa. Planos precisam ser feitos, decisões precisam ser tomadas, alvos e objetivos precisam ser traçados. Vale a pena fazer uma “fotografia mental” do cenário que se imagina para a vida ao final de um ciclo. E obviamente, fazer tudo o que está ao seu alcance para que a visão de futuro vire realidade. Erros, ajustes e obstáculos serão naturais no processo. O que vai fazer você não desistir? A esperança, a firme convicção de que vale a pena seguir o plano traçado.
E aí, o que você espera de 2019? Eu espero que você caminhe e lute por sua família, seus relacionamentos, sua profissão e seus valores. E, em meio a tudo isso, viva com esperança. É desse tipo de esperança que fala um antigo profeta: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40.1). Entendeu? A esperança em Deus não paralisa, ela renova forças, te dá asas, faz você correr e não se cansar, caminhar e não desistir. A esperança faz mais sentido ainda quando ela é depositada naquele que pode todas as coisas. Confie e espere em Deus, nele você pode confiar!
 
Pr. Junior Mendes é publicitário e líder do Ministério de Jovens da Igreja Adventista da Promessa – Convenção Geral. Publicado originalmente na revista Dialogo, da IAP em Vila Maria

"Último post"

Não sabemos nosso tempo de vida, mas que em tudo glorifiquemos a Deus

Vez ou outra, somos surpreendidos com o falecimento de alguém das nossas redes sociais. Além da tristeza, pensamos também sobre o valor de nossas vidas. O que estamos fazendo? Como estamos vivendo?
A vida é uma só:  “Da mesma forma como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo… (Hebreus 9:27).
Deus nos deu um valor supremo. Pedro reforça a ideia: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.(I Pedro 1:18-19).
Portanto sua aceitação como ser humano amado por Deus precisa estar alicerçado no que Deus pensa ao seu respeito e não numa “curtida”, “compartilhamento” ou reação a algum post seu.
Segundo o blog Vol Host, de 27/06/2017, a cada dia, mais de 175 milhões de pessoas usam a reação “amei” e, em média, mais de 800 milhões de pessoas curtem algo no Facebook. Inclusive eu e você, estamos com isso aumentando a fortuna do Mark Zuckerberg diariamente.
Um dia,  talvez seja nosso “último post” e isso não será computado como algo extraordinário,  será só mais uma curtida ou reação. Para Deus, porém, os “seus momentos” com Ele contam extraordinariamente como a frase que ouvi num sermão: “Deus nos dá breves momentos nesta terra para que destes breves momentos herdemos a vida eterna.”
Qual será nosso “último post”? Não sabemos. Mas que nele, Cristo esteja sendo honrado, glorificado com nossa postura, assim como tudo o que fizermos.

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).

Sábado, nosso oásis no deserto

Esse dia especial é uma pausa no tempo humano e uma janela no tempo divino

Uma pesquisa realizada em vários países pela Associação Internacional de Controle ao Estresse indica que o brasileiro é o segundo indivíduo mais estressado do mundo; perde apenas para os japoneses, sendo que a medalha de bronze desse “pódio” fica com os americanos. No Brasil, para 70% dos entrevistados, o trabalho é a maior fonte desse problema. Os principais motivos são a pressão por resultados e o excesso de trabalho.1 De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o alto nível de estresse ligado ao trabalho é uma epidemia mundial.2
É comum ouvir pessoas definindo suas vidas como “correria”. Estão sempre agitadas e com agenda cheia. Reclamam de estar sobrecarregadas, cansadas e de correr contra o tempo. Muitos já atingiram o estado de exaustão. As pessoas estão ignorando a necessidade do descanso; por isso, há muita gente doente, que está, literalmente, morrendo de tanto trabalhar. Em resposta, os especialistas e os profissionais da saúde são unânimes em dizer: “É preciso parar e descansar!”.
Para Augusto Cury,3 esse cenário de estresse do mundo contemporâneo fica ainda mais agravado por causa da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Essa síndrome, segundo ele, é causada pelo excesso de informações e estímulos a que somos expostos diariamente, através da Televisão, da Internet (principalmente redes sociais) e de outras mídias. Cury explica que a mente recebe tanto conteúdo que é incapaz de processá-lo e, por isso, vive agitada e em alta rotação. Por não conseguir descansar a mente, as pessoas perdem o controle sobre os pensamentos e as emoções. Assim, veem-se ansiosas, irritadas, excessivamente cansadas, com insônia e outros problemas psicossomáticos.4
De fato, vivemos em meio a uma geração cansada, estressada e emocionalmente enferma. Nesse contexto, é magnífico saber que nosso Criador nos mandou descansar. Ele estabeleceu um dia especial para isso: o sétimo dia da semana. A mensagem do sábado continua necessária e atual, pois pode consistir num escape desse cenário caótico. Após seis dias de trabalho, temos um dia para acalmar o coração e refazer as forças. É um dia de adoração, reflexão, comunhão e alegria. Uma parada para relaxar, descontrair e se renovar.
O sábado é um oásis no deserto, um dia sem estresse, uma ilha tranquila num mar agitado. Esse dia é um “santuário no tempo”.5 É uma pausa no tempo humano (cronos) e uma janela para o tempo divino (kairós). É um momento para o Senhor e para nos alegrarmos nele (Is 58:13-14). Somos convidados a nos afastarmos das atividades diárias e do trabalho físico e nos reconectarmos ao Criador, buscando uma comunhão pessoal e íntima com ele. É um tempo para sermos tratados e curados em nossas emoções e em nossa espiritualidade.
Mais do que nunca, a ordem Lembra-te do dia de sábado (Êx 20:8) precisa ser ouvida e obedecida, pois as pessoas, de forma geral, estão se esquecendo do descanso. Contudo, esse tem sido um mandamento esquecido pela maioria dos cristãos, embora seja tão evidente na Bíblia. É verdade que, atualmente, há vários autores reconhecendo a necessidade de guardar o sábado, mas negando a forma bíblica de guardá-lo. Alguns afirmam que o domingo é o sábado cristão. Será? Outros dizem que basta escolher um dia, durante a semana, para descansar; assim, qualquer dia pode ser “sábado”. Será?
A Bíblia é clara com relação ao dia do Senhor. Deixa evidente como guardá-lo e porque guardá-lo. Lá no Éden, Deus estabeleceu um modelo para nós, ao descansar, abençoar e santificar o sétimo dia (Gn 2:2-3). Sendo o Senhor do tempo, estabeleceu como deve ser o seu ciclo regular, seguindo a ordem da semana: em seis dias se trabalha e em um dia se descansa. Este descanso especial não pode ser em qualquer dia, mas, sim, no sétimo dia (Êx 20:8). Com base nesse modelo, podemos dizer que viver de acordo com a vontade do Senhor “equivaleria a trabalhar arduamente e depois descansar santamente”.6
O sábado é o único dia que tem nome na Bíblia, pois o Senhor fez dele um dia separado para a comunhão, dedicado ao culto e marcado pela alegria, pelo contentamento e pela confraternização. Deus ama os seus filhos e deseja ter um relacionamento próximo e intenso com eles. Todo relacionamento precisa de tempo de qualidade. O amor precisa de tempo de qualidade para se desenvolver. Os pais, mesmo que vejam seus filhos todos dias, precisam dedicar um momento especial para estar mais próximos deles e fortalecer o vínculo com eles. Para nos relacionarmos com o nosso Criador e Pai, ele nos deu o sábado. Em todos os dias estamos com ele, mas, no sábado, nós lhes damos exclusividade.
É fundamental recordarmos o significado e o propósito desse mandamento, para não corrermos o risco de o negligenciarmos ou de o guardarmos só por tradição.
A série de lições que estamos estudando neste trimestre – O Sábado – trata da importância do sábado para os cristãos, e faz isso através de argumentos sólidos, pois, além de relembrar a origem, o significado e os benefícios do descanso no sétimo dia, também prova que Jesus não aboliu o quarto mandamento da lei de Deus: tanto ele quanto os apóstolos e a igreja primitiva guardaram fielmente o sábado. Portanto, este continua em vigor.
Cremos que a cruz não aboliu o quarto mandamento e a salvação pela graça não nos isenta de obedecer à lei de Deus. Esse santo dia aponta para o amor e o cuidado de Deus por nós. Foi dado para ser bênção em nossas vidas. Infelizmente, muita gente despreza essa bênção. Mas você pode desfrutar do descanso que o Criador lhe oferece e, assim, encontrar refrigério e alento em dias de agitação.
Àquele que até do sábado é Senhor (Mc 2:28), sejam dados a honra, a glória e o louvor, pelos séculos dos séculos. Amém!

Pr. Alan Pereira Rocha, diretor do Ministério de Ensino da IAP


1Brasileiro é segundo mais estressado do mundo. Disponível em: <http://www.ismabrasil.com.br/img/estresse52.pdf>. Acesso em: 19 de julho de 2018.
2OMS e a saúde mental de funcionários no ambiente trabalho. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/oms-empresas-devem-promover-saude-mental-de-funcionarios-no-ambiente-trabalho/>. Acesso em: 19 de julho 2018.
3 Cury (2014:103-104)
4 ibidem, p.100
5 Heschel (2014:41)
6 Eberhart (2014:24)

Você é grato?

A benção do Senhor se revela em coisas simples, do nosso cotidiano

“Assim diz o Senhor: Como quando se acha mosto num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos, que não os destrua a todos”  Isaías 65.8.
A benção do Senhor em coisas simples, como em um cacho de uvas, pode ser ampliada nas coisas que cotidianamente comemos, saboreamos e não damos graças a Deus, pois são muito comuns. Em muitos casos, até desperdiçamos o precioso alimento com suas fontes de vitaminas e sais minerais.
É sabido por nós que o desperdício do que se planta e do que se colhe no nosso país  é muito grande. A revista Veja publicou há algum tempo uma reportagem que afirmava que a terra produz alimentos que dariam para alimentar a população mundial 23 vezes. Então a benção de Deus é mal administrada pelos homens.
A comida, a bebida, segundo o profeta, alegraria o povo de Deus, Ele próprio estaria providenciando aos fiéis (Is 65.13) Estes deveriam aproveitar a benção de Deus nas coisas simples, com os nutrientes necessários à boa saúde.
Viva uma vida simples: “… vivei a vida comum do lar, com discernimento” (1 Pe 3.7). Quando uma pessoa fica impossibilitada fisicamente, as coisas que ela praticava normalmente, o que mais sentirá falta, serão as coisas corriqueiras e simples. Valorize o sabor que Deus traz à sua vida, viva com qualidade.
Quando servimos a este Deus Todo Poderoso, que se revela por Jesus Cristo, que tomou a forma de servo para vir até nós, em um cacho de uvas encontramos motivos para dar graças pela benção saborosa. Glorificamos a Ele e dizemos: “quão variadas são as obras do Senhor. Elas são manifestas nas coisas simples do nosso cotidiano.”
Pondere agora: pelo que você deve dar graças?

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).

Conflitar ou convergir?

Uma geração pode aprender com a outra, se houver disposição

Michael Joseph Jackson foi um artista fantástico, cantor, dançarino, coreógrafo, porém, devido aos traumas e conflitos que teve no ciclo de sua infância (queria brincar, mas seu pai exigia que trabalhasse à exaustão) desenvolveu o complexo de Peter Pan, que é não querer ser adulto. Criou sua “Terra do Nunca”, um enorme parque no quintal de sua casa, em Los Angeles (EUA) com montanha russa, carrossel, carrinho de pipoca etc. Sua justificativa para este comportamento infantil, bizarro é que, quando criança, não teve tempo de vivenciar essas brincadeiras comuns da infância.
Que coisa triste de se ver, quando um ser humano não faz as devidas transições de ciclo. Não consegue aproveitar o hoje, o aqui e agora e quer vivenciar o que passou.
Conforme ouvi em um programa de rádio, a geração Y está prolongando a adolescência até aos 24 anos, estão demorando a amadurecer, ganhar a maturidade necessária para assumir compromissos. Dai vem as críticas: geração fútil, geração coca-cola, geração mimimi, geração nutella.
Esta geração industrial, capitalista, em que os pais se dedicam ao trabalho e confiam a criação de seus filhos a terceiros (creches, avós, babás) tem gerado conflitos. Alguns pais tentam “compensar” sua ausência com brinquedos, celulares, entre outras parafernálias. Porém, nada substituí a educação e a proximidade dos pais numa educação consensual, na qual pai e mãe exercem seus papeis definidos.
Existem famílias distintas, que conhecemos pela Bíblia. No caso de Timóteo, a construção do seu caráter se deu pela assimilação da Palavra divina revelada a sua avó e posteriormente a sua mãe (2 Timóteo 1.5).
Por outro lado, vemos Davi, que não exerceu bem o seu papel de pai, deixou brechas enormes emocionais nos seus filhos, foi falho, porém com a graça de Deus, soube servir a Deus em sua geração, pois o favor divino é maior que a vida, com suas inconstâncias.
Uma boa forma para convergir, e não conflitar entre gerações, é não abrir mão dos princípios divinos revelados nas Escrituras Sagradas, tendo plena consciência de que costumes mudam, porém nosso paradigma é o cristocêntrico em qualquer época.
O nosso desafio é inserir, encucar as boas novas, numa geração entusiasmada com o novo.
Portanto, encontre oportunidades. A geração que aprendeu com as dificuldades, no pós-guerra, se fortaleceu com suas desilusões. Diferente da atual geração que pode não aguentar “o tranco” que você aguentou, porém, mesmo assim é possível ter uma boa convivência e aprendizado mútuo. Com certeza, podemos aprender com os mais novos, e eles conosco.

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).

Não afunde

Olhe para Cristo e saia da sua zona de conforto

“Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: “É um fantasma! “E gritaram de medo. Mas Jesus imediatamente lhes disse: “Coragem! Sou Eu. Não tenham medo!”. “Senhor”, disse Pedro, “se és Tu, manda-me ir ao Teu encontro por sobre as águas”. “Venha”, respondeu Ele. Então Pedro saiu do barco, andou sobre a água e foi na direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me! “Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem de pequena fé, porque você duvidou?”. Quando entraram no barco, o vento cessou. Então os que estavam no barco O adoraram, dizendo: “Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus”. (Mateus 14:24-33).
Imaginemos a cena: os discípulos de Jesus estavam num barco e em certo momento, veem uma figura caminhando sobre as águas. Extremamente amedrontados, eles acharam que estavam vendo um fantasma, em nenhum momento eles pensaram que podia ser Jesus. Somente quando Cristo se apresentou é que os discípulos o reconheceram. Mas ainda assim, um deles – Pedro – faz uma proposta bem audaciosa e corajosa (talvez por ainda não estar convicto de que era realmente Jesus que andava sobre as águas). Pedro pede que Jesus ordene sua ida ao encontro de Cristo, também andando sobre as águas. Pedro sai do barco, começa a andar sobre as águas e depois de alguns passos, começa a afundar. O fato de Jesus ter estendido a mão para Pedro e o segurado é que impediu este discípulo de se afogar.
Podemos extrair vários ensinos bíblicos desta passagem que está registrada no evangelho de Mateus. No entanto, gostaria de refletir especialmente na atitude de Pedro ao sair do barco e ir caminhar sobre as águas, aplicando tal reflexão à nossa vida. Em primeiro lugar, Pedro foi corajoso o suficiente para sair do barco. Alguns de nós podemos criticar este homem por ter afundado, mas o fato é que Pedro confiou em Cristo a ponto de sair da sua zona de conforto e obedecer ao chamado de Jesus para ir ao seu encontro. Nós precisamos também desembaraçar-nos do que está nos impedindo de entregar nossa vida a Cristo e dedicar a ele a nossa vida.
Conforme o texto bíblico, Pedro afundou na água depois de ter dado alguns passos, porque “reparou” no vento e teve medo. Este discípulo de Jesus permitiu que sua confiança no Salvador fosse abalada por uma circunstância adversa. E no nosso caso, o que tem feito nossa fé em Cristo afundar? É aquele problema, ou aquela circunstância complicada ou será que é aquela situação que tem me apavorado? Pode ser que você já tenha dedicado sua vida a Jesus, mas está afundando no mar da desesperança, da tristeza, da crise, do desespero ou da adversidade. No entanto, a Bíblia Sagrada mostra que nem tudo está perdido, pois a partir do momento em que Pedro clamou ao Senhor, Cristo lhe estendeu a mão e o conduziu em segurança até o barco.
Certamente, saber disso é maravilhoso! Assim como Jesus fez com Pedro, ele também está disposto a estender a mão para cada um de nós quando clamamos a ele. Por isso, não importa o quanto você está “afundado” pelas lutas, crises ou dilemas que tem enfrentado: firme sua fé em Cristo e clame a ele de todo o seu coração que ele também conduzirá você em segurança, além de conceder paz, perdão e salvação! Somente Jesus pode nos ajudar a enfrentar e vencer as “tempestades” que enfrentamos ao longo dessa jornada que é a vida. Que o Espírito Santo nos auxilie a ter sempre a nossa vida firmada em Cristo – o “Autor e Consumador da nossa fé” (Hebreus 12:2).

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP), é vice-diretora do Ministério Infantojuvenil Regional da Convenção Noroeste Paulista e atua no Ministério de Vida Pastoral da Convenção.

Um sentimento incômodo

A solidão do Senhor e a nossa solidão

Você provavelmente já experimentou o difícil sentimento chamado solidão, não é mesmo? Ele inunda o coração e vem acompanhado de tristeza, angústia e dor emocional. A solidão é um sentimento de vazio, de falta, é também um termômetro de que algo não vai bem.
Quando nos sentimos sozinhos é um sinal de que algo não vai bem conosco mesmos, pois de certa forma é um sinal de que não gostamos da nossa própria companhia. Claro que não podemos generalizar ou afirmar essa regra a todas as pessoas que sentem solidão; mas muita gente que se sente solitária é assim por ainda não ter aprendido a gostar da própria companhia.
Veja bem: solteiros ou solteiras que vivem postando em redes sociais sua solteirice e desejo de companhia, normalmente, são pessoas que não aprenderam a amar a si próprios a ponto de gostarem de sua própria companhia; são pessoas incompletas que se sentem “metades da laranja” e não “o par” de alguém.
Claro que existem casos de solidão real, nos quais as pessoas vivem abandonadas e quase sem nenhum contato social; como o caso de alguns idosos que são abandonados em asilos pelos familiares, que raramente ou nunca os visitam. Essas pessoas, sim, sentem constantemente o sentimento de solidão e pior ainda, o abandono.
Existe também aquele sentimento de solidão esporádico e momentâneo. É aquele que dá e passa, que vem e vai. Que dura pouco tempo e que todo mundo já sentiu. Esse sentimento de solidão pode ser porque saíram e não te convidaram, ou porque se reuniram e não te chamaram; pode ser porque estás passando por uma fase difícil de saúde e teus amigos acabaram se afastando, ou porque nasceram seus filhos e tu não podes mais sair como antes. Enfim, muitas são as causas desse sentimento, mas ele dá e passa. Quando ele persiste, vale a pena procurar um profissional de saúde, pois pode ser indicio de alguma doença emocional, como a depressão.
Mas você sabia que até Jesus sentiu-se solitário? Sim! Ele se sentiu! No momento da sua maior angústia e dor, quando todos os seus amigos tinham-no abandonado, ele olhou ao céu e clamou: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt. 27.46) Na hora de sua maior agonia, enquanto carregava em seu corpo os pecados do mundo todo, Cristo sentiu-se solitário e abandonado pelo próprio Pai, que sobre Ele derramava Sua ira, pois a justiça de Deus assim determinava.
Entretanto, o mesmo Jesus que clamou as palavras de solidão da cruz profere a mais linda promessa, enquanto ainda estava nessa terra: Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt. 28.20). o Mesmo Cristo que sabe o que é estar sozinho e abandonado promete a nós que estará conosco TODOS os dias. Todos os dias não são alguns dias. Todos os dias envolvem os dias ensolarados e os cinzentos. Todos os dias envolvem as segundas-feiras preguiçosas e os sábados festivos. Todos os dias, meu irmão, é a garantia de presença eterna e inigualável constantemente enquanto os ponteiros do relógio celestial não marcarem o momento da gloriosa vinda e do encontro, onde ali sim, não mais haverá lagrima nem pranto! Enquanto esse dia final não chega, desfrute conscientemente da doce e revigorante presença de Jesus, que sabe o que é estar só, por isso não nos deixa só em momento algum!

Eric de Moura congrega na IAP em Vila Falchi – Mauá (SP).

Um passo de cada vez

Há uma linha divisória entre prudência quanto ao futuro e antecipação paralisante

“Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades” (Mt 6.34)
Porque temos tanta preocupação com o futuro? Quando Deus, no princípio criou este mundo, a Bíblia diz que “Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom” (Gn 1.31). Mas sabemos que nosso adversário é implacável, ele não se importa com os métodos que emprega, desde que possa nos abater e fazer com que muitos desacreditem da obra de Deus. A obra da criação – perfeita – sofreu ataque de um ser determinado em arruinar e destruir aquilo que Deus considerou “muito bom” e se concentrou na obra suprema de Deus – o homem. Diante da queda do homem, Deus estrategicamente não pôs um ponto final na história da humanidade, mas propôs um plano infalível da redenção, pelo qual enviou seu filho, Jesus, a este mundo, e O entregou à morte de cruz. O homem pecaminoso e caído passa a ser redimido e restaurado pelo grande e sublime amor de Deus.
O propósito do adversário é deprimir, abater e dar a impressão de que a salvação é algo inatingível por conta da fragilidade humana, que sabe que é pecadora. Porém, quando o homem tem consciência e aceita que Cristo morreu por Ele e o perdoou de todos os seus pecados, ele vive uma verdade libertadora, porque ele deixa de se concentrar nas coisas secundárias e procura águas mais profundas para seguir sua jornada espiritual.
Entretanto, devemos considerar que o nosso adversário não se dará por vencido e muda de estratégia, abatendo vidas que sofrem por medo do futuro – prevêem um futuro negativo, acreditam que o pior irá acontecer, desconsideram a possibilidade de outros desfechos; ou ainda, estabelecem fatos, crendo e antecipando problemas que talvez nem venham a acontecer e por fim questionam e sofrem por escolhas futuras de uma forma tão intensa, que desencadeiam reações emocionais no organismo devido à tensão, ao nervosismo e às preocupações, resultando até no aumento da frequência cardíaca, respiratória, presença de tremores e perda de sono, entre outros.
A forma como cada um percebe sua fragilidade é muito mais importante que o próprio desafio. Essa leitura dos sentimentos é o que vai ditar as reações diante das experiências, sejam elas simples ou complexas.
Muitas pessoas temem o futuro por conta do seu temperamento. Enquanto existem algumas autoconfiantes e seguras, que parecem não ter medo de nada, existem outras que somente com grande insistência podem ser persuadidas a falar em público. Outras pessoas temem o futuro preocupadas com a natureza da tarefa que terão que enfrentar, consideram uma missão dificílima e têm medo de falhar com Deus. E há também aqueles que têm um medo indefinido, muitas vezes imaginários.
Nós temos que ter consciência da existência de uma linha divisória entre prudência legítima quanto ao futuro e antecipação paralisante.
As escrituras nos ensinam “… não vos preocupeis com o dia de amanhã” e ainda “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça” (Fl 4.6). Isso quer dizer que devemos tomar providências, sim, mas dentro dos limites da razão, e depois devemos descansar. Ainda que seja certo pensar sobre o futuro, está errado ser controlado por ele pois isso causaria ansiedade e preocupação paralisante.
Como percebemos, é uma perda de tempo nos preocuparmos com o passado que não pode ser mudado, contudo, é igualmente errado nos preocuparmos com o futuro que somente Deus sabe, por conta da sua onisciência. Então, vivamos o hoje ao máximo, compreendendo o que Deus fez por nós, o que Ele ainda está fazendo por nós e o que Ele fará por nós no percurso dessa caminhada. Ao recebermos o Espírito Santo de Deus podemos contar com sua ação poderosa de proteção e orientação que nos dará garantia da sua companhia e de dar um passo de cada vez sem medo, mas com segurança!
Que o Senhor seja glorificado por meio de nossas atitudes. “Pois, Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.” (2 Tm1.7)

Dsa. Zildeli F. Carmo Del Pozzo congrega na IAP em Vila Kellen (Campo Grande – MS) e atua no Ministério de Vida Pastoral (MVP) – Convenção Sul Matogrossense

Lia

A verdadeira alegria da vida é encontrada somente no Senhor

Eu amo a Bíblia por causa da franqueza com que ela trata os seus heróis, está repleta de histórias de pessoas reais e de seus temores, conflitos e frustrações. Não é um livro que se dedica a contar apenas as proezas de seus heróis, mas registra em suas páginas a realidade da vida de medo, de dor, de erros, de pecados, de frustrações e de desilusões desses heróis.
Hoje quero refletir sobre Lia, filha de Labão, esposa de Jacó. Foi conhecendo sua história que ela se tornou para mim uma heroína.
Todos nós temos sonhos, desejos, aspirações, projetos. Com Lia não era diferente. Uma jovem menina que esperava um dia ver seus sonhos realizados, por mais simples e humildes que fossem, até que seu pai a fez casar-se com alguém que não a amava. Desse dia em diante, Lia travou uma luta ferrenha tentando se adequar ao destino que seu pai lhe havia escolhido.
Jacó, filho de Isaque com Rebeca e irmão caçula de Esaú, teve que fugir da casa de seu pai depois que conspirou com sua mãe e enganou Isaque, seu pai, que estava cego e enfraquecido. Jaco fez isso para receber a benção da aliança, defraudando assim seu irmão, Esaú, que prometeu vingar-se assim que seu pai morresse. Jacó fugiu de Esaú para viver com os parentes de sua mãe, a família de seu tio Labão.
“Ora, Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Lia, e o da mais nova, Raquel. Lia tinha olhos meigos, mas Raquel era bonita e atraente” (Gn 29.16-17, NVI).
A palavra hebraica traduzida por “meigos” significa “fracos” e é de difícil interpretação. A verdade é que algo sobre os olhos de Lia soava negativamente para aquela época. Seja qual for o motivo, ela não era considerada atraente e cresceu à sombra de sua linda irmã mais nova, Raquel. A usura e desonestidade de seu pai Labão ,unidos à ideia de que a única forma de arrumar um casamento para Lia seria por meio de enganar alguém, fazia crescer em Lia a dor da rejeição e da humilhação.
Apaixonado por Raquel, Jacó propôs trabalhar sete anos em troca da mão de sua amada em casamento. Ao término dos sete anos, Jacó exigiu casar-se com Raquel e foi então que o sagaz Labão pôs seu plano em ação. Depois de uma festa regada com bastante vinho e uma noiva com um grosso véu sobre o rosto, Jacó casa-se com Lia, pensando que estava casando com Raquel. Você consegue imaginar o choque? No outro dia, bem cedo, ele se levanta e vê que quem está ao seu lado não é Raquel, mas Lia. Assim, o palco foi preparado para outra devastadora realidade que Lia deveria enfrentar. Mais uma vez, Lia seria motivo de desprezo e vergonha, agora não mais na casa de seu pai, mas na sua própria casa.
“Quando o Senhor viu que Lia era desprezada, concedeu-lhe filhos” Gênesis 29:31
Eu gosto da ideia de um Deus que ama os injustiçados, de um Deus que gosta de gente que sofre, de gente que grita, de gente que perdeu tudo. É o Deus do amor, é o Deus do consolo, é o Deus do aflito, é o Deus do oprimido. O interessante é que os três primeiros filhos de Lia recebem nomes que declaram a sua imensa vontade de ser vista, de ser ouvida, de ser amada como ela é.
Lia engravidou, deu à luz um filho, e deu-lhe o nome de Rúben, pois dizia: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará”. (Gênesis 29:32)
Lia engravidou de novo e, quando deu à luz outro filho, disse: “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este”. Pelo que o chamou Simeão. (Gênesis 29:33)
De novo engravidou e, quando deu à luz mais um filho, disse: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos”. Por isso deu-lhe o nome de Levi. (Gênesis 29:34)
Como dói ver o lamento de Lia, ela queria apenas ser amada, ser vista, ser feliz, todavia algo mudou com o nascimento do quarto filho.
Engravidou ainda outra vez e, quando deu à luz a outro filho, disse: “Desta vez louvarei ao Senhor. Assim deu-lhe o nome de Judá. Então parou de ter filhos”. (Gênesis 29:35)
É como se Lia estivesse dizendo: chega de sofrimento, chega de vergonha, chega de desprezo, pois eu tenho um Deus que me vê, que me ouve, e que me pega em seus braços de amor e promete estar ao meu lado o tempo todo “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti”. (Isaías 49:15)
Judá, “desta vez louvarei ao Senhor”, é um brado de vitória que Lia estava dando. É como se ela dissesse: o motivo da minha alegria é o Senhor, os filhos são benção de Deus, o casamento é benção do Senhor, mas a verdadeira alegria vem do Senhor, por isso eu o LOUVAREI para sempre.
Deus abençoa Lia, tornando-a não apenas mãe de quatro filhos das doze tribos de Israel, mas a matriarca legitima da tribo de Judá, da qual descenderia o Messias, o filho de Deus.
Em toda sua vida, Lia esperou ser vista, ouvida, tocada e amada por Jacó, mas foi em idade avançada que talvez ele tenha percebido o valor da mulher que lhe tinha sido dada como esposa, e escolheu ser enterrado na sepultura da família, perto de Lia (Gn 49.31), em vez de escolher ser sepultado perto de Belém, onde Raquel estava enterrada.
A seguir, Jacó deu-lhes estas instruções: “Estou para ser reunido aos meus antepassados. Sepultem-me junto aos meus pais na caverna do campo de Efrom, o hitita, Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher, e Isaque e Rebeca, sua mulher; ali também sepultei Lia. (Gênesis 49:29-31)

Pr. Arimateia Oliveira Costa é superintendente da Convenção Goiás, da Igreja Adventista da Promessa.

Por que orar?

Busque ao Senhor nos 100 Dias de Oração

Embora já tenhamos ouvido centenas de mensagens nos instruindo que devemos orar, já tenhamos lido centenas de versículos e livros ensinando-nos e incentivando-nos a orar, isso não é algo que nosso coração clama, que nossa carne pede desesperadamente. Orar é uma prática, ou seja, algo que eu começo a fazer continuamente por entender que preciso disso. Orar é uma prática sublime, gloriosa, divina. Sim, orar, segundo Elben César, “é a arte de entrar no Santo dos Santos e de nos colocar na presença do próprio Deus em espírito, por meio da fé, valendo-nos do sacrifício de Cristo, e falar com Deus com toda liberdade por meio da palavra audível ou silenciosa”.[1]
Falamos de oração, pregamos sobre oração, escrevemos sobre oração e agora estamos iniciando o Projeto 100 Dias de Oração, mas o que temos ouvido de vários pastores e autores de renome é que: a reunião de oração está em coma, na UTI, prestes a morrer! Que chocante, que fato triste, mas infelizmente real! O tempo para oração está cada dia mais escasso, não dedicamos tempo nos cultos e muito menos em casa.
Será que podemos mudar esse fato? Sim, com certeza podemos! Embora a oração não seja algo que a nossa carne deseja ardentemente, o nosso espírito tem total consciência de que orar é a melhor forma de nos aproximarmos de Deus, depois da leitura da Palavra. E se quisermos, podemos mudar nosso hábito com a ajuda de Deus. Ele quer que oremos!
Por que orar?
Porque orar é o nosso primeiro e não último recurso. Orar nos conecta ao Pai. Porque orar é o meio de experimentarmos coisas grandes e firmes que não sabemos (Jr 33.3). Orar nos ajuda a vencer a tentação (Mt 26.41). Porque sabemos que, através da oração, Deus pode fazer muito mais além do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Porque a oração nos coloca no lugar certo e nos ajuda a entender quem nós somos e quem Deus é. Porque a oração é o momento que Deus trabalha em nós e começamos a entender que precisamos muito mais dele do que a resposta de nossa oração. Porque precisamos urgentemente de um avivamento, e o avivamento sempre é precedido por oração. O doutor R. A. Torrey afirmou certa vez: “Sem dúvida, um dos grandes segredos que explica a insatisfação, a superficialidade, e a falta de realidade que sentimos na maioria daquilo que atualmente chamamos de ‘avivamentos’, é que há uma dependência muito maior na engenhosidade do homem do que no poder de Deus, recebido através de oração fervorosa, persistente e confiante.”[2] Enfim, por que orar? Porque queremos sair da UTI e estar mais próximos do nosso Criador!
Querido(a) irmão(ã), se você percebe que a sua vida de oração pode estar à beira da morte ou simplesmente adoecendo, junte-se ao Projeto de Oração. Aproveite esses 100 Dias de Oração e interceda por cada propósito, é um ótimo momento para sua vida espiritual, a vida de sua família e de sua igreja ser completamente mudada. Ore, simplesmente pelo fato de que Jesus nos ensinou a orar!

Dsa. Eliane Salvador é Bacharel em Teologia e Congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).


Referências
1 Elben M. Lenz César.1930 – Práticas devocionais; exercícios de sobrevivência e plenitude espiritual; 4. Ed. – Viçosa, MG: Ultimato 2005; p 21
2 https://www.revistaimpacto.com.br/oracao-que-traz-avivamento/ acesso em 18 de junho de 2018

É hora de se levantar

Correr para os braços do Pai é sempre a melhor decisão

O evangelho de Lucas é diferente. Ele dá um destaque especial àquelas pessoas que a sociedade desprezava. Lucas mostra que Jesus veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19:10). Isso incluía publicanos, pecadores, pobres, ricos, judeus, samaritanos, gentios, homens, mulheres, etc.
Um dos capítulos-chave deste evangelho é o 15. Nele, Jesus conta três parábolas que expressam as mesmas verdades, através de figuras diferentes. A ovelha perdida, a moeda perdida e a parábola do filho perdido. Todas elas falam do amor de Deus pelos perdidos. Em todos os casos, sem exceção, os que estavam perdidos eram considerados preciosos.
Mas vamos refletir sobre a parábola do Filho Pródigo. Eu não sei você já ouviu uma pessoa dizendo: “eu era feliz e não sabia”. Talvez fosse essa palavra que veio à mente deste filho, mas o que realmente é ressaltado em seu coração fora o amor de um pai.
Esta parábola, nos faz pensar em pelo menos três atitudes que devemos fazer para se levantar.
1. Abrirmos os olhos para o amor do pai.
É claro que esse pai humano ilustra a atitude do Pai para com os pecadores que se arrependem: ele é rico em misericórdia e graça, e grande em amor por eles (Ef 2:1-10). Tudo isso é possível por causa do sacrifício de seu Filho na cruz.
Vamos ler novamente o versículo 17. “E caindo em si ele pensou…” Se o rapaz tivesse pensado apenas em si mesmo – na fome, na saudade e na solidão teria entrado em desespero. Mas suas circunstâncias difíceis o ajudaram a ver o pai sob outra ótica, e isso lhe deu esperança. Se o pai era tão bom com os servos, talvez se mostrasse disposto a perdoar um filho. É a bondade de Deus, não apenas a maldade do homem, que nos conduz ao arrependimento (Rm 2:4).
Mesmo depois de virar as costas para o pai, o pai sempre pensava em seu filho, seu lugar estava guardado em seu coração. Deus Pai se importa conosco. Não importa a situação em que esteja, até no profundo lamaçal, mas o pai está pensando em você e deseja que seu filho volte. Diferente das outras parábolas o pai não vai procurar o filho, mas fica de olhos fitos esperando seu filho voltar.
As vezes estamos na casa do pai em regalia, mas mesmo assim desejamos as propostas do mundo, pensando que estamos presos e não temos liberdade. Olhamos muito para fora e esquecemos de valorizar as coisas que temos dentro da casa do Pai. O pecado promete liberdade, mas traz apenas escravidão (Jo 8:34); promete sucesso, mas traz fracasso; promete vida, mas se transforma em morte (Rm 6:23).
O rapaz pensou que “se encontraria”, mas, na verdade, se perdeu! Quando Deus é deixado de fora da vida, o prazer transforma-se em escravidão. Deixe a ficha cair, abra seus olhos para o amor do pai!
2. Ter convicção de voltar para a casa do Pai.
Olhe e reflita para o início dos versículos 18 e 20 “vou voltar…então saiu”. Estamos perdidos muitas vezes fora e dentro da casa do Pai. Quando estamos fora queremos que somente nossos desejos e vontades se sobressaiam. Quando estamos dentro da casa do pai olhamos muito para as propagandas que há no mundo. Pense e haja! O pai lhe espera.
O sentido da palavra voltar (gr. αναστας) neste versículo dá o sentido de erguer-se novamente, levantar, ficar de pé. A volta acontece pela confiança que ele tem depositada no Pai e pelo amor próprio. O Pai não nos ama pelo que temos para dar, mas porque somos filhos. Uma vez sendo filho temos parte com Ele.
O filho desobediente havia envergonhado a família e a vila, e, de acordo com Deuteronômio 21:18-21, deveria ter sido morto por apedrejamento. Mas o pai, não se importando com a afronta do filho, mostrou amor para com ele.
3. Reconhecer o tratamento do Pai
No versículo 19, vemos um verbo “Trata-me”. Esta petição indica uma completa mudança de atitude. Quando deixou o lar, disse, “v.12 Dá-me…” Partiu com uma exigência egoísta; voltou com humilde oração.
Esse verbo na língua original (gr.ποιησον) pode indicar algo mais profundo, é como se o filho dissesse: Pai volte a me moldar, me trate por completo.
Deixe o Senhor tratar sua vida, o Senhor dá valor a você. Ninguém lhe dava nada, mas o Senhor, pai que está nos céus, quer que você desfrute do melhor que ele tem pra sua vida.
4. Conclusão
No Oriente, não era apropriado a um homem de idade correr, mas o pai correu ao encontro do filho. Um dos motivos óbvios para isso era seu amor por ele e seu desejo de lhe mostrar esse amor. Mas há outra questão envolvida. Em vez de apedrejamento, houve abraços e festas! Que imagem maravilhosa do que Jesus fez por nós na cruz! O filho descobriu no próprio lar tudo o que havia esperado encontrar na terra distante: roupas, joias, amigos, uma comemoração alegre, amor e segurança para o futuro. O que fez a diferença? Em lugar de dizer: “Pai, dá-me”, ele disse, “Pai, trata-me […]. Estava disposto a ser um servo! Na terra distante, o filho pródigo aprendeu o significado da miséria; mas, de volta ao lar, descobriu o significado da misericórdia. O anel era um sinal de filiação, e “a melhor roupa” (sem dúvida, do pai) era prova de que o filho estava sendo aceito de volta na família (ver Gn 41:42; Is 61:10; 2 Co 5:21). Os servos não usavam anéis, sapatos nem roupas caras. O banquete foi a maneira que o pai escolheu para demonstrar sua alegria e para compartilhá-la com outros. Se o rapaz tivesse sido tratado de acordo com a lei, teria havido um funeral, não um banquete.
É interessante observar a descrição que o pai faz da experiência do filho: estava morto, mas agora está vivo; estava perdido, mas agora foi encontrado. Essa é a experiência espiritual de todo pecador que vai até o Pai pela fé em Jesus Cristo (Jo 5:24; Ef 2:1-10).

Ms. Waldemir Junior é responsável pela IAP em Paar, na Convenção Norte

O trono do Senhor permanece inabalável

Tempo para tudo – guerra e paz

A vida… se tem algo instável é ela! Ela nos prega peças e, não raras vezes, nos desaponta. Se existisse um gráfico que ilustrasse a vida humana certamente seria um gráfico em ondas, que ora oscilam para cima, ora para baixo. Essa é a tônica da caminhada de todo ser humano na face deste planeta e não é diferente com você, pelo fato de ser cristão.
A própria Bíblia, em Eclesiastes 3.8b, nos ensina que existe “tempo de guerra e tempo de paz”. Convenhamos que sua vida não é muito diferente da dos outros bilhões de seres humanos, não é mesmo? Provavelmente você está em um desses estágios: ou em guerra ou em paz. Independentemente de em qual estágio você se encontra, como devemos nos comportar frente a eles?
Os momentos de guerra, de dificuldades e de problemas parecem-nos infindáveis e insuportáveis. Mas minha avó tinha um ditado que dizia que “não há mal que sempre dure”, ou seja, nenhum momento de dor é eterno. Eles sempre vêm e vão; doem, mas passam; custam, mas cicatrizam. E a recomendação que trazemos para você usar nos momentos de guerras e dores é simples: permita-se sofrer, sem superestimar nem subestimar aquela fase. Algumas pessoas em momentos de dor vestem a máscara da hipocrisia e não se permitem chorar suas mágoas e expor suas dores; mas isso é adoecedor e causa males muito mais profundos. Outros afundam-se nas dores e não conseguem ver saída; atolam-se no lodo da depressão e perdem a noção de que há um Deus que está no controle. O caminho para o sucesso nos momentos de guerra na vida é permitir-se chorar sem ser desesperado, sofrer sem ser falso e crer apesar dos pesares.
E os momentos de paz? Ah, esses tornam-se verdadeiros campos minados. Pois se na guerra podemos nos esquecer de Deus devido às aflições, na paz e calmaria corremos o risco de abandoná-lo, caso o sirvamos apenas por interesses. Nos momentos de tranquilidade e estabilidade emocional, financeira, familiar e “espiritual”, como você se relaciona com o Senhor? Qual a sua frequência de orações, jejuns, presença nos cultos? Nos momentos de calmaria da vida, qual a temperatura do seu termômetro devocional? Como não soltar as rédeas e perder as estribeiras em meio à quietude?
Os antídotos contra esse relaxamento devocional são pelo menos dois. O primeiro é a vacina das motivações. Reflita em seu coração as verdadeiras motivações pelas quais você busca o Senhor, repense se, nos momentos de tranquilidade sua rotina de consagração e orações permanece inalterada em relação aos momentos de angústia e desespero da guerra.
Caso sua devoção esteja mancando no período de paz, reveja se você está servindo ao Senhor por quem ele é ou somente pelo que ele pode oferecer. O melhor caminho é servi-lo por quem ele é, pois seus atributos permanecem inalterados, independente das circunstâncias que enfrentamos. O segundo antidoto é a vacina contra a ingratidão. Por vezes, nos momentos de lutas e aflições, buscamos de Deus respostas, soluções e milagres; mas quando o recebemos, não voltamos para agradecer, tais quais os nove leprosos curados por Jesus. O veneno da ingratidão nos afasta de Deus nos momentos de paz, mas o antidoto da gratidão pode fazer-nos vigilantes frente a esse grave pecado. Reflita sobre as motivações do seu coração e sobre como anda sua gratidão.
Em terceiro lugar, quero concluir o ditado da minha avó, que também diz que “não há bem que não se acabe”. Não se esqueça que as calmarias são gotas de água em meio ao deserto, para nos fazer ter forças para a caminhada até o lar celestial, onde ali sim, tudo será paz e tranquilidade eternas.
Finalmente, lembre-se que, quer em guerra, quer em paz, o trono do Senhor permanece inabalável e seu governo soberano e eterno continua intacto apesar de tudo que se passa conosco. Confie no Senhor nos momentos de guerra e jamais se esqueça de se relacionar com ele também nos momentos de paz.

Eric Moura é missionário na IAP.

Deus nos manda odiar?

Tempo para tudo – amar e odiar

Os primeiros versículos de Eclesiastes 3 nos ensinam muito. Ensinam que o tempo não está à deriva. Há tempo para todas as realizações. E esse tempo existe por que há um “Senhor” atemporal que governa tudo e todos, pois diante dele estão nítidas tanto a eternidade passada como a eternidade futura (Sl 90.2). Este “Senhor do tempo” é Deus (Pai, filho e Espírito Santo). Assim, a vida nunca é estática. Ela se recusa estar parada em seus diferentes ritmos de atividades. As estações mudam. As marés mudam. As circunstâncias mudam como numa roda gigante, onde o posicionamento é temporário. Às vezes, as situações são por ações nossas, outras por reações.
Desta forma, há “tempo de amar e tempo de odiar” (Ec 3.8). Comecemos por tempo de amar. Amar é bom. João escreveu que quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor (1 Jo 4.8). Amar anuncia Deus, cuja essência é amor. Quando amamos a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos, cumprimos toda a lei (Mt 22.37-40). Em 1 Coríntios 13 temos um tesouro chamado amor. Quando estamos enriquecidos dele, nossas palavras excedem a linguagem dos homens e dos anjos, o dom de profecia, o conhecimento de todos os mistérios, a expressão do maior ato de fé e a maior das doações. Porque o amor é fonte de paciência, de bondade, de humildade, de gentileza, de perdão, de coisas boas. É como uma armadura que suporta todo o impacto da vida, todo sofrimento, toda descrença e toda a espera. É a maior prova de maturidade cristã. Maior que a fé e a esperança. Começa na terra e continua na glória.
Quando falamos de amor, não podemos esquecer a maior demonstração de amor da história, quando o Pai entregou o Seu único Filho na Cruz por nós (Jo 3.16), fazendo dele nosso modelo de vida.
Mas, e o “tempo de odiar”? Prestemos atenção: Deus não está mandando ou dando liberdade para odiarmos gratuitamente as pessoas. Jesus nos manda amar a todos (Jo 13.34), até mesmo os nossos inimigos (Mt 5.44). No entanto, há muitas coisas que até mesmo Deus odeia, por exemplo:
– Deus odeia pesos falsamente definidos para enganar o próximo – Dt 25.13-16.
– Deus odeia as mãos que derramam sangue inocente – Pv 6.16,17.
– Deus odeia aqueles que justificam os perversos e condenam os justos – Pv 17.15.
– Deus odeia o divórcio – Ml 2.16.
Então o “tempo de odiar” de Eclesiastes 3 é o de odiar as coisas erradas e não as certas e boas, estabelecidas por Deus para o nosso bem.
Amemos a todos incondicional, sacrificial e espiritualmente. E se tiver que odiar, que seja como os irmãos de Éfeso que odiavam os falsos ensinos dos nicolaítas e que receberam, por isso, um elogio do próprio Cristo (Ap 2.6)

Pr. Elias Alves Ferreira reside em Curitiba (PR) e integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Equilíbrio na vida

Tempo para tudo – abraçar e afastar-se

Aprendi que, às vezes, um abraço fala mais que muitas palavras. Em algumas ocasiões, tudo o que é necessário será encontrado em um sincero e caloroso abraço. Em seu famoso poema sobre o tempo apropriado para cada situação, Salomão expressou o controle de Deus sobre o tempo de todas as coisas e que, diante disso, a humanidade deveria submeter-se inteiramente ao seu domínio, vivendo cada experiência em seu tempo oportuno, respeitando, contudo os limites estabelecidos por Deus, de forma equilibrada em tudo o que fosse desejado e desenvolvido pelo ser humano.
Em Eclesiastes 3:5b, está escrito que há hora de abraçar e hora de se afastar (AM). Muitas são as oportunidades boas e ruins que podemos aproveitar ou rejeitar. Nossas escolhas são determinantes para o bem ou para o mal sobre nós mesmos. Até mesmo as coisas boas da vida, como: amigos, famílias, dinheiro, sexo (no casamento hétero), livros, espiritualidade, trabalho, esportes, e outras mais, podem ser prejudiciais, caso não haja um equilíbrio, se estas não estiverem em seu devido lugar no coração, podendo tornar-se um vício, uma compulsão ou até mesmo uma idolatria, a qual constitui a razão de tantas pessoas não terem harmonia com Deus, nem mesmo, umas com as outras. E isso tudo porque, desde que o pecado entrou na humanidade por meio de Adão, o ego humano quer se impor acima de tudo.
De fato, os mais variados vícios (desde os menores – como o hábito de beber um simples refrigerante – aos mais complexos – como a prática da pornografia) podem escravizar uma pessoa quando esta não mantém sua vida equilibrada, sabendo que nem tudo deve ser abraçado ou ainda que, algumas outras coisas são tão importantes que deveriam ser praticadas com frequência. Para tanto, vale a pena considerar o que Jesus, o Senhor do tempo e do espaço, disse aos seus discípulos, quando os designou a pregarem o reino dos céus nas cidades israelitas: “sejam espertos como serpentes e simples como pombas” (Mateus 10:6b – NVT).
Assim como, precisamos ser “espertos”, questionando os efeitos de tudo o que experimentamos, precisamos ser “simples”, para não vermos ou imaginarmos maldade em tudo o que existe ou acontece ao nosso redor. É preciso demonstrar empatia, alegria e disposição para as adições necessárias à vida.
Jesus Cristo demonstrou isso tudo na prática em sua missão redentora. Ao vir à Terra, Ele abraçou uma causa perdida, abraçou a humanidade que estava condenada por conta de sua rebeldia e egoísmo narcisista. Jesus abraçou e abraça pessoas, independente de sua condição pessoal, por causa de seu grande amor. Mas, para abraçar novamente o ser humano que fugiu às cegas de seus braços, Jesus precisou afastar-se de sua própria posição: “embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano. Quando veio em forma humana, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:6-8 – NVT).
Portanto, responda a si mesmo: o que você está abraçando ou deixando de abraçar neste momento? E ainda: o que você deveria abraçar ou afastar-se, para viver uma vida equilibrada, longe de possíveis vícios ou de uma idolatria, que distancia você das pessoas importantes que você conhece e o afasta do próprio Deus? Por que você não abraça o que Jesus lhe oferece através de sua maravilhosa graça? Ele tem um plano de aperfeiçoamento para cada ser humano, para que cada pessoa viva com equilíbrio em todas as áreas da vida e assim possa desfrutar de um relacionamento feliz ao seu lado, onde nada é tão importante quanto a sua companhia bondosa e misericordiosa (Salmo 23).
Assim, também é possível compartilharmos esta dádiva divina com todos os nossos familiares, amigos e vizinhos. Quem você conhece, que precisa experimentar nesta hora, o abraço de Jesus, talvez para se afastar de algum vício nocivo ou, simplesmente, desfrutar a vida enquanto se está vivo? Talvez, Salomão quisesse dizer com a escrita de Eclesiastes, que há três jeitos de viver: Primeiro: viver se perguntando, “o que será de mim?”, “o que a vida me reserva?”. Segundo: viver repetindo em tom de lamentação, “veja o que a vida fez comigo”. E terceiro: substituir as duas primeiras maneiras de viver pela seguinte questão: “o que estou fazendo com a vida?”.
De fato, não importa o que a vida nos reserva ou o que ela fez de nós, mas o que podemos fazer com ela. Está em nossas mãos o poder de decidir como viver a partir da hora atual. Precisamos parar de olhar para o relógio e somente observar o funcionamento dos ponteiros, vendo as horas passando sem tomarmos algumas atitudes relevantes. Temos o poder de decidir o que fazer de nossas vidas. O que abraçar ou não. Então, abrace com força o que realmente importa, a hora é agora! Abrace agora mesmo aquele que se entregou por você numa rude cruz e receba o seu abraço transformador. O abraço de Cristo equilibra e muda tudo em nossa vida! É verdade que um só pecado de Adão trouxe condenação a todos, mas um só ato de justiça de Cristo removeu a culpa e trouxe vida a todos (Romanos 5:18 – NVT). Permita que Deus afaste o controle do pecado para longe de você e abrace esta boa notícia mantendo sua vida centrada nela. A hora de equilibrar a vida é agora! Façamos isto na pessoa e obra de Cristo.

Pr. Mateus Silva de Almeida é responsável pela IAP em Piracicaba e Rio Claro (SP).

Transparência necessária

“Tudo o que não puder contar como fez, não faça!”

Como complemento ao título deste texto, o professor de filosofia Mario Sergio Cortella diz que “…se há razões para não poder contar, essas são as mesmas razões para não fazer… Existem coisas que não podem ser contadas porque pertencem ao terreno da privacidade, do sigilo. Mas há aquelas que não podemos contar porque nos envergonham, nos diminuem. ”
Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim (China), as obras, o cenário criado era “perfeito”. Podemos dizer que os Jogos de Pequim representaram o ápice das Olimpíadas, desde seu início, em 1952. O que ninguém imagina é o que havia por trás de alguns muros em Pequim. Por trás de alguns daqueles cartazes coloridos e dos monumentos incríveis havia a pobreza.
Sabemos que, no cenário espiritual, os olhos de Deus não são como os olhos humanos. A Palavra de Deus, no livro Jeremias, capitulo 17.10 diz que Ele é capaz de sondar profundamente os corações. Hebreus 4.13 externa que não há criatura alguma incógnita aos olhos de Deus. Não há como fugir dos seus olhos!
Com medo dos propósitos de Deus, Jonas resolve, em um ato de desespero, fugir da presença do Senhor (Jn 1:2). Quantos de nós não cometemos o mesmo erro?
No livro de Gênesis, o primeiro casal, Adão e Eva, decide se esconder da presença de Deus no jardim que Ele mesmo havia criado.
Querer fugir ou se esconder de Deus nos mostra que perdemos a nossa intimidade e a nossa confiança nele.
A frase de Immanuel Kant, no título deste texto, nos traz algo extraordinário. Realmente o que não podemos contar por vergonha, na maioria das vezes, representa algo que não deveríamos ter feito. Corremos como loucos para encontrar artifícios coloridos, atrativos para camuflar nossos erros. São omissões, mentiras que constantemente encobrem nossos erros no cotidiano.
Quem poderia imaginar que pessoas tão íntimas de Deus poderiam tentar se esconder de dele? Foi o que Adão e Eva tentaram fazer, sem sucesso. Da mesma forma, Deus não se impressiona se camuflamos nossas mazelas com cartazes coloridos. Ele sonda nossa vida por inteiro. Nada nem ninguém pode enganar Deus.
Mas uma decisão é capaz de mudar as nossas vidas e fazer as nossas pazes com Deus: abrir os portões para Ele, permitindo que Ele veja nosso erro e nos mude. Ele nos dá forças para não mais errar e nos purifica de todo pecado, de forma que não teremos mais do que nos envergonhar.

Adrilson de Oliveira é diretor do Ministério de Música e Artes da Convenção Oeste Paulista e congrega na IAP em Santa Antonieta, Marília (SP)