Conecte-se com a sua história

“Um povo sem memória é um povo sem história.”  Emília Viotti da Costa
O que somos hoje é reflexo do caminho que percorremos. É preciso seguir em frente, mas sem esquecer aquilo que já se passou. Lembre-se de onde você veio. Não importa se sua origem foi humilde e pobre, se você passou por privações, dificuldades e tristezas. Todos temos um passado e temos responsabilidade com ele. Seja grato. A gratidão é o reconhecimento de que para chegar onde você está, você precisou de ajuda. Lembre-se de quem te alimentou, ensinou a andar, a comunicar-se, segurou sua mão para te ajudar a levantar quando, em seus passos inseguros, você caía. Demostre gratidão por quem esteve ao seu lado e lhe educou, ensinou, apoiou, incentivou e motivou. Lembre-se de quem cuidou de você quando você precisou. Lembre-se de suas raízes.
O apóstolo Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, advertiu que nos últimos dias sobreviriam tempos difíceis e que os homens se tornariam egoístas, avarentos, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis e inimigos do bem. (2 Tm 3.1-3). Os filhos de Deus não podem se encaixar, de forma alguma, a essa descrição.
A palavra de Deus orienta seus filhos a honrar pai e mãe. (Êx 20.12, Ef 6. 1-3). Honrar é obedecer, amar, cuidar, não importando a idade que tenham ou se foram bons ou maus.
Deus, em sua infinita misericórdia e amor, se preocupou e deixou orientações sobre o cuidado com homens e mulheres idosos. Também fez recomendações sobre o cuidado com as “viúvas” (bisavó, avó e mãe) e com os “da sua própria casa” (Família – pais, irmãos, irmãs). (1 Tm 5. 1-2,4,8). A orientação é para que filhos e netos cuidem primeiramente das mulheres viúvas de sua própria casa. Porém, quando lemos a palavra “primeiramente”, fica implícito no texto a responsabilidade de cuidar também das outras mulheres viúvas. O cuidado com as viúvas não deve ser somente o provimento material (muitas nem precisam), mas também com a provisão espiritual e emocional. Elas passam por momentos de angústias, aflições, sofrimento, tristezas e solidão. É dever do cristão cuidar das viúvas e, além disso, é mandamento de Deus. (1Tm 5.3).
Sobre “cuidar dos da sua própria casa”, é importante observar que muitas pessoas não conseguem, por si só, prover os meios de sobrevivência. Cabe a todos, portanto, o exercício da generosidade.
Cuide daqueles que fizeram e fazem parte da sua história. Valorize seus bisavós (aqueles que ainda os tem vivos), seus avós, seus pais e irmãos. Ame-os. Visite-os. Sente-se para conversar, recordar, ouvir. Não renegue a sua história.
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior que o descrente.” 1 Timóteo 5.8
Valdete Moraes da Cunha de Oliveira, casada com o Pastor Moisés Severino de Oliveira, é professora e congrega na Igreja Adventista da Promessa em Prado Velho, Curitiba – Pr.

Enquanto a igreja nos falta, um convite nos surge

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Rm. 8:28
Pandemia, distanciamento social, templos fechados, cultos online.
Será que Deus tem um propósito para isso tudo? Certamente sim! É tempo de, individualmente, trazermos novo significado à nossa espiritualidade.
Quando a dinâmica da igreja nos é suprimida, nos esforçamos para mostrar a nós mesmos que, ainda assim, somos corpo de Cristo. A igreja reunida tem a função de conduzir seus membros, de modo coletivo, à santidade, à adoração, à aprendizagem, ao crescimento espiritual. Hoje, por meio de lives, de Pequenos Grupos virtuais e de Grupos de Oração nas Redes Sociais, esforçamo-nos para não perdermos a sintonia que tínhamos na igreja, em nossos encontros presenciais, mantendo-nos espiritualmente saudáveis.
Cremos que, em algum momento, estaremos juntos novamente e temos ansiado muito por isso! No entanto, esse é um tempo único, no qual o Espírito Santo nos convida a colocarmo-nos realmente a sós com Deus. O Senhor nos quer de maneira mais profunda e significativa. Ele nos impulsiona agora a ultrapassarmos os limites do visível e a conhecê-lo mais!
Enquanto as atividades da igreja nos davam uma sensação de bem-estar e conforto, com suas músicas e com seu ambiente preparado a receber adoradores, agora a solidão dos pensamentos, as orações aos pés de nossa cama, a adoração em meio às tarefas nos conduz a percebermos Deus mais intimamente e nos provoca a buscarmos ao Senhor de maneira diferente e especial. Agora, na introspecção e na solitude, não há nada que nos confunda. Tudo passa a ser transparente e nítido. Mas, a busca por Deus se intensificou?
Você já pensou que talvez esse seja o propósito em tudo isso? É tempo de abrirmos as portas mais secretas de nosso íntimo e, sem receio, desfrutarmos de experiências com nosso Deus que, provavelmente, no conforto da igreja, não alcançaríamos. É tempo de avançarmos e caminharmos mais com Ele.
A oportunidade nos é dada. Podemos ultrapassar níveis inimagináveis de proximidade com o Senhor; basta um passo priorizando tempo com Deus e sua Palavra.
Há um convite da parte do Espírito Santo que, nesse tempo, ressoa em nossos ouvidos chamando-nos a seus propósitos. Que, enquanto a igreja nos falta, em tempos de distanciamento, aproximemo-nos intensamente do Senhor, respondendo ‘sim’ a seu amoroso convite, com a certeza de que, mesmo depois, quando enfim pudermos ir aos templos cultuar coletivamente, que a intimidade com Deus permaneça em nossas vidas!
Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Isaias 55:6
Por Simone de Macedo Bastos da Silveira
Graduada em Letras e Pedagogia, especialista
em tecnologias interativas aplicadas à Educação (PUC-SP).
Coordenadora Pedagógica
Casada com Álvaro Augusto da Silveira, mãe da
Vanessa e Fernanda. Membro da IAP V. Maria – SP.

Conectadas com a palavra

“Um dia o sumo sacerdote Hilquias foi ver Safã, o secretário do rei, e disse: ‘Encontrei um livro no templo do Senhor, e esse livro é o livro da lei!’…” II Reis 22:8 NBV-P
No livro de II Reis capítulos 22 e 23 encontramos a história do reinado de Josias. Ele estava reinando há dezoito anos quando resolveu consertar os estragos do templo. Safã, seu secretário, foi até o sacerdote Hilquias e repassou suas orientações. Ao executar tal ordem, o sacerdote encontrou o livro da lei do Senhor.
Como assim? O livro da lei do Senhor estava perdido? Pode parecer estranho, mas é o que está registrado nas sagradas escrituras. E, da mesma forma que aconteceu nessa história durante o reinado de Josias, é possível que muitos de nós tenhamos perdido a palavra de Deus.
Os zeladores de igreja que o digam. Quantas Bíblias são esquecidas nos bancos das igrejas e muitas vezes seus donos nem sentem falta…
Nesse momento muitos podem até dizer, eu não perdi minha Bíblia. Ok, pode ser que você a tenha na sua casa guardada em algum lugar, em alguma gaveta, bolsa, no smartphone, no computador ou até mesmo ela esteja em cima de um móvel aberta no Salmo 91. Mas, será que a palavra do Senhor não está “perdida”?
Se nós temos a Bíblia mas não a lemos, paramos de praticá-la ou ainda não permitimos que ela produza efeito em nossas vidas, então está perdida.
Não adianta termos a palavra de Deus à nossa disposição em todas as versões possíveis se a deixamos pelos cantos e não meditamos em seus ensinamentos.
O Senhor nos convida a nos conectarmos com a sua palavra, de tal modo que ela produza em nossas vidas o efeito que produziu na vida de Josias.
Quando o rei ouviu as palavras do livro, rasgou as suas vestes, abriu seu coração, se humilhou diante do Senhor e tomou a atitude de renovar a sua aliança e do povo com o seu Senhor.
Não deixemos a palavra de Deus esquecida. Precisamos todos os dias desse encontro com a palavra do Senhor. A leitura e a prática dos ensinamentos que esse livro maravilhoso contém irá produzir em nós mudança de comportamento, restauração e renovo.
Débora Hilário Pereira, casada com Dayvison Levy, Congrega na Igreja Adventista da Promessa em Osasco – SP.

Desconectadas, com a cabeça na lua

Há 51 anos o homem pisou pela primeira vez na lua, e desde então a ciência busca no cosmos respostas para diversos enigmas e solução para os problemas aqui da terra. Como a astronomia, o ser humano vive buscando longe de si a conexão consigo mesmo e com o mundo que o cerca.
Numa época dominada pela tecnologia, falar em conexão nos leva automaticamente a pensar na internet, pois ela encurta distâncias, facilita a comunicação, amplia o conhecimento e nos liga a quase tudo o que consideramos importante. Apesar de super conectadas, parece que nunca estivemos tão distantes de nós mesmas e de nossas reais necessidades.
Prova disso é que, às vezes, sabemos muito de moda, de tendências de cabelo e de maquiagem, mas pouco sobre quem somos de verdade. Conhecemos a vida de todo mundo pelas redes sociais, mas quase nada do que se passa dentro de nossas casas. Estamos informadas sobre política, ciência e sociedade, contudo não sabemos como resolver nossos problemas do dia a dia. Desenvolvemos um perfil atraente nas redes, mas não atraímos amizades verdadeiras. Ostentamos nossas aquisições, nossa vida social, entretanto escondemos o vazio que vai em nossa alma. Na busca de respostas sobre a vida procuramos literaturas, cursos, palestras, experiências imersivas¹, ajuda de couchers² e mentores³.
Porém, conexão diz respeito a uma ligação forte e profunda que não pode ser encontrada em nosso ego, numa vida de aparências ou na aprovação dos outros. Somente quando nos afastamos de prioridades vazias e nos aproximamos de Deus, passamos a nos conectar com o que pode dar significado verdadeiro às nossas vidas. Só Ele, que conhece a nossa essência (Jeremias 17:10, Romanos 8:27), é capaz de revelar nossa verdadeira identidade, de filhas de Deus (João 1:12, Gálatas 3:26) e de nos mostrar que valemos muito mais do que aquilo que vestimos, temos ou fazemos (Mateus 10:31, 6:28-30, Lucas 15:8-10). Só Ele consegue nos libertar de nossos desejos egoístas (Fil 2:3, I Cor 10:24, Jeremias 17:9) e nos ensinar o amor verdadeiro (I Coríntios 13: 4-7, I João 4:9-11), mudando nosso jeito de pensar e de agir (Efédios4:22-32). E, o mais importante: revela para nós o propósito de nossa existência (João 3:16, I Pedro 2:9, Romanos 11:36).
Desenvolva uma conexão íntima com Deus e você encontrará respostas para suas perguntas, solução para seus problemas e sentido para sua vida!
 
Romi Campos Schneider de Aquino, mãe do Henrique e do Davi, é psicóloga, auxilia seu marido Luciano no pastorado das Igrejas Adventistas da Promessa de Ana Terra e Monte Castelo, em Colombo -PR e íntegra a equipe do Ministério Vida Pastoral Geral da IAP.
 
Notas:

  1. A experiência imersiva é uma técnica onde as pessoas são convidadas a viver uma experiência intensa em ambiente interativo, que pode consistir numa situação da vida real ou paralela à sua vida quotidiana.
  2. Coach é um facilitador que presta apoio ao coachee através da identificação dos seus valores, da sua visão pessoal e dos seus objetivos, por meio de perguntas, encorajamento, tarefas e desafios.
  3. Mentor é uma pessoa mais experiente ou com mais conhecimento que ajuda a guiar uma pessoa menos experiente ou com menos conhecimento, orientando ideias, ações, projetos e realizações.

 
 
 
 

Eu sei como se sente! Será?

Este é o significado de empatia, se colocar no lugar do outro, tentar sentir o que o outro sente. Mas será realmente possível nos colocarmos no lugar do outro, ou podemos apenas imaginar como é estar no lugar do outro? Por exemplo, alguém que nunca perdeu a mãe pode dizer para o outro “eu sei como se sente”? Acredito que não. Mas então onde se encaixaria esse termo? Apesar de não termos vivido o que o outro viveu, é possível nos sensibilizarmos com seu sofrimento, com sua dor, sua angústia e muitas vezes até com suas escolhas equivocadas ou desastrosas.
Para sermos empáticos, um princípio importante a ser respeitado é não comparar, não julgar.
Dor não se compara. A dor maior sempre será a nossa, não importa o quanto ela seja insignificante para alguém. E isso se aplica para todas as pessoas.
Diante das falhas e erros do outro é possível ser empático. Empatia não significa passar a mão na cabeça de alguém e ignorar seus erros, mas sim ver a pessoa por trás dos erros. Enxergar o ser humano diante nós, com suas falhas e virtudes, assim como nós as temos.
Estamos vivendo um momento muito propício para se falar em empatia. Na verdade, não há momento melhor para as pessoas exercitarem isso como quando se trata de calamidades, catástrofes, onde normalmente as pessoas se unem em um só propósito. Como nos sensibilizamos!
Mas pode ser que nos esqueçamos que esse conceito é muito amplo e vai muito mais além de escolhermos com quem devemos ser empáticos.
Quando julgamos, discriminamos ou reprovamos o próximo, já significa uma profunda ausência de empatia.
Vivemos um período em que no dia a dia vemos tantos discursos inflamados de ódio, até daqueles que deveriam pregar a paz, disfarçados de posicionamentos políticos e tantos outros assuntos polêmicos. Não pensamos duas vezes para ofender, maltratar e humilhar.
O maior exemplo de empatia partiu de Deus, o criador, em relação à humanidade, enviando seu filho. Cristo verdadeiramente se colocou em nosso lugar , morrendo por nós, por mim, por você, por todos aqueles que eu e você podemos julgar como indignos (ladrões, homicidas, prostitutas…). E olha que não éramos bonzinhos! Na verdade, continuamos não sendo, mas ainda assim, optou por se entregar por nós. E com isso nos deixou uma grande lição: “Tente se colocar no lugar do outro”.
Na bíblia há um lindo texto (Lucas 22: 54-62) e convido você que já leu, a reler e você que ainda não leu, leia. Lá encontramos um episódio de alguém que errou e se frustrou (Pedro), porque percebeu que chateou a quem ele não gostaria de chatear (Jesus). Trata-se do momento em que Jesus foi preso e Pedro, um de seus discípulos, que por vezes era muito afoito e havia jurado que jamais abandonaria seu mestre, se viu traindo-o. Pedro, que já havia sido advertido pelo próprio Jesus de que O negaria, se vê agora diante do cumprimento dessa triste realidade. Após o galo cantar, caiu em si e quando levantou os olhos, viu o mestre olhando-o fixamente, era um olhar profundo!
Preste atenção naquele olhar de Jesus. A primeira coisa em que somos levados a pensar é que seria um olhar julgador, como se Jesus dissesse, através daquele silencioso olhar: “Tá vendo Pedro, bem que te avisei”. Li esse texto com minha neta de 10 anos e fiz uma pergunta para ela: “O que você acha que Jesus estava dizendo com esse olhar?” Ela respondeu exatamente o que foi mencionado acima… “Tá vendo Pedro…”. Mas daí perguntei: “ Não poderia ser um olhar que dizia: “ Fica tranquilo Pedro, eu entendo, você é humano e nossa história não termina aqui”? Ela respondeu: “é verdade vovó”.
Tentar se colocar no lugar do outro e entender como o outro sente não é fácil, porém é necessário. Não só daqueles que nos despertam algum tipo de simpatia, mas também daqueles que são diferentes de nós ou, por algum motivo, tendemos a julgar e maltratar.
Que o amor de Cristo em nossas vidas, a sua grande, imensa capacidade de ter se colocado em nosso lugar, nos capacite para exercermos o amor na vida daqueles que estão a nossa volta em forma de empatia!
Rubenita Lacerda Souza, Psicóloga, casada com Waldeci Antonio de Souza, mãe da Débora e do Abner, avó da Lara, Pedro e Samuel, congrega na Igreja Adventista da Promessa de Vila Joaniza

Thanos versus Homem de Ferro

Quando lemos algo sobre filmes de super-heróis, logo pensamos nos vilões, quais serão seus planos, seus poderes e, nesse caso, me lembro de um super-vilão com estratégia altamente genocida: Thanos.
E todas as vezes que assisti aos filmes da série “Os Vingadores”, especificamente os dois últimos (Guerra Infinita e o Ultimato), nos quais Thanos está trilhando com maestria seu plano de “salvação” para a humanidade, o vilão declara algumas frases que ficam em minha mente. Numa delas, a mais icônica e em final de filme (uau, e que final meus amigos, rs, foi um dos momentos em que o cinema foi à loucura!), ele declara: “Eu sou Inevitável”
Assim também são os ataques do Diabo. Ele tenta todas as artimanhas para tirar o nosso foco, usando distrações que nos deixam obcecados em satisfazer às nossas vontades. E é impossível obedecer à carne e ao Espírito ao mesmo tempo “As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus” (Rm 8:8).
Mas algo é certo: o que realmente é inevitável é a derrota do Diabo “… e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2:15). Em outras palavras, a vitória aconteceu no Calvário.
No mundo da Marvel, um homem se sacrificou para salvar as pessoas que amava. Para que o mundo pudesse sobreviver, num estalar de dedos, de forma inesperada, o ultimato: o “Homem de Ferro” colocou um fim aos planos do Thanos.
Mas no mundo real, sabemos que não foi em um estalar de dedos, não tinha uma multidão em sua defesa e não era show de efeitos especiais. Ao contrário, foi sofrido, dolorido, humilhante. Com desprezo o grande Rei foi crucificado! Jesus Cristo se entregou para salvar toda a humanidade, para que, Nele, o homem tivesse vida plena. Ele tem a autoridade sobre a morte!
Nossa vida não é como um filme em que heróis e vilões ficam disputando poder. Certo é que sem o salvador Jesus Cristo permanecemos mortos por causa dos nossos pecados, desobedientes, manifestando o mal, fazendo coisas ruins e vivendo as nossas próprias paixões.
Mas Deus, que é rico em misericórdia, nos amou tanto, mas tanto, que mesmo espiritualmente mortos, nos dá vida juntamente com Cristo. Pela graça imerecida somos salvos! Não temos mérito algum, mas Cristo nos dá uma nova vida. O plano de amor e resgate do ser humano está estabelecido desde a criação do mundo. O amor venceu a morte e nada pode detê-lo!
Escrito por Dani Batista Ferreira, casada com Eliel Ferreira, congrega na Igreja Adventista da Promessa em Jales/SP – Jardim América

Qual a senha do wi-fi? Reconecte-se!

“Naquele dia, quando soprava o vento suave da tarde, o homem e a sua mulher ouviram a voz do SENHOR Deus, que estava passeando pelo jardim…” Gênesis 3:8.  Sempre que leio este  texto  fico emocionada. Deus  passeava pelo Jardim do Éden e conversava com Adão e Eva. Que maravilhosa comunhão! Desde o princípio nosso Pai Eterno buscou relacionar-se  com a criação, mas a queda e a desobediência levaram o casal para longe do Éden e a convivência mudou.
Como tem sido o seu relacionamento com Deus? A sua conexão está clara, direta e sem interferências? Ele está presente no seu dia a dia?
A palavra conexão é muito usada no mundo virtual e vem acompanhada de termos  que já fazem parte de nossas vidas, como internet, wi-fi  e tecnologia de comunicação imediata com uma banda larga de excelência, por favor! Quando “cai a internet” em certos momentos é terrível e se os documentos não estiverem com salvamento automático,  a situação fica crítica.
Como está sua internet espiritual? Sua banda larga está suprindo todas as conexões? Como está sua ligação com Deus? Plena ou com falhas?
Estas perguntas são importantes se levarmos em conta a conexão direta com Deus que havia lá no princípio dos tempos… Ele passeava no Jardim e conversava com Adão e Eva. Ocorre que  também  somos a criação de Deus! Em João 3:16 lemos que Ele entregou seu único filho para que tivéssemos vida eterna, ou seja, através de Jesus nossa ligação foi restabelecida. Alegrem-se! O Pai deseja estar conosco em todo o tempo e para sempre, porque nos ama profundamente.
Ah,  como nosso ser integral sente falta dessa conexão com o Criador quando, por algum motivo, nos afastamos de Sua presença!  Precisamos a cada dia renovar nossa aliança com Deus, em Cristo Jesus, e permitir que Sua graça e Sua verdade conduzam nossas ações, reconhecendo nossos erros, pedindo perdão, num processo diário de aprendizado e compreensão de Seu infinito amor. Quanto mais próximos do Pai,  maior é a quantidade de amor, paz e harmonia que revelamos ao mundo.
Jesus nos ensinou como podemos ter essa vida de relacionamento e confiança, quando nos orienta em João 14:6: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Bem, eu descobri e vou compartilhar  Querem saber? Anotem aí a senha do wi-fi para reconectarem-se urgentemente com Deus: “FÉ”.
“Portanto, cheguemos perto de Deus com um coração sincero e uma fé firme, com a consciência limpa das nossas culpas e com o corpo lavado com água pura.” Hebreus 10:22
Escrito por Genilda Farias, casada com Silas Farias e mãe do Pedro José. Formada em Letras e Pedagogia, congrega na Igreja Adventista da Promessa em Vila Maria – SP/SP.

Quando os planos não dão certo

Atualmente trabalhamos muito, vivemos um ativismo estressante, que nos faz sonhar com férias para desligar de tudo. Planejamos os detalhes: data de saída, quantos dias em viagem, escolhemos o que cabe no orçamento já apertado,  organizamos a documentação, decidimos que passeios fazer e contamos os dias. Afinal, corremos tanto que merecemos desfrutar desse tempo para nós com nossa maravilhosa família. Se você é como eu, entende que a única forma de se desligar totalmente da sua rotina é ir para um lugar diferente, conhecendo outra cultura ou paisagem. Pode ser uma viagem de apenas alguns dias em um hotel fazenda ou parque aquático, numa cidade charmosa; ou uma viagem com maior duração, na praia ou na serra com chocolate e fondue. Independentemente do tempo ou local, viajar é tudo de bom!
Agora imagine chegar na véspera da viagem e receber uma notícia bombástica: sua viagem foi cancelada! Os voos não estão operando, os hotéis fecharam as portas e as fronteiras entre países e cidades também estão fechadas. Todos devem ficar em casa, pois uma pandemia chegou sem data para ir embora. Infelizmente isso não é um filme de ficção, mas a realidade que temos vivido desde março deste ano. Essa realidade gera frustração e nos faz lembrar do texto bíblico de Provérbios 19:21: “Muitos são os planos do coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor” (Pv 19.21).
Somos movidos a planos e sonhos, e ficamos decepcionados quando aquilo que acalentamos no coração não se realiza, mesmo prevalecendo o propósito do Senhor. Precisamos aprender com Sua soberania pois Ele sabe todas as coisas, nós não. Sempre queremos controlar nossas vidas, mas o atual cenário mundial nos faz entender que, decididamente, não sabemos nada sobre o amanhã. Apenas Deus sabe, e isto basta!
Se por um lado nos sentimos tristes por ver nossos planos cancelados, por outro precisamos pensar nas lições que essa pandemia nos ensina. Antes não tínhamos tempo para conversar direito, agora temos. Pais acelerados se tornaram “professores” auxiliando os filhos nos estudos e criando brincadeiras para passar o tempo. Se olharmos com mais amor para nossos lares, se planos como viajar já eram bons, imagine depois que tudo isso passar, com mais comunhão com aqueles que amamos. No trade turístico, várias campanhas foram lançadas pelo Ministério do Turismo e operadoras, estimulando o turista a adiar o sonho de fazer as malas e remarcar as viagens. Gosto em particular de um lema proposto pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) que diz: “Não cancele seus sonhos, não cancele sua viagem. Apenas adie!’”.
É isso! Nossos sonhos não foram cancelados, mas sim adiados. Quando tudo isso passar, poderemos fazer novos planos, com mais comunhão familiar, mais amor e carinho, mais entendimento da dependência de Deus, de que nosso amanhã está nas mãos dEle. Sonhos não são cancelados, apenas adiados. Pense nisso!
Adriana Cristina Mantelato Coveiro é casada com Ailton Góis Coveiro, agente de viagens e formada em Administração de Empresas. Congrega na Igreja Adventista da Promessa em Jardim América, Jales/SP

Eu te amei desde a primeira vez que te vi!

Dois olhares se cruzam pela primeira vez, o coração começa a bater mais forte, então uma tímida troca de sorrisos marca aquele momento para sempre. E no reencontro, não tem como disfarçar, há um clima diferente, o coração acelera novamente, agora mais forte e as mãos começam a transpirar. Ah, é impossível negar, um sentimento começa a brotar e lá dentro você diz: encontrei o amor da minha vida e não posso mais viver sem ele!
Será que é assim que acontece o amor de verdade?
A Bíblia conta uma linda história de amor, a de Isaque e Rebeca. Relata que Abraão, o pai de Isaque,  mandou o servo de confiança ir buscar uma moça, na terra da sua parentela e logo que ele retornou trazendo Rebeca, Isaque de imediato tomou-a como sua esposa e a amou desde aquele momento. Olhando assim, nos parece simples a vida a dois, porém sabemos que um relacionamento para dar certo requer esforços de ambas as partes.
O livro As quatro estações do casamento, de Gary Chapman, descreve o amor em duas importantes fases: o estágio inicial, que corresponde ao amor romântico ou obsessivo e o segundo estágio, o intencional. Na primeira fase, o amor não requer muito esforço, somos levados por um rio de emoções positivas e é durante esse período que muitas pessoas se casam, na expectativa de manter esse sentimento de arrebatamento um pelo outro pelo resto das suas vidas e não entendem que essa fase corresponde apenas ao estágio inicial do amor.
Segundo Gary Chapman, muitas pesquisas demonstram que a duração média dessa euforia inicial é de dois anos, muitos casais ao perceberem que aquele sentimento está mudando, ou seja, que estão saindo do estágio romântico e partindo para o estágio intencional do amor, perdem o interesse pela outra pessoa,  se interessam por outra e acabam se divorciando, aí começa um ciclo de experiências conjugais frustradas, pois não há maturidade suficiente para seguir em frente em uma fase que requer maior empenho para alimentar o interesse mútuo, pois o amor nessa fase, precisa de esforços diários, assim como uma planta precisa ser regada, podada, nutrida dia após dia, a vida a dois apresenta suas dificuldades.
Contudo, ao longo da caminhada percebemos que o amor não se trata apenas de um sentimento e sim de uma decisão diária.
Na bíblia, Deus não fala, sinta amor e sim, “ame”, o verbo está no imperativo, Ele nos deu uma ordem, ou seja, amar se concretiza por meio de ações, de atitudes: “ame ao seu próximo como a si mesmo” Gálatas 5:14, “Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a Igreja” Efésios 5:25”
Por fim, não desista do amor, se você ainda não encontrou alguém para compartilhar a vida, persista, a caminhada a dois apresenta seus desafios, mas o casamento é algo instituído por Deus, pois criou homem e mulher para se completarem na jornada da vida e formarem uma família: “Depois disse o Senhor Deus: “Não é bom que o homem fique sozinho. Vou fazer para ele uma companheira”. Gênesis 2:18.
Por outro lado, se você está vivendo uma estação difícil em seu relacionamento, não desista de amar; o inverno nos deixa frios, o outono quer arrancar tudo entre nós mas, as fases são completamente normais, precisamos entender que não será sempre um “mar de rosas”.
Identificarmos a fase que estamos vivenciando é o primeiro passo, o segundo, é buscarmos passar por elas com razão e empatia. Se formos resilientes, logo mais desfrutaremos da primavera outra vez, por isso cuide, regue e nutra, mesmo em tempos difíceis.
Na Bíblia encontramos muitas recomendações acerca do amor, pois Ele sabe que um dos maiores desafios da humanidade é amar. Ame!
“O amor é paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso, nunca é grosseiro, nem egoísta. Não é irritadiço, nem melindroso. Não guarda rancor. O amor nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra quando a verdade triunfa. O amor tudo sofre, sempre crê, sempre espera o melhor, tudo suporta.”  1 Coríntios 13:4-6.
 
Escrito por Mirian Maria S. Guimarães, esposa de David C. Guimarães, mãe de Pedro e Benício. É administradora e empresária, congrega na Igreja Adventista da Promessa Faz. Grande do Retiro, Salvador-BA. Líder do MM Bahia Setor Norte.
 

Provisão de Deus em meio às perdas

Nos dias atuais temos experimentado diversas perdas, o que parece ter transformado a perda quase em rotina. Enquanto alguns perderam emprego, renda ou viram seus negócios ruírem, outros perderam a saúde e vidas de pessoas próximas, como pais, irmãos, filhos, companheiros e amigos, e a ausência da despedida nesse momento de luto dificulta ainda mais a superação da dor. Nesse tempo de pandemia todos perdemos, ao menos em parte, a liberdade de ir e vir e, com a ausência do convívio, também os momentos de comunhão com nossos irmãos e amigos. Mas, seja lá qual for a sua perda nesses dias de incertezas, há esperança e provisão para os que confiam em Deus.
A palavra do Senhor nos ensina que mesmo em momentos de dor, ansiedade e sofrimento temos a quem recorrer e somos desafiados a manter nossa esperança viva, pois Deus conhece os planos que tem para nós e são planos para prosperarmos, não para nos causar dano, planos de nos dar esperança e futuro (Jeremias 29:11).
Em 2 Reis 4 aprendemos com uma mulher viúva que, além de enfrentar o luto, precisava lidar com uma dificuldade financeira tão grande a ponto de quase tomarem os seus filhos como escravos, em pagamento por uma dívida deixada pelo seu falecido esposo. Ela não tinha como pagar a dívida, mas recorreu a Deus, confiando na provisão dele. Por meio do profeta Eliseu, o Senhor operou grande milagre na vida daquela mulher, trazendo recursos suficientes que garantiram a liberdade dos seus filhos e sustento para sua família. Essa mulher enfrentou o luto e condições financeiras adversas, mas buscou no Senhor estratégia e solução para o seu dilema.
O momento que estamos vivendo nos direciona para a busca e a confiança na provisão de Deus. Talvez pareça que não teremos saída, que o que temos é pouco para superar nossas dificuldades. Talvez tenhamos pouca força, poucos recursos, até mesmo pouca fé, mas o nosso bom Deus pode prover o milagre em nossas vidas, como fez com aquela viúva endividada, que não tinha nada além de um pouco de azeite.
Que possamos viver esses dias na confiança de que o “nosso Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos” (Efésios 3:20). Que tenhamos a certeza de que o Senhor nos dará forças, aumentará nossa fé e esperança, e nos dará a provisão e o consolo necessários diante das nossas perdas.
 
Juliana Mateusa Meira Cruz, casada com Walter Oscar Pereira Cruz, mãe do Gabriel e da Melissa,  é graduada em Ciências Contábeis e mestre em Gestão e Organizações Públicas. Serve a Cristo na Igreja Adventista da Promessa em Santana, São Paulo – SP.

Como você tem se vestido?

Vamos falar sobre roupas? Mas antes quero que pense em qual é a peça mais confortável do seu armário. Pensou? Com certeza veio à sua mente uma blusa regata, aquele vestidinho floral que todas temos (ao menos um) ou uma calça legging, não é mesmo?
Agora me responda: qual roupa você  tem usado com mais frequência nos últimos três meses?
É o pijama, acertei?
O pijama é uma das peças preferidas no inverno, quando as pessoas normalmente acabam ficando mais reclusas em casa e  curtindo aquele chocolate quente. Mas estamos vivendo um momento um pouco diferente de todos os que já tivemos e a peça está cada dia mais dominando nossos looks.
Algumas cidades no brasil já estão perto de chegar aos 90 dias de isolamento social causado pela pandemia da covid-19 e, neste momento, nossa rotina ficou meio confusa. Muitos trabalhando em home office, alguns até podendo escolher seus horários de dormir e acordar, ao mesmo tempo em que não se tem a separação entre espaço de descanso e de trabalho. As crianças sem ir à escola ficam incansáveis ou entediadas, a família toda confinada e, para a maioria das pessoas, sair de casa só se for para ir ao mercado ou à farmácia mesmo.
A melhor solução é tentar manter a calma.
Diante disso tudo estamos cada dia mais buscando o confortável e o simples, fazendo da roupa um alívio e não uma preocupação.
Desde 2018 alguns sites de moda já alertavam que o pijama seria tendência, dentro e fora de casa. Sim, para ser usado também nas ruas! “Da cama para a rua”, como diziam algumas manchetes. Famosas aderiram usando no seu dia a dia, muitas inclusive apareceram com ele no tapete vermelho, fazendo com que o pijama, antes uma peça considerada íntima, se tornasse mais uma roupa a ser exposta.
E será que não estamos fazendo o mesmo com nossas vidas? Na era digital, onde em um click nos ligamos ao mundo, expomos cada vez mais o que deveria ficar reservado somente a nós. Seja nosso corpo ou emoções, nossa família e opiniões. A internet é um mundo paralelo, onde não há tristeza, somente pessoas felizes e perfeitas habitam ali. Será? Reflita sobre “com que roupa” você tem se apresentado diante do mundo lá fora. E peça a Deus entendimento e discernimento, para que vivamos conforme a sua vontade, nos preservando e sendo luz, independente do lugar onde estivermos.
Yasmin Maria Soares Ramos Melo, casada com Hericles Araujo de Melo Ramos, é designer de modas e congrega na Igreja Adventista da Promessa em Vila Medeiros, São Paulo – SP
 

 Lockdown, confinados mas confiantes!

Bloqueado!
A coisa sempre começa com um aviso prévio, depois vem um alerta, na sequência uma advertência e, por fim, o bloqueio. Este tipo de situação é comum acontecer com as licenças de software, aplicativos e acessos virtuais. Mas, dessa vez, foi bem diferente. Se trata da restrição ao direito de ir e vir, que afetou em cheio nossa forma de enxergar o mundo, sociabilização, afetividade, segurança, saúde, estima, sonhos, planos, convicção, fé, entre tantas outras coisas.
Por um instante você pode estar pensando o mesmo que eu: “o golpe foi duro”  e eu me perguntei que parte da história deste filme real de ficção científica nós perdemos. Tudo aconteceu tão rápido que ainda nos custa acreditar nesse “novo mundo”.
Não sei você, mas eu procurei algum fato semelhante ao que o mundo vive neste momento, por causa da COVID-19, e percebi algumas semelhanças com a história nos tempos de Noé, registrada no livro de Gênesis capítulos 6 a 9. Nosso olhar será para o comportamento humano da época.
Segundo os relatos bíblicos, a humanidade havia se corrompido, em seus pensamentos só havia espaço para arquitetar violência e maldades de toda natureza; estava completamente distanciada de Deus, de seus propósitos e de sua criação. Como consequência a humanidade recebeu o salário do pecado: a morte.
Por aproximadamente 120 anos um homem chamado Noé,  que era considerado um louco por seus contemporâneos, anunciou que haveria uma saída para a humanidade, caso ela se arrependesse dos seus pecados e se voltasse para Deus, seu criador. Ninguém deu bola para as boas novas que ele anunciava. Aquela gente não considerava quem era Noé, um homem que nutria um profundo relacionamento de comunhão, obediência e fé com Deus.
Confinado, sim, mas muito confiante! Nossa! Você deve ter pensado agora…
O que você está tentando me dizer? Que a pandemia, o isolamento social, o bloqueio total, a falta de trabalho, o pânico geral, todo esse caos é um castigo de Deus?
Não estou afirmando isso. Só fiz um tour pela história para que você perceba que houve um momento semelhante ao que estamos vivendo. E uma família que amava Deus, superou o isolamento, o luto, o medo, a incerteza, o trabalho duro, a fragilidade emocional, o convívio diário, a pressão do inesperado, a escassez de alimento e outros desafios.
O que os fez vencer e superar foi o fato de estarem juntos, no mesmo barco, suportando e sustentando-se uns aos outros. Estavam enfocados em suas fortalezas e superavam suas debilidades dia após dia.
É o que devemos fazer neste momento, acreditar que existe uma novidade de vida nos aguardando.
Respire fundo, deposite sua fé em Deus, fundamente sua esperança em sua Palavra, receba e agradeça por seu cuidado. Não importa o tempo que teremos de esperar para retomar a rotina da nossa vida nesse “novo normal”, importa saber que, haja o que houver, sairemos vitoriosos, se permanecermos fiéis.
A voz de Deus ecoa por toda a terra para que seus filhos ouçam e confiem que Ele continua no controle de todas as coisas.
“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. (Salmos 46:10a)
“Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. (Josué 1:9).
Que Deus continue sendo seu socorro bem presente em tempos de angústia.
Escrito por Maristela Montanheiro de Paula, casada com o pastor Amadilson de Paula, mãe de Stephany e Nathalie. Conselheira e escritora. Atuando na Missão em Nacimiento, Chile.
 

O sorriso no olhar 

O mundo mudou!
Temos ouvido essa exclamação com frequência nos últimos meses, como um sonho ruim de uma noite maldormida a pandemia chegou e nos impôs mudanças severas. O biólogo Átila Lamarino, durante entrevista à BBC Brasil, defendeu: “Entender que o mundo novo é esse, nos ajudará a enfrentar uma série de desafios que ainda virão, porque uma coisa é certa: o mundo não será como antes”.
A pandemia modificou mais do que os horários do comércio, os hábitos de higiene e os parâmetros da saúde pública, mudou os nossos relacionamentos como um todo. Quando falamos em isolamento social, distanciamento do toque físico até dos familiares e o uso de máscaras para mediar o contato com o mundo, tocamos em algo essencialmente humano, a necessidade de interação com os nossos grupos sociais e a troca de afetividade. Inegavelmente estamos passando por uma transformação de comportamento e perdemos parte das nossas capacidades de expressão emocional com esses novos hábitos sociais.
Sabemos que para manter a qualidade de nossas interações teremos que nos olhar, gesticular mais e verbalizar com mais frequência o que sentimos. Alguns cientistas descrevem que nossos olhos são a única parte do nosso cérebro que está diretamente exposta ao mundo. Assim, olhar outra pessoa nos olhos seria o jeito mais próximo de acessar o cérebro dela, ou, dito de um jeito mais poético, de tocar sua alma.
Portanto, que nossos olhos falem por nós, que eles possam sorrir ao nos vermos e que  abracem enquanto ainda não podemos. Em Provérbios 15:15 lemos “ todos os dias são difíceis para os que estão aflitos, mas a vida é sempre agradável para as pessoas que têm o coração alegre”.
Como portas de nossa alma, os olhos comunicam os nossos sentimentos e podem ser uma eficaz ferramenta para transmitir carinho e ânimo ao nosso próximo.
Os dias atuais estão difíceis, mas o nosso olhar não pode se perder, o alvo não mudou, que sejamos desafiados a nos sustentarmos com olhares de empatia, graça e amor.
Jéssica Fernanda Pupo Vermelho, psicóloga especialista em Saúde Mental (FAMERP), casada com Yuri Vermelho, congrega na Igreja Adventista da Promessa do Jardim Urano em São José do Rio Preto/SP.

A distância faz aumentar a saudade! #teamo

“Saudade é um pouco como fome, só passa quando se come presença”.  Amo esta frase da Clarice Lispector porque define muito bem o que a maioria de nós tem sentido nestes últimos tempos.
Quando paro para pensar no que sinto saudade, penso nos meus pais, nos pequenos prazeres da vida, me recordo de viagens, lembro dos meus filhos ainda menores. A privação do contato físico com quem amamos nos remete a trazer à memória lembranças de tempos bons e momentos que enchem o nosso coração de afeto e alegria.
É bem verdade que este período de isolamento social também gera o contato constante com aqueles que fazem parte do nosso núcleo familiar e que dividem a casa com a gente. Esses dias eu ouvi de um cliente que assim que a pandemia passar, ele e a esposa já combinaram de viajar por pelo menos 15 dias. Cada um para um lado! Em um primeiro momento parece engraçado, mas reflete a realidade de muitos lares em que casais vivem juntos, mas estão desconectados há muito tempo. É como se o amor tivesse morrido.
Isso me faz lembrar que no dia da ressurreição de Jesus os discípulos estavam no caminho de Emaús (um povoado a 11km a oeste de Jerusalém) desolados e tristes,  porque haviam perdido seu amigo e líder,  e ainda duvidavam que Ele havia vencido a morte e ressuscitado. Enquanto caminhavam, Jesus aparece mas eles não O reconhecem. Aquela situação mexera tanto com eles, que mal reconheceram a voz do seu companheiro. Jesus caminha ao lado deles, explica o evangelho e aceita o convite para jantar. Só neste momento caem em si e percebem que é Jesus ali!
O texto diz que os discípulos ficaram com os corações aquecidos com a presença de Jesus mas, confusos e abalados, demoraram a perceber.
Queria  convidar você  a também perceber que o amor está aí mesmo dentro de sua casa. Em meio a tanta saudade é preciso viver a presença de quem está perto e reacender o amor.
Não remoa o tempo em que havia mais carinho e o amor parecia ser maior. Saudade só passa quando há presença. Alimente seu relacionamento estando presente, fazendo valer o hoje e convide o próprio Amor, Jesus, para ser o centro do relacionamento de vocês.
 
Escrito por Ana Paula Mendes, esposa do Junior Mendes, mãe do Rafael e João. É consultora de Recursos Humanos e congrega no Movimento Radiação, projeto de missão urbana da Igreja Adventista da Promessa em Campinas, SP.
 
 

Por onde anda o amor?

“Eu te amo!”
Vamos lá, responda rapidamente: quantas vezes já  fez esta declaração a alguém, cônjuge, pai, mãe ou filhos, desde que a pandemia começou? Uma, duas ou três? Nenhuma? Ai, ai, ai… está em falta grave.
Durante um período longo temos sido forçados a um isolamento que nos mantém próximos somente dos familiares com quem vivemos.
A rotina, no entanto, provoca sentimentos intensos de nervosismo, ansiedade e em muitos a temida depressão. Mas veja só: ao seu lado, bem pertinho, quem está? Sua família… os amores de sua vida! Partilhando horas, refeições, alegrias, tristezas, televisão, discussões (faz parte), bagunças, limpeza, cuidados, estudos, orações e amor.
É difícil seguir dia a dia com tantas notícias alarmantes e o perigo que a Covid-2019 representa, mas o amor está bem pertinho de você e, apesar de tudo, vale a pena expressar até de formas bem criativas (você consegue).
O momento está aí. Olhe para o lado! Coragem, vamos lá, diga “Eu te amo” e receba de volta, talvez, um sorriso de surpresa ou uma lágrima de emoção. Quem sabe? Pode ser um “eu te amo também” emocionado…
De uma coisa tenho certeza: pode gastar o amor. Gaste muito, porque ele vem de Deus e se multiplica quanto mais você usa. Pode acreditar, “Deus é amor”! (1ª João 4:8)
E como lemos em Colossences 3:14 e15:  “acima de tudo, revistam-se de amor, que é o elo perfeito, que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos.”
Aqui está o  segredo para estes tempos difíceis que estamos vivendo, devemos nos revestir de amor, viver em paz e união e, por fim, sermos agradecidos!
E se alguém perguntar por onde anda o amor, responda rapidinho: “está morando lá em casa!”. Deus abençoe seu lar.
Escrito por Genilda Farias, formada em Letras e Pedagogia, casada com Silas Farias e mãe do Pedro José, congrega na Igreja Adventista da Promessa em Vila Maria – SP.

Natureza: E eu com isso?

“Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para lavrar e guardar” – Genesis 2:15.
O texto inicial de Gênesis nos ensina que Deus entrega a nós um jardim e nos dá uma responsabilidade, que parafraseando ficaria assim: “plantem, mas guardem, cuidem, protejam tudo o que entrego nas mãos de vocês”. Deus espera que cuidemos da natureza, por isso temos que fazer menção ao mês que tenta lembrar a humanidade sobre sua importância.
Quando lemos que Deus fez este mundo para nós – e acredite, ELE fez mesmo! – tudo nesse planeta indica Sua obra, Sua mão, Seu design para que houvesse vida e para que ela se perpetuasse. Vemos nos mínimos detalhes Deus agindo em graça para conosco, sempre nos possibilitando vida através de Suas complexas e perfeitas criações. O cuidado de Deus é real para com as coisas criadas. Mas e quanto a nós? Pelo que lemos no texto inicial, fica claro que está sobre nós a responsabilidade de cuidar da natureza, pois os atributos de Deus, “…seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas…” (Romanos 1:20).
Vemos um mundo que degrada o que está a sua frente. Sabe quem faz isso? Seres autodestrutivos. Pois é… pesado, né!? Mais um detalhe pesado para nos fazer refletir: os únicos outros “seres” que destroem o ambiente em que vivem e acabam por morrer junto são bactérias, vírus… parasitas. A comparação parece cruel, mas é real! Estamos entre os pouquíssimos seres que destroem as coisas das quais dependemos. O texto de Romanos 8:19-21, deixando suas interpretações teológicas, diz que a natureza espera ansiosa pela libertação. Aguarda ansiosa por ser liberta do descaso, da degradação a que é submetida por conta da nossa corrupção, do nosso pecado, do nosso desprezo para com o que Deus espera de nós.
Portanto, a escassez não é consequência do fim natural, mas sim do mau uso, do desperdício, da poluição de leitos e nascentes, da destruição das florestas… tudo isso causamos, nós mesmos, no passado, agora e no futuro. Resta-nos ter consciência que a natureza é um ser vivo, ela é forte, intensa, basta pouco tempo sem a presença destruidora do homem para que reviva. Mas como ainda resta um pouco de instinto de sobrevivência em nós, lembremos sempre que ela precisa ser “usada” de forma sustentável. Isso fortalece nosso texto inicial, Deus espera que cuidemos deste incrível planeta. Temos uma função essencial no mundo: sermos mordomos fiéis, inclusive de tudo que está ligado à criação. Aceita o desafio? Que sua resposta seja “sim”, para a glória do nome de Jesus.
Pr. Airton Dias é Professor Doutor na Universidade Federal de São Carlos (SP), copastor na Igreja Adventista da Promessa em Vila Helena (Sorocaba, SP) e secretário do Ministério de Jovens da Convenção Geral.