A palavra de Deus diz, em Mateus 10:30: “Não cai um fio de nossa cabeça, sem que Deus permita, ou seja, todos eles estão contados”. Sendo assim, o meu nascimento foi permissão de Deus. Minha mãe esperava por gêmeos, mas não sabia. Na hora do parto, a parteira tirou meu irmão, e eu fiquei. Momentos depois, minha mãe teve novas dores, tentou se levantar da cama e eu caí no chão do quarto, de modo literal. Estava dentro da placenta, roxa e sem respirar. Ao abrir a placenta, a parteira disse ao meu pai: “Ela nasceu morta”. Uma tia, que estava na casa, levou-me ao hospital da cidade, que ficava a vinte minutos dali. Quando cheguei, puseram-me num balão de oxigênio, e eu voltei à vida. Foi coincidência minha tia estar em casa? Não, foi permissão de Deus. Ele tinha um plano de vida para mim. Desde o ventre materno, Deus me conhecia e me chamava pelo nome!
Aos 22, escriturária, estudante do 3º ano de Magistério, era uma jovem ativa com uma vida supercorrida e independente, apesar de já ser casada. Na igreja, também não era diferente, participava de tudo, era líder do grupo de louvor, tinha cargos na Umap (União da Mocidade Adventista da Promessa), era professora das crianças e secretariava a igreja.
Minha vida era uma verdadeira loucura e, por causa disso, eu era extremamente infeliz. Meu casamento era o caos, só dor, brigas e sofrimento, achava que nem amava mais meu marido. Não tinha tempo para ele, não tinha tempo para ser uma boa esposa e cuidar do meu lar. A “bênção”, o marido que Deus me deu, estava diante de mim, e não conseguia enxergar. Queria me separar, achava que a solução para a minha vida seria o divórcio!
A igreja também já não me satisfazia mais, porque vivia o templo e não Deus. Não tinha tempo para orar, para me consagrar, para meditar na Palavra e, por causa disso, parei de ouvir a voz de Deus. Parei de ter experiências com Deus. Eu me tornei indiferente com ele! E comecei a me perguntar o que fazia ali… Eu já não sabia. Eu era um grande vazio. Um vale de ossos secos (Ezequiel 37.1-11), viva por fora, morta em espírito por dentro. Quando estamos assim, somos cortados da presença de Deus. Eu era uma mulher frustrada e perdida dentro de mim.
Sem aguentar mais meu vazio interior, grávida de dois meses, fiz um pedido a Deus, voltando da faculdade, por volta das 11 horas de uma noite: “Senhor, já não aguento mais minha vida, faça o que o Senhor quiser comigo, mas mude minha história de vida!”. Deus ouviu o meu clamor. Ele ouviu minha oração e fez cumprir em mim as palavras de Ezequiel: “Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Farei entrar em vós o meu Espírito e vivereis!” (Ez 37.5).
No dia 15 de novembro de 1995, Deus mudou minha história de vida. Deus permitiu que eu sofresse um acidente de carro, de Americana para São Paulo, indo para as eleições da Diretoria Geral da IAP. O carro perdeu a direção e capotou ao longo de trinta metros, por um barranco. O impacto foi tão forte que, do veículo, nada sobrou.
Naquele momento, coloquei as mãos na barriga e pedi que Deus protegesse meu bebê. E ele estendeu suas mãos para mim e ouviu o meu clamor. Quando acordei, estava caindo óleo quente do motor em cima da minha barriga, tentei sair de debaixo do carro, mas já não conseguia me movimentar, e chorava muito. A partir desse instante, comecei a ter experiências com Deus, meus olhos e ouvidos foram abertos e comecei a ouvi-lo falar comigo e senti sua presença ao meu lado. Senti que fui cercada pela presença dos anjos de Deus, não os vi com meus olhos, mas sabia que eles estavam ali. De imediato, parei de chorar, a dor cessou e ouvi uma voz que falou ao meu coração: “Márcia, a partir de agora, você não vai mais caminhar com suas pernas, mas nunca estará sozinha, pois estarei sempre com você”. Tive certeza de que era Deus falando comigo, e me reconfortando! Nenhum médico precisou me dizer que não mais andaria, eu já sabia.
O resgate chegou e fui levada ao hospital em Jundiaí (SP). Como estava morrendo, fui direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os exames constataram lesão medular T11 e T12 e vazamento do líquido da medula. Teria de colocar uma haste metálica de sustentação na coluna, pois também havia vértebras lesadas, para que pudesse pelo menos me sentar normalmente.
O pastor Estível Ramos foi chamado para me ungir e, naquele momento, tive com Deus uma das experiências mais maravilhosas da minha existência: enquanto viver não me esquecerei dela. Ele não pôde me ungir, pois o azeite havia se derramado no banco do carro, mas ele orou por mim e senti um fogo percorrendo todo o meu corpo, desde a raiz dos meus cabelos até a ponta dos meus pés. Foi incrível! Embora já não sentisse mais as pernas, senti o fogo percorrendo nelas. O poder de Deus é tremendo! Falei ao Pr. Estível: “Pastor, pode ir tranquilo, porque não foi preciso o óleo, eu já fui ungida pelo fogo do Espírito Santo”. Sei que foi a partir dali que Deus devolveu a vida para mim e meu bebê.
Tive de esperar quinze dias pela cirurgia. Durante esse período, minha filha foi desenganada pelos médicos. Eles queriam tirar a criança, pois falavam que ela não suportaria a cirurgia. Eu disse: “NÃO!” Diziam que, se ela sobrevivesse, nasceria deficiente ou portadora da Síndrome de Down. Na noite anterior à cirurgia, o anestesista me explicou que aplicaria anestesia geral e que a cirurgia demoraria por volta de seis horas. Contei que estava grávida de quase três meses e ele me olhou bem nos olhos e respondeu: “Você é nova ainda, vai ter outros filhos, mas esse bebê não vai sobreviver. Ele vai morrer porque não tem feto que resista à cirurgia que você vai fazer”. Pasmem, porque o que fiz foi rir, falando em voz alta: “Em nome de Jesus, minha filha vai sobreviver!”. Em meu coração, já sabia que seria uma menina.
Naquela hora, fiz uma aliança com Deus. Pedi ao Senhor que fizesse dentro da minha barriga “uma redoma de vidro e colocasse meu bebê lá dentro e fechasse com suas mãos, como havia feito com a Arca de Noé”. Na manhã seguinte, antes do anestesista aplicar o medicamento, pedi: “Senhor, agora fecha com a tua mão esta redoma”. Quando acordei da cirurgia, estava com dores terríveis, gritava muito, davam-me remédios, mas nada cortava a dor. Então, ouvi o médico dizer à enfermeira para me aplicar morfina.
Tinha perdido as contas de quantas radiografias já havia feito, sempre pedindo para colocarem um tampão para proteger o bebê. Eles diziam que não tinham como colocar o tampão na barriga, porque o exame era da coluna. Aí, pedia: “Deus, agora é com o Senhor, protege o meu bebê com a tua mão”. Dias depois da cirurgia, fiz um ultrassom da barriga, que constatou que minha filha, ao contrário do que os médicos acreditavam, estava viva! Como está escrito em Jó 5.9: “Ele faz coisas grandiosas, que não se podem esquadrinhar, milagres que não se podem contar”.
Fui para casa dos meus pais, um momento muito difícil para toda a família, porque ninguém sabia como lidar com uma deficiente física. Fiquei na cama, como uma imprestável. Mal me mexia, não vestia uma peça de roupa sequer, porque tinha dores terríveis na coluna. F o i contratada uma enfermeira particular, que cuidava da minha higiene e me dava banho de leito. Apesar de tudo, as pessoas vinham me visitar para trazer conforto, e eram elas que saíam reconfortadas, porque eu tinha uma fé e uma força inabaláveis. Na verdade, Jesus me carregava no colo. Ele faz isso nos momentos de maior sofrimento de nossas vidas.
Quando completei sete meses de gestação, contraí uma infecção urinária muito forte. Fiquei três dias com febre, fui internada às pressas na UTI. No hospital, constatou-se que estava com anemia profunda e, dias depois, contraí pneumonia dupla. Nenhum remédio fazia efeito. A médica disse que minha única saída era entrar em coma induzido, para ver se eu reagia. Fui entubada e levada ao coma, mas os dias se passaram e não conseguia reverter o quadro. Uma noite, o médico ligou para meus pais e disse: “Sinto muito, mas dessa noite a Márcia não passa”. Para a medicina, eu já estava morta. Minha família, em desespero, ajoelhou-se no chão da sala e pediu por minha vida para Deus. Na manhã seguinte, às 10 horas, abri os olhos. Os médicos não acreditavam que eu havia saído do coma. Eu disse ao médico que estava com “muita fome”. Deus me deu vida e meu bebê suportou tudo isso comigo.
Depressão profunda
O coma me fez sentir a perda das pernas, a dor, o sofrimento de nunca mais andar, porque na época do acidente não senti nada, guardei isso dentro de mim e só pensava na criança, anulando-me. Aquela vivência trouxe à tona uma realidade que eu não quis perceber. Então, entrei em depressão profunda. Chorava dia e noite, sem parar. Odiava todos e o mundo. Odiei até Deus, porque achei que minha vida havia se acabado. Porém, o poder divino é mais forte que nossa fraqueza, e todos na minha família e na igreja oraram pela cura da depressão. Preocupados, os médicos sugeriram a contratação de uma psicóloga. Comecei a fazer as sessões e, com a ajuda de Deus e aquele auxílio, fui voltando à vida, vendo que nem tudo estava perdido, que poderia viver bem e feliz sobre uma cadeira de rodas. Recuperei-me e nunca mais tive depressão.
Duas semanas antes de completar nove meses de gestação, fui internada para fazer uma cesariana. O médico havia me dito que a bebê era muito pequena, pesava pouco e, ao nascer, ficaria na incubadora por um mês, para ganhar o peso necessário. Contrariando toda a previsão médica, no entanto, no dia 16 de maio de 1996, minha filha nasceu forte, saudável, perfeita, pesando 2,1kg e com 44 cm. Não precisou ficar na incubadora. Eu a chamo com carinho de “vida”, o milagre que Deus operou! Seu pai a chama de “linda demais”. Jennifer é a minha alegria de viver e hoje, continua a sonhar em ser médica cardiologista! É seu sonho desde os 9 anos. Não temos dinheiro para isso, para nós é um sonho impossível, mas temos o Deus do impossível! Oro a Deus para que ele toque em alguém que possa apadrinhar seus estudos. Acreditamos que, se Deus plantou essa semente no coração da Jennifer, então assim será, a providência virá dele, para glória dele.
Depois disso, fiz mais duas cirurgias na coluna. Uma para a retirada da haste metálica de sustentação, pois houve rejeição e ela entortou por causa do peso da barriga. E outra, porque houve um erro médico: esqueceram dentro da minha coluna o fio que amarrava a haste. Por causa disso, quase morri, tive hemorragia interna, o médico disse: “Perdi a Márcia, ela não vai sobreviver!”. Deus, outra vez, poupou a minha vida. Recebi transfusão de sangue, recuperei-me e voltei para casa.
Ainda tive de enfrentar uma doença chamada osteomielite de ísquio, no quadril, e só não morri porque Deus me abençoou com a continuidade da vida, de novo. O médico disse que minha doença era para a morte, que não havia cura, mas respondi-lhe sorrindo: “Doutor, eu não vou morrer, tenho uma filha que Deus me deu para educar e vou educá-la”. Fiz três cirurgias no quadril e, para a glória de Deus, sobrevivi a todas e estou aqui, para honra do nome de Jesus!
Depois de muitos anos, decidi voltar a estudar e estou terminando o 2º ano Psicologia na Unisal (Faculdade Salesiana de São Paulo), em Americana. É mais um sonho realizado. Faço o curso à noite e consegui uma bolsa de estudos. Não foi fácil chegar até esse ponto. Estive muito enferma durante o ano, com dores terríveis na coluna lombar e no cóccix (pequeno osso da parte inferior da coluna vertebral), que está com degeneração, algo normal em minha deficiência, por não mais andar. Fiz mais uma minicirurgia na região e ainda estou tomando medicações para controlar a dor que, segundo os médicos , tornou-se crônica. No entanto, ainda amo meu Deus e a ele sou fiel.
Sinto-me extremamente feliz, aceitei aquilo que Deus fez em minha vida porque ele me ama, conhece e sabe o que é melhor para mim. Se Deus não tivesse me colocado em uma cadeira de rodas, já não o serviria e estaria longe dele, com toda a certeza. Nem mais estaria casada com meu marido e sabe-se lá o quê teria sido de mim e de minha filha. A palavra de Deus diz, em Jó 5.17 e 18: “Bem-aventurado o homem a quem Deus corrige, portanto não desprezes a disciplina do Todo-Poderoso. Pois ele faz a chaga, e ele mesmo a liga, ele fere, mas as suas mãos também curam”. Cadeira de rodas, para mim, não é um castigo, porque ela não me impede de nada. É Deus me dizendo que ele não deixou que eu perecesse sem salvação, porque me ama!
Por enquanto, posso afirmar que sou uma testemunha do que Deus pode fazer na vida de alguém, para melhor, e dizer: “Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Hoje, ouço a voz de Deus falando comigo. Ele restaurou meu casamento por completo, vivo feliz com meu marido, Da. Claudio de Paulo, um homem de Deus que me foi escolhido pelo próprio Deus. Tenho junto de mim uma filha linda e perfeita, que é um presente de Deus. O Senhor me leva a muitos locais, próximos ou distantes, para que eu possa pregar e contar meu testemunho, o que tem salvado pessoas, graças a Deus! Foi esse o pedido que lhe fiz: que me permitisse fazer sua obra. E ele me atendeu!
Levo a vida com otimismo, coragem, fé, superando os obstáculos e vencendo a cada dia. Faço tudo o que quero, sou fiel para com meu Deus, divirto-me, estudo, vou a todos os lugares e sou feliz assim, o que é mais importante! As pessoas podem considerar que sou um caso de superação, mas eu sei que, na verdade, fui alvo da “super ação” de Deus.
Márcia Aparecida Pereira de Paulo congrega na IAP em Americana(SP). E-mail: marciaiap@ig.com.br, tel.(19)3458-8331 ou (19) 98364- 9621.
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