Família de cada dia

Família é difícil às vezes. Ok, talvez sempre (risos), ao menos parece ser sempre quando começamos a viver os momentos difíceis, não é? Difíceis para conversar, conviver, dividir. Relações interpessoais são de fato um desafio, que encontra sua fase mais aguda nas pessoas com as quais você convive de perto, dia a dia. A relação com o próximo é tema crucial na bíblia, desde o éden a Jesus e estendendo-se a nós hoje. Há momentos em que se torna mais difícil dizer não para a “maçã”, dizer não para a autossuficiência, o ego, o individualismo em seus sentidos mais deturpadas que carregamos. Não precisamos negar isso. Aliás, quem sabe você possa parar por um momento, respirar e dizer; “ta ok, às vezes tem sido realmente difícil.” Certo. “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lucas 9:23).
Admitir nossas falhas é necessário, mas o próximo passo é negar. Não é negar que se tenha falhas, mas negar a “maçã”, aquilo que te leva cada vez mais para dentro de seu próprio ego e longe do próximo, do amor, longe da entrega e da abnegação, que é condição inegociável aos que querem seguir a Cristo. Esse é Jesus… Aquele que não nega as dificuldades diárias, que sabe dos nossos
desafios, mas que diz, “siga-me”! Olha que demais, ele diz que estará com você nisso! O próprio Deus, aquele que te deu tudo, o criador do universo, aquele que te criou. É por fé nele que você decide segui-lo todos os dias, é por saber quem Ele É, que está contigo, que você entende que pode sim abrir mão de si pela sua família, que você pode sim sentir que é pesado às vezes, mas que ele carregou as nossas dores e por ele já fomos curados. (Isaías 53:5)
Ao olhar para seu relacionamento com a sua família, não deixe que os momentos difíceis ditem quem ela é para você, não deixe seus pensamentos te levarem a jogar tudo em “um mesmo saco”. Enxergue a redenção de Jesus e o cuidado dele para com você, porque família é linda, é ideia e cuidado de Deus para você (Gn2:18).
Isabela Alves Lucena, 24 anos, filha do Eduardo Lucena e Eunice Alves – Bacharel em Teologia pelo seminário FLAM e estudante de Psicologia. – Congrega na Igreja Adventista da Promessa em São Miguel – SP

Posso trocar de irmão?

Tenho um irmão, Matheus, 3 anos mais velho. Minha mãe teve uma irmã (que faleceu há 14 anos). Meu pai tem 5 irmãos. Minha cunhada tem um irmão e meu sobrinho vai ganhar um irmãozinho em breve. Meus primos têm irmãos, os filhos deles têm irmãos (a maioria). Estou rodeada de variados formatos de família, de tamanho e diferentes relações entre irmãos. Sempre estivemos próximos, toda a família. O barulho na casa, a correria das crianças, as risadas, jogos, brincadeiras. Tudo isso é comum por aqui.
No meio de todo esse emaranhado de amor, temos várias conexões diferentes. Sendo uma das mais fortes, acredito eu, a dos irmãos. Vou tentar explicar: eu e meu irmão brigamos por várias bobagens e pouco tempo depois tudo passa, a gente se desculpa sem nem notar, não guardamos rancor, seguimos em frente porque os nossos laços são mais fortes que nossas brigas. Li uma vez que irmão é assim: “não empresta nem o carregador do celular, mas se precisar, dá a vida.” Muitas vezes amor de irmão é louco e não faz sentido, mas é forte, é sangue.
Meus pais sempre disseram que eu e meu irmão deveríamos cultivar uma amizade e convivência próxima, afinal, quando eles se forem, nós seremos nossa família. Meu irmão é extensão de mim, assim como a família dele. Claro, tive sorte em ser presenteada com uma cunhada que é uma das minhas melhores amigas, o que torna a relação entre irmãos ainda melhor.
Já deixei de valorizar meu irmão? Claro! Já falhei, chateei, magoei? Sim! Tem coisas que não suportamos um no outro? Obviamente! Somos humanos e decepcionamos os outros constantemente, mas quando Cristo reina nas nossas vidas, Ele cuida para que o amor entre nós supere os defeitos. Como lemos em Efésios 4:32: “Sede bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo.”
Lembra da história de José? Seus irmãos tinham ciúmes, o venderam como escravo, ele foi parar na prisão injustamente onde ficou preso por 2 anos. Claro, depois se tornou o segundo homem mais poderoso no Egito, mostrando e nos lembrando que Deus é capaz de agir em nossas vidas apesar de qualquer situação. Voltando para José, anos depois, este encontra seus irmãos, e o que faz? Perdoa-os e os convida para viverem com ele. É impensável imaginar que José conseguiria liberar perdão depois de tudo que aconteceu. Mas acontece! Acontece porque Deus é quem comandava o coração de José e não o ser humano pecador que José era.
Cristo perdoou tanto de nós! Nós que pecamos constantemente, que dia após dia precisamos cair de joelhos e pedir pelo renovo das misericórdias de Jesus na nossa vida. E Jesus nos perdoa de novo e de novo e de novo. Se você tem um relacionamento rico com seus irmãos, nunca deixe de cultivar e valorizar. Mas se, por qualquer motivo, está longe dos seus, repense, reflita, perdoe, peça perdão, corra atrás, engula sapos sim (até Jesus levou desaforo pra casa!), derrube o orgulho, demonstre amor e experimente uma vida de comunhão com esses laços de sangue!
Escrito por Mariana Mendes, da Igreja Adventista da Promessa do Parque Itália, em Campinas-SP

Dias de Esperança

A cena é réveillon. Fogos de artifício, abraços e risos, planos pra um novo ano, projetos de mudança de atitude, alegria e esperança. As pessoas realmente esperam que tudo seja melhor no ano que se inicia. Não porque haja algo místico na virada do ano, mas porque vislumbram coisas boas e se enchem de ânimo e força para o que é novo.
E 2020 chegou, mas o que ninguém sabia era que a esperança por dias melhores seria tão abruptamente assolada por um vírus com alcance mundial.
Planos, projetos e desejos, todos lançados na incerteza do próximo dia. Ficamos paralisados ante um monstro roubador de sonhos.
Toda grandeza humana teve de se curvar diante desse monstro. Porque o mundo se deu conta de que apesar de o ser humano ser aquele que domina, não temos poder sobre todas as coisas.
Vidas foram tragadas pela morte, e a morte é a confirmação de nossa limitação, de nossa fraqueza, de nosso pecado humano. Pessoas se sentem solitárias. O medo aterroriza a muitos. O brilho da esperança se esvai por entre os dedos como água que não se pode conter.
Porém, de alguma forma, essa situação mostrou ao mundo as coisas que são mais importantes: a vida, a família, a amizade, o amor, a empatia, a fé.
Um ser microscópico nos fez olhar e valorizar as coisas que pensamos serem pequenas, mas são grandiosas. Um abraço, um carinho, uma visita, um aperto de mão. Atitudes sinceras que hoje nos fazem falta.
Mas apesar de dias sombrios e incertos, nosso coração não pode ser subjugado à desesperança e solidão. Nesses momentos precisamos de lampejos de amor e esperança. E isso só podemos encontrar plenamente, quando mergulhamos no infinito amor de Deus.
O ser humano que se volta ao seu Criador, cabisbaixo por sua insuficiência e tristeza, pode olhar para o alto, como que clamando por auxílio, pois é de lá que vem o seu socorro.
Não estamos sozinhos, encontramos em Deus, aquilo que é necessário. A solidão do distanciamento não é maior que a certeza da presença de um Pai eterno e pleno que não nos abandona. A tristeza não pode ser maior que o conforto com o qual o Espírito Santo nos abriga. As dificuldades dessa vida não são maiores que a esperança da vida eterna, garantida por Cristo Jesus.
Olhemos para a Bíblia, que é a carta de amor de Deus para nós, e como o salmista, digamos: “Estou quase desfalecido, aguardando a tua salvação, mas na tua palavra depositei a minha esperança.” Salmos 119:81
Olhemos para o alto, para o soberano, infinito e magnífico Deus.
Não precisamos que o ano acabe para fazer novos planos e sonhar novamente. Voltemos a sonhar! Renovemos a esperança!
Encorajemos uns aos outros! Se o futuro nos assusta, levantemos nossos olhos para contemplar aquele que garante que nossa esperança viva está!
Francieli Capellari Gonçalves é esposa do Pastor Silvio Gonçalves, formada em Ciências Contábeis e Teologia. Congrega na Igreja Adventista da Promessa em Londrina (PR).

Dica de livro: Ministérios de Misericórdia

Por que alguém arriscaria a própria segurança, cancelaria a agenda, gastaria suas economias e ficaria todo sujo de terra e sangue para ajudar uma pessoa de outra raça e classe social?
E por que Jesus nos diz: “Vai e faze o mesmo” (Lc 10.37)?
O Bom Samaritano não ignorou o homem espancado na estrada de Jericó. Assim como ele, tomamos ciência de pessoas necessitadas à nossa volta: a viúva que mora ao lado, a família afundada em dívidas médicas, o sem-teto que fica do lado de fora da igreja. Deus nos chama a ajudá-los, precisem eles de abrigo, assistência, cuidados médicos ou simplesmente amizade.
Tim Keller mostra que cuidar dessas pessoas é tarefa de todo cristão, tarefa tão fundamental ao cristão quanto o evangelismo, o discipulado e a adoração. Mas Keller não para por aí. Ele ensina de que maneira podemos realizar esse ministério vital como indivíduos, famílias e igrejas.
Ao final, cada capítulo oferece perguntas para debate e aplicação.
Link de opção para compra: https://vidanova.com.br/783-ministerios-misericordia.html

Escolha o que vai pensar

Você já se pegou repetindo em sua cabeça, no final da tarde, uma mesma música que ouviu na primeira hora do seu dia? Provavelmente sim, ainda mais se a música em questão for uma daquelas com poucas estrofes, infinitas repetições e que esteja na moda. Para terminar com tal “sofrimento” adotamos a estratégia de tentar pensar em outra coisa, como uma outra música, ou “ocupar a cabeça” com algum fato importante do dia, ler um livro ou, ainda, prestar atenção em alguma coisa que esteja ocorrendo em nosso redor. No entanto, não vai demorar muito para aquela “música” voltar a ocupar os nossos pensamentos com todas as suas repetições, rimas e assim por diante.
A música, mais dia ou menos dia, ela irá parar. E quando os nossos pensamentos, ao invés de uma música, são verdadeiros turbilhões de ideias pessimistas, perturbadoras, destrutivas, regadas de ansiedade e desesperança. Onde procuramos soluções e simplesmente não conseguimos, o que fazer?
É muito importante controlar os nossos pensamentos. Mas isso não é nada simples, é uma tarefa complicada. Mas não se desespere! Controlar os pensamentos não é impossível.
Os pensamentos são processos que ocorrem em nosso cérebro que, na verdade, fazem parte de nossas funções mentais. A maioria das funções requer a ação conjunta de neurônios integrados em várias regiões do nosso córtex cerebral.
Algumas pesquisas na área de psicologia mostraram que o pensamento pode alterar os padrões de funcionamento da atividade neuronial em nosso cérebro, acarretando consequências sobre o comportamento motor, e alterações na habilidade de aprendizagem. Tais alterações podem nos causar problemas e alterar a forma como percebemos o mundo e, consequentemente, em dificuldades, que podem resultar em doenças como depressão e ansiedade.
Pensamentos turbulentos resultam em sentimentos turbulentos, e logo o coração e a mente se veem divididos e estrangulados pela ansiedade. Mas, é possível controlar os nossos pensamentos? Acredito que a resposta para essa pergunta esteja onde focamos o nosso pensamento.
Esta é a proposta do apóstolo Paulo em Filipenses 4:8: Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas (grifo nosso).
A orientação de Paulo é a de que você coloque o foco do seu pensamento em Deus e em tudo o que ele tem feito por você. Pense nele, não como algo inalcançável, mas como um pai amoroso, real e presente, que cuida integralmente de você. Gaste seu tempo pensando em Deus e em tudo o vem dele, e não naquilo que você acha que poderia ter tido ou sido, ou, ainda, nos eventuais problemas que, porventura, estejam acontecendo.
Confie e concentre-se no seu Deus, deixe que ele te controle inteiramente, principalmente, em relação aos seus pensamentos, e você experimentará a paz que envolve o coração e a mente. A promessa de Deus é real: Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti (Is 26:3).
Precisamos “[levar] cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10:5). Este é um exercício difícil e exaustivo, no entanto, não é uma tarefa impossível. A melhor forma de controlar seus pensamentos é entregá-los integralmente a Deus. Faça isso, com o apoio e segurança que a Palavra de Deus te dá, e você viverá em paz com os seus pensamentos.
Que Deus te abençoe.
 
Por: Roberto de Oliveira Soares é casado com Kizie C. Leonardo Soares, pastor da IAP em Sorocaba, integrante do Ministério de Vida Pastoral e diretor do Ministério Jovem Paulista. Graduando em Teologia pela FTSA, Psicólogo pela UFSCar, mestrado e doutorado em Psicobiologia pela USP e pós-doutorado em Neurociências pela USP.
 
 

NÃO BASTA SER PAI, TEM QUE PARTICIPAR!    

 Mensagem para o dia dos pais

Quando estava no seminário, em São Paulo, lembro-me de um professor amigo, Pr. Aléssio, ponderar, em um dos momentos de almoço com a gente, sobre o “estar preparado” para o ministério. Em sua fala, ele dizia que uma vez lhe perguntaram se antes de se tornar pai, estava preparado, e sua resposta foi não, pois ainda não era, como poderia saber se estava preparado? Então continuou: “E, depois do primeiro filho, estou preparado para ser pai de um segundo? Também não, pois ainda não sou, saberei quando for”. Uma verdade muito simples, mas que carrego para a minha vida, em todas as áreas, até hoje.
Aqui em casa todos gostamos muito de música. Não faz muito tempo, descobrimos um grupo musical infantil sensacional que, ao mesmo tempo em que diverte a criançada, de forma criativa, cativante e educativa estimula a coordenação motora e, toda a família embarca com muita alegria. É o Grupo Tiquequê. Nessa descoberta me emociono muito com a letra de uma de suas canções, “Nasceu Mamãe, Nasceu Papai”:
 
Você era uma moça muito esperta. Que fazia e acontecia; Mas não era mãe.
Você era uma pessoa encantadora; Trabalhadora, estudiosa, mas não era mãe.
Só porque eu não existia (2x)
Você era um cara cheio de ideias; Que pensava sobre a vida. Mas não era pai;
Você era competente em tudo o que fazia. Mas não sabia ser papai.
Só porque eu não existia (2x)
E foi naquele dia, depois de nove meses; Quando a gravidez chegou no final;
Era hora! Faz força! Tá quase! É agora! Lá de dentro eu ouvi o sinal.
Nasceu mamãe, nasceu mamãe; Mamãe nasceu, quando eu nasci, nasceu mamãe;
Nasceu papai, nasceu papai; Papai nasceu, quando eu nasci, nasceu papai.
 
Acesse a música em: https://youtu.be/FyHutIoKlVA
 
Olhando para Bíblia, particularmente, gosto muito do texto de Paulo, quando se compara a um pai, para os tessalonicenses:
 
Irmãos, certamente vocês se lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga; trabalhamos noite e dia para não sermos pesados a ninguém, enquanto lhes pregávamos o evangelho de Deus. Tanto vocês como Deus são testemunhas de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os que crêem. Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória (1 Ts 2:9-12, grifo nosso).
 
Hernandes Dias Lopes escreveu um livro para liderança pastoral: De pastor a pastor. E, com base neste texto, ele destaca o exemplo do ministério pastoral de Paulo como um pai espiritual. Citando Wiesrbe, ele afirma que “O verdadeiro pai é não apenas o que gera filhos, mas também o que cuida deles”. No texto bíblico, Paulo fala de si mesmo, para lembrar aos tessalonicenses algumas características sobre a paternidade, que tem nos ajudado muito. Pois bem, como um pai pode participar da vida de seus filhos?
 
Em primeiro lugar, sendo um bom trabalhador (vs. 9).
 
Embora a igreja de Filipos tivesse enviado dinheiro para ajudar Paulo em Tessalônica, duas vezes (Fp 4. 15,16,) e embora ele tivesse o direito de exigir o sus-tento da igreja, (1Ts. 2.7), Paulo decidiu trabalhar para se sustentar (2Ts. 3.6-12). Um dos papeis do homem é o de provedor, e, na maioria das vezes, com a ajuda da es-posa, portanto, um pai trabalha para sustentar a família. Mas não é somente pra fora, o pai que participa também ajuda nos afazeres de casa. Desde o inicio, Karina e eu entendemos que o lar é nosso, portanto partilhamos tudo, inclusive as tarefas de casa. Eu também lavo a louça, limpo o chão, lavo o banheiro, cozinho, passo a roupa, tiro o lixo, faço mercado. Com os meninos, desde o começo, troco fraldas, dou banho, levo à escola, escolho a roupa. Fazemos tudo juntos! E, porque não faria? Aprendi com meus pais quando criança que é assim que se faz. Meu pai foi quem me ensinou a fazer arroz pela primeira vez. Minha mãe sempre trabalhou fora para ajudar em casa. Então quando chegavam à tarde, os dois faziam tudo juntos. Conforme meus irmãos e eu fomos crescendo aprendemos com eles e dividíamos as tarefas.
É claro que nem sempre gostávamos. Ainda é assim. Mas não é justo a mãe cuidar de tudo sozinha. Além do mais, se eu faço alguma coisa, não faço porque sou referência de bondade para alguém. Eu preciso vencer a preguiça e a indisposição para fazer toda vez. Isso tem uma repercussão muito positiva em nossos fi-lhos, pois nosso exemplo torna mais eficiente o ensino que lhes transmitimos. Em casa, nosso filho mais velho, de 6 anos, é quem troca o lixo do banheiro, nem sem-pre ele quer, mas faz direitinho. Esses dias ele terminou de lavar a louça para mãe. Por mim mesmo, não quero e não consigo fazer essas coisas. Mas Deus trabalha por nós o tempo todo, e por nos amar trabalha em nós também. Se, fazemos tudo juntos, é porque nos amamos, sobretudo, é porque o nosso Pai celestial fez muito mais por nós e nos amou primeiro e concede-nos força a cada dia.
Em segundo lugar, tendo um bom procedimento (vs. 10).
 
Paulo tinha um bom procedimento com relação a Deus, consigo mesmo e com o os outros. Ele vivia de maneira santa. Tinha uma vida piedosa. Era um homem de oração. Tinha uma postura justa. Era um homem integro e não de duas caras. Mas também era irrepreensível. Ele tinha um bom relacionamento com as pes-soas. Viver de maneira santa, justa e irrepreensível não são escolhas que podemos fazer, para viver separadamente. Os três adjetivos estão juntos no exemplo de Paulo e devem ser perseguidos por nós com perseverança simultaneamente. Na correria que vivemos em nosso tempo, é um desafio desenvolver uma vida de oração, por exemplo.
Mas temos lutado para fazer um culto doméstico diário com nossos filhos, o que nem sempre conseguimos. Porém, não queremos desistir, pois esse momento faz a diferença para nós e entendemos que se trata de uma necessidade espiritual. Estevão já teve algumas experiências de curas e paz enquanto oramos juntos. Ele ora desde pequeno. Mas tem dias que não quer orar, assim como nós também não queremos. Mas sempre insistimos com ele e também com o nosso caçula de dois aninhos, que normalmente fica inquieto nessas horas. Procuramos treinar o caráter deles para serem honestos em tudo e com todos. Não é fácil, precisamos da ajuda de Deus todos os dias. E ainda bem que Ele nos ajuda pela sua bondade inesgotável. Pois sem o Senhor do nosso lado para nos sustentar, além de não fazermos o que é correto aos seus olhos e aos olhos dos outros, corremos o risco de fazer o contrário.
 
Em terceiro e último lugar, tendo boas palavras (vs. 11-12).
 
Wiersbe também disse que “um pai não deve apenas sustentar a família com seu trabalho e ensinar-lhe com seu exemplo, mas também deve ter tempo para conversar com os membros da família”. Paulo ensinava, encorajava, consolava e confrontava cada filho espiritual, individualmente. Será que temos tempo para conversar com nossos filhos ou sempre estamos ocupados com alguma coisa ou com algum adulto? Hoje em dia, os dispositivos eletrônicos (tablets, celulares, entre outros), passam mais tempo dialogando com eles do que nós. Este também é um empreendimento que lutamos para pôr em prática. Até por causa dos malefícios que o uso contínuo destes pode acarretar no cérebro de nossos filhos. Cientistas comprovam que o uso do celular e seus similares, por mais de uma hora seguida, em crianças de 2 a 5 anos prejudica lhes no desenvolvimento. Até dois anos é contraindicado!
 
Essa também foi uma descoberta recente para nós. O desafio agora é tirar aos poucos para não causar um trauma abrupto neles. Então tentamos passar mais tempo de qualidade com eles, conversando, brincando, passeando, fazendo com-pras. Eles valorizam as coisas simples. Quando estou conversando com alguém e um deles vem chamar a minha atenção, procuro interromper a conversa, para dar atenção a eles. Enquanto escrevo, já parei várias vezes para responder e ajudar o mais velho com o dever de casa. São nesses momentos que lhes ensinamos mais. Quando estão errados e lhes corrigimos, também; eles choram, sofrem, e sofremos com eles. Mas aproveitamos a oportunidade para explicar-lhes o porquê da corre-ção. Abraçamo-nos e dizemos que amamos um ao outro. Isso realmente tem sido um grande aprendizado para mim.
 
Enfim, quando recebi o presente de ser pai pela primeira vez e nos dias se-guintes, até hoje – e agora, pai pela segunda vez – foi exatamente o que refletimos naquela conversa do almoço no seminário e a música do Tiquequê expressa isso com muita lucidez. Quando meus filhos nasceram, nasceu mamãe, nasceu papai. Aprendemos com a chegada do Estevão, ou melhor, estamos aprendendo. E com o nascimento do Jessé Augusto é a mesma coisa. Não sabia o que era ser pai de um menino, tampouco o que seria ser pai de dois meninos.
 
Não é porque temos dois filhos que não somos “pais de primeira viagem”. Sempre será uma viagem nova. A cada etapa da vida, deles e nossa, temos uma aventura diferente, onde aprendemos tanto com os erros quanto com a prática necessária e participativa de pai. Afinal de contas, “Não basta ser pai, tem que participar!”. Mas para isso, dependemos integralmente da Graça de Deus, o nosso Pai de amor, que entregou o seu único Filho, Jesus, para que recebêssemos o direto de sermos chamados seus filhos novamente (Jo 1:12; 3:16). Sejamos pais como Paulo foi para os tessalonicenses, tendo como modelo maior nosso Deus, para que nossos filhos vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória.
 
Mateus Silva de Almeida, pai de Estevão (6 anos) e Jessé Augusto (2 anos), casado com Karina Almeida há 8 anos. Pastor em tempo integral na Convenção Paulista da IAP desde 2010.
 
Referências
 
LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: princípios para ser um pastor segundo o coração de Deus. São Paulo: Hagnos, 2008.
 
ROBERTS, Michelle. Celular e tablets para crianças: passar muito tempo usando eletrônicos pode prejudicar desenvolvimento. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-47036386> Publicado em 29/01/2019 – 06h57, Acesso em: 09/08/2019.

Capelania Prisional: O que você precisa saber?

As prisões se encontram praticamente em todas as cidades! Quando passamos perante seus altos muros, tentamos ignorá-las, não fosse o árduo trabalho que o Santo Espírito faz em nós, até conseguiríamos mesmo! O que precisamos saber? Ou melhor, será que queremos mesmo saber? Cabem-nos algumas perguntas! Já que se trata de um assunto tão difícil de ser tratado tanto pela igreja, quanto pelas políticas públicas.
Tentamos fugir da ordem de Jesus registrada em Mateus 25:36,43: …estava na prisão e fostes me ver… E olhem o que está escrito em Hebreus 13:3: lembrai-vos dos presos, como se estivésseis juntos com eles… Precisamos saber que atrás desses muros existem pessoas que estão pagando um preço muito alto por sua desobediência e falta de conhecimento sobre o Eterno e, se Ele, sendo soberano nos comissionou, então alguma coisa precisa mudar em nós!
Parece difícil aceitar o fato de que eles também são amados pelo mesmo Deus que nos ama. Aceitei o desafio e me envolvi com o ministério de capelania prisional. O primeiro contato foi horrível, no primeiro pavilhão visitado tive a sensação que não era lugar para nós estarmos, o cheiro era insuportável, meus pés ficaram pesados e a sensação de fracasso tomou conta de minha mente. No entanto, o Espírito Santo veio em meu socorro e imediatamente fui envolvida e restaurada de forma sobrenatural.
Quando o Senhor me abriu os olhos pude ver no pavilhão mais de duzentos homens e, estes andando de um lado para o outro sem chegar a lugar algum e, para minha surpresa fomos conduzidos a um local dentro do pavilhão que eles chamam de igreja, sim! Existe uma igreja lá dentro clamando por socorro! E nossa equipe estava sendo a resposta do seu clamor! Nossos irmãos improvisam um local feito com material reciclado, lá não tem nada de luxo! Eles oferecem seus assentos à equipe e eles ficam em pé ouvindo a palavra, esta que muitas vezes nós não paramos para ouvi-la.
Lá pude ver poder de Deus!  Poder sendo derramado entre nós, vi que lágrimas corriam no rosto deles, que falavam em outras línguas e cantavam com muita alegria e simplicidade, ali não havia microfones e instrumentos musicais. Porém, eles ofereciam uma adoração maravilhosa e DEUS certamente a recebia! Nossos irmãos presos adoram a Jesus debaixo de um sol muito quente e por eles a celebração pode durar o dia todo. Nossos irmãos fazem campanhas de oração na madrugada, fazem jejum e seus cultos acontecem de forma organizada. Aguardam ansiosamente a visita da equipe de capelania. Eles estão sendo ensinados a guardar os preceitos do Senhor, eles recebem batismo nas águas e ceia.
Eles não são tratados como inocentes como muitos pensam, ao contrário, fazemos um trabalho de conscientização sempre orientando que receberam o perdão dos seus pecados, porém as consequências de seus erros os acompanharão e, eles recebem isso como vindo de Deus para vida deles. Muitos nunca iriam parar para ouvir a voz do Eterno e reconhecem que estão ali porque Deus os livrou da morte e os transportou para o reino da luz.
Nossos momentos de oração são tensos, pois estamos em um lugar em que há pessoas dominadas pelo maligno, é nítida a opressão que sentimos lá dentro; como também é perceptível que o Espírito Santo nos envolve de forma especial. Quando entramos, esquecemos que estamos em um presídio. Ali ninguém é estrela; quem brilha é o REI da glória!
Precisamos saber que enquanto nos calamos, eles estão clamando por socorro. Precisamos saber que lá dentro, nossos irmãos acreditam que a igreja os espera e intercede por eles, que a igreja está disposta a amá-los sem julgamento ou preconceito. Precisamos saber que Deus esta à procura de pessoas que se disponham a ir à busca de vidas como essas que ninguém mais acredita. Precisamos saber que recebemos o perdão por nossos pecados e eles também receberão. Precisamos saber que eles têm famílias aqui fora que necessitam receber a visita de pessoas como você. Precisamos saber que missão se faz fora do templo, no secreto onde os holofotes não brilham e que a chama do Espírito arde no coração. Precisamos saber que vidas estão sendo eliminadas da face da terra enquanto estamos preocupados com construções de coisas materiais ou equipamentos sofisticados.
Nossa missão não é fazer o que quero e, sim o que o Senhor manda. E essa é a ordem idepregue em tempo e fora de tempo, ensinem a guardarem todas as coisas e, se você pensar que está sozinho olha o que Cristo diz: Estarei com vocês todos os dias… Marcos 16:15, e então virá o fim! Somos uma equipe muito pequena comparada à demanda apresentada. Creio que se você conseguiu ler essa reflexão até o final, é porque este assunto te interessa, então ouça a voz do Espírito Santo te convidando a ser um voluntário. Nossa equipe conta com o número de 250 voluntários(as), muito pequeno comparado a uma carência tão grande. Reflita e aceite esse chamado e você nunca mais será o mesmo.
Por: Rosely Tavares, congrega na Igreja Adventista da Promessa de Avaré, SP. Graduanda em serviço social. Voluntária em capelania prisional e em aconselhamento espiritual para dependentes de substâncias psicoativas. Diretora do ministério de mulheres regional.
Se desejar ser um voluntário, entre em contato pelo email: solcapelania|@hotmail.com e se informe.
 

Espremi a laranja, saiu suco

Me espremeram, saiu…

“Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53:7)
Quando uma laranja é espremida, o resultado é o suco da laranja. O limão espremido resulta em suco de limão, a azeitona espremida, dá azeite e tantos outros produtos que, uma vez espremidos, têm como resultado a essência do produto.
Quando você é “espremido” pelas adversidades da vida, o que “sai” de você?
Quando você é injustiçado, quando você é difamado, maltratado, rejeitado, confrontado, o que sai de você?
A Bíblia diz que a boca fala do que está cheio o coração. Quando as adversidades espremem você, consegue ver Deus agindo a seu favor? Você consegue ver Deus forjando o caráter de Cristo na sua vida? Você consegue se calar, orar, louvar, agradecer, amar?
Abraão foi espremido e saiu fé.
Ester foi espremida e saiu oração e jejum.
Maria foi espremida e saiu entrega.
Paulo e Silas foram espremidos e saíram louvores.
Estevão foi espremido e saiu adoração.
Jesus foi espremido, moído, afligido e dele saiu amor.
É nas adversidades que revelamos quem realmente somos, onde estão plantadas nossas raízes, nossa essência. É nas adversidades que vemos o resultado da nossa vida no Secreto, aos pés do Pai. E se o resultado tem sido algo negativo, talvez seja necessário parar, respirar, ver onde caímos e recomeçar. O mais importante de tudo isso é que Deus sempre está disposto a nos dar uma nova oportunidade e nos ajudar em todo processo.
Você tem sido espremido pelo Pai? Qual tem sido o resultado?