“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13:4-7)
O amor ágape é incondicional e poderoso. Esse amor recebido de Deus, nos impulsiona a amarmos os nossos semelhantes, apesar das diferenças e dificuldades relacionais que há entre nós. Ouvi de um certo pregador a frase: “O AMOR é uma via de mão única, ele é uma conta a pagar e não a receber.” Não é a pessoa que está sendo amada que recompensa a quem ama, mas somente o próprio Deus o pode fazer. José do Egito é um exemplo bíblico de alguém que demonstrou o amor ágape, quando perdoou a traição dos irmãos, suprindo as necessidades materiais deles e de suas famílias.
LEIA MAIS:
‘Filhos da Promessa 2023’: MCA Geral promove projeto de busca pelo Espírito Santo
Confira a nova série de lições para PGs de pastores e esposas
O amor ágape foi revelado a nós, em todo o tempo que esteve na Terra, por meio do Senhor Jesus. Quando Ele lava os pés dos discípulos, Jesus vai muito além de cuidar daqueles homens ali. O Senhor ensinou algo muito profundo.
Eu sempre questionei muito a Cerimônia do Lava Pés; entendi, por toda a minha vida, que se tratava de um ato que falava de um costume cultural dos tempos bíblicos, mas que, em nossos dias, não fazia nenhum sentido. Claro, o ato de lavar os pés uns dos outros retrata a humildade, uma vez que, nos tempos antigos, quem executava tal ação eram os menores servos de uma casa. Precisamos ser humildes! Tudo bem: lição aprendida! Mas, ainda não compreendia por que a Santa Ceia, acompanhada do Lava Pés, se tornava tão longa e, muitas vezes, enfadonha, em plenos séculos XX e XXI!
Em minha última participação na Ceia, em minha igreja, pratiquei o lava pés com uma irmã com quem não tinha nenhuma familiaridade. Na verdade, não me lembrava sequer de seu nome, mas tive uma experiência com o amor ágape incomparável, naquela manhã!
Como usualmente faço, ao ser anunciado o início da cerimônia do Lava Pés, coloquei-me na fila de mulheres, porque nunca vi a necessidade de escolher uma pessoa específica para isso. Naquela manhã de sábado, eu estava só na fila à entrada do recinto indicado, aguardando, quando uma jovem senhora a quem conhecia de vista, aproximou-se, também solitária. Eu perguntei se poderíamos formar uma dupla. Ela, então, com uma gentileza ímpar, disse-me que sim, que seria um grande prazer me acompanhar!
A irmã fez questão de iniciar o ato. Convidou-me a sentar e disse palavras que tocaram profunda e sobrenaturalmente meu coração. O Espírito Santo de Deus usou aquela mulher de forma impressionante. Ela não me disse palavras de profecia ou algo fenomenal, mas declarou, amorosa e docemente, bênçãos espirituais sobre minha vida e de minha família, com uma simplicidade e uma verdade tão profundas, que me emocionou demais!
Retribui a amabilidade e, ao terminar, nos abraçamos. Não sei quanto a ela, mas saí dali sentindo-me completamente repleta do amor de Deus. Você pode pensar: “Tudo bem, mas essa foi uma experiência pontual sua! A cerimônia do Lava Pés permanece fora de contexto cultural, em nossos dias! ”
Permita-me continuar: tempos depois da experiência acima relatada, ao pensar a respeito da profundidade do Amor Ágape, lembrei-me de Jesus, naquela sala, lavando os pés de seus discípulos, momentos antes de sua crucificação.
O Senhor sabia quem eram os homens que estavam ali: conhecia a mediocridade dos irmãos Tiago e João, ao mostrarem-se preocupados com, no céu, quem se sentaria ao lado de Jesus à mesa; tinha ciência de que, mesmo depois de presenciar seus tantos milagres e feitos, Tomé somente creria na ressurreição quando visse o Cristo ressurreto frente a frente; sabia da covardia de Pedro que O negaria por três vezes; via o coração traidor de Judas e sabia que, na cruz, todos O deixariam e estaria só.
Naquele momento do Lava Pés, o Senhor também me conhecia, com minhas deficiências, falhas e vergonhas. Mas, mesmo ciente de tudo, na plenitude do Amor Ágape, o Senhor amou aqueles homens e amou a mim. O Senhor escolheu prosseguir com sua missão de resgatar homens e mulheres imperfeitos, pagando por suas dívidas com a própria vida.
O Salvador ajoelhou-se diante daqueles homens repletos de falhas e os serviu. Assim, nos ensinou que O amamos quando vivemos em função de ajudarmos, servirmos e ampararmos uns aos outros, independente de qualquer circunstância.
Então, na próxima oportunidade que tivermos, antecedendo a Santa-Ceia, ao prostrarmo-nos ajoelhadas diante de uma irmã, ao lavar seus pés, que façamos primeiramente como um ato de profunda gratidão ao Senhor, por nos amar tão intensa e incondicionalmente. O façamos em adoração viva ao rei Jesus, derramando ali, todo o nosso amor e desejo de O servir com nossa vida, enquanto houver fôlego em nossos pulmões.
Também nos abramos ao Espírito Santo para que Ele possa nos usar como um instrumento de seu amor para com a pessoa a quem estivermos servindo. Que no toque de nossas mãos em seus pés, nas palavras de oração que dirigirmos por sua vida e por sua família, no abraço que daremos, ao finalizarmos a cerimônia, que o Senhor Jesus possa tocar, falar e abraçar aquela serva querida, por quem Ele entregou Sua vida.
João 13:13-16: [Disse Jesus:]”Vocês entenderam o que eu acabei de fazer a vocês? 13 Vocês me chamam de Mestre e Senhor e têm razão, pois eu o sou. 14 Se eu, que sou Senhor e Mestre de vocês, lavei os seus pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. 15 Eu fiz isto para servir de exemplo a vocês. Assim, como eu fiz a vocês, também façam uns aos outros.”
Por: Simone Bastos da Silveira.
Assista: