O Dia das Mães é festivo para você?

As mídias preparam lindas propagandas com muitos corações e músicas melodiosas. Há festas nas escolas, as lojas são decoradas, há promoções nos comércios, enfim, existe uma grande movimentação pra celebrar essa data.Mas, é uma data festiva para você?
Talvez, como eu, você seja feliz e tenha motivos para celebrar por ter filhos e por ter uma mãe, mas talvez essa data traga a você lembranças amargas. Talvez sua gravidez foi indesejada, talvez você não goste de ser mãe ou talvez você deseje intensamente ser mãe, mas por alguma razão não pode. Talvez essa data seja dolorosa porque a sua amada mãe já não está mais viva e você não pode dar aquele abraço carinhoso. Pode ser que você tenha uma mãe maravilhosa, presente, amiga, mas pode ser que sua mãe tenha problemas, vícios, e é você quem se torna responsável por ela. Pode ser que você converse com sua mãe todos os dias pelo telefone, WhatsApp, mas pode ser que você tenha discutido com ela e não estão se falando.
Pode ser que hoje você esteja se sentindo culpada por trabalhar muito e não ter tanto tempo para seus filhos, ou por ter perdido a paciência e dito coisas erradas e se sentir uma péssima mãe. Você pode ter abortado e rejeitado um filho.
São tantas realidades, são tantos sentimentos… então, como encarar esse dia?
Crendo que absolutamente todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28), crendo que absolutamente tudo o que Deus faz é bom e perfeito. Portanto, se sua mãe é amável ou não, estando presente ou não, você tendo filhos ou não, absolutamente tudo está debaixo do controle do nosso Amado Pai e Ele está usando tudo isso para aperfeiçoar o caráter de Cristo em sua vida.
Se você puder celebrar esse dia, faça-o! Mas se você não puder celebrar, glorifique ao Senhor que te ama e está cuidando de você, com um amor que não muda, não falha e não abandona!
Feliz dia do Criador das mães, dos pais, dos filhos, da vida!

O mito da mãe perfeita

Cobre-se menos e desfrute das alegrias da maternidade

Certamente, a maternidade é uma das fases mais importantes da vida da mulher. Para uma grande parte de nós, mães, a vida também se divide em “antes dos filhos nascerem” e “depois dos filhos nascerem”. Ser mãe é um presente, uma dádiva, um privilégio do Senhor para nós. Não é por acaso que Deus utiliza o amor materno para ilustrar o seu grande amor por mim e por você (Is 49: 15).
No entanto, sabemos também que a maternidade é um grande desafio, que muitas vezes tem os seus “altos” e “baixos”: o seu filho fala “eu te amo, mamãe” com o olhar mais doce e carinhoso da terra, mas logo em seguida, quase a enlouquece por brigar com o irmão. Existe até um ditado popular que diz: “Ser mãe é padecer no paraíso”. E em meio a todas essas questões, nós, mães, acabamos criando em nossas cabeças um mito: o mito da mãe perfeita.
Acho que uma das perguntas que sempre nos fazemos ao longo do maravilhoso (mas, desafiador) caminho da maternidade é: será que tenho sido uma mãe boa mãe? E aqui, o sentido é quase este: “será que acertei em todas as minhas palavras e atitudes ao lidar meu filho? Eu não devia ter deixado ele comer aquele doce antes do jantar… Ah, Senhor, acho que não disciplinei minha filha da forma como deveria”… Ou então: “Deus, estou tão confusa, acho que não devia ter corrigido minha filha da forma que fiz… Hoje estou tão cansada, acho que vou fazer um miojo para eles jantarem… Nossa, o filho da minha amiga com sete anos já sabe resolver uma equação de 1º grau, enquanto o meu mal lê ou escreve. Será que a culpa é minha?”
Quem nunca deixou o filho assistir mais televisão para poder arrumar a casa ou para ter mais alguns momentos de sossego, que atire a primeira pedra. Ou, quem nunca prometeu para si mesma que o filho não iria vê-la irritada ou impaciente, mas depois de poucos minutos perdeu a paciência com o menino? Todos esses pensamentos e situações certamente passam pela nossa cabeça. Muitas vezes, trazem culpa e pressão para as nossas vidas. Pressão e culpa desnecessárias e acabam nos trazendo muito desgaste e estresse, diga-se de passagem. Isso acontece justamente por causa de uma concepção de perfeição da maternidade: é o mito da mãe perfeita. Nós construímos em nossas mentes um tipo de mãe que não existe!
Não me entendam mal: como mães e servas de Deus precisamos estar no centro da sua vontade e fazer o melhor que pudermos para os nossos filhos. Devemos amá-los, cuidar deles e educá-los conforme os princípios bíblicos. Mas, a partir do momento em que eu penso que vou alcançar a perfeição na maternidade, isso só vai me causar angústia, mágoa, desespero e confusão. Porque não somos perfeitas, assim como nossos filhos não o são. Na verdade, o que acontece é que não estamos preparadas para lidar com as nossas falhas como mães. E não tem jeito, fazemos o nosso melhor, mas erramos e somos pecadoras, o que também se reflete na maternidade (talvez até mais do que em outras situações). Erramos quando não deveríamos falhar, falamos quando deveríamos calar, ou ficamos em silêncio quando deveríamos dialogar.
A maternidade é difícil. É linda, maravilhosa, um presente, mas ainda assim, é difícil. Por isso, reconhecer que falhamos e somos imperfeitas é muito importante porque nos aproxima da graça e do amor de Deus. É ele quem vai nos ajudar, dar sabedoria e fortalecer em nossos melhores (e piores) momentos da maternidade. Por isso, quando nos desfazemos do mito de que somos perfeitas, reconhecemos nossas imperfeições e defeitos, o que nos aproxima do Senhor. É ele que age em nossas vidas, nos ajudando a ser uma mãe conforme o seu coração.
Além disso, saber de nossas limitações nos dá a chance de ensinar a nossos meninos e meninas que também erramos e isso faz com que eles aprendam que é possível errar, mas que podemos consertar o erro, pois temos um Deus que nos perdoa e nos ajuda a acertar da próxima vez. Da mesma forma, reconhecer verdadeiramente que não somos mães perfeitas tira um grande peso e uma enorme pressão de nossos ombros, o que nos ajuda a vivenciar a maternidade com mais leveza, alegria e prazer. Certamente, esta é a vontade do Senhor para nós e para nossos filhos e filhas.
Sendo assim, gostaria de finalizar este texto refletindo nas seguintes questões com você, minha amiga mãe: você é capaz de perceber o impacto maravilhoso que está deixando na vida de seus filhos? Independentemente do fato de você trabalhar fora ou em casa. Fique tranquila, sei que você já cometeu erros, mas eu também os tenho cometido. Mas, você também consegue se lembrar das vezes em que acertou, ajudada por Deus? E os momentos em que esteve presente para o seu menino ou sua menina?
Pode ter sido sentada às 3 horas da manhã aninhando uma criança que teve um pesadelo. Ou fazendo almoço com uma dispensa bem limitada. Abrindo mão de algo que você precisa para que seus filhos possam ter o que necessitam. Ajudando numa tarefa de história. Dizendo não e impondo limites. Lendo um capítulo da Bíblia. Dobrando as roupas. Ouvindo as histórias do seu filho ou de sua filha, ou dos dois. Rindo e gargalhando. Limpando rostos sujos de comida. Pendurando desenhos na parede ou na porta da geladeira. Vendo-os dormir. Orando com eles ou por eles. Ensinando a respeito de Jesus.
Que o Senhor ajude a cada uma de nós a sermos mães conforme o seu coração: com limitações e imperfeições, mas que vivenciam a graça de Deus e são fortalecidas em Cristo!

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP) e é diretora do Departamento Infantojuvenil Regional da Convenção Noroeste Paulista.