Somente a fé

Um dos cinco pilares da Reforma Protestante, que completa 499 anos

Outubro é considerado o mês da Reforma Protestante, pois no dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da Catedral do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses. Essas teses abordaram alguns pontos importantes no que se refere à doutrina cristã, além de terem desafiado os ensinamentos relativos à penitência e à venda de indulgências. Tal atitude de Lutero é considerada como o início da Reforma Protestante, cujos princípios fundamentais são conhecidos como cinco solas (a palavra latina sola significa somente em português).
Essas cinco solas resumem os princípios teológicos básicos utilizados pela Reforma, que são imprescindíveis para a vida e para a prática cristã e que estão centrados na Palavra de Deus. São elas: Sola fide (somente a fé); Sola scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola gratia (somente a graça); Soli Deo gloria (somente a Deus glória). Ao longo deste mês de outubro, estaremos meditando nestes princípios que são encontrados nas Sagradas Escrituras. Para iniciar esta reflexão, falaremos sobre o princípio que enfatiza a importância da fé para aquele que deseja dedicar sua vida ao Senhor: Sola fide (somente a fé).
A Bíblia Sagrada nos mostra claramente que somente por meio da fé podemos receber o maravilhoso presente que o Senhor nos concede em Cristo Jesus. É a fé em Cristo que abre caminho para a nossa salvação. Ela é a maneira e a condição para que o homem seja justificado diante de Deus. Todos nós estávamos mortos em nossas culpas, erros e pecados, mas, por meio da fé no sacrifício de Jesus, somos perdoados e podemos ter a vida transformada pelo Espírito Santo.
Vivemos num momento em que cada vez mais crescem o número de pessoas que acreditam que a salvação e o perdão dos pecados são o resultado de suas ações e méritos pessoais. Mas, a Palavra de Deus é muito clara em afirmar que somente pela fé em Cristo a salvação e o perdão dos pecados podem acontecer. É também através da fé que submetemos as nossas vidas ao Salvador e confiamos nele para nos salvar das trágicas consequências do pecado. Sendo assim, podemos nos perguntar: o que significa ter fé? Ter fé é confiar, é entregar-se total e absolutamente nas mãos de Jesus Cristo, reconhecendo a gravidade de nosso pecado e o quanto nós somos incapazes de libertar-nos desse pecado por mérito próprio. Portanto, ter fé significa também aceitar que não temos qualquer mérito em nossa salvação, pois o Autor da nossa salvação é Cristo Jesus.
Sendo assim, é muito importante compreendermos que o único evangelho verdadeiro que existe é o da substituição de Jesus em nosso lugar. É através desta substituição que Deus atribuiu ao Salvador o nosso pecado e por sua vez, nos atribuiu a sua justiça. Somos aceitos e justificados diante de Deus somente por causa do sacrifício que Jesus fez por cada um de nós. Justamente pelo fato de Cristo ter levado sobre si os nossos pecados e o castigo de nossa culpa, é que cada um de nós que cremos nele e a ele entregamos nossas vidas fomos perdoados, aceitos e adotados como filhos de Deus. O evangelho vai revelar para cada um de nós não o que podemos fazer para alcançar Deus, mas sim aquilo que Deus fez por nós em Cristo Jesus, o Senhor e Salvador da humanidade.
É também por meio da fé em Cristo que somos consolados pelo Senhor e podemos superar e vencer os obstáculos da vida. Jesus não prometeu que viveríamos num “mar de rosas”, muito pelo contrário, ele nos disse que teríamos aflições (Jo 16: 33). Mas, ele prometeu que estaria conosco todos os dias da nossa vida, nos ajudando a enfrentar e vencer as dificuldades que estivermos enfrentando (Mt 28: 20). E isso é possível quando nossa fé está firmada somente em Cristo. É por meio desta fé que podemos nos aproximar de Deus, o Criador de todas as coisas e receber a salvação e o perdão dos pecados. E tanto a salvação quanto o perdão são concedidos pela graça divina. Mas isso já é assunto para a nossa próxima reflexão…
Que nossa fé esteja sempre firmada somente em Jesus, o Senhor e Salvador de nossas vidas!

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP) e é diretora do Departamento Infantojuvenil Regional

Tempos pós-modernos

Absolutos relativos são a única certeza

O fim dos absolutos foi uma marca anunciada, avisada e fartamente explicada como um dos pilares da pós-modernidade. Hoje, a realidade está consolidada, já não temos absolutos. O amor é líquido. A verdade é servida em mesas de self service com inúmeros pratos, de sabores diversos, mas todos afirmando que são a verdade, independente de quantas verdades estejam sendo servidas.
É praticamente impossível acompanhar a velocidade das mudanças atuais. Fatos, fotos, eventos, dramas, denúncias, tragédias, escândalos, leis, crimes, explorações, abusos, injustiças. Todos os dias e em volumes incontroláveis, vai se desenrolando uma confusa história, difícil de ser interpretada dada a complicação e a bagunça entre certo e errado, entre falso e verdadeiro.
Na falta de certezas, os absolutos são reduzidos a categoria de relativos. E essa é a única certeza que resta para os absolutos do passado: ser meramente relativos. O resultado é tristemente percebido no reflexo de uma sociedade que caminha sem saber para onde exatamente está indo.
Todo caldo filosófico atual conseguiu lambusar antigas convicções que dirigiam a vida. Vejo velhos amigos brigando por política, defendendo políticos e propagando partidos como nunca os vi em ação com relação às coisas da fé. É surpreendente. Antes, um pacato frequentador de igreja, um ajudador discreto, quase invisível. Hoje, um agitador irreconhecível, carregando todas as conveniências da piedade mas com atos e palavras totalmente antagônicos ao que é pregado pelo evangelho, negando a eficácia dela.
Vejo jovens sem propósito. Quebrando regras, leis, doutrinas. Impondo com sua peculiar rebeldia a agenda que julga a melhor. Questões como aborto, sexualidade, bestialidade e todas as experimentações que se imaginar são reduzidas a frases como “meu corpo, minhas regras”, “o corpo é meu, faço o que eu quero”. Ok, tudo isso é uma parte da verdade. A outra parte pouco a mídia divulga, pois não interessa. É a parte das consequências de cada escolha. Jovens estão morrendo de overdoses, com drogas sintéticas antes impensáveis, estão morrendo cheios de ilusões que só esvaziaram seus corações sem nada colocar no lugar a não ser mais ilusões, provocando ciclos e mais ciclos que terminam sempre em novas e profundas frustrações.
Vejo casais conformados com suas derrotas. Vivendo vidas mecânicas. Sem prazer no diálogo, no convívio, na cumplicidade, no amor, no carinho, no sexo. Famílias entregues as certezas dos absolutos relativos, “meus avós faziam assim, meus pais mudaram o jeito, nós estamos sem jeito e nossos filhos… terão jeito?”.
Vejo gente cega, surda, muda, imóvel. Gente que foi fulminada pela ganância, cobiça, orgulho e uma louca caçada por dinheiro. Conseguiu adoecer no caráter, espalharam destruição e dano em gente que nessa gente acreditou e, de repente, trapaça e traição foi só o que restou. Ética? Honestidade? Honra? Palavra? Esquece, são só absolutos relativos numa sociedade que deu as costas para antigos valores e antigas verdades e agora sofre as consequências das escolhas que fez.
Teve vacilo, dúvida, incerteza e angústia na Bíblia? Ou todas as narrativas bíblicas foram preenchidas por absolutos inquestionáveis? Certamente não, muitas dúvidas e questionamentos aparecem por toda a humanidade que povoa as páginas do livro sagrado.
Um exemplo está em João 14, onde encontramos muita ansiedade por resposta e direcionamento. Os discípulos haviam chegado num ponto sem saber que rumo tomar. Então fizeram o que todos devemos sempre fazer, perguntaram a Jesus qual o caminho, qual o rumo, como andar sem errar. Jesus deu uma resposta enigmática: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” Os discípulos queriam um mapa, um GPS, uma rota, Jesus porém ofereceu uma pessoa, ofereceu Ele mesmo. Ou seja, não vem ao caso a geografia da vida. Se riqueza ou pobreza, se saúde ou doença, se tristeza ou alegria, a verdade absoluta é uma só: o caminho é Jesus. Relativizar este caminho é o mesmo que errar absolutamente o destino da viagem.

Pr. Edmilson Mendes congrega na IAP em Pq. Itália (Campinas, SP) e integra o Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Que mal há em caçar Pokémons?

Nos últimos dias e semanas um dos assuntos mais falados é sobre o jogo “Pokémon GO”. Mesmo quem não joga ou não liga para isso, ouviu ou viu algo relacionando a isso. Se você não ficou nas últimas semanas em uma ilha deserta você sabe da febre que se tornou o Pokémon GO.
Até mesmo nas ilhas os jogadores procuram um Pikachu.
É um jogo da Nintendo em parceria com a Niantic, que atualmente desbancou todos os demais jogos, e se tornou o mais popular game para plataformas móveis, celulares e tablets. É o primeiro jogo da história a alcançar mais de dez milhões de downloads em apenas uma semana, e assim gerando cifras milionárias aos criadores. Pokémon significa “monstro de bolso”, uma criatura fictícia que tem se tornado viciante e aprisionadora para muitos. O problema não está no nome ou no jogo e sim em quem joga e da forma que joga. É fácil para os legalistas rechaçarem e dizerem que é do demônio e proibir ao invés de investir na espiritualidade dos jovens ao passo que eles entendam e discirnam as reais prioridades.
Nas últimas semanas emergiram nos noticiários vários acidentes de trânsito por conta desse jogo, onde pessoas dirigindo ficam procurando os Pokémons, pessoas distraídas com o jogo que atravessam a rua. Foi veiculado na mídia o caso de um menino que morreu afogado ao entrar em um lago para caçar Pokémons. Os alunos agora não estão prestando atenção às aulas, pois ficam procurando Pokémons enquanto o professor leciona. Alguns alunos, para burlar o professor que confisca os celulares, pedem para ir ao banheiro e são surpreendidos nos banheiros e pátios das escolas. Os Pokémons estão “escondidos” em todos os lugares e aqueles que baixaram o aplicativo do jogo em seus smartphones ficam procurando-os. É comum vermos vários adolescentes e jovens com seus aparelhos nas mãos procurando os Pokémons e/ou comentando onde os Pokémons estão escondidos. Pessoas têm perdidos seus empregos, em plena época de crise, pois viciados, jogam em horário de trabalho. Mais uma vez: o problema não é o jogo e sim quem joga e como faz do jogo a prioridade. Os que jogam dizem que o Pokémon GO é altamente viciante.
Sabe-se que os Pokemóns estão escondidos inclusive em igrejas e em cemitérios, e em tantos outros lugares. Como sabemos os cemitérios à noite são locais escuros e vulneráveis. O vazio interior do ser humano é tão grande que ele sempre buscou sanar esse vazio com diversas coisas, e no nosso contexto individualista e hedonista, características da pós-modernidade, esse vazio está se alargando. Esses jogos se encaixam bem na proposta moderna de preencher o vazio do ser humano, pois têm uma proposta de entretenimento. É bom se distrair e se divertir com jogos, mas é ruim sermos fisgados e ficarmos aprisionados ao vício do jogo.
Numa sociedade estranha como a nossa a proposta de entretenimento é fantástica, pois ela nos sequestra para uma realidade, mesmo que seja virtual, e nos leva ao divertimento e distração. O jogo nos leva para a virtualidade que nos distancia de tudo que nos aflige nesse momento, e assim como um entorpecente, fugimos para aquilo que dá prazer por alguns instantes, mesmo que isso seja momentâneo e passageiro. O esquema é se desligar de tudo e curtir o jogo. Demonizar o jogo é coisa para legalista que gosta de proibir por proibir. Vivemos no mundo que jaz no maligno e que está contaminado pelo pecado e nossa luta contra o pecado é com uma vida piedosa de leitura bíblica e devoção por meio da oração. Cheios do Espírito Santo, mostraremos aos nossos filhos, adolescentes, ovelhas, amigos e parentes “há tempo para tudo”, e que “o que contamina o homem é o que sai, pois sai do coração”, como Jesus já nos ensinou.
O Pokémon GO é apenas um jogo. Um jogo que suga as pessoas comuns que estão viciadas com a proposta virtual para o mundo virtual. O grande problema é que não somos virtuais e que o “mundo virtual” não existe, mas nós interagimos mais com o mundo virtual do que com o real. O jogo faz com que a pessoa pense que o mundo virtual é o seu mundo real. E isso provoca uma falsa realidade para a vida das pessoas, pois o mundo virtual é belo, fantasioso e recheado de entretenimento. Já vida real é marcada pela força, coragem, dor, suor, luta, sofrimento e por aí a fora. A virtualidade nos desumaniza e nos robotiza, fazendo com que nossas atitudes sejam determinadas pelo jogo e vício. O problema é que essas propostas de fugir da realidade para a vida virtual se torne uma fuga momentânea de um jogo e acabe se tornando um estilo de vida. Uma vida marcada pelo vício e que se refugia em caçar Pokémons. A realidade é a vida cotidiana.
Alguns caçam Pokémons, outras caçam motivos para demonizar os que caçam Pokémons e outros caçam estratégias para ensinar os filhos, adolescentes e rebanho a não cair nas armadilhas das propostas dessa fuga para a “vida virtual”. Creio que deveríamos aproveitar esse contexto como oportunidade para ensinar as próximas gerações amarem a Deus acima de tudo, assim eles terão como conviver e combater as propostas mundanas. Aproveitar a oportunidade para solidificarmos mais nossos ensinos e mostrarmos como as propostas dessa “vida virtual” é enganosa, falsa e alienadora. Se mesmo assim você quiser jogar Pokémon GO, jogue com moderação. Mas, não se esqueça de priorizar o Reino de Deus e de ensinar que o Reino de Deus está acima de todas as nossas prioridades.

Fonte: Jeferson Rodolfo Cristianini (Ultimato)

O Cristo que traz esperança

Mesmo quando o cortejo da desesperança está presente

“E aconteceu que, no dia seguinte, ele foi à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos, e uma grande multidão;
E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade.
E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.
E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar.
E entregou-o à sua mãe.
E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo.”Lucas 7:11-16
No decorrer da Bíblia Sagrada, encontramos o relato de oito ressurreições (fora a de Jesus). Destas, três podem ser encontradas no Antigo Testamento e 5 no Novo Testamento: o filho da viúva de Sarepta, o filho da Sulamita, o homem lançado sobre o sepulcro de Eliseu, a filha de Jairo, Lázaro, o filho da viúva de Naim, Êutico e Dorcas.
Mas vamos meditar sobre a ressurreição do filho da viúva de Naim. Em meio a um cortejo de desespero e desesperança, Jesus trouxe esperança e alegria para uma mulher que havia acabado de perder o que tinha de mais precioso, o seu único filho. Quantos de nós também temos sido assolados pelo desespero e pela desesperança? Quantos de nós não conseguimos ver uma solução para os nossos problemas e nossas dificuldades?
É interessante observarmos que ao chegar até a cidade de Naim, Jesus encontrou várias pessoas seguindo um cortejo fúnebre, acompanhando uma viúva que estava prestes a enterrar o seu único filho. Certamente, este cortejo estava marcado pelo desespero, tristeza e desesperança. Enquanto estavam saindo da cidade, as pessoas que faziam parte de tal cortejo encontraram-se com um grupo completamente diferente: são as pessoas que estão com Jesus. Tais homens e mulheres celebravam a vida, a esperança e a paz.
O cortejo fúnebre estava chorando a perda do filho da viúva, no entanto, algumas pessoas que faziam parte dele deveriam também estar se lamentando pela própria situação vivida por essa mulher. Naquela época, a mulher não possuía qualquer valor, era considerada alguém inferior. O valor de uma mulher estava atrelado ao homem: primeiramente seu pai e depois seu marido. Quando ficava sozinha, a mulher deveria arrumar um jeito de sustentar-se sozinha. No primeiro século, mulheres não podiam herdar propriedade dos seus maridos. As propriedades familiares eram transferidas aos filhos e, em casos especiais, para uma filha. Uma mulher viúva sem filhos estava completamente desamparada.
No caso específico desta mulher mencionada em Lucas 7, ela já havia perdido a sua fonte de segurança (o marido) e agora estava prestes a enterrar o seu único filho (que para ela, representava a esperança de dias melhores). A esperança dela de uma família feliz e de uma velhice tranquila e segura desmoronou.
Diante desse quadro desesperador, era natural que o cortejo fúnebre chorasse também pela desesperança, tristeza e desespero de ver as esperanças desta mulher serem sepultadas junto com o seu filho. No nosso caso, qual tem sido a razão da nossa desesperança ou do nosso desespero? É aquele problema que não conseguimos solucionar, aquela enfermidade que tem nos afligido, aquele pecado ou vício que não conseguimos vencer? Às vezes, ficamos como aquela mulher ou como algumas pessoas do cortejo fúnebre, chorando em meio à dor e à desesperança. Parece que nada e ninguém podem nos ajudar. Sentimo-nos abandonados por todos. Quem nunca se sentiu assim?
No entanto, algo estava prestes a mudar para a vida desta viúva: o versículo 13 nos mostra que Jesus a viu. Jesus viu a dor, o desespero e a desesperança desta mulher e foi ao encontro dela, ainda que ela não o tenha visto primeiro. Isso pode acontecer também conosco. Desesperamo-nos e nos desesperançamos com aquele projeto que nunca deu certo, aquele problema profissional complicado de resolver, a necessidade financeira que vivemos, a perda de um ente tão querido. No entanto, Jesus nos vê e deseja estar conosco! Em muitas situações nos sentimos tão desesperançados que não percebemos que Cristo está perto de nós, disposto a ressuscitar a nossa esperança, a nossa alegria e a nossa paz nele!
As pessoas do cortejo fúnebre choravam, mas elas também sabiam que nada poderiam fazer para ajudar aquela viúva. Porém, a Palavra de Deus nos mostra que quando Jesus viu a mulher, sentiu compaixão por ela. Cristo sabia bem quais eram as dificuldades e limitações que uma mulher sozinha enfrentava, e assim, teve grande misericórdia dela. Da mesma forma, Cristo age conosco: ele tem misericórdia de nós. Ele se importa com a nossa vida e atua em nossa vida com graça e compaixão. Nada pode nos separar do seu amor que se renova todos os dias, manhã após manhã.
Cristo faz mais do que sentir: ele quebra o protocolo, pára o cortejo e ordena ao rapaz que se levante. Diante de um cortejo de desesperança, Cristo traz a esperança para essa mulher ao ordenar que seu filho morto levante-se. Por isso, podemos ter a convicção de que em meio à desesperança, à dor, ao desespero causado pelas lutas, pelos problemas, ou pelo pecado, somente Cristo pode trazer esperança para nós. Ele é a fonte e a razão de nossa esperança!
No versículo 14, podemos ler que Jesus deu a ordem e o menino ressuscitou! Nós que somos mães, podemos bem imaginar a alegria desta mãe em ver o seu filho ressuscitado! Além do filho, Jesus ressuscita também a esperança, a alegria e a paz desta viúva! Ele demonstrou para ela e demonstra para cada um de nós que não há dificuldade ou adversidade que não possamos vencer, se estivermos com a fé alicerçada nele!
Finalmente, é interessante observarmos que quando a multidão comparou Jesus com um profeta, provavelmente estava comparando Cristo a Elias e Eliseu (que foram usados por Deus para ressuscitarem mortos (1 Reis 17: 18 – 24; 2 Reis 4: 32- 37). No entanto, estes homens tiveram de orar e esperar para que Deus devolvesse a vida a eles. Por sua vez, Jesus apenas ordenou e o jovem reviveu, numa clara demonstração de que era realmente o Deus que possuía poder e domínio sobre todas as coisas, até mesmo sobre a morte.
Sendo assim, confie em Cristo, e entregue sua vida a ele, pois somente ele pode perdoar os seus pecados e trazer esperança em meio à desesperança, alegria em meio à tristeza e paz em meio ao desespero!

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP) e é diretora do Departamento Infantojuvenil Regional

A vergonha se transformou em triunfo

Ao acender a Pira Olímpica, o atleta Vanderlei recebeu a honra que foi impedido de conquistar nas Olimpíadas de Atenas

Nas Olimpíadas de 2004: “…durante a disputa da prova de Maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas. Após liderar até o 36º quilômetro, o maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi atacado por um fanático religioso irlandês, o ex-sacerdote Cornelius Horan”, e foi impedido de conquistar a medalha de ouro. Devido este episódio, o maratonista brasileiro ganhou apenas a medalha de bronze.
Mesmo assim, ele continuou a corrida: “Por seu feito, seu espírito esportivo e humildade após a prova, Vanderlei recebeu a Medalha Pierre de Coubertin, considerada uma honra elevadíssima atribuída pelo Comitê Olímpico Internacional.”
Para a surpresa, alegria e emoção de todos os presentes no Maracanã e fora dele, depois de 12 anos, Vanderlei foi aquele que acendeu a Pira Olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, elevando o espetáculo a um grito que foi preso quando ele não ganhou a medalha de ouro em Atenas 2004.
Na programação, possivelmente quem faria um dos atos mais marcantes dos Jogos seria o Pelé, mas, Vanderlei foi o escolhido. Talvez, surpresa até para ele.
Aquela vergonha pública enfrentada pelo maratonista foi recompensada agora acendendo o fogo que simboliza o espírito olímpico, na presença de uma apoteose no Estádio, no Brasil e no mundo, que vibraram com a cena.
Esse fato lembrou-me de nosso Senhor, Jesus Cristo. Suas últimas horas foram de extrema vergonha e humilhação. Ele foi cuspido e surrado, com direito a bofetadas. Desde deboches e brincadeiras de “pique esconde” para saber quem lhe bateu (Mc 14.65).
No Calvário onde foi crucificado, o Cordeiro foi exposto à vergonha pública e universal. Seu corpo sangrando, sua língua pregada ao céu da boca de sede, a coroa de espinhos na cabeça, os pedidos para descer da cruz, nada o deteve ou o impediu de morrer por nós! (Mc 15. 30-31)
Nosso Cordeiro foi silenciado na morte, porém, ela não deteve Aquele que é o Senhor da vida (At 2.22-23)! Nosso Salvador, que morreu pelos nossos pecados, ressuscitou para nossa salvação! (Rm 4.25)
Hebreus 12.2 nos indica que, apesar da vergonha, sofrida, Cristo subiu aos céus depois de 40 dias após sua ressurreição, aparecendo a muitos (At 1.3). Aliás, o autor de Hebreus nos diz que Ele não desistiu da Cruz e não evitou ser humilhado pois, além de nos salvar, sabia da alegria que lhe estava proposta de voltar ao Pai, e assentar-se à direita de Deus.
Imaginemos a festa quando Jesus voltou ao céu? Ele foi glorificado e ainda derramou o Espírito sobre a Igreja (Jo 7.39; At 2.1-3) Uma alegria indizível em comparação à alegria que Vanderlei teve ao acender a Pira Olímpica. Por isso, continuemos na maratona da fé. Não deixemos de correr, pois chegaremos com a força da graça à gloriosa festa do Cordeiro!

Andrei Sampaio Soares é membro da IAP de Pedreira em São Paulo, colaborador do Departamento de Educação Cristã da IAP e articulista do site Além Blog.

Leve esta chama com você!

A tocha olímpica nos inspira a pensar em um Deus que nos incendiou com seu amor

Há algumas semanas, temos assistido várias cidades do Brasil recepcionando a tocha olímpica. Sempre é uma emoção. Passada de mãos em mãos por pessoas importantes para a sociedade. Muitos são os que falam sobre isso nas ruas, casas, lojas, empresas, escolas, por todos os lugares onde a tocha está passando. Em cada cidade, o acontecimento é anunciado nos jornais, na TV e também na internet. Em cada lugar, varreram ruas, pintaram calçadas, cercaram avenidas e mudaram o trânsito. Mas em meio a tudo isso, minha mente e meu coração estavam em outra chama. Que não posso chamar de olímpica, mas Divina.
Aqui, em Campo Mourão (PR), enquanto a cidade se preparava para receber a tocha, nossa igreja se preparava para receber a Ceia do Senhor. Enquanto a cidade falava daquela chama, nossa igreja orava para que Deus acendesse uma grande chama na vigília que estaríamos realizando.
Descobri a simbologia por trás do revezamento da tocha. Há muito tempo, quando ainda não havia os meios de comunicação que temos hoje, essa chama passava de cidade em cidade, avisando que as Olimpíadas estavam para começar. Pensando nisso, nós também carregamos uma tocha, não para avisar das Olimpíadas, mas sim, da vinda do Cordeiro, do Filho de Deus.
E em nosso coração está acesa uma grande chama. A chama de um Deus que se fez homem e habitou entre nós, provando que é possível viver em um mundo corrompido pelo pecado, sem pecar. A chama de um Deus que se fez pecado por amor a nós e nos deu a sua vida, abundante, plena e digna de ser vivida. A chama de um Deus que venceu a morte e morte de cruz, ressuscitando ao terceiro dia para declarar ao mundo que nada poderá detê-lo. A chama de um Deus que prometeu vir buscar a sua igreja, composta por todos aqueles que creram nele e que vivem unicamente para adorá-lo.
Essa chama jamais se apagará em nossos corações porque Ele nos incendiou com seu amor. Leve essa chama você também!
Franilson é pastor da Igreja Adventista da Promessa em Campo Mourão (PR).

Não vai faltar!

O cuidado de Deus continua, mesmo em meio à crise

Como não se desesperar em meio à uma crise econômica como a que estamos vivendo? Mais de 11 milhões de desempregados! Quando vamos ao supermercado e gastamos muito, nos frustramos trazendo poucas sacolas. Certamente a crise é um termômetro para saber se estamos confiantes no cuidado de Deus. Em relação a isso, vemos em Mateus 6: 24-32 a promessa do cuidado do Pai, principalmente nas nossas necessidades básicas.
1) Crer no cuidado de Deus é tê-lo como Senhor
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt 6.24)
Jesus falava de ajuntar tesouros no céu, querendo dizer sobre priorização da vida espiritual (v.19-21); e concluiu o trecho falando, que temos que ter bons olhos, uma iluminação que determina como será a vida. O conselho de Jesus, então, é que nos desviemos das trevas e para termos luz (v. 22-23). Jesus fala que não podemos dividir Deus com as riquezas (v.24).
A palavra riquezas (ou dinheiro), no grego é mamonas, com o significado seguinte: “posses, bens terrenos”. Por isso, Jesus coloca o dinheiro como uma falsa divindade, que pode ser servida, e colocada em concorrência com Deus.
Diante disso, Cristo diz: “Ou servirmos a Deus ou às riquezas”. O altar do coração, Deus não divide com outro. Ou servimos a Ele ou às posses. Ou Ele é o dono da nossa vida ou as riquezas. No “banco de valores” da nossa vida, ou aceitamos os depósitos de Deus, ou o dinheiro sujo do diabo.
A questão não é o dinheiro em si, mas o lugar em que ele está, se no bolso ou no coração. Se cremos no cuidado de Deus, Ele é nosso Senhor, e são pelos valores da Palavra dele que obedecemos. Se for o dinheiro nosso senhor, seremos governados pela avareza, consumismo, egoísmo, mesmo quando tudo que temos é para uso pessoal e compartilhamento com os outros. Por isso, em seguida Jesus apresenta um antídoto contra essa divinização da riqueza.
2) Crer no cuidado de Deus é confiar em sua provisão
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” (Mt 6.31-32)
Ser cuidado por Deus envolve a confissão dele como Senhor. E se Ele é nosso Senhor estamos nas mãos de um Deus eterno e que nunca muda (Ml 3.6). Não houve momento na história que Deus se desestabilizou do Seu reinado. Confiar na instabilidade das riquezas como nosso senhor constitui-se numa falha de fé (1Tm 6.17). Deus, o Pai, sendo nosso Senhor, tem cuidado dos que creem nele. Jesus nos mostra que o Pai cuida de três coisas: comida, bebida e roupa (v.25).
Para ilustrar o cuidado do Pai, Jesus propõe a reflexão a respeito das flores do campo e dos passarinhos: vestidos e alimentados pelo Pai. Ele também nos questiona se podemos acrescentar idade ou medida à nossa altura devido à ansiedade com que buscamos os bens materiais (v.26-28). Jesus diz que, nem Salomão, com toda a glória de seu reino se vestiu como essas flores. Então, se Deus cuida destas coisas é certo que nos dará o que é básico na vida (v.29-32).
Jesus ainda lançou uma segunda proposta. Buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça (v.33-34). Ou seja, a prioridade de quem tem Deus como Senhor é buscar continuamente seu reino, seu domínio manifestado por meio da Encarnação de Cristo. A justiça que temos de buscar é uma vida de acordo com a vontade de Deus, revelada em Sua Palavra. Nossa prioridade é essa. A quem segue este plano, buscar o reino e a justiça, Deus acrescenta o necessário.
Qual tem sido nossa postura diante da vida?
Fazemos tudo pra ganhar desesperadamente o dinheiro, ou cremos no cuidado de Deus com nosso trabalho? Jesus não é contra o trabalho neste texto. Ele criou o trabalho antes do pecado (Gn 2.7). A questão é não fazer desta busca (pelas posses, bens e dinheiro) a primeira razão da vida, a ponto de tornar isso um deus, mas, a prioridade de nossa vida deve ser a justiça do reino de Deus e veremos o cuidado dele nas nossas necessidades básicas. Vamos orar por isso! Vamos viver por isso!

Andrei Sampaio Soares presta auxílio pastoral à IAP de Pedreira (zona sul de São Paulo) e colabora com o Departamento de Educação Cristã (DEC).

Andando na verdade

Mesmo num mundo relativizado, devemos propagar a verdade absoluta

O presbítero ao amado Gaio, a quem amo na verdade.
Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma.
Muito me alegrei ao receber a visita de alguns irmãos que falaram a respeito da sua fidelidade, de como você continua andando na verdade.
Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos estão andando na verdade”. (3 João 1:1-4)
Vivemos numa sociedade em que tudo tem sido relativizado, até mesmo o conceito do que é a verdade. Para várias pessoas, cada um tem direito à sua própria verdade, pois não existe uma verdade absoluta e universal. No entanto, nesse texto, podemos ler que o apóstolo João expressou sua alegria pelo fato de os irmãos andarem na verdade. O propósito de João era o de encorajar os cristãos daquele momento a permanecerem firmes na fé e na verdade, não permitindo que qualquer tipo de ensino falso fosse disseminado nos lares deles.
Será que a nossa situação é muito diferente? Temos sido bombardeados por vários tipos de ensinamentos que são totalmente contrários à Palavra de Deus. Por isso, é muito importante colocarmos em prática a orientação bíblica de andarmos na verdade, ou seja, de vivermos conforme a vontade de Deus e em obediência aos seus ensinamentos.
Ao contrário do que tem sido propagado pela sociedade em que vivemos, a verdade existe e é objetiva e absoluta. Jesus é a verdade (Jo 14. 6) e na Palavra de Deus está registrada a verdade do Senhor, que é capaz de libertar a mim e a você. E isso, não é algo subjetivo ou superficial, mas é algo que transforma e salva a vida de todo aquele que crê em Cristo.
Mas, você pode estar se perguntando: o que significa andar na verdade? Em primeiro lugar, é importante destacar que a fé em Cristo e no seu evangelho é imprescindível para conhecer a verdade e andar nela. Andamos na verdade quando não somos influenciados pelos valores deturpados do mundo à nossa volta, mas quando vivemos de forma obediente a Deus e à sua Palavra, em qualquer área da nossa vida, independente da situação que estivermos enfrentando. Da mesma forma, andar na verdade significa que vivemos aquilo que pregamos, ou seja: nossas palavras e nossas atitudes são um testemunho do agir de Deus em nossas vidas. A partir do momento em que andamos na verdade, oferecemos a nossa vida, com tudo o que somos, em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12: 1). Quando não nos moldamos ao padrão deste mundo em que vivemos, mas buscamos a transformação da nossa mente pelo poder do Espírito Santo estamos também andando na verdade.
A proposta de Deus para cada um de nós é que, perseverantemente, andemos na verdade que está somente na mensagem do evangelho. Rejeitando os valores da sociedade contrários à Palavra de Deus, que possamos andar na verdade que foi revelada em Cristo Jesus para que assim, possamos também vivenciar e comprovar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus!

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP) e é diretora do Departamento Infantojuvenil Regional

Mãe, qual tem sido sua prioridade?

Não podemos nos esquecer do principal: que nossos filhos tenham um encontro com Cristo

“Certa vez quando terminou de comer e beber em Siló, estando o sacerdote Eli sentado numa cadeira junto à entrada do santuário do Senhor, Ana se levantou
e, com a alma amargurada, chorou muito e orou ao Senhor.
E fez um voto, dizendo: “Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida.” ( I Samuel 1:9-11)
No período em que vivemos, muito se tem debatido a respeito do conceito de família e das próprias responsabilidades inerentes à função uma mãe no lar. No meio de todo este turbilhão de opiniões ou pensamentos é muito importante atentarmos para a seguinte questão: o que a Bíblia Sagrada enfatiza para nós, quando aborda a influência da mãe sobre sua família e, particularmente falando, sobre os seus filhos?
Ao refletir nesta questão, logo me recordo da história de Ana, que está registrada em 1 Samuel. Neste capítulo, observamos quão grande era o desejo de Ana em ser mãe. Mesmo extremamente amargurada e entristecida por causa da sua infertilidade, esta mulher buscou a Deus em oração, derramou o seu coração diante do Senhor e apresentou diante dele a sua súplica. E ainda mais: Ana garantiu a Deus que se ele ouvisse a sua oração e lhe concedesse a oportunidade de ser mãe, ela dedicaria o seu filho ao Senhor, enquanto ele vivesse. O que aconteceu depois disto? Deus ouviu a oração de Ana e concedeu a ela um filho, que foi chamado Samuel e que, posteriormente, tornou-se um grande instrumento de Deus para o povo de Israel.
Só que a narrativa bíblica sobre Ana não terminou por aí. Nos versículos finais de 1 Samuel 1 podemos ler que esta mãe cumpriu o seu voto a Deus: ela consagrou Samuel ao Senhor, e ele tornou-se um grande profeta e juiz de Israel. Como mãe, posso afirmar que a história de Ana é um grande exemplo e um grande incentivo para mim. Ela foi uma mulher que confiou em Deus seja antes de ter o filho, seja depois do filho nascido (certamente, não foi fácil para ela deixar seu menino de mais ou menos três anos de idade no tabernáculo, num lugar estranho para ele, com pessoas que eram desconhecidas para Samuel).
Justamente pelo fato de Ana ter consagrado seu menino a Deus, ela conseguia confiar que o Senhor iria cuidar dele e proporcionar-lhe uma vida plena e realizada. A preocupação maior de Ana com relação a Samuel não era simplesmente se ele teria uma boa roupa, ou se estudaria numa boa escola, ou ainda se teria a melhor refeição possível. Todas essas são preocupações válidas, diga-se de passagem. No entanto, ao dedicar Samuel a Deus, Ana demonstrou que a sua maior preocupação era a de que seu filho conhecesse, amasse e servisse ao único e verdadeiro Deus. Este era o principal alvo de Ana como mãe: ensinar e incentivar o seu filho a ter um relacionamento com o Senhor, mesmo que para isso ela tivesse que deixá-lo no tabernáculo.
Estas atitudes de Ana, como mãe, precisam nos conduzir a uma reflexão sobre qual é o nosso principal objetivo: será que temos conduzido nossos filhos a Cristo? Será que temos nos preocupado verdadeiramente com a salvação deles? Será que temos trabalhado para que nossos filhos conheçam, amem e sirvam ao Deus Criador e Salvador? Ou será que temos estado tão atarefadas e preocupadas em suprir as outras necessidades de nossos meninos e meninas que temos nos esquecido da principal: que eles tenham um encontro com Cristo e dediquem a ele as suas vidas?
Nós sabemos que as outras necessidades de nossos filhos são importantes (se estão se alimentando bem, se estão sendo bem cuidados, se frequentam uma boa escola, se dizem “obrigado” ou “por favor”). No entanto, é imprescindível que eu e você reconheçamos que Deus nos chamou principalmente para que ensinemos a nossos filhos “os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.” (Salmos 78:4). Com que objetivo fazemos isso? Para que eles coloquem a confiança em Deus; não se esqueçam dos atos do Senhor e obedeçam aos seus mandamentos. (Salmos 78:7).
Eu e você, como mães, fomos chamadas para ensinar e transmitir aos nossos filhos a respeito da salvação que está somente em Jesus. Eu e você também somos responsáveis por discipular a nossa descendência para que nossos filhos e filhas cresçam na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo (2Pe 3: 18). E isso é uma das missões mais importantes para a qual Deus nos chamou e tem nos capacitado. Que, ao refletir sobre o exemplo de Ana, possamos educar nossos filhos e filhas reconhecendo que nossa maior prioridade deve ser a de ensiná-los a amar a Deus e a servi-lo de todo o coração, alma e entendimento!

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP) e é diretora do Departamento Infanto Juvenil Regional.

Você é um divergente?

Jesus não viveu em conformidade com os valores do mundo

É impressionante o número de postagens no Facebook, relacionadas à igreja. São pessoas que falam dela, bem ou mal, mas falam! Antes de falar lembremos: a igreja é agência do Reino de Deus, ela propaga o interesse de Deus governar todas as coisas. Ela foi comprada pelo sangue de Jesus e você que, um dia recebeu a fé, é parte dela. “Cuidado, dedinho, o que posta!” Será que os cristãos brasileiros tem sido divergentes? Você tem tido essa postura?
Os divergentes (aqui, sinônimo de cristão) são os que fazem parte do Reino de Deus. São chamados para fora do mundo (sistema), e por isso são opostos aos que fazem parte do mundo. Em João 17.14, Jesus apresenta alguns sinais dos que divergem do sistema: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.
O primeiro sinal diz que “O divergente se opõe ao mundo por seguir a Palavra de Deus”. Como disse o Senhor: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou…” O cristão é divergente devido sua identificação com a Palavra de Deus, Palavra dada por Jesus, o Verbo encarnado (Jo 1.1). Jesus afirma em sua “oração sacerdotal”, que deu a Palavra do Pai aos seus discípulos. Essa palavra serve como o guia de vida. O Antigo e Novo Testamento são a Palavra de Deus. Os valores da palavra de Deus, vividos pelos “divergentes do Reino”, os fazem “santos no mundo” (Jo 17.17).
Em consequência dessa identidade com a Palavra, este mundo tem uma reação: ódio! Ódio pelos “divergentes do Reino”. Gente que se levanta contra tudo que se identifica com Deus. São pequenos “anticristos” que antecedem a encarnação, antes da Segunda Vinda do Senhor, na Grande Tribulação, do “Anticristo” (2Ts 2.3-4).
Não somos odiados, ou não devemos ser, por sermos crentes implicantes, mas por seguir a Palavra de Deus. Como nosso “Divergente Mestre” disse: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.” (Jo 15.20).
O segundo sinal diz que “o divergente se opõe ao mundo por não se identificar com este sistema”. Jesus disse ainda em Jo 17.14: “… pois eles não são do mundo…”. Este mundo aqui não é o mundo físico, afinal, nas palavras do salmista: “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam.” (24.1). Aliás, este mundo físico será restaurado pelo Senhor (Ap 21.1), depois dos mil anos no céu (Ap 21.1). O Senhor também não esta falando do mundo amado por Deus segundo João 3.16, alvo do envio do Filho. Neste texto, o mundo são as pessoas, amadas pelo Pai e alvos de sua graça salvadora; o mundo em voga aqui é o mundo como “sistema iniquo”, cujo governo é exercido pelo diabo. Nas palavras de João: “… o mundo inteiro jaz no Maligno.” (1Jo 5.19b).
Sem negociar ou ceder valores
É este o mundo de onde o cristão foi tirado, e ao qual deve resistir. Não deve negociar ou ceder seus valores para ser bem aceito pelo sistema. Tiago nos alerta: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (4.4) E o que nos leva a entrar no sistema? O mesmo apóstolo responde: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tg 4:1-3) Veja: quando obedecemos nossos desejos egoístas, não estamos divergindo do sistema. Matar, invejar, usar de violência ou egoísmo, esta é a regra do sistema mundano.
Por isso, vale a pena repetir o apelo de Paulo: “E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2) Pelo poder do Espírito podemos continuar afirmando e vivendo, os valores do reino de Deus, da Lei de Deus, afinal, somos sal da terra e luz do mundo (Lc 5.16-17).
O terceiro sinal fala que “o divergente se opõe ao mundo por imitar a Jesus”. Como concluiu Jesus: “Eles não são do mundo, como eu também não sou.” (Jo 17.14) O alvo de sua vida é em tudo viver para Jesus e como Jesus? Apesar de viver no mundo, “palco” de sua missão, Jesus não viveu em conformidade aos valores dele. Seus passos foram fazer a vontade do Pai, vontade essa que era considerada um motivo existencial para Jesus: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” (Jo 4.34)
A vontade do Pai é viver sua Palavra. É crer naquilo que Deus nos transmite no Antigo e Novo Testamento. É amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. A realização da obra do Pai é o engajamento na Missão de anunciar o evangelho a toda criatura até que Ele volte. A vida de imitação a Jesus nos convoca a andar guiados pelo “GPS” do cristão, a Bíblia Sagrada, e viver em comunidade, na vivência dos mandamentos mútuos (uns aos outros); é também praticar o bem a todos os homens: na vizinhança, na escola, trabalho, política e demais setores da sociedade.
Temos então que nos manter firmes em seguir nosso “irmão mais velho” (no sentido de exemplo, não de tempo); devemos vivenciar nossa divergência para com o mundo, no Espírito de Cristo: paz, amor, misericórdia e justiça. Vamos seguir os mandamentos aos cristãos deixados em Hebreus 12.2: “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
Permanecer em Cristo é nosso dever! Perseverar até o fim é nosso caminho. Três imagens nos ajudam a clarear os pensamentos: a corrida é a primeira. Em Hb 12:1, lemos: “… corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta.”. Outra imagem que temos para a perseverança é a luta. É o que vemos em 1Co 9:26b: “… assim luto.
A última imagem que apresentamos é a guerra. O cristão é um soldado que anda conforme a vontade daquele que o alistou para o serviço do bom combate. É isso que Paulo diz, em 2Tm 2:3: “Participa comigo dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus.” Sejamos corajosos! Sejamos divergentes, sabendo que: “… o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (1Jo 2.17)

Andrei Sampaio Soares presta auxilio pastoral à IAP de Pedreira (zona sul de São Paulo) e colabora com o Departamento de Educação Cristã (DEC).

Ano novo

Olhando para o passado, presente e futuro

Mais um ano que se inicia. Um novo ano, novos objetivos, novas metas e oportunidades. Proponho fazermos cinco perguntas neste momento, como: O que devemos celebrar em relação a 2015? O que devemos esquecer de 2015? O que devemos melhorar em 2016? O que precisamos começar em 2016? O que devemos aprender em 2016? Para termos um ano diferente positivamente, precisamos olhar as circunstâncias com o olhar de Jesus.
Devemos olhar para o passado e agradecer pela fé que venceu a dúvida, a esperança que superou o desespero, a coragem que foi fundamental em meio ao sofrimento, os “nãos” que serviram para o nosso amadurecimento e o sacrifício de Cristo, que venceu a morte, nos garantindo assim a vida eterna (1 Jo 2.25). Olhar para trás ajuda a fazer autocrítica, conservar o coração agradecido, reviver bons momentos e renovar as esperanças.
Devemos olhar para o presente, fazer um balanço de como está a nossa vida pessoal, familiar, profissional, relacional e, acima de tudo, espiritual. Analisar o nosso relacionamento com o próximo, verificar se temos sido realmente mordomos fiéis com tudo o que Deus nos tem dado e se a nossa vida cristã tem O agradado. Decida ser uma pessoa melhor neste ano que está chegando!
Por fim, devemos olhar para o futuro com bastante esperança e alegria, pois Deus nunca se esquecerá de nós (Is 49.15), Jesus prometeu estar conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20) e o Espírito Santo nos guiará sempre em toda a verdade (Jo 16.13). Se agirmos assim, certamente haverá bom futuro para nós, e a nossa esperança não falhará (Pv 23.18).
Mantenha firme os olhos em Cristo, o autor e consumador da nossa fé! Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele e ele agirá! Descanse e espere nele! (Sl 37:5 e 7) Que nesse ano de 2016 você deseje estar no melhor lugar do mundo: o centro da vontade de Deus!
Um feliz 2016 repleto das bênçãos do Senhor!
Ms. Diego da Silva Barros é diretor da União da Mocidade Adventista da Promessa e coordenador de Missões e Evangelismo na IAP em Piedade (Rio de Janeiro, RJ).

O que vem pela frente?

É sempre notório no final do ano as TVs abertas anunciarem as suas atrações, filmes, seriados, novelas etc. O lúdico é alimentado, os produtos comerciais são vendidos e os telespectadores são alimentados com sonhos temporais ilusórios. Depois “adeus ano velho feliz ano novo”, a rotina começa novamente até a próxima data que os termômetros comerciais derem picos de boas vendas novamente. Assim, muitos vão vivendo sem atinar para Cristo, Sua vinda, Sua vontade. Esta é a realidade da pós-modernidade, fé fria, calculista, mais servindo à criatura que ao Criador, as “coisas” de Deus ficam em segundo plano.
Deus já nos falou faz tempo sobre o que virá acontecer, e como será o desenrolar profético… “Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.” (Isaías 46:10). O fator predominante no ano de 2016 é qual será seu diferencial?
Que tipo de cristão serei em 2016? Aquele que luta com muita garra e abnegação pessoal para que vidas sejam salvas em Cristo, bem como que novos conversos sejam edificados e  ganhem maturidade? Sabemos que Cristo está vindo muito breve, o que nos resta fazer é salvar “alguns com temor, arrebatando-os do fogo.”(Judas 1:23).
Enquanto esse dia não chega, conviva bem em comunhão dentro da arca divina, a Igreja que você congrega. Aprenda com Cristo a perdoar. Faça valer em você e na sua família, nos irmãos de fé, os valores do evangelho de Cristo e, principalmente, a esperança que tem na volta eminente de Cristo. Lembre-se que, para os oito que se salvaram dentro da arca, mesmo com o pacto de Deus com Noé, não foi nada fácil passaram por muitas privações, mas não abandonaram o barco, mesmo que o dilúvio tenha tido duração total de 1 ano e seis dias.
O que vem pela frente na sua vida pessoal? Creia em Cristo, que o escolheu para o louvor da sua glória e viva confirmando a sua fé, sem vacilar, sem “inventar modas”. Continue olhando para o alvo, Cristo. O que vem pela frente? O céu, a Nova Jerusalém, o galardão preparado por Deus para aqueles que amam servir e adorar a Cristo.

"Zé, cuida do menino!"

Imagine a cena: Maria super atarefada depois de um dia inteiro de trabalho. José já encerrou as atividades na carpintaria e está disponível para ajudar, aí, ouve o pedido da esposa, “Zé, cuida do menino!”, e lá vai José acalmar o choro do pequeno Jesus. Já pensou?
A roda de 2015 girou e outro natal chegou. Presépios e cantatas estarão a disposição por todos os lados relembrando a história do menino Jesus, o bebê que nasceu em Belém trazendo paz na terra aos homens de boa vontade.
Saia um pouco do calendário que tem um feriado com extremo apelo comercial e emocional. Agora tente entrar em outro cenário, a humilde casa que abrigou a infância do menino Jesus.
Ele brincava? Chorava? Tinha dor de barriga? Derrubava coisas? Fazia suas manhas? Tropeçava nos primeiros passos? Tenho para mim que sim, tudo isso e muito mais viveu o garoto Jesus. E por vezes, como é natural em qualquer lar, o pai precisava ajudar. Portanto, eu quase consigo ouvir o pedido de Maria, “Zé, cuida do menino!”
Um dia Jesus nasceu no meu coração. Alegria indizível passou a fazer parte de mim. Tudo mudou. E continua mudando até hoje. A forma de ver a vida, como encarar desafios, como me relacionar, enfim, foi e é uma alegria que fez a vida virar 180º.
Hoje, o “Zé” sou eu. A voz que José, o carpinteiro da Galileia ouviu tantas vezes, agora sou eu que ouço: “Zé, cuida do menino!”. Pense na responsabilidade, na diversão, na alegria, na seriedade que é cuidar de um bebê, um garoto, um menino.
Apesar do mundo podre, ameaçador e violento que nos cerca e assusta todos os dias, “cuidar” do menino que nasceu e faz morada em mim possibilita ver o que a vida tenta tirar de nós, a beleza, a doçura, a pureza, o respeito, a decência, o brilho no olhar.
Ser um “Zé” me faz feliz. Ser um “Zé” me faz descer ao nível do menino, ir brincar no chão com o bebê, interagir na linguagem possível ao menino. É só aí que reconhecemos o Salvador. Basta lembrarmos que quem primeiro reconheceu aquele bebê como o Messias foi outro bebê, quando ambos, João e Jesus, ainda estavam no ventre de suas mães.
Jesus nasceu! Preciso cuidar da minha fé e deixar meus ouvidos sempre atentos: “Zé, cuida do menino!”
 
Pr. Edmilson Mendes congrega na IAP em Pq. Itália (Campinas, SP) e integra o Departamento Ministerial – Convenção Geral e Paulista. Fonte: Sou da Promessa

Reinado absoluto

Deus é soberano, acima de qualquer instância de liderança

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela” (M. 16.18).
Eleições, aclamações, levantar de mãos, sorrisos, lágrimas, decepções, incertezas, certezas. Essas palavras, sentimentos e ações marcaram o fim de semana decisivo para o povo da Igreja Adventista da Promessa, nossa amada IAP.
Quanta gente saiu feliz, ao ver seus candidatos “prediletos” eleitos; quantos saíram decepcionados por não ter havido eleição; outros saíram chorosos por não ter visto seu candidato eleito. A IAP será presidida no próximo quadriênio (2016-2019) pelo pastor Hermes Pereira Brito, homem com larga experiência administrativa e espiritual. Pr. Hermes foi eleito por aclamação entre palmas, sorrisos e lágrimas de felicidade da Assembleia Geral que estava muito bem representada, com cerca de 1.400 irmãos.
Em sua fala, o atual presidente, Pr. Jose Lima de Farias Filho, disse que a igreja sempre o apoiou e que não seria diferente com o próximo presidente; relembrou o aspecto bíblico da liderança sobre grupos maiores e menores e que, agora, Pr. Hermes é responsável por liderar dezenas de milhares. Pr. Lima, com muito cuidado e visivelmente emocionado, enfatizou o quanto o Evangelho é poderoso e vence preconceitos, uma vez que a IAP tem seu primeiro presidente negro.
As diretorias das Convenções Regionais foram eleitas também, por voto nas urnas e por aclamação da Assembleia. Em todas elas, confiamos que o processo foi dirigido pelo Senhor da Igreja, aquele que cria e levanta líderes segundo o seu coração.
Independente do resultado da eleição e da sua reação, promessista, lembre-se do versículo que usei para iniciar esse artigo. Preste atenção no pronome que Jesus usa para referir-se à Igreja: o pronome possessivo “minha”. A Igreja é de ninguém mais, ninguém menos que Jesus, aquele que morreu e ressuscitou por ela, dando a ela seu precioso sangue para purificá-la de todo pecado e mancha.
Assim, não há motivos para desespero se o “seu” candidato não foi eleito, nem de muita comemoração se foi. Uma vez que a Igreja é de Jesus, ele a conduzirá por meio de homens, sejam eles queridos ou não pelo povo. A Igreja é de Deus, quem a governa é Deus. Quem reina sobre ela é Deus. Ele reina acima de qualquer superintendente regional, presidente geral, assembleia geral ou qualquer casa e cargo institucional. Confiantes no reinado de Cristo sobre sua Igreja, sirvamos a ele por meio dela de todo coração!
Eric de Moura

Guerra perdida

Assim como em Mariana (MG), a lama da velha natureza avança e se espalha

Uma nuvem confusa de destruição e selvageria brutal. Críticos e intérpretes políticos do mundo todo tentam explicar as causas e efeitos do grande terror espalhado no mundo pelo “Estado Islâmico”, em especial pelo atentado a Paris na noite da última sexta-feira (13), que matou 129 pessoas, durante quatro ataques terroristas simultâneos na capital francesa. O presidente da França, François Hollande, anunciou que o país está em guerra contra o grupo radical islâmico. Aliados à Rússia e aos EUA, os contra-ataques da França já somam mais de 20, somente via espaço aéreo.
“Quem vencerá? Uma guerra entre irmãos [humanos]: uma guerra perdida”. Juninho Afram, guitarrista do Oficina G3, revela de maneira objetiva o que resulta o interesse básico das guerras: a afirmação existencial egocêntrica. Uma guerra política ou civil vem sempre endossada pela oculta necessidade humana da afirmação orgulhosa e bestial de reconhecer-se como único deus de si mesmo. Atitude antiga e luciferiana. Por trás das motivações justificadas por ideologias e religiões que, aliás, tem ganho cada vez mais jovens e adeptos pelo mundo via rede e comunidades virtuais, está a sede suja de poder pelo poder; de destruição pela destruição.
Atualmente não há fato que ilustre melhor as tristes notícias de guerra e terror que se espalham rapidamente pelo mundo, do que o rompimento da barragem de resíduos de mineração da Empresa Samarco, no interior de Minas Gerais, na cidade de Mariana. Sim, a lama que explodiu e destruiu cidades e ainda está destruindo o rio Doce, vem avançando, avançando. Enquanto as pessoas se destroem baseando-se no Islamismo, Cristianismo ou Judaísmo, a lama da velha natureza avança e se espalha até que não tenhamos mais nenhuma referência do humano à Imago Dei sobre a terra. Quem vencerá? A poesia faz uma das perguntas mais retóricas que já conheci. A maioria das pessoas não entende o significado real de derrota ou vitória.
Quando Jesus Cristo deu o “salto em queda livre” mais fantástico da história, descendo ao mundo, vestindo vestes humanas, lavando nossos pés e tomando nosso cálice de morte na cruz, revolucionou completamente o sentido real de vitória! Afirmou-se como o maior, o melhor. Entretanto, foi o menor servo de todos, caminhou com humildade, trouxe paz e amor verdadeiro aos homens. Mesmo sabendo que o futuro é sombrio e que a guerra se multiplicará na Europa, no Oriente, Ásia, Ocidente e em toda terra; vale orarmos:
“Para que Jesus traga logo a completa multiplicação de sua paz, a impactante e definitiva manifestação de seu Reino pleno; mas ainda, para que Jesus comece aqui em meu coração, expulsando o desejo de guerra contra outras pessoas, o excesso de afirmação pessoal, o orgulho “bestializante”; nos ensinando a trilhar seu caminho de paz, amor e sofrida humildade!”
Ms. Marciel Diniz é responsável pela IAP em Japurá (PR)

Está difícil ser cristão

Não basta uma novela bíblica, é necessário uma vida bíblica

Os Dez Mandamentos, graças à novela da Record, se tornou um tema pop. Pelo que parece e se conversa animadamente nos bastidores das TVs, a novela bíblica é um filão muito rentável, vale a pena investir. Afinal, o público aprovou e quer mais, portanto o lucro é praticamente certo.
Mas os Dez Mandamentos, enquanto peça de dramaturgia televisiva é apenas isso, dramaturgia oportunista que conseguiu derrotar a emissora líder de audiência no horário, o que não é pouco, mas no fim é só um bom negócio.
Provavelmente mexeu com a curiosidade e a fé de alguns. Mas não será a régua que irá medir as práticas de vida da grande massa telespectadora. Ou seja, o tema bíblico é mais um produto para brigar no mercado. Mas poderia ser mais que apenas isso se a maioria dos cristãos do nosso Brasil resolvesse viver e interagir coerentemente com a mensagem bíblica. Para isso, seria necessário uma revolução de caráter frente ao ataque que a noiva tem recebido por meio de adultérios, traições, desvios de conduta, quebras de contrato, falsificações ministeriais, estrelismo gospel.
Dia a dia, as dificuldades e desafios para as práticas cristãs só aumentam. Ninguém, minimamente observador, leva a sério uma emissora que atravessa o mar vermelho num programa para fazer sua audiência paralisar numa fazenda com peões literalmente dispostos a qualquer coisa para se darem bem. Parece piada, mas é real e não tem a menor graça.
As pressões, os deboches, as leis, as afrontas, os currículos educacionais, as manifestações quase diárias, as violências amplamente protegidas por governos e ONGs, a sangria dos abusivos e exploradores impostos, a criação e manipulação de regras para favorecer poderosos de todas as alas e partidos, a falta de socorro para gente de bem, as proibições do que é certo e as aprovações do que é errado, o ataque incansável para a desconstrução da família judaico-cristã, a bala, a esperança e a vida perdidas só atestam os miseráveis tempos que vivemos.
A tradução da Bíblia Viva de II Timóteo 3.1 acerta em cheio: “É importante para você saber isto também, Timóteo, que nos últimos dias vai ser muito difícil ser cristão.” Observe que Paulo falava do futuro – “vai ser” – e nós vivemos esse futuro que chegou, “está sendo”.
Para enfrentar este tempo com relevância junto à sociedade na qual estamos inseridos, é necessário bem mais que novela bíblica, é necessário uma vida bíblica.
Eduardo Cunha é um exemplo deprimente do tipo de cristão que a mídia mostra e explora, induzindo incautos a acharem que todos os crentes têm o mesmo perfil. Porém, assim como ele, sabemos que existe muita gente, cada um topando uma corrupção sob medida, de acordo com suas proporções. É a fila furada, a ocupação da vaga exclusiva para deficiente, a cola na prova etc. Enfim, um completo desastre para a mensagem do evangelho, que é muito mais impactante pelo bom testemunho do que pela pregação meramente técnica, pois ninguém mais aceita o “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço.”
Se os Dez Mandamentos ficarem restritos ao número de capítulos de uma novela, nada mudará. Infelizmente, grupos teológicos reduziram a discussão para “você é da lei ou você é da graça?”, quando na Bíblia, mandamentos são fonte de bênção para uma vida de paz e harmonia. Como bem colocado por um dos meus professores na época de Seminário Presbiteriano do Sul, “a lei é graça e a graça é lei”.
Este é um tempo declaradamente difícil, não precisamos torná-lo ainda mais difícil. A fé continuará vendo os inimigos avançarem, as pragas caírem e o mar se abrir nos limites do desespero. Em outras palavras, vai ser muito difícil suportar as pressões deste tempo, mas em Cristo não será impossível. Siga em frente com confiança, o Deus que abre o mar nos espera na Terra Prometida.
Pr. Edmilson Mendes congrega na IAP em Pq. Itália (Campinas, SP), e integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral e Convenção Paulista.