Ele se importa com você


Jesus: este é o nome do real personagem que atraía milhares de pessoas agredidas emocional e fisicamente pelas enfermidades aparentemente incuráveis, oprimidas por possessões demoníacas, aflitas por causa da culpa e complexadas pelo preconceito social. Ele era diferente de todos os líderes espirituais do seu tempo. Mesmo não tendo pecado, jamais excluiu do seu rol de convivência os pecadores. Muitos iam até ele em busca de uma solução urgente para os seus problemas (Mt 14:14).
Marcos 1: 40-44 narra o surpreendente episódio da cura de um leproso. O texto afirma: Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: “Se quiseres, podes purificar-me!” (v.40). Aqui fica evidente o desespero do homem acometido de lepra. Naquela época, um leproso tinha de conviver com o preconceito das pessoas, pois era considerado impuro pela lei. Ele não podia, de modo algum, conviver dignamente dentro da sociedade. Era visto com repugnância e desprezo. Além disso, a lepra era vista frequentemente como uma punição de Deus pelo pecado. Era nessa situação que vivia o leproso em evidência. Jesus poderia evitá-lo, mas não o fez. Poderia expulsá-lo, no entanto, teve compaixão dele e, tocando-lhe a pele, o curou (41 e 42).
O fato de Jesus ter agido dessa maneira só nos faz concluir algo: ele se importava com aquele leproso. Ele o amava. Do mesmo modo, ele se importa com a sua vida. A sua angústia não é capaz de separá-lo do amor de Cristo (Rm 8: 38 e 39). Portanto, se o complexo de inferioridade, se a depressão ou se a tristeza bater à porta do seu coração, lembre-se: Cristo ama você e não lhe desamparará.

"Eu não te condeno"


Uma mulher adúltera, trazida à presença de Jesus para ser condenada, acabou sendo alvo de uma grande lição de perdão
Num dia, bem cedo, Jesus estava ensinando no templo. Todo o povo estava reunido em volta dele. De repente algo inusitado aconteceu: os escribas e fariseus pegaram uma mulher adulterando e a trouxeram à presença de Jesus. No evangelho de João, capítulo 8, versículo 4, está escrito: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Observe com atenção o que está acontecendo. Esses homens estão tentando armar uma armadilha para Jesus. Por trás dessa pergunta, se escondia o veneno da falsa religião. É interessante notar que o próprio texto confirma isso (v. 6).
Eles não estavam nem um pouco preocupados com que a justiça fosse feita. Queriam mesmo, na verdade, deixar Jesus em uma situação embaraçosa. Adultério não é um pecado que se comete sozinho. Tem que ter outro envolvido. Onde ele estava? Porque trouxeram apenas aquela mulher? Dificilmente um casal era pego no ato do adultério, e, segundo a lei, citada pelos escribas e fariseus, tanto o homem quanto a mulher deveriam morrer ao adulterarem, e não somente a mulher (cf. Lv 20:10; Dt 22:22). É muitíssimo suspeito o homem ter sido liberado assim tão facilmente. Os líderes falsários da época queriam mesmo era deixar Jesus sem saída. Se ele dissesse: Não a apedreje! Seria um prato cheio para eles levantarem uma acusação formal contra ele e apresentá-lo como transgressor da lei perante o povo.
Todavia, ao invés de falar Jesus se aquietou: se inclinou, e começou a escrever na terra com o dedo. Jesus não deu a menor atenção àqueles homens mal intencionados. Esse foi um silêncio que falou mais alto do que qualquer palavra! Entretanto, aqueles homens insistiram. Daí Jesus disse: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. Veja que coisa fascinante, ao invés de julgar a mulher pecadora, Jesus julgou os juízes “santarrões”! Envergonhados diante do povo, eles foram saindo, um a um, do mais velho ao mais novo. Foi nesse momento que Jesus olha para aquela mulher e lhe diz: Mulher onde estão eles? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse Jesus: Nem eu também te condeno. Vai, e não peques mais (Jo 8:10-11).
Veja que Jesus não concordava com o pecado dela, por isso disse: não peques mais. Ele também disse nesta ocasião: eu não te condeno. Jesus libertou aquela mulher tanto da sua condenação, quanto dos seus acusadores. E fez mais, ele disse “Vai!”. Aquela mulher teria a oportunidade de tentar de novo, começar outra vez. Um dos benefícios que nos é dado com o perdão de Jesus é a libertação. Se antes éramos escravos do pecado, depois que Jesus nos perdoa nos tornamos livres da condenação do pecado! Ele não tem mais domínio sobre nós: nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus… (Rm 8:1). Você, que por muito tempo, anda por caminhos tortos e não sabe como sair deles, Jesus pode te perdoar e te libertar desse caminho. Mas eu sou usuário de drogas! Ele pode te perdoar. Mas eu sou uma adúltera! Ele pode te perdoar! Mas eu sou um trapaceiro! Ele pode te perdoar! Mas eu sou um mentiroso (a)! Ele pode te perdoar! Com o perdão de Jesus vem a libertação e a chance de começar de novo: vai e não peques mais. Hoje mesmo, entregue sua vida a ele!

Ele fez tudo por amor


Há  mais de dois mil anos, Jesus veio a este mundo para salvar a humanidade. Foi por isso que ele morreu em uma cruz. Mas por quê? Será que não havia outro meio para nos dar salvação? O que Cristo fez por nós?  Quando entendermos o que aconteceu naquela tarde, naquele monte, lá na cruz, seremos as pessoas mais felizes da terra! Mas o de fato que aconteceu? Para tal compreensão, é necessário voltar o olhar para o início de tudo, no jardim do Éden, em que o Criador deu uma ordem aos humanos: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2:16-17). Nessa ordem, está estabelecido um princípio justo de retribuição e merecimento, isto é, quem obedece, merece a vida e quem desobedece, merece a morte. Você lembra qual foi a escolha do ser humano, no Éden? Escolheu desobedecer! Ora, se desobedeceu, o que ele merece? A morte, é claro! Pois o salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
Veja o que a Bíblia diz: … como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5:12). Toda a raça humana foi condenada à morte eterna, por causa de sua desobediência. Mas o ser humano não quer morrer, e isso soa como se ele dissesse: “Pai eu pequei, e mereço morrer, mas, por favor, não me deixe morrer”. Tal situação cria um conflito entre a justiça e o amor de Deus. Nós pecamos e merecemos morrer, mas, por outro lado, o Senhor nos ama. O que fazer? O princípio é claro: Se há pecado, deve haver morte, pois, sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados (Hb 9.22). Deus não pode voltar atrás em sua palavra. O delito não pode ficar impune. Desse modo, só há uma saída: alguém que seja justo e que queira morrer no lugar dos homens. É assim que entra na história Jesus Cristo. Por amor, veio morrer por mim e por você!
Ele se tornou humano e habitou entre nós (Jo 1:14)! Viveu aqui mais de 30 anos e foi tentado em tudo; todavia, não pecou em momento algum. Pois bem, se ele viveu e não pecou, o que ele merece? A vida, é claro! E nós? Somos pecadores e merecemos a morte. Acontece, então, uma substituição. Jesus tomou o nosso lugar! Ele morreu a nossa morte, para vivermos a sua vida! Foi isso que aconteceu, lá no Calvário: uma troca de amor. Ele pagou a nossa dívida. Sua morte nos traz perdão, nos reconcilia com Deus e nos concede vida eterna. Mas o que fazer para desfrutar desses benefícios? É preciso crer nele e recebê-lo como Salvador. Se esse é o desejo de sua alma, ore a ele assim:
“Senhor Jesus, eu preciso de ti. Reconheço que sou um pecador e que não mereço a salvação, mas coloco, deste momento em diante, a minha confiança em ti e no sacrifício supremo que fizeste por mim na cruz do Calvário. Abro a porta da minha vida e o recebo como meu Salvador e Senhor. Perdoe os meus pecados e escreva meu nome no livro da vida. Peço que me conceda a força necessária para segui-lo por toda a minha vida. Digo essas palavras de coração. Amém”.

Não se esqueça de beber água


“Então Jesus declarou: “Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você”.
João 4.26 – NVI
Era um dia normal para uma mulher da Palestina. Buscar água no poço mais próximo era comum. Todo mundo pode ter uma comida ou bebida que não gosta, que o sabor não combina com o paladar, mas água é essencial. Mesmo quem tem dificuldade sabe da importância de se beber água todos os dias. Aliás, você já bebeu água hoje? Mas aquele dia tão normal se encheu de um colorido novo na vida daquela mulher. Os pensamentos dela deviam vagar entre sua realidade de vida e seus sonhos enquanto ia a caminho do poço. Quantas vezes numa fila de banco, na espera por um telefonema ou algo parecido, nos pegamos pensando em nossa realidade? Naquele dia, aquela mulher teria respostas, teria uma conversa como nenhuma outra. Esse dia chegará para você, tenha certeza!
Jesus já estava no poço quando a mulher chegou. A partir daqui tudo que era normal, ganha ares de estranheza: naquela época, um homem não falava em ambientes públicos com mulheres e um judeu não criava um ambiente cordial com um samaritano, pois eram povos vizinhos que se odiavam. Essa é a primeira coisa que a mulher aprende com Jesus e você pode aprender também: se Jesus quer ter um encontro com você, não importa quem você é, o que você faz, qual é a sua história. Ele vai se encontrar com você! Haverá um momento, uma situação, talvez a mais normal das situações em que Ele vai abordá-lo de uma forma tranqüila, quase casual.
A conversa gira em torno do pedido de água de Jesus. Ela questiona seu pedido (pegue uma Bíblia e leia João capítulo 4). E Jesus diz: “se você soubesse quem te pede água, você é que estaria pedindo, pois a água que eu dou, jorra para a vida eterna”.  A conversa caminha e Jesus chega ao ponto de confrontar com muita sabedoria o passado duvidoso daquela mulher. Saiba que, quando você se encontrar com Jesus, Ele não vai deixá-lo como sempre foi, mas vai incentivá-lo e convencê-lo de que você precisa ser uma nova pessoa, melhor, transformada, com novos ares, uma nova alegria, uma nova coragem para enfrentar os problemas e uma certeza de que Deus procura por pessoas assim, sinceras, verdadeiras, sensíveis à ação do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A água é essencial. Aqui, Jesus mostra que é essencial também, muito mais que a água. Quando bebemos água, logo voltamos a ter sede. Quando estabelecemos um relacionamento com Jesus, garantimos o que de mais essencial um ser humano precisa: vida eterna, amor, perdão e nova disposição para enfrentar a vida. Aceite a proposta de conhecê-lo mais e melhor, é Ele mesmo quem quer ter um encontro com você. Beba dessa água, corra para Deus. E aí, vamos beber água hoje?

Três conselhos


Dizem que se conselho fosse bom, não seria dado, seria vendido! Pode ser, mas nossa enorme má vontade quanto a praticar os bons conselhos, por si só, impediria que pagássemos. O fato é que bons conselhos só são realmente bons para quem ouve e obedece.
Para pôr fim às reclamações, num único versículo, Jesus propôs logo três conselhos. Conselhos práticos e bem objetivos. Em Lucas 11:9, ele aconselha: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.”
“Pedi”. Vivemos num tempo marcado pelo orgulho. Tudo nos incentiva a acharmos que não precisamos de ninguém. É como se o controle remoto da vida estivesse em nossa mão. Com eficiência, a mídia nos convence: “Você é bom. Você é demais. Você se basta. Você pode.” Mas o conselho de Cristo vai em direção oposta, ele claramente orienta: peça!
“Buscai”. Sonhos clamam por busca planejada, dedicada, objetiva. Só ficar sonhando e olhando para as nuvens de braços cruzados, não dá. É necessário arregaçar as mangas e buscar. Buscar até encontrar.
“Batei”. A pressa desses tempos loucos e acelerados elimina toda nossa reserva de perseverança. E então desistimos. Mas temos que insistir, bater, bater e bater até que as portas se abram. Desistir nunca! Perseverar sempre!
No versículo 10, Jesus segue com sua objetividade: “O que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se abre.” Jesus estava provocando seus ouvintes e orarem com ousadia e fé. Os mesmos conselhos valem para nós, hoje. Jesus não aconselha orações carregadas de palavras difíceis, muito menos descreve rituais complicados e frios, nada disso, Jesus simplesmente incentiva orações íntimas, puras e cheias de fé. Em outras palavras, Jesus espera orações que ultrapassem formalidades e se transformem em relacionamentos.
São apenas três conselhos. Simples e possíveis de serem praticados, e que poderão mudar completamente a sua vida. Sendo assim, por que não praticar? Vamos lá! É só pedir, buscar e bater. Toda hora, todo dia, a vida inteira. No tempo certo, na hora certa e na forma que Cristo estabelecer, você experimentará as bênçãos que tanto aguarda.

Recomeçar


Pedro fez o que disse que não faria jamais, negou a Jesus! E fez isso por três vezes! (Jo 18: 15-27). Seguiram-se, então, os três piores dias de sua vida. Ele retrocedeu, abandonou seu chamado, voltou às antigas atividades, voltou a pescar, abandonou o caminho que Cristo tinha para ele. Mas, Cristo ressurreto se aproximou para lhe dar uma nova oportunidade! Quando Pedro o percebeu, se lançou na água desesperadamente, mal podia acreditar! Ao chegar à praia, uma fogueira, um cenário parecido ao de três dias antes, contudo, essa era a oportunidade do recomeço.
Jesus não o critica, nem tampouco o censura, simplesmente o questiona: “Você me ama?”. “Sim, o Senhor sabe que eu te amo”, responde Pedro. Também por três vezes essa pergunta invade e confronta o coração do discípulo, tais palavras mexem com ele, é proposital a intenção do mestre. Cristo está o desafiando a recomeçar! Era extremamente difícil tomar tal decisão. Não obstante as tragédias da vida, as decepções, os medos, o sentimento de culpa, a sensação do fracasso, era hora de recomeçar. Ele então, sem condições de fitar o mestre, diz: “O senhor sabe de tudo e sabe que eu te amo”. Ah, que bela declaração do apóstolo! É como se ele dissesse: “Senhor, eu quero recomeçar! Me dê mais uma chance!”
Talvez, como para Pedro, você esteja numa situação que parece a reta final, o fim do destino! Talvez você esteja igualmente desesperado neste mundo, sem a mínima perspectiva de mudança ou solução para sua vida e seus problemas. Talvez um pecado esteja dominando você. Quem sabe, sua única expectativa seja de derrota. Não importa, mesmo que você já tentou outras vezes e ainda fracassou, acredite, há esperança de um novo começo para você hoje!
Cristo te desafia a repensar sua vida. Seu casamento não precisa acabar, seus sonhos não precisam morrer, seu ministério pode prosseguir, sua história pode ganhar uma nova página, depende de você.
Quantos homens e mulheres aproveitaram essa nova chance e refizeram suas vidas aos pés de Cristo. O filho pródigo recomeçou. Depois de viver tão longe do Pai, sua vida ganhou sentido. Jó teve que fazer o mesmo, foi forte o suficiente para vencer cada tragédia apresentada pela vida e Deus lhe deu uma nova história. Mateus, o evangelista, quando ouviu seu chamado, abandonou tudo para começar de novo seguindo a Cristo. Pedro foi incentivado pelo amor de Cristo: “se você me ama, vamos lá, não desista! Venha comigo!”
Tenha coragem e recomece! Faça isso agora, diga também: “Eu te amo, Senhor, eu quero uma nova chance!”.

"Lembre-se de mim"


Jesus foi condenado à mais cruel das mortes de sua época. No dia em que ele foi crucificado, dois outros homens também foram (Mt 27:38). Esses homens eram “barra pesada”. Criminosos que usavam de violência para roubar abertamente. É bem provável que eram culpados de assaltos à mão armada, envolvendo, inclusive, homicídios. A cruz de Cristo estava bem no meio da desses dois criminosos. Jesus foi crucificado por volta das 9 horas da manhã, e ficou na cruz até quase 3 horas da tarde. Estas seis horas foram suficientes para algo extraordinário acontecer naquele lugar. Nos últimos momentos de suas vidas, esses homens ousaram olhar para Cristo.
O primeiro deles olhou, e não conseguiu ver quem realmente era Jesus (Lc 23:39). Ele preferiu olhar, blasfemar e provocar. O segundo ladrão tomou forças de onde não havia forças, e, além de repreender o amigo blasfemador, olhou para o cordeiro santo de Deus na cruz, sabendo que sua vida no mundo havia sido miserável, e fez um pedido: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino (Lc 23:42). Que nobre pedido! Aquela era sua última chance de fazer isso. Ele não deixou passar, olhou para a cruz e tomou sua decisão. Não pediu um lugar de honra, de destaque. Ele apenas disse: “lembre-se de mim”. Diante do seu pedido, Jesus deu-lhe o perdão e, com o perdão, a promessa de salvação: Estarás comigo no paraíso!
De todos os benefícios que o perdão de Jesus pode nos oferecer, esse é o principal: a salvação. Não existe bem maior que esse! Por isso, amigo leitor, se você considera sua vida um desperdício, se você anda dizendo por ai que não vale nada: você vale! Em Cristo temos a redenção pelo seu sangue, o perdão dos pecados segundo a riqueza da sua graça (Ef 1:7). Jesus se interessa por você, seus sentimentos, suas preocupações. Ele sorri quando você está alegre e se entristece quando você chora. Por isso, a exemplo do ladrão da cruz, tome hoje mesmo sua decisão. O perdão de Jesus é restaurador. É como um bálsamo curativo na ferida. Transforma algo sem esperança em uma possibilidade de “recriação”. Hoje mesmo, levante seus olhos ao céu e diga: Lembre-se de mim, Senhor!

Você decide


Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;  E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”. Mt 7:13,14
“Você Decide” foi um programa quase-interativo exibido pela Rede Globo entre 1992 e 2000. Em cada episódio, eram encenados casos especiais, com um final diferente a ser escolhido pelos telespectadores através de votações via telefone.
Três finais eram apresentados ao público, que escolhia por telefone o final para cada história. Quase sempre o final escolhido era o final feliz, dando assim ao público um gosto delicioso de poder ter decidido.
Você já ouviu falar de livre-arbítrio? Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção. Em todas as situações da vida,  sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher. E a cada momento, a vida nos exige decisão. Sempre: você decide.
A verdade é que no contexto da história humana somos levados a tomar decisões que nem sempre são nossas. O marketing, a propaganda, tem influenciado nas decisões das pessoas. Eu li uma história, há alguns dias:
“Duas criancinhas de oito anos conversam no quarto. O menino pergunta para a menina:
– O que você vai pedir no Dia das Crianças?
– Eu vou pedir uma Barbie, e você?
– Eu vou pedir um O.B.! ,responde o menino.
– O.B.?! O que é isso?!
– Nem imagino… Mas na televisão diz que com O.B. a gente pode ir à praia todos os dias, andar de bicicleta, andar a cavalo, dançar, ir ao clube, correr, fazer um montão de coisas legais, e o melhor… SEM QUE NINGUÉM PERCEBA…”.
Isso mostra o poder da propaganda. Mas voltando ao texto inicial, de Mt 7:13,14, Deus nos dá a oportunidade de decidir entre dois caminhos. É o “você decide” de nossas vidas, onde a história que está sendo apresentada é a sua, a minha, a nossa. Nessa história, dois finais nos são apresentados: um que nos leva à vida e o outro, à perdição. A diferença entre as duas opções não está somente no final, mas também no decorrer. O caminho que leva à vida é difícil, estreito, apertado, cheio de obstáculos. O que leva à perdição é largo, espaçoso, fácil de caminhar, cheio de oportunidades, sucesso, de propostas que enchem os olhos.
Qual tem sido a sua decisão? Será  que a propaganda do mundo tem influenciado sua decisão, será que temos sido conquistados pelas propagandas mentirosas do inimigo, pois ele é o pai da mentira (Jo 8:44).
Desde tempos remotos, ele tem enganado as pessoas, levando-as a tomarem decisões que as afastam de Deus. Como aconteceu com Adão e Eva, quando decidiram desobedecer a Deus (Gn 3: 6) ou o rei Saul quando decidiu desobedecer a ordem de Deus (I Sm 15: 21-29). Lembre-se, meu amigo, você é quem decide!
É melhor escolher a vida, como nos ensina a palavra de Deus, em Dt 30: 15 e 16: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la”.

Paz é possível


Briga na empresa, briga na escola, briga em casa, briga no trânsito, briga no clube. Briga no Senado, briga nos países. São muitas brigas! Grandes ou pequenas, leves ou graves, cada uma com sua intensidade e pressão. Brigas cansam, produzem estafa emocional, trituram nossas reservas de esperança, tiram a alegria de viver. Brigas, conflitos e guerras aumentam nossa fome. Fome de paz. Mas será possível conseguirmos paz em meio ao caos das brigas?Sim, é possível!
Os discípulos de Jesus tinham acabado de experimentar a maior derrota de suas vidas. Aquele no qual haviam depositado todas as esperanças acabara de ser morto numa cruz. Fora crucificado como resultado de um dos piores tipos de briga, a religiosa. Em resumo, seus acusadores não aceitavam que Jesus era quem afirmava ser: o Messias Salvador do mundo. Mas ao terceiro dia após sua morte, Ele ressuscitou. Então, sua ressurreição passou a dominar as rodas, os assuntos “e, falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco” – Lucas 24.36.
Não importava a tensão política do Império Romano, a frieza sacerdotal judaica na aplicação da lei e a fúria injusta da massa preferindo a liberdade de Barrabás. Não importavam os temores dos apóstolos, a falta de rumo que os assustava. Ele, Jesus Cristo, se apresentou no meio do caos com a mais doce e desejada palavra: paz. Exatamente assim, ele continua se apresentando hoje para todo lar que abre as portas, para todo coração que o recebe, para todos que desistiram e já não encontram mais forças, enfim, ele chega trazendo a verdadeira paz, aquela que, apesar dos conflitos ao redor, nos traz serenidade interior. Faça como os discípulos, creia em Jesus e creia em sua ressurreição, ele surgirá no seu coração dizendo: “Paz seja contigo!”

Correndo atrás do vento

Negar o percurso natural da vida, querendo manter-se jovem a todo custo, gera uma sociedade doente
“Desejei fazer tantas coisas quando era jovem… Daqui a pouco faço 30 anos e isso me assusta. A vida passa muito depressa.” (Sandy Lima, cantora) *

Nunca tive problemas em revelar a minha idade ou com o fato de envelhecer.  No entanto, fiquei perplexa e chocada quando cheguei aos meus quarenta anos, e, sentindo-me no auge de minha vida produtiva conversava sobre isto com uma pessoa que, recentemente, passara dos 40 e ela me disse: “Sendo otimistas, já vivemos a primeira metade de nossas vidas: agora, entramos na metade final”. Confesso que por alguns dias, essa afirmação ficou martelando em minha cabeça.
Tempos depois, li uma reportagem que mostrava a tendência de algumas mães de compartilharem do guarda-roupa de suas filhas adolescentes, sendo que o texto destacava que o gosto jovial nem sempre está em sintonia com outros aspectos da idade dessas mães.
Pode não ser fácil para a maioria de nós, que chegamos aos 40, encarar a       realidade de estarmos possivelmente na metade de nossas vidas (Deus permita que eu chegue ao dobro do que tenho hoje!) e de que algumas roupas talvez não combinem mais conosco, mesmo que ainda sirvam em nosso corpo. Talvez porque isso nos obrigue a depararmo-nos com um fato: todos estamos envelhecendo, em ritmos ou em estágios diferentes e esta trajetória é inevitável.
Nossa pele pode ser bem tratada e esticada, mas jamais será viçosa como aos 15 ou 20 anos de idade.  Nossos cabelos alisados e tingidos podem disfarçar a brancura, mas não a falta de maciez e brilho de um cabelo jovem. Um corpo malhado ou esculpido a bisturi pode manter-se atraente, mas não apresenta o mesmo frescor e vitalidade de 20 anos atrás. Sabemos disso, mas ainda assim, somos frequentemente tentados a fugir do envelhecimento e a mascarar, de alguma forma, nossa idade real. Exercícios, cremes, vitaminas, plásticas, roupas: fazemos de tudo para encontrar a fonte da juventude eterna.
O lado bom é que a ciência e a indústria se empenham cada vez mais para colocar a nossa disposição recursos que retardam alguns efeitos indesejáveis do envelhecimento e mantêm a aparência jovem por mais tempo. Com certeza devemos usufruir de todas as possibilidades de envelhecer com mais saúde e, porque não, com mais beleza?
O que não podemos é negar o percurso natural da vida! Esta negação gera uma sociedade doente, que despreza seus idosos e que não admite envelhecer, no máximo, entrar na “melhor idade”. E o que dizer daqueles que mais se deprimem do que se alegram por se tornarem avós?
Creio que, muitas vezes, o desprezo que sentimos por nossos velhos pode tentar mascarar o desprezo que sentimos pelo que seremos, inevitavelmente, amanhã.
Os cientistas dizem que manter uma atitude positiva diante da vida contribui para a saúde e a longevidade. Há milhares de anos, o sábio Salomão afirmava em Provérbios 15:13 que “um coração alegre deixa o rosto bonito”, demonstrando que a alegria de viver é um poderoso antídoto contra os sinais do envelhecimento.
Correr atrás dos anos que estão passando é como “correr atrás do vento” (Ec 2:17). Não podemos alcançá-los, pois eles “passam muito depressa”.
Precisamos estar atentos para não deixar que o a neurose da passagem do tempo nos assuste e nos prive da gratidão e alegria de viver cada momento de nossas vidas como único, como verdadeiro presente de Deus, enquanto temos tempo.
* Portal IG – 14/05/2011
Romi Campos Schneider de Aquino, psicóloga, é diaconisa na IAP em Curitiba (PR).

Uma ponte precária

A história de Alice Payne, com câncer terminal aos 15 anos, nos leva a pensar sobre a brevidade da vida.
“Você só tem uma vida… viva a vida”. Estas palavras são de Alice Payne, uma jovem britânica de 15 anos em estado terminal de câncer. A adolescente “atraiu mais de 230 mil visitantes para o seu blog no qual relata sua busca em conseguir completar uma lista de 17 coisas que pretende fazer antes de morrer”, segundo o Portal G1.com. Alice lançou seu blog no dia 6 de junho de 2011, após ser desenganada pelos médicos. Em sua apresentação no blog, ela diz: “Eu sei que o câncer está me vencendo e não parece que eu vou vencer esta” … “é uma pena, porque há tanta coisa que eu ainda queria fazer”.
Mesmo perto da morte, as palavras da jovem destilam um desejo intenso pela vida. Avizinhando-se do fim, seu coração ainda pulsa por viver. Nada mais natural, afinal de contas, não fomos feitos para morrer. Este não era o plano original. O Criador não desejava este fim. A morte foi criação nossa, ele apenas consentiu visto não haver outro caminho. Pois, para que fôssemos realmente livres, era necessário existir a possibilidade de escolha.
Deveríamos poder escolher entre amá-lo ou não; obedecê-lo ou não. Infelizmente, fizemos a escolha errada. Morremos. Longe dele, o que nos restou foi a morte. No entanto, como um vírus que se aloja num organismo, o desejo pela vida permaneceu entranhado em nossas almas. Latente, pulsante. Fomos infectados de vida. Este desejo de viver, intrínseco em cada ser humano, é o gene que a humanidade carrega de seu Criador. É o traço herdado de Deus, que persiste em nossa face por sermos criados a sua imagem e semelhança. Para Salomão, isso significava dizer que “Deus colocou o anseio pela eternidade no coração do homem” (Ec 3.11 BV).
A iminência da morte despertou em Alice Payne a sede existencial que reside em cada ser humano. Diante da transitoriedade da vida, aflorou em sua consciência o sentimento de urgência. O que, de fato, deveria ocorrer com cada um de nós. Isso mesmo, pois o exemplo de Alice deveria provocar em nós o mesmo anseio por viver. O mesmo sentimento de urgência. Quem não atina para a brevidade da vida termina a jornada arrependido.
Por isso, Salomão, sem medo de ser rotulado como hedonista, aconselha: “Alegre-se em todos os dias de sua vida” (Ec 11.8 BV). E aos jovens: “Aproveite bem sua mocidade!” (Ec 11.9 BV). A razão de toda esta euforia por viver a vida é a seguinte: nossa jornada existencial é ligeira. Foi isso que Alice percebeu tão precocemente. Em tão tenra idade, ela se lamenta: “há tanta coisa que eu ainda queria fazer”.
A transitoriedade da vida é revelada em toda a Bíblia. É uma verdade exaustivamente ensinada pelas Escrituras. Ao olharmos para a Alice, bem como para as Escrituras, atinamos para a brevidade de nossa existência. Percebemos que ela é passageira. Que os dias passam tão rápidos quanto os momentos bons ao lado de quem se ama. Que os minutos não param e as horas não esperam. Que o tempo não se cansa de correr e que os bons momentos são cruéis e impiedosos, pois não nos possibilitam a chance de vivê-los novamente. Que o tempo é implacável e inegociável, pois com ele, nunca há uma segunda chance. O que se fez se fez, e não há nada que mude isso.
É só olharmos para exemplos como o de Alice para percebemos que a vida é como uma ponte em ruínas, daquelas capazes de suportar apenas mais um caminhante. De maneira que, a cada passo damos à frente, desintegra-se atrás de nós a trilha do antigo andar. Não dá para voltar atrás. Assim é a vida. É o que aprendemos com a Alice.
Aprendemos que, sendo a vida passageira, deve ser aproveitada e desfrutada com intensidade. Ela é preciosa demais para ser desperdiçada. Não devemos gastá-la negligentemente com desejos mesquinhos e realizações egoístas. Lembre-se das palavras de Alice: “Você só tem uma vida!”
Kassio F. P. Lopes é missionário da IAP em Corumbá (MS).

Quem está imune à queda?

A história do diretor-gerente do FMI nos choca mas também ensina lições

O “tempo fechou” para o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn. Ele foi acusado de abuso sexual contra uma camareira de 32 anos, funcionária do hotel onde estava hospedado. Isso teria acontecido por volta da meia noite de sábado, dia 14 de maio. Ao todo, foram dirigidas sete acusações contra ele. A prisão de Strauss-Kahn aconteceu quase na véspera de uma série de novas negociações sobre como lidar com a crise do bloco monetário europeu. As acusações contra ele são muito graves. Tão graves que a pena máxima para elas é de 74 anos e três meses de prisão. E por falar em prisão, o seu destino, ao menos por enquanto, será a cadeia de Rickers Island, que fica próximo ao aeroporto de LaGuardia, em Nova York, já que a justiça americana lhe negou o pedido de liberdade sob fiança no valor US$ 1 milhão.
Este é um dos assuntos que tem ocupado a manchete dos jornais nos últimos dias. Os mais conhecidos meios de comunicação o abordaram. Afinal, o homem em questão não se trata de qualquer um. Todo mundo sabe, inclusive os franceses, que Strauss-Kahn, até há alguns dias, era o nome mais cotado para vencer as eleições presidenciais de 2012 na França, tendo em vista que a popularidade do atual presidente francês, Nicolas Sarkozy, está em baixa. A importância do chefe do FMI é tão grande no mundo que o escândalo envolvendo o seu nome causou um efeito negativo nas bolsas de valores da Europa. Se ele é inocente ou não, Deus sabe e os exames feitos, certamente dirão.
O certo é que a situação de Strauss-Kahn é, no mínimo, embaraçosa. Se as acusações forem verdadeiras, ele terá de amargar, pelo resto da vida, o fato de perder, em questão de minutos, uma reputação conquistada no decorrer de uma vida. De qualquer modo, isso nos mostra que, por mais poderoso que alguém possa ser, não está imune à queda. Isso não é difícil de perceber se olharmos para as páginas das Sagradas Escrituras. O que dizer, por exemplo, de Salomão, o homem mais sábio de sua época, cujo poder era munido de uma grandeza inestimável? Ele construiu uma das maravilhas do mundo de então, a saber, o templo de Jerusalém, mas não conseguiu firmar a si próprio. A sua vida espiritual, simplesmente, desmoronou. Neemias observou que as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado. (Ne 13:26)
Outro personagem que vem à lembrança é o pai de Salomão, Davi. Este homem, além de ser um poderoso monarca de seu tempo, era também o homem segundo o coração de Deus. Quem declarou isso, foi o próprio Senhor (At 13:22). Contudo, em um momento da vida, se deixou seduzir pela própria cobiça e pecou, tomando para si, uma mulher alheia (2 Sm 11:4). Então, a verdade é clara: todos somos sujeitos à queda, independentemente da nossa influencia na sociedade. Como devemos agir diante de uma eventual queda? Davi é um bom exemplo. Ele reconheceu o erro e se arrependeu. Como consequência disso, Deus o perdoou (2 Sm 12:13). Embora o nosso tempo seja diferente, o Deus de Davi é o nosso também, e o seu perdão é o mesmo. Acredite: ele levanta do pó os fracassados.
Ms. Jailton Sousa Silva é colaborador do Departamento de Educação Cristã da IAP.

John Stott: 90 anos de vida com Deus

Nascido em 27 de abril de 1921, na Inglaterra, John Stott completou 90 anos de vida, dos quais, a maior parte ele tem dedicado ao Senhor Jesus. Considerado um dos evangélicos mais respeitados em todo o mundo, Stott tem dado uma contribuição decisiva para a Igreja Cristã e Evangélica nas últimas décadas. Sem dúvida, a sua maior colaboração tem sido na produção e distribuição em larga escala de seus livros, tais como o best seller A Cruz de Cristo, A Mensagem de Romanos e Cristianismo Básico.
Ele foi apontado em 2005 pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Segundo site da Editora Mundo Cristão, John Stott se tornou ainda mais conhecido depois do Congresso de Lausanne, em 1974, quando se destacou na defesa do conceito de Evangelho Integral, uma abordagem cristã mais ampla, abrangendo a promoção do Reino de Deus também na transformação da sociedade a partir da ética e dos valores cristãos.
Em nossos dias, quando vemos que tantas pessoas gastam o seu precioso tempo com leituras de livros e outras literaturas que pouco ou nada contribuem para a edificação cristã, é reconfortante saber que Deus tem preservado a vida de um homem valoroso como John Stott. Como pastor e  escritor cristão, tem sido certamente uma das vidas mais dedicadas à causa do Evangelho no século XX e início do século XXI. Oremos para que Deus continue lhe concedendo saúde e que ele se mantenha exercendo a função de importante defensor da Teologia Ortodoxa.
Seguem algumas afirmações de Stott, extraídas de algumas de suas obras:
“Apesar da grande importância do seu ensino, exemplo e obras de compaixão e poder, nenhuma destas coisas ocupava o centro da missão de Jesus. O que lhe dominava a mente não era viver, mas dar a sua vida”. A Cruz de Cristo, Editora Vida, p. 25.
O amor não é egoísta. A essência do amor é abnegação. O mais miserável dos homens pode ocasionalmente demonstrar nobreza de caráter, mas isso resplandecia na vida de Jesus como uma chama cujo brilho é inextinguível” – Cristianismo Básico, Ed. Ultimato, p. 56.
Ressentimo-nos das intrusões de Cristo à nossa vida privada, sua exigência de nossa homenagem, sua expectativa de nossa obediência. Por que é que Ele não cuida de seus próprios negócios, perguntamos petulantemente, e nos deixa em paz? A essa pergunta Ele instantaneamente responde dizendo que nós somos o seu negócio e que jamais nos deixará sozinhos” – A Cruz de Cristo, Ed. Vida, p. 47.
“Confesso ser crente na necessidade indispensável da pregação, tanto para o evangelismo quanto para o crescimento saudável da igreja. A situação contemporânea torna mais difícil a pregação, mas não a torna menos necessária” – Eu Creio na Pregação, Ed. Vida, p. 9.
Pr. Marcio Rogério Gomes David é diretor do setor Ceará da Igreja Adventista da Promessa

Justiça que não satisfaz

Osama morreu, mas como o coração de uma criança que perdeu seus pais no World Trade Center pode ser acalentado por esta notícia?
“Justiça foi feita!” disse o presidente dos EUA, Barack Obama, no pronunciamento histórico em que anunciou ao mundo a morte do terrorista Osama Bin Laden, no dia 1 de maio.  É sempre estranho ouvir esta expressão. A impressão que temos é que algo está errado. Isso porque nem sempre essa frase expressa com clareza e verdade o fato a ser narrado em seguida.
Em situações como essas, surge em nossos corações, pelo menos no coração daqueles que abrigam a palavra de Cristo, um sentimento de dúvida: será que, realmente, a justiça foi feita? Ou então: Quais parâmetros foram utilizados para se fazer justiça? Enfim, talvez estas questões surjam em nós, cristãos, pelo fato da Bíblia mostrar por diversas vezes que nosso senso de justiça é lamentavelmente falho. Que os parâmetros que estabelecemos para discernir entre o que é e o que não é justo costumeiramente são equivocados. Nas palavras do profeta Isaías: “Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo (Is 64. 6 NVI). O assassinato de Osama foi caracterizado pelos americanos como um ato de justiça retributiva. Obama afirmou ao mundo que, agora, os Estados Unidos podem dizer às famílias vítimas da rede terrorista al-Qaeda que “a justiça foi feita”.
Não quero entrar no mérito da questão se, de fato, era ou não preciso matá-lo. Se não bastaria prendê-lo e oferecer-lhe um julgamento popular justo.  Não estou defendo Osama ou fazendo um discurso piegas sobre a paz. Tão pouco afirmado que os Estados Unidos da América são os mocinhos da história ou então vítimas indefesas de extremistas religiosos do Islã. A Bíblia nos mostra de maneira muito clara que não existem bonzinhos na história política da humanidade e que, todos, indiscriminadamente, são maus e culpados (Jó 15.14-16, Rm 3.9-23).
No entanto, a justiça humana, por mais que seja validade pela ética e por um julgamento moral por parte da maioria, não é capaz de satisfazer o coração daqueles sofreram a injustiça. “A justiça foi feita” disse Obama, mas esposas que perderam seus maridos no dia 11 de setembro ainda choram à noite de saudade em suas camas. Os lugares na mesa ainda estão vazios e a saudade que aflige o coração persistentemente permanece. Os americanos festejaram a morte de Bin Laden, mas inúmeros deles, naquela mesma noite, remoeram a dor das lembranças e molharam seus travesseiros com lágrimas angustiosas. O vazio no coração provocado pela perda dos amigos, filhos, avós e cônjuges no atentado terrorista de 11 de setembro não pode ser aliviado pela morte de um único terrorista.
Osama morreu, mas como o coração de uma criança que perdeu seus pais no World Trade Center pode ser acalentado por esta notícia? Não há como. A justiça humana, por mais que seja válida e até mesmo aprovada por Deus (de acordo com a interpretação tradicional de Romanos 13), não é capaz de satisfazer o coração humano. No máximo, sacia a sede de vingança ou o rancor guardado no coração daqueles que despejam em um único homem todo o ódio de suas almas.
A justiça humana traz euforia, mas também um sentimento de incompletude. Parece que falta algo. E, de fato, falta, pois a única justiça que satisfaz a alma humana é a de Cristo. Isso porque somente a justiça divina é plenamente justa. A justiça estabelecida pelo homem é sempre regada de interesses escusos, motivações espúrias e ética moralmente falível. Deus não julga imparcialmente, pois “justiça e direito são o fundamento do seu trono” (Sl 89. 14).
Deus é essencialmente justo e somente sua justiça traz paz ao coração humano. Por este motivo, quando as cortinas do Universo se fecharem e a saga humana chegar ao fim, podemos ter certeza de que seremos consolados pela suprema Justiça de Deus, que há de julgar vivos e mortos. Somente neste dia nos satisfaremos. Somente então poderemos afirmar como disse Obama: “A justiça foi feita”. Até lá, permanecemos aqui em um mundo injusto.
Kassio F. P. Lopes é  missionário da IAP em Corumbá (MS).

Geração apaixoNADA por Jesus?

Vale a pena analisar o verdadeiro sentido da palavra paixão
Desculpem-me os apaixonados, mas “eu tô fora!!!!
Pode ser extremismo meu, mas não sou muito dada a modismo. Você quer saber de que estou falando?!!! Deixe-me ser mais clara. De vez em quando, deparamo-nos com “ondas” que vem e vão com o tempo (sabe, como uma onda no mar?!!).
Houve uma “geração jeans”, “geração coca-cola”, “geração shopping center”… e no meio evangélico, vemos a febre da “geração apaixonada por Jesus” (eu sou mesmo da geração metanoia!!!). Nenhum problema em exemplos de tipo de gerações, pois a Bíblia está recheada de exemplos (I Pe 2: 9; Sl 14: 5; Mt 12: 39; Mc 8: 38), mas essa aí tem chamado muito a minha atenção (não está na Bíblia, é lógico!!!).
Como pessoa curiosa e eterna estudiosa da língua materna (sou linguista), fui procurar no dicionário o verdadeiro sentido da palavra paixão, olha só o que encontrei:

  1. sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão;
  2. afeto dominador e cego; obsessão;
  3. disposição para alguma coisa que ultrapassa os limites da lógica; fanatismo; cegueira…

Quando li tudo isso me assustei. Tudo bem, como disse, posso estar levando muito ao “pé da letra” ou estar me vestindo de um estilo farisaico, mas vamos analisar juntos e me ajude se eu estiver errada.
Você poderia refutar se baseando nas palavras de Paulo “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura…” (I Co 2: 14), mas não creio que o apóstolo esteja falando de coisas desse tipo; pelo que vimos, ‘paixão’ é algo doentio, cego, exagerado (tipo: “jogado aos seus pés!!!”).
Não sei, não. Realmente, este termo “apaixonado por Jesus” não me agrada, sabe?! Você também pode questionar o fato de eu aceitar a expressão “paixão de Cristo” (mas quem disse que eu aceito?). Para isso tem uma explicação: as pessoas criaram o termo porque acreditavam que Jesus fez uma “loucura”, morrendo por um bando de pecadores como nós (agora sim eu usaria o texto de Paulo!!!).
Para mim, Jesus nunca foi um apaixonado, muito menos um “louco”; Ele se sacrificou movido pelo amor que nutre por nós, não por uma paixão!!!
E pra engrossar minha crença e reforçar minha argumentação, coloco ainda o sentido da “paixão” na vida secular: uma pessoa apaixonada faz loucuras (literalmente!!!) que “ninguém merece”, e por conta da tal paixão, da forma como agimos por causa dela e dos efeitos que isso pode causar que… sei não, prefiro sempre dizer que amo Jesus e não que sou (ou estou, o que é pior!!!) apaixonada por ele.
Bem, agora que “coloquei essa pulga atrás da sua orelha”, me ajude e me tire dessa “enrascada”… somos ou não apaixonados por Jesus?!!! No final das contas, você pode até achar que essa geração toda é mesmo apaixoNADA, isso sim!!!
Esther Braga é Mestre em Linguística, especialista em Língua Falada e Ensino do Português, professora há 21 anos e aluna da Faculdade de Teologia Adventista da Promessa (FATAP) – Extensão Norte.

Jesus, um noivo atípico

Enquanto o príncipe William recebeu títulos ao se casar com Kate,
Jesus abriu mão dos seus para buscar sua noiva


Na última sexta-feira, 29 de abril, o mundo parou para assistir a união do príncipe William com a plebeia Kate Middleton. “Foi um dos eventos mais vistos da história. Na Grã-Bretanha, foram mais de 24 milhões de súditos grudados em telões e na televisão. No mundo todo, 2,4 bilhões de espectadores. Mais de um terço do planeta” presenciou, segundo o Fantástico, da Rede Globo, mesmo que à distancia, o que será considerado, sem sombra de dúvidas, o casamento do ano.
Quem assistiu se impressionou com tanto luxo e beleza. O príncipe William, que horas antes recebeu o título de duque de Cambridge, chegou à igreja em uma luxuosa limusine, vestindo um uniforme vermelho da guarda irlandesa, da qual é coronel honorário”. “O título de duque é o mais alto da hierarquia da nobreza britânica, somente abaixo de reis e príncipes”, segundo o G1.com. Desfrutando de uma popularidade avassaladora e de uma aprovação quase incondicional, o casamento do príncipe foi um sucesso! Nenhum noivo poderia esperar algo melhor.
E por falar em noivo peguei-me pensando no fato de que a Bíblia, por diversas vezes, se utiliza desta imagem para se referir a Jesus. No Antigo Testamento, Deus já se utilizava desta metáfora para exemplificar seu amor incondicional por Israel. E é justamente essa metáfora, já presente no Antigo Testamento, que lança luz à designação neotestamentária de Jesus como o noivo e da igreja como sua noiva (II Cor 11.2; Ef 5. 25-27, 31; Ap 19.; 21.1; 22.17). “Segundo esse quadro, o Senhor Jesus é o noivo divino que busca sua noiva em amor e entra em relação de aliança com ela” (Douglas, J. D. – O Novo dicionário da Bíblia). Em Mateus 25.1-13, por exemplo, Jesus, quando ensinava a respeito de seu inesperado retorno, contou a parábola das dez virgens na qual se comparou com um noivo que, repentinamente, aparece para buscar sua noiva.
Entretanto, o que nos chama atenção não é familiaridade que existe no fato de Jesus ser descrito na Bíblia como um noivo, mas, sobretudo, pela incrível diferença existente entre os dois noivos: Jesus e o príncipe William. Enquanto William foi aclamado pelo povo, Jesus foi crucificado por sua nação. Enquanto o príncipe desfrutou de aceitação, Jesus sofreu duras recriminações. Enquanto William foi assistido por mais de dois bilhões de pessoas, Jesus foi visto, basicamente, por palestinos e uns poucos estrangeiros. Um dos maiores eventos do mundo, o nascimento de Jesus, que marca a descida do noivo em busca da igreja, teve mais animais do que pessoas como espectadores.
Enquanto William recebeu títulos ao se casar com Kate, Jesus abriu mão dos seus para buscar sua noiva: a igreja. Enquanto o príncipe desfrutou dos benefícios de sua realeza, Jesus preferiu abandoná-los. Ele desceu de seu trono real baixando à rude cruz. Enquanto William foi rodeado por celebridades, realezas e socialites, Jesus viveu entre os pobres da Galileia rodeado por pecadores, prostitutas, mendigos e publicanos. Gente marginalizada e recriminada pela sociedade da época.  Enquanto William andou de limusine, Jesus andou a pé, no máximo, de jumentinho. De fato, Jesus é um noivo atípico!
Por amar sua noiva, a igreja, ele desce dos céus, abandona seus títulos e honrarias, se humilha até a morte e morre humilhantemente para salvá-la. Jesus, nas palavras de Paulo, “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo que deveria apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2.6-8 – NVI). Refletindo nisso, George Herbert fez a seguinte paráfrase:
O Deus de poder, enquanto percorria
Em suas majestosas roupagens de glória,
Resolveu parar; e assim um dia
Ele desceu, e pelo caminho se despia.
(Philip Yancey, O Jesus que eu Nunca Conheci)

Pois é justamente assim, despido de sua glória e realeza, que ele veio buscar sua amada noiva: não em um altar, mas em um madeiro; não em uma igreja, mas em uma cruz. E é por este ato supremo de amor que podemos ter certeza de que, um dia, participaremos de um casamento infinamente superior ao casamento de William e Kate: o casamento cósmico de Cristo e sua Igreja. Até lá, permanecemos aqui aguardando esperançosamente este grande e glorioso dia. E enquanto esperamos,  “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” (Ap 22.17).
Kassio F. P. Lopes é  missionário da IAP em Corumbá (MS).