Qual o melhor tempo para o aconselhamento?

É melhor falarmos um ano antes do que cinco minutos atrasados
O dicionário traz inúmeras definições para a palavra “aconselhar”, sendo que  advertir, avisar e admoestar aproximam-se bastante do conceito de “prevenir”, que quer dizer: dispor com antecipação, preparar, chegar antes, aplicar de maneira que evite dano. Existe um provérbio antigo e muito conhecido que diz: “prevenir é melhor do que remediar”. Se este ditado saísse da teoria e se tornasse prática, principalmente nas famílias, muita dor seria evitada.
No ministério de aconselhamento a meninas, tenho tentado não me esquecer de que é melhor falarmos um ano antes do que cinco minutos atrasados. Em toda a palavra de Deus, somos advertidos quanto à importância do aconselhamento em forma de prevenção. O próprio Deus se encarregou de fazê-lo ao seu povo e das mais diferentes maneiras: anjos, sonhos, profetas. Em determinadas situações, utilizou-se de sua própria voz. Grandes homens foram usados por Deus como exemplos de conselheiros para nós.
O apóstolo Paulo, em sua primeira carta a Timóteo, escreveu: “Não repreendas asperamente o homem idoso, mas exorte-o (aconselhe-o) como se fosse seu pai; trate os jovens como a irmãos; as mulheres idosas como a mães; e as moças como a irmãs, com toda a pureza” (I Tm 5:1-2 – NVI). Em outras palavras, Paulo, que aparece exatamente aconselhando o jovem Timóteo como a um irmão, pede que ele, exerça o autocontrole, não abuse de sua autoridade, mas aja com amor, mesmo que tivesse que repreender.
Em outro momento, encontramos Paulo orientando Tito a ensinar às mulheres como se conduzirem em sua vida cristã, como esposas, mães, sendo que as mais experientes deveriam ser conselheiras das mais jovens (Tt 2:3-5). Todos nós, cristãos, recebemos, em determinado momento, a incumbência de sermos conselheiros. Os consagrados, em especial, chamados para integrar o Departamento Ministerial, têm a responsabilidade de ser conselheiros em tempo integral, em exemplo, palavras, orações e, sobretudo, no exercício do amor, que deve ser a motivação para a aceitação do chamado.
Portanto, que “habite ricamente em nós a palavra de Cristo; e que possamos ensinar e aconselhar-nos uns aos outros com sabedoria” (Cl 3:16). E que nosso conselho, querido companheiro de ministério, possa vir sempre a tempo, para a glória de Deus e para a edificação do corpo de Cristo.
Dsa. Marta Olívia de Oliveira Santos congrega na IAP em Vila Rio (Guarulhos, SP) e integra a equipe do Departamento Ministerial.

Um tesouro em vaso de barro

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (II Co 4:7)
Por mais preparado que seja, o pastor acabará por sentir o cansaço emocional, a fadiga física, frutos de seu desgastante serviço. Muitos chegam a expressar: “Não aguento  mais!”. Nesses momentos, parece pouco valer seu conteúdo teológico, seu conhecimento doutrinário, suas experiências espirituais e ministeriais.
A vocação pastoral oferece ao pastor a glória de trabalhar com o tesouro mais precioso do universo, que é o evangelho, ao mesmo tempo em que sua missão é compartilhar esse tesouro com pessoas frágeis, mas de infinito valor, por quem Cristo morreu. Quem merece tão nobre privilégio? Ninguém! Por méritos pessoais, não. Nenhum pastor é suficientemente apto para a tarefa, nem digno da confiança que lhe foi concedida.
O pastor não tem méritos em seu chamado simplesmente porque é pecador como os demais. Além de lutar contra a sua própria natureza carnal, ele precisa enfrentar a coletiva inclinação ao pecado, da congregação que pastoreia. É um pecador cuidando de pecadores. Por esse motivo, o pastorado e um milagre divino, um chamado da soberania divina, que tem como base a misericórdia (II Co 4:1).
Portanto, o ministério pastoral é um fardo inevitável, mas, também, uma alegria indescritível. É um fardo porque o pastor é de barro, e é uma alegria porque nele habita o evangelho eterno. Como lidar com esse fardo, sem perder a fé e a alegria?
Uma maneira boa de lidar com o nosso “lado de barro” é focalizar o tesouro que há dentro de cada vaso, ou seja, o conhecido “peso da glória”.
O lidar com o fardo e a alegria pastoral
Paulo diz: “Temos, porém, este tesouro em vaso de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não nossa” (II Co 4:7). Na verdade, todos os cristãos têm esta dignidade: carregam dentro de si a vida de Jesus Cristo. É o peso de glória. Mas o pastor não carrega apenas esse peso de glória; ele trabalha com o próprio material: o tesouro do evangelho que lhe foi confiado.
Os estudantes de teologia compreendem a glória do ministério, porque estudam sobre o assunto. Mas só a experiência pastoral poderá proporcionar-lhes o verdadeiro conhecimento dessa gloria. É quando Deus eleva o pastor além de sua capacidade humana, fazendo com que o seu trabalho imperfeito alcance os corações humanos com o poder divino. É quando a eternidade intervém no tempo e na vida do pastor de barro.
Porém, ser instrumento da graça de Deus entre o povo é uma tarefa que exige humilhação. 0 pastor precisa estar consciente de que seus recursos nunca vão mover a eternidade ou o sobrenatural divino.· O pastor de barro precisa saber que, quando o Senhor toma as palavras, os atos, o trabalho do pastor, para transformar vidas e edificar igrejas, o melhor que este pode fazer é ficar quietinho e dizer: “Bendito seja o teu nome, Senhor!” Não é simples explicar os motivos de um pastor naufragar na fé. Contudo, uma das razões básicas das tragédias pastorais é o pastor esquecer que é de barro. Dependendo da posição que alcança na denominação, o pastor se sente tão importante que passa a ignorar as coisas simples que Deus faz, no meio do povo simples. Ele se sente superior às ovelhas. É fácil ao pastor esquecer-se de que é barro rachado e colocar-se no pedestal.
O pastor vaidoso, ao ser usado pela graça de Deus, sente-se quase sobre-humano. O  pedestal dá a falsa sensação de que o pecado está em um lugar muito distante dele. O pedestal faz-nos sentir diferenciados, melhores. Mas, miseravelmente, esconde a seguinte verdade: O pastor é humano e sua natureza é pecaminosa. É quando, então, lá de cima, desmorona: “Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o SENHOR” (Ob 4). E é grande a queda: “O orgulho leva a pessoa à destruição, e a vaidade faz cair na desgraça”(Pv 16:8 – NTLH).
O cuidado com a vaidade pastoral
Pastores queridos, somos vasos de barro! Moisés era de barro. Davi, Pedro, Paulo foram de barro. Os pastores de ontem e de hoje são de barro. Timóteo era vaso de barra, e, por isso, Paulo lembrava a ele: “… participa comigo dos sofrimentos a favor do evangelho” (II Tm 1:8). Só quem é de barro sofre e geme pelo evangelho. Porém, Paulo incentivava Timóteo a levar a tarefa divina adiante: “Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” (II Tm 1:6-7).
Os heróis da fé eram homens de barro que levaram o ministério divino até a morte, e, por “meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.” (Hb 11:33-34).
Heróis de barro, mas com fé de ouro! Fé indestrutível, incontaminada, fé inegociável, fé pura, fé em Cristo, somente em Cristo e para a glória de Cristo. E por que somos vasos de barro? Paulo responde: “… para mostrar que o poder supremo pertence a Deus e não a nós” (II Co 4:7).
Essa é a razão porque o pastor deve resistir à tentação de achar que o ministério que exerce é dele. Não é! O ministério do pastor pertence ao Senhor, seu Senhor, que o chamou por pura misericórdia: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (II Co 4:1).
O Senhor cuida dos pastores de barro
É Deus quem cuida dos vasos de barro! Veja como Deus cuida de você, pastor:
Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse· o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” (II Co 12:9-10).
Todo ministério é um dom de Deus, e tudo depende dele. O pastor de barro deve confiar unicamente em Deus, que manterá seu ministério em poder e graça! Os pastores de barro, que confiam unicamente na graça de Deus, podem abrir a boca e dizer com fé:
Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não  desanimados; perseguidos, porem não desamparados; abatidos, porem não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa  de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.” (II Co 4:8-11).
Pr. José Lima de Farias Filho, presidente da Convenção Geral da IAP. Texto publicado originalmente no Boletim Ministerial “Santificados para Servir”, ano 2008, nº 2.

A remoção do véu

À semelhança de Moisés, somos tentados, por vezes, a usar o véu como artifício para esconder nossa realidade
Como parte dos trajes femininos, o uso do véu, na região da Mesopotâmia, é antigo.  Com o passar do tempo, o véu, além do aspecto utilitário nos trajes femininos, ganhou significado religioso.
Em seu sentido literal, o véu é um tecido transparente, cuja finalidade é a de cobrir alguma coisa, até mesmo a cabeça ou o rosto da mulher, em determinadas circunstâncias. Predominantemente transparente, como o conhecemos, ainda assim, o véu exerce a função simbólica de ocultar determinada realidade ou disfarçá-la.
No antigo santuário, um tipo de véu separava o lugar santo do lugar santíssimo, cujo acesso era restrito a todas as pessoas, exceto ao sumo sacerdote. Este adentrava ao santíssimo uma única vez ao ano, para fazer expiação por ele, e pelo povo (Hb 9:1-7). Veja o que aconteceu com esse véu, por ocasião da morte do Senhor Jesus: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras” (Mt 27:50-51). Esse rasgar do véu foi uma ação divina para mostrar que o véu da separação  acabava de ser removido, e que o acesso a Deus estava definitivamente livre para qualquer pessoa.
Observe como Paulo se refere ao simbolismo religioso do véu: “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório” (II Co 3.13). Dois aspectos são  ressaltados aqui: 1) Paulo se refere à transição da antiga para a nova aliança. Sobre a antiga aliança, simbolicamente, repousava o véu da ignorância, que impedia que as pessoas conhecessem, de forma profunda e abrangente, a Deus e a seus propósitos. 2) A princípio, o véu serviu de recurso para ofuscar a glória de Deus, estampada no rosto de Moisés; porém, num momento seguinte, tornou-se um artifício para que os israelitas não  descobrissem o fato de que a glória de Deus, estampada no rosto de Moisés, já não  estava mais presente.
Dirigindo-se à igreja de Corinto, Paulo diz: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em  glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.”
À semelhança de Moisés, somos tentados, por vezes, a usar o véu como artifício para esconder nossa realidade, ou seja, vivemos na dimensão real; porém, passamos a imagem de que vivemos na dimensão ideal. Em casa, o véu não funciona, porque nos conhecemos uns aos outros, sem reservas. É onde vivemos sem disfarces, sem véu, e qualquer tentativa, no sentido de nos escondermos por trás de alguma coisa, é facilmente desmascarada. Fora de casa, na vida pública, no entanto, o disfarce tem maior possibilidade de funcionar, uma vez que as pessoas desconhecem o que e como somos na vida privada.
O uso do véu, nessas circunstâncias, é também chamado de hipocrisia, amplamente condenada por Deus em sua santa palavra.
Caríssimos irmãos e amigos de ministério, somos frequentemente confrontados pela palavra de Deus, justamente porque ele deseja que sejamos transparentes, assim como ele o é. A remoção desse véu depende de uma ação humana e voluntária, ou seja, depende de mim e de você. Vamos fugir das aparências, dos enganos do coração, pois os disfarces não funcionam por muito tempo. Esse estilo de vida é extremamente perigoso, e quem opta por ele, vive sob constante risco de ser desmascarado e envergonhado. As seguintes palavras, atribuídas a Abraham Lincoln, reforçam o que estamos dizendo: “Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possivel enganar toda a gente o tempo todo.”
Finalizo esta reflexão dizendo a vocês que Deus é nosso maior aliado nessa luta. Fiquemos com a seguinte recomendação bíblica: “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o  embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta (Hb 12.1)”. Amém.
Um abraço carinhoso de seu irmão e amigo de ministério.
Pr. Gilberto Fernandes Coelho, tesoureiro da Convenção Paulistana. Artigo publicado originalmente no Boletim Ministerial “Santificados para Servir”, ano 2008, nº 2.

O exercício ministerial: Cuidados especiais que todo pastor deve ter

Ministério é um dom de Deus. Somos ministros colocados por ele para servir. Devemos espelhar nossa vida em Jesus Cristo, que é o padrão para ministros e ministérios.

Nossa conduta – Não é o fato de sermos pastores que podemos nos descuidar da oração, da consagração, da leitura da Bíblia e de ler bons livros.
Cuidados físicos – Devemos ter cuidados especiais com o controle emocional, mental e nunca deixar de fazer exercícios como: caminhada, ginástica etc.
Cuidados materiais – Cuidemos do orçamento e das dívidas, para que isso não venha trazer resultados negativos ao nosso ministério.
Cuidados com o linguajar – Evitemos conversas inadequadas, pilhérias etc.
Cuidados com a vida familiar – Devemos dar sempre à família assistência especial, agindo com justiça e equilíbrio, orientando quanto a usos e costumes da igreja, disciplinando com inteligência o uso da internet, da televisão e de outros meios de comunicação. Nunca devemos desabafar nossos problemas na presença dos filhos.
Conduta eclesiástica – Devemos administrar bem o nosso tempo, zelando pelas mensagens pregadas, evitando que dúvidas sejam levadas ao povo. Evitemos criticar colegas, tenhamos cuidado com ingerência nas igrejas pastoreadas por outros. Não tenhamos inveja de um colega bem sucedido. Não julguemos, pois podemos cometer injustiças. Aprendamos a ouvir mais do que falar.
Com relação aos membros de nossa igreja, tenhamos cuidado com a manipulação. Organizemos bem o trabalho de aconselhamento, orientando sempre que necessário. Ao tratarmos com mulheres e, acima de tudo, nas visitas, cuidemos para não nos tornarmos inconvenientes.
Cuidado com a doutrina – Vivemos num tempo de muitas inovações e o líder é responsável e precisa conhecer bem a doutrina, para poder defender o rebanho, quando for necessário.
Aconselhamento – A sala pastoral deve sempre estar com a porta aberta por ocasião de entrevistas com “mulher”, devendo, também haver uma mesa entre o entrevistador e o entrevistado. Evitemos visitar uma mulher sozinha e dar carona em nosso carro. Na hora de confortar ou consolar, usemos boas palavras e não as “mãos”. Façamos tudo para orientar e ajudar.
Questões confidenciais – sigilo – É um dever do pastor não revelar o que ele ouve em confissões e entrevistas. É um dever ético que impede a revelação ou comentários que possam se tornar públicos, trazendo consequências desagradáveis para as pessoas. Procure guardar sigilo daquilo que lhe foi revelado. Caso não haja cuidados especiais, o pastor perde a confiança e a credibilidade, desvalorizando seu ministério e piorando as situações. O pastor precisa ser confiável diante das confidências que lhe são reveladas. Guarde para si, seu confidente (preferencialmente, um colega de ministério) e Deus. Não vá além disso. Sua esposa, seus filhos e outros não precisam saber.
Mexerico – Outro cuidado que devemos ter: não passar de um para outro as queixas que ouvimos, para não causar intrigas, que podem trazer confusão, desarmonia, desordem e balbúrdia na comunidade. Combatamos o “leva e traz”. Os valores éticos devem ser manifestados na vida do pastor para que sejam reais e o dignifiquem, confirmando diante da igreja e da sociedade a autoridade espiritual a ele delegada.
Visitação – Recomendamos todo o cuidado para não nos tornarmos inconvenientes, sendo discretos com as pessoas visitadas. Nunca devemos ficar a sós com o cônjuge do sexo oposto, quando o outro estiver ausente. Há visitas em que é imprescindível a presença da esposa do pastor.
Visitas objetivas – Metódicas, não polemizar. Dar o remédio certo e dosado. Sempre terminar com uma leitura cuidadosa e com oração. Evitar caixas de promessas ou “onde abrir, vou ler”.
Conceito do pastor – Entre muitas coisas, o pastor deve evitar intimidades, sem ser antissocial. A igreja espera ver em seu líder uma pessoa diferente: sério, delicado, atencioso, interessado nos problemas dos outros, bom ouvinte, conselheiro, perdoador, enfim, o anjo da igreja e de Deus. No desempenho desse chamado, só você, querido pastor, pode desenvolvê-lo. Mesmo que nos custe a vida, devemos exercê-lo com honradez, sobriedade, com firme convicção de que estamos a serviço de Deus.
Nosso ministério exige de nós muito tato, ética e, sobretudo, cuidados especiais. Com sinceridade e devoção, prossigamos com coragem, porque Deus nos abençoará e seremos vitoriosos (II Tm 4:5).
Pr. Miguel Corrêa  é pastor jubilado e congrega na IAP em Vila Maria (São Paulo – SP). Exerceu diversos cargos à frente do Presbitério Geral, inclusive presidente da IAP.

Excelente obra

“Que os homem nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” (I Co 4:1-2)
Todo líder cristão sempre está dando ênfase à “maturidade espiritual”, isto é, ao desenvolvimento espiritual, ao crescimento nas coisas espirituais, na vida cristã, naquilo que se abraça, em que se acredita, que se prega e que se vive. É importante dizer que “vida cristã” não se vive de esforço próprio, mas por meio de Cristo em nós. E, se somos nós que decidimos o que faremos com nossa vida, dificilmente poderemos viver uma verdadeira vida cristã. Mas, se abrirmos o coração e deixarmos que Cristo seja entronizado em nós, seremos novas criaturas. Entregar-se a Cristo envolve submissão do intelecto, das emoções e da vontade. Ao recebermos Cristo em nossa vida, começamos a grande aventura para a qual Deus nos criou (I Pe 2:9-12).
Viver Cristo é pensar como Cristo, agir como Cristo, é ter Cristo em nós. Ele quer nos dar poder e forças para vencermos todas as dificuldades; quer se expressar através de nossas emoções, falar através da nossa boca e agir através dos nossos membros. Precisamos entender que, mesmo vivendo em uma cultura secularizada, devemos desenvolver hábitos e costumes próprios de pessoas íntegras e justas, segundo os ensinamentos das Sagradas Escrituras. No mundo de hoje, fala-se muito de Cristo, prega-se muito a sua palavra, mas não se vive Cristo. Entre aqueles que exaltam as virtudes da luz, muitos há que vivem nas trevas. Isso nos leva à grande preocupação: estamos nós, pastores, cumprindo a obrigação de apascentar,  cuidar e alertar o rebanho de Deus?
Como estamos vivendo? Segundo os princípios de Deus ou segundo os nossos próprios princípios? Cristo é visto em nossa vida, em nosso ministério? Fomos chamados para ser modelos, exemplos para o rebanho: “Sê exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler, exortar e ensinar” (I Tm 4:12). “Em tudo te dá por exemplo de boas obras: na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe” (Tt 2:7). Somos alertados a andar em conformidade com a vontade de Deus e a participarmos de sua própria natureza. Para isso, é necessário que vivamos uma vida consagrada, de modo que as virtudes cristãs, tais como a santidade, a piedade e a reverência, possam desenvolver-se em nossas vidas.
É necessário que tenhamos fome da “palavra de Deus” e busquemos sempre a unção do Espírito Santo, que é quem vai dar vida ao nosso ministério, que, segundo Paulo, é uma “excelente obra”. Procuremos, pois, sempre ter paixão por Cristo, pelo evangelho e pelo ministério. A paixão é como uma espécie de fogo que queima o coração; é o poder de Deus na vida do pregador. Que Deus nos dê a alegria de ver a nossa igreja vivendo um tempo de restauração espiritual e que essa restauração comece por nós, pastores.
Pr. Efraim Silvino Teixeira, superintendente da Convenção Paranaense e integrante do Departamento Ministerial – Geral.
Texto publicado originalmente no Boletim Informativo Ministerial, ano 2008, nº 2

Eu, esposa de pastor?

Converse diariamente com o Senhor, coloque diante dele suas dificuldades e ele vai fortalecer sua fé
Nossa vida, às vezes, toma rumos que nem sempre esperamos: na juventude, época dos namoros, fazemos escolhas. Assim, algumas moças casaram-se com jovens da igreja que ainda não pensavam em ser pastores. Mas os caminhos foram mudando de rumo; experiências marcantes com Deus foram acontecendo; houve uma entrega maior ao serviço cristão, e, de repente, chega a notícia da consagração ao diaconato. Agora, torna-se necessário mais empenho no trabalho do Mestre, até que vem a consagração ao presbiterato.
O chamado para o pastorado deixa seu esposo muito animado com o novo ministério. E você, como fica? Igreja nova, gente desconhecida, que, com certeza, espera muito de você. Como enfrentar toda essa situação? Lembre-se de que Deus está no controle: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” (Jr 10:23). Tenha como alvo sempre olhar para Jesus, para a sua palavra.
Se não gosta de ler, saiba que a leitura é um exercício. Esforce-se para isso. Não se deixe envolver pelos conceitos do mundo, porque vão tirar sua paz. Deus conhece as suas necessidades, mas quer que, na sua conversa diária com ele, você derrame o seu coração, exponha todos os seus medos, suas inseguranças. Pode ter certeza de que, com a oração diária, muitas coisas boas começarão a acontecer, e isso vai fazer com que a sua fé seja fortalecida.
Se você tiver bons momentos com Deus, também terá com o seu esposo. Seja uma companheira fiel, sempre presente nas visitas, nos aconselhamentos, na igreja e junto às ovelhas, ouvindo-as. Peça a Deus que lhe dê muito amor para que possa dedicá-lo a cada uma delas. Esse vai ser o seu semear. Mais tarde, você verá como é bom ser amada por irmãos que, antes, você nem conhecia. Esses irmãos nunca vão deixar de se interessar por você. As irmãs serão verdadeiras parceiras de oração. E o caminho que parecia difícil, vai ser aplainado pelo agir de Jesus em sua vida.
Dsa. Deusa de Oliveira Teixeira é diretora da Resofap Paranaense e integra o  Departamento Ministerial – Geral
Texto publicado originalmente no Boletim Informativo Ministerial, Ano 2008- nº 1

Posso beijar minha família

“Partiu, pois, Elias e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele. Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo” – I Rs 19.19, 20.

Eliseu era trabalhador. Possuía doze juntas de bois. Não é difícil supor que não comia o pão da preguiça e possuía um enorme vigor para o trabalho. Aliás, Deus não chama ninguém desocupado.
Eliseu estava lavrando a terra quando o profeta Elias passou e jogou o manto sobre ele. Era a vocação para viver o ministério. Quanta honra para Eliseu receber o chamado de alguém tão importante. Elias era o profeta do momento. Havia desafiado e vencido os profetas de Baal. Teve uma confrontação direta com o Rei Acabe e a malvada rainha Jezabel. Três anos e meio sem chover e depois, chuva abundante como resultado de sua oração. Uma caminhada de quarenta dias como resultado de uma alimentação divina…
Quem não toparia de imediato um chamado como este? Mas Eliseu fez um pedido admirável: “Deixa-me beijar o meu pai e a minha mãe e depois te seguirei”. Elias consentiu, mas será que foram três beijinhos rápidos? Não, claro que não. O arado serviu para o fogo, os bois foram imolados numa despedida definitiva do modo de vida que levava como agricultor para abraçar uma vocação especial.
E quanto tempo demorou? O suficiente para conversarem abertamente, avaliar toda a implicação do ministério, para comerem um abundante churrasco, uma benção familiar e muita afetividade.
Depois foi Eliseu para seguir de perto Elias, pedir e receber porção dobrada do Espírito, ser zombado pelos garotos, aconselhar reis, fazer maravilhas, ressuscitar mortos, profetizar…
Quão árduo é o ministério pastoral em nossos dias: visitações, orações, aconselhamentos, confronto com as forças malignas, reuniões administrativas… ufa, só de pensar já cansa.
E aí? Pensar em voltar atrás, reconstruir o arado e ressuscitar os bois?
Não, querido pastor, missionário (a) ou obreiro (a). Há muitas coisas maravilhosas para fazer, porém não se esqueça da família, do beijo, com tudo que o acompanha, como fez Eliseu.
E não se esqueça de que o próprio Deus nos beija diariamente com a Sua Graça.
Departamento Ministerial

Tempo: Como administrá-lo?

Como um pastor pode se organizar, de forma que tenha vida devocional, tempo para lazer, tempo para exercícios físicos, tempo para a família e para o trabalho ministerial?

O exercício do trabalho ministerial é dinâmico e complexo. O pastor precisa se preparar para o púlpito, já que lhe incumbe a responsabilidade de alimentar o rebanho. Igualmente, necessita acompanhar as ovelhas, aconselhando-as e orientando-as. Há os cursos bíblicos a serem ministrados, as visitas aos enfermos e pessoas que não podem ir mais ao templo, dirigir e participar de reuniões, lidar com situações de emergência. Sem falar nas questões de administração eclesiástica, que também demandam tempo significativo.
Em razão do ativismo que impera na sociedade moderna, caso não se tome cuidado, não sobra tempo nem mesmo para o planejamento de nosso tempo. De um compromisso parte-se para o outro e assim sucessivamente. Isso implica alguns riscos. Romper este ciclo demanda persistência e dedicação.
O tempo é um recurso que pode estar a nosso favor ou não, depende de como o administramos. Quanto menos planejamos nosso tempo, menos tempo temos. Quanto mais nos organizamos, melhor utilizamos o tempo.
Quem nunca desejou que o tempo parasse ou o dia tivesse mais de 24 horas?! Mas, se não for por ação divina, naquilo que está ao alcance do ser humano, o tempo não vai parar, o dia não terá mais de 24 horas. Portanto, o desafio é nos organizarmos para ter mais tempo disponível para as necessidades e responsabilidades que temos.
Esperamos que esses passos possam ajudá-lo:
1º) Reflita sobre quais são seus papéis na vida (trabalhador, esposo, pai etc). Sobre seu trabalho, reflita sobre a razão de existir do mesmo, qual é a missão principal das suas atividades, quais resultados precisa alcançar, onde quer chegar? Leve em consideração suas opiniões, mas também a visão da organização em que você está inserido para definir seus objetivos de trabalho. Isso vai ajudá-lo nas escolhas e tomadas de decisões de maneira a manter o foco de suas ações.
Busque ter clareza sobre quais são as atribuições e responsabilidades que lhe competem, assim como as deixe claro aos que convivem contigo.
2º) Faça uma lista das principais tarefas que você precisa realizar para alcançar os resultados desejados no seu trabalho. Defina quais são ações prioritárias e as urgentes.
Se não houver organização do tempo, certamente serão atendidas as necessidades urgentes e não necessariamente as mais importantes.
Em matéria publicada pela revista Você S/A, edição 134, foi citada uma pesquisa com mais de trinta mil pessoas, realizada por uma empresa especialista em gestão do tempo, em que se constatou que as pessoas gastam apenas 30% do tempo com coisas importantes. Os outros 70% são distribuídos entre atividades circunstanciais (as que geram excesso de trabalho sem retorno) e as urgentes (as atrasadas, que geram estresse).
Segundo o especialista que estava à frente da pesquisa em questão, as pessoas precisam aprender a definir prioridades. Para facilitar, recomenda-se classificar as atividades em importantes, urgentes e circunstanciais.
3º) Relacione todos os compromissos a serem enfrentados nos próximos quinze dias, organizados de hora em hora. Somente fazendo isso, é necessário identificar o que tem demandado mais tempo na sua agenda e analisar como você tem utilizado seu tempo.
Atenção:

  • Pessoas estressadas tendem a se tornar improdutivas. Em muitos casos, o sofrimento psíquico, emocional e até físico surge em função de falta de planejamento das atividades. Faz-se muito, mas sem foco claro as ações não alcançam os resultados, ou ainda as conquistas vêm, porém às custas de demasiado esforço. Com a organização do tempo, há a possibilidade de demandar energia na medida certa, nem mais nem menos.
  • A má administração do tempo pode indicar insatisfação com o trabalho ou parte dele, uma forma de fugir de atividades que se julga não serem prazerosas ou não se sente capacitado para realizá-las.
  • Um outro risco da falta de organização é gastar muito tempo para uma necessidade, e não sobrar para as demais. Fica claro que não se está dando conta do que se tem se tem prá fazer, ou acaba se sacrificando áreas importantes que deveriam ser atendidas, como a família.
  • Concentrar o trabalho em áreas que tem mais afinidade, em detrimento das demais, também é perigoso. Evidentemente, cada um tem mais facilidade em um determinado assunto. No entanto, isso não significa que as demais questões também não devam ter a sua atenção. Por exemplo, o pastor é um grande evangelista, mas não pastoreia, não visita os irmãos. Ou gosta muito das questões administrativas eclesiásticas, ocupa-se com elas, e não dispõe de tempo para ouvir, para aconselhar os que necessitam desse atendimento.
  • A dificuldade em impor limites é outro fator catastrófico para aqueles que desejam e necessitam organizar o tempo. Saber dizer não e sim, sem comprometer seus valores de vida e sua agenda faz toda a diferença. Para os autores de “Limites: Quando Dizer Sim, Quando Dizer Não”, Henry Cloud e John Towsend, “favores e sacrifícios fazem parte da vida cristã. A permissividade, não. Aprenda a distinguir as duas coisas observando se a sua concessão está ajudando o outro a ser melhor ou pior.”

4º) Confronte a lista de tarefas que você identificou no 2º passo com a do 3º passo e analise as possíveis mudanças necessárias para existir um melhor aproveitamento de seu tempo.
Cuidado para não ficar idealizando. Os que possuem tendência ao perfeccionismo tendem a realizar pouco. Existe aquilo que é ideal e aquilo que é possível. Procure identificar essas diferenças em seu dia-a-dia.
Mantenha seus materiais organizados, isso ajuda a ganhar tempo. Ambiente desorganizado dificulta a administração do tempo.
Não há como falar em organização do tempo para líderes sem falar do cuidado com a centralização e necessidade de delegar atividades como uma forma de tornar possível a realização das atividades necessárias.
5º) Planeje sua agenda. Coloque tudo que deve ser feito por escrito na agenda, com prazo de conclusão.
Defina o tempo que se dedicará semanalmente para cada atividade. Não sobrecarregue a agenda, pois, eventualmente, será necessário atender os imprevistos. Especialistas no assunto sugerem que apenas 70% do dia deve ser planejado, os 30% restantes ficam para as urgências.
Na organização de seu tempo, lembre-se de que não existe apenas o trabalho, todos possuem família, amigos, necessidade de lazer e cuidados pessoais. Contemple na agenda estas questões, caso contrário, sempre ficarão em segundo (talvez até mesmo último) plano. Estabeleça tempo para você e sua família e já reserve na agenda, como dias de descanso, exames médicos periódicos e datas importantes (datas de aniversário do cônjuge e filhos, aniversário de casamento).
Seja firme em seguir seu planejamento, evitando abrir exceções. Cuidado para a exceção não virar regra e o planejamento, uma eventualidade.
5º) Procure conversar com seu líder e/ou pessoas que você julgue ter uma boa administração do tempo sobre a forma como eles percebem sua maneira de organizar a agenda. É uma forma de você checar se está sendo eficiente e também aprender com a experiência de outras pessoas.
Concluímos desejando que todos possam utilizar o tempo com sabedoria, superando qualquer dificuldade com o equilíbrio na utilização do tempo para o trabalho e para os outros papéis da vida, sendo frutíferos e multiplicando os talentos que o Senhor colocou em nossas mãos.
Pr. Nestor Freschi Ferreira e Dsa. Lilian Gava Ferreira

Liderança pastoral: Centralizada versus participativa

No início da Bíblia, encontra-se o que pode ser considerado um dos maiores legados de modelo de liderança. Chamado por Deus para uma difícil missão, o homem usado para libertar o povo hebreu da longa escravidão egípcia e estabelecê-lo na terra prometida quase desfaleceu junto com o próprio Israel, não fosse o alerta do seu sogro na direção de uma nova estratégia no comando espiritual daquela nação.
Moisés era comprometido com a responsabilidade assumida diante do Senhor; não dá para pensar diferente. Isso é essencial, mas pode não ser tudo; importa, e muito, saber que resultados alcançarão os que vivem sob determinada liderança. “Totalmente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo: porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer”, disse-lhe Jetro (Êx. 18:18).

Por mais obvio que seja, embora nem sempre pareça, é praticamente impossível a uma pessoa estar no centro das atenções de um grupo e ser a solução para todas as suas necessidades; principalmente, se ela for o elemento pensante e o agente executor.
O líder centralizador se cansa e cansa; às vezes, ele até percebe os seus limites, mas não é capaz do altruísmo, da iniciativa na divisão de tarefas; e de reconhecer a liberdade legal que os membros do corpo, nas suas múltiplas funções, têm para atuar em prol da coletividade. Todos perdem, inclusive ele.
Liderar é saber administrar competências. O líder participativo, por sua vez, divide a carga de trabalho; ele vê, nos membros do corpo, a manifestação de dons, satisfazendo-se com a oportunidade de reconhecer e ser o regente de uma riqueza de talentos, que, organizados e motivados, são aperfeiçoados na obra do ministério, “… para edificação do corpo de Cristo” (Ef. 4:12b).

Liderança pastoral

O chamado de um pastor pressupõe um trabalho de liderança. Paralelamente às atividades essencialmente pastorais, como visitação, aconselhamento e ministração de ritos e sacramentos, estando à frente de uma igreja, ele terá outra demanda para atender, podendo citar-se reuniões departamentais, elaboração de planos de trabalho, formação de equipes de evangelismo etc. E o estilo de liderança que adotar terá forte influência sobre o comportamento dos membros, podendo determinar, em grande parte, os resultados.
Uma área de vital importância no sucesso pastoral é a sua capacidade de ouvir. Mas ouvir não é só escutar. Com a orientação recebida, Moisés escolheu homens capazes e os pôs por cabeças sobre o povo, e todo o negócio pequeno eles julgaram. Muitas vezes, o pastor, não sabendo ouvir e nem delegar, desgasta-se com tarefas que não lhe competem, enquanto a afirmação bíblica para os que dividem o trabalho é: “… assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo” (Êx. 18:22b).
O pastor que tem a visão de equipe logo avalia que a melhor maneira da igreja alcançar os seus objetivos é o esforço conjunto. O comando é dele, a quem compete indicar o caminho e corrigir o rumo. Porém, não deve inibir a colaboração, limitar a cooperação e impedir a criatividade.
É muito importante quando o pastor vê a liderança compartilhada como uma premissa básica, uma marca da sua administração.
Pr. Elias Pitombeira de Toledo
São José dos Campos – SP

Dia do Pastor 2010

Alcançaremos nossa incorruptível coroa de glória?

Cada vez que, atentamente, olhamos para os heróis da Bíblia, confirmamos que o combate da fé nunca foi fácil. Paulo, autor da expressão “combati o bom combate”, a pronunciou momentos antes da sua própria execução. A coroa, como objeto sonhado e desejado, nos remete para momentos depois do fim da batalha, aquela hora solene de entregar o prêmio aos vencedores. Temos vivido e enfrentado batalhas, suportando as nossas e encorajando as ovelhas que pastoreamos a suportarem as delas. E tudo envolto pelo olhar da fé que aguarda coroas, incorruptíveis e cheias de glória.

E então, alcançaremos tal galardão? E as ovelhas para as quais regularmente pregamos, alcançarão? I Pedro 5.4 indica o tempo histórico da realização desta esperança: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.” Somos pastores a serviço do Sumo Pastor. Para Ele, somos ovelhas-pastores, portanto, como as demais ovelhas, ansiosos, seguimos aguardando seu aparecimento.
Enquanto aguardamos, qual deve ser nosso comportamento neste tempo de espera? A mesma carta fornece a melhor orientação. I Pedro 5.1-3 claramente aconselha os pastores: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.”
A clareza desta passagem é confortante. Pastores devem apascentar, devem ser promotores da paz, reconciliação, união, comunhão, harmonia. Devem fazê-lo com um cuidado afetuoso, nunca com atitude e gestos gananciosos, mas com toda disposição, entrega, dedicação e serviço, pois assim temos sido amados por Deus através do sacrifício de Cristo. Ele é o nosso Sumo Pastor, afinal, como servo, se humilhou até a morte, e morte de cruz, mesmo sendo Deus, suportou as piores afrontas que alguém jamais suportou.
Continuemos a jornada do nosso ministério seguindo a clara orientação bíblica: apascentar ovelhas com amor, sempre, todo dia, toda hora, em qualquer lugar, pois todo dia é dia do pastor, nossa vocação não se limita a um simples contrato profissional, e sim a um pacto, uma aliança. Esta é a nossa missão, e é no desenvolvimento dela que, um dia, única e exclusivamente pela graça salvadora do Cordeiro, haveremos de ver o aparecimento nos céus do Sumo Pastor, aquele que entregará o galardão a cada um dos salvos.