Não desista de pastorear!

Fixe o olhar no que tem peso eterno: nas vidas alcançadas e salvas em Cristo

Estamos vivenciando uma das mais terríveis crises pastorais na igreja de Cristo. Tempos de dor, perdas, decepções e desistências. Não faltam artigos, notícias e pesquisas que apontam o trabalho pastoral como uma das ocupações mais desgastantes do mundo atual. O interessante é que, quando olhamos para a Bíblia, vemos que esse “desgastar-se” do pastor não é algo somente deste século; ele sempre existiu. É possível notar isso no ministério pastoral de Paulo, e de tantos outros nas Escrituras. No entanto, podemos ver mais que isso. A boa notícia é que podemos ver não só o “ônus” do ministério pastoral na vida de Paulo, mas também o “bônus” de pastorear a igreja de Cristo. Não só aquilo que tira as forças pastorais, mas também o que traz renovo.
Paulo não esconde as aflições que enfrentava ao pastorear a igreja. Perseguições, decepções, traições, retrocessos, rejeições, privações e perigos (2Co 4:7-12; Gl 4:12-20) eram realidades constantes em seu ministério. Entretanto, apesar do desgaste e do sofrimento por pregar a Cristo, ele sabia que mais pessoas estavam sendo alcançadas pela graça e por isso afirma: “nunca desistimos. Ainda que nosso exterior esteja morrendo, nosso interior está sendo renovado a cada dia. Pois estas aflições pequenas e momentâneas que agora enfrentamos produzem para nós uma glória que pesa mais que todas as angústias e durará para sempre. Portanto, não olhamos para aquilo que agora podemos ver; em vez disso, fixamos o olhar naquilo que não se pode ver. Pois as coisas que agora vemos logo passarão, mas as que não podemos ver durarão para sempre” (2Co 4:13-18 – NVT).
É certo que pregar a Cristo e pastorear a sua igreja geram desgastes. Mas, segundo Paulo, tudo isso se torna em pequenas e momentâneas aflições quando comparado com a “glória que pesa mais que todas as angústias e durará para sempre”. Como é possível isso? Como Paulo consegue superar as aflições pastorais? Simples: seu olhar está naquilo que tem “peso eterno” e não no que é passageiro. Por mais lutas que enfrentasse, Paulo tinha suas forças renovadas na gloriosa visão de ver vidas sendo salvas. “Afinal, o que nos dá esperança e alegria? E qual será nossa magnífica recompensa e coroa diante do Senhor Jesus quando ele voltar? Serão vocês! Sim, vocês são nosso orgulho e nossa alegria”, disse ele à igreja em Tessalônica (1Ts 2:19-20 – NVT).
Quando tudo parecer difícil e as aflições momentâneas tentarem tirar de você a esperança e a alegria de pastorear, não desista. Fixe o olhar naquilo que dura para sempre, no que tem peso eterno: nas vidas alcançadas e salvas em Cristo. Essa deve ser uma das causas maiores da motivação de seguir pastoreando! Quando vemos pessoas se convertendo ao Evangelho de Cristo, sendo transformadas pelo Espírito através da nossa pregação e do nosso ministério, somos renovados. Esse era o segredo de Paulo: “Agora, revivemos por saber que vocês estão firmes no Senhor” (1Ts 3:8 – NVT). Não desista de pastorear!

Pr. Anderson Guarnieri pastoreia a IAP em Catanduva (SP) e integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral – Convenção Geral

Dia do Pastor

Pastor, um presente para a Igreja

Um pai, um irmão, um intercessor, um exemplo, dependente da graça de Deus

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” – Ef 4.11.
Jesus é o presenteador por excelência. Doou-se por inteiro na cruz como presente para a humanidade – Jo 3.16. Depois para aqueles que, pela fé, aceitam a graça oferecida na cruz, trazendo-lhes para Si mesmo, formando um Corpo, do qual é o Cabeça – Ef 1.22, 23.
E ao Corpo de Cristo, também denominado Igreja, sob a regência do Espírito Santo, os salvos são capacitados, nas mais diversas áreas. Estas capacitações ocorrem através do desejo divino, expresso em Ef 4.12: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. O Senhor quer que o seu povo tenha uma unidade perfeita, que cresça espiritualmente, que o conheça continuamente, tornando-se Ele próprio modelo e alvo: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, a perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.” – Ef 4.13.
Neste sentimento indesistível de Cristo, neste “até”, Ele presenteou “uns para apóstolos”, que foram os doze discípulos e mais tarde Paulo, enviados como desbravadores do cristianismo e solidificando a fé cristã. “Outros para profetas”, que foram os pregadores inspirados e com autoridade em situações específicas, sendo em nossos dias, irmãos com o dom de profecia e não como ministério. “Outros para evangelistas” cuja missão é aliançar vidas com a mensagem da salvação que advém da cruz. E por último, “outros para pastores e mestres” que são os responsáveis por todos os membros do Corpo de Cristo, no dia a dia, dando provisão, proteção, coordenação, equipando os salvos através do conhecimento e ensino. Assim, um pastor é um presente de Cristo para a igreja. Uma dádiva para o coletivo, o corpo espiritual de Cristo. É evidente que o valor de um pastor como um presente excede o significado emocional e nos remete ao espiritual.
E o que mais a Bíblia diz sobre a missão de um Pastor?

  • Um pai, um irmão e um filho – 1 Timóteo 5.1 e 2.
  • Um intercessor – Hebreus 13.17.
  • Um exemplo – 1 Pedro 5.3.
  • Uma estrela – Apocalipse 1.20.
  • Um anjo ou “mensageiro”– Apocalipse 2-3.

A Bíblia, porém, não diz que ele é um “super-herói” ou uma pessoa infalível. A igreja ou campo missionário não é um estúdio cinematográfico. Ao contrário, um campo de batalha espiritual. E o pastor, um cristão como todos, que sofre o que todos sofrem, que vive a guerra interior do Espírito contra a carne, conforme Romanos 7, mas que um dia aceitou ao chamado de Cristo. E que, para isso, aprendeu a palavra “renúncia”. Sendo a primeira delas a financeira e chegando até à renúncia dos familiares, dos amigos, da sua cidade… para tão somente cuidar da noiva e apresentá-la em toda a sua beleza e esplendor a Jesus, o Noivo – Ef 5.25-27.
Obrigado pastor ou missionário (a) pelo seu “sim” a Cristo. Parabéns pelo seu dia!
A você e a sua família, nosso abraço e oração.
DEMI – Departamento Ministerial

Dia do Pastor 2010

Alcançaremos nossa incorruptível coroa de glória?

Cada vez que, atentamente, olhamos para os heróis da Bíblia, confirmamos que o combate da fé nunca foi fácil. Paulo, autor da expressão “combati o bom combate”, a pronunciou momentos antes da sua própria execução. A coroa, como objeto sonhado e desejado, nos remete para momentos depois do fim da batalha, aquela hora solene de entregar o prêmio aos vencedores. Temos vivido e enfrentado batalhas, suportando as nossas e encorajando as ovelhas que pastoreamos a suportarem as delas. E tudo envolto pelo olhar da fé que aguarda coroas, incorruptíveis e cheias de glória.

E então, alcançaremos tal galardão? E as ovelhas para as quais regularmente pregamos, alcançarão? I Pedro 5.4 indica o tempo histórico da realização desta esperança: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.” Somos pastores a serviço do Sumo Pastor. Para Ele, somos ovelhas-pastores, portanto, como as demais ovelhas, ansiosos, seguimos aguardando seu aparecimento.
Enquanto aguardamos, qual deve ser nosso comportamento neste tempo de espera? A mesma carta fornece a melhor orientação. I Pedro 5.1-3 claramente aconselha os pastores: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.”
A clareza desta passagem é confortante. Pastores devem apascentar, devem ser promotores da paz, reconciliação, união, comunhão, harmonia. Devem fazê-lo com um cuidado afetuoso, nunca com atitude e gestos gananciosos, mas com toda disposição, entrega, dedicação e serviço, pois assim temos sido amados por Deus através do sacrifício de Cristo. Ele é o nosso Sumo Pastor, afinal, como servo, se humilhou até a morte, e morte de cruz, mesmo sendo Deus, suportou as piores afrontas que alguém jamais suportou.
Continuemos a jornada do nosso ministério seguindo a clara orientação bíblica: apascentar ovelhas com amor, sempre, todo dia, toda hora, em qualquer lugar, pois todo dia é dia do pastor, nossa vocação não se limita a um simples contrato profissional, e sim a um pacto, uma aliança. Esta é a nossa missão, e é no desenvolvimento dela que, um dia, única e exclusivamente pela graça salvadora do Cordeiro, haveremos de ver o aparecimento nos céus do Sumo Pastor, aquele que entregará o galardão a cada um dos salvos.

Homenagem a um santo homem de Deus

dia_pastor
“Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus” (II Re 4.9).
Qual o conceito que as pessoas em geral têm do pastor? Quem dera todos tivessem uma percepção senão igual, ao menos próxima da que tinha a mulher sunamita a respeito do profeta Eliseu, cujo personagem analisamos para representar a figura do pastor. Ela disse a seu marido: “Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus”.
Quero chamar a atenção para duas expressões contidas nesta declaração. A primeira é “tenho observado”. Note que tal declaração não tinha como causa primária uma espécie de revelação do Espírito Santo (algo sobrenatural), embora reconheçamos sua influência nessa declaração. A constatação de que Eliseu era um santo homem de Deus aconteceu após um período de observação quanto à sua maneira de ser, de pensar e de agir.
Uma forte relação de confiança foi desenvolvida entre Eliseu e a mulher sunamita, até que ela propôs ao seu marido a construção de um pequeno quarto em sua residência, exclusivamente para hospedarem-no sempre que passasse por ali. Eis aqui um indicativo de que um santo homem de Deus, o pastor, é pessoa digna de confiança.
A segunda expressão é “este que passa sempre por nós” . Isso revela o comportamento de um homem que se relacionava com as pessoas, que as visitava em suas casas e que as conhecia de perto. Eliseu ilustra uma importantíssima ação pastoral que demonstra a preocupação e o cuidado do pastor para com as pessoas redimidas por Jesus.
Há outra atitude do profeta Eliseu que merece destaque e está registrada em II Reis, cap. 5. 15 e 16. Após ter sido utilizado por Deus como instrumento para a cura de Naamã, chefe do exército do rei da Assíria, este ofereceu presentes a Eliseu, porém, ele nos ensinou duas lições dignas de louvor. A primeira é que um santo homem de Deus não é um mercenário, ou seja, não usa o nome de Deus, a Palavra de Deus, e muito menos o poder de Deus, em proveito próprio, objetivando lucrar com isso. A pecha de mercenários, atribuída a pastores que se autodenominam homens de Deus – situação muito comum nos nossos dias, infelizmente – não se harmoniza com o caráter e tampouco com as ações de um “santo” homem de Deus, reconhecido como tal, não por si mesmo, mas pelos outros.
A segunda, é que um santo homem de Deus não adota um comportamento de bajulação para com os mais favorecidos financeiramente, nem para com as pessoas investidas de autoridade, como se elas fossem mais importantes e merecedoras de maior respeito e de maior consideração em relação às demais. Eliseu nos mostra que um santo homem de Deus não se submete a isso e nem precisa desse tipo de artifício em seu ministério. Observe o tratamento dado a Naamã em II Reis 5.9-11.
Por fim, outro aspecto que pesou para credenciar o profeta Eliseu como um santo homem de Deus, foi sua autoridade espiritual, exercida não com base em conhecimento teórico, mas como fruto de sua vida com o próprio Deus.
Caríssimo pastor promessista, sabemos que você é um pequeno servo do Deus Altíssimo. Considere-se assim, aja assim e viva assim. Por outro lado, como consequência de sua maneira de ser e de servir, a exemplo do profeta Eliseu, almejamos que as pessoas e as igrejas que você pastoreia ou já pastoreou tenham-no em alta estima e consideração, assim como nós o temos.
A Ele, por Ele e para Ele, toda a honra e toda a glória, hoje e sempre. Amém!
Diretoria Geral Executiva