A Bíblia, na carta aos Hebreus, deixa uma recomendação importante: Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. (13:7) Por isso, no ano em que a Igreja Adventista da Promessa completa 90 anos, lembramos, do primeiro casal de Pastor e Esposa Promessista: João Augusto da Silveira e Marcionila Ferreira da Silveira.
João Augusto da Silveira, nasceu em 26 de janeiro de 1893, em Murici (AL). Ele foi aquele homem, que conheceu a Jesus ainda na adolescência, pouco depois, aceito-o como Salvador, foi batizado nas águas, e ao decorrer do tempo, se tornou Ancião na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Depois de quase 10 anos neste ministério, o Pr. João deixou a denominação, por questões doutrinárias, especificamente, a doutrina do Batismo no Espírito Santo. Assim, entre os anos de 1928 e 1932, pôs-se a esperar a promessa do Pai. E, após aguardar cerca de 4 anos, em 24 de janeiro de 1932, recebeu o poder do alto e saiu a proclamar o evangelho. Fundou posteriormente a Universal Assembleia dos Adventistas da Promessa, tendo a data de fundação referida a do Batismo no Espírito Santo do pioneiro, e foi nesta denominação, que ele passou o restante de seus dias, grande parte deles, no ministério pastoral promessista.
Ao lado dele, estava a pioneira Marcionila Ferreira da Silveira. Ela nasceu em 1 de outubro de 1896, e casou-se com João, aos 18 anos, em 6 de abril de 1914, em Caruaru (PE). Desta união foram gerados cinco filhos: Jair, Otoniel, Junílio, Osi e Divalda. Uma família simples, mas que foi grandemente usada pelo Senhor em sua obra. Mesmo com poucas informações sobre a atuação dela na igreja, podemos identificar sua presença ao lado do esposo. Marcionila, recebeu a fé em Cristo, esteve com ele no ministério, na antiga denominação, e mesmo após a saída do marido, tendo a opção de ficar ou não, resolveu caminhar com ele.
Marcionila, aparece em momentos cruciais da história promessista. Ela estava com João na ‘Tarde da Promessa cumprida’, de 1932, quando ele recebeu o batismo no Espírito e falou em línguas. A pioneira foi a primeira promessista a quem a novidade foi contada e disse ao Pr. João em sua casa: “Só posso crer no que você diz. E o que vai fazer agora?”. Ao qual o pioneiro respondeu: “Se eu pregava a necessidade do batismo no Espírito Santo, sem ainda o ter recebido, com maior convicção o farei doravante”. O livro da História Promessista, Marcos que Pontilham o caminho, registra um momento de afeto e emoção do casal: eles se abraçaram e choraram.
Após o recebimento do poder, o Pr. João não ficou em casa. A pioneira deve ter concordado, junto ao marido, que ele iria sair para anunciar o recebimento de poder a seus amigos, como contou o filho Otoniel da Silveira: “Após Deus ter respondido à oração do Pr. João Augusto e ter-lhe concedido o batismo no Espírito Santo: ‘Papai desapareceu no dia seguinte e só voltou à casa depois de oito dias’”, ao estar fora de 25 de janeiro a 01 de fevereiro de 1932. Marcionila? Guardou a casa durante a primeira missão do esposo e cuidando dos filhos e da filha.
Ao longo do tempo, não foram poucas as viagens do Pr. João Augusto, ao que parece, uma das viagens que mais tempo fora, foi quando viajou para pregar a mensagem da Palavra e do poder em São Paulo. Para levar a novidade espiritual aos irmãos e irmãs, segundo conta o Marcos que pontilham o caminho, em 12 de outubro de 1933, o Pr. João Augusto viajou de Recife (PE) e chegou no dia 20 de outubro em Santos (SP). Esta viagem durou cerca de oito meses e dezoito dias. Foram quase 9 meses fora de casa anunciando a Palavra de Deus. Depois de certo tempo, depois das demandas concentradas no Sudeste, esta família pastoral, mudou-se definitivamente para São Paulo, indo morar primeiramente em São Caetano do Sul.
Um modelo de casal pastoral
Nos dois casos, das viagens do Pr. João, a pioneira sempre o aguardou e manteve a casa em ordem. Esse suporte foi fundamental para que o fundador pudesse desempenhar seu papel de liderança. Sem romantizar a ausência dele, podemos dizer que, enquanto João cuidava do campo de fora, Marcionila cuidou do ministério do lar. Ela, como uma mulher sábia, edificou a casa e contribuiu desta forma, com o pioneiro. Assim, o primeiro casal de Pastor e Esposa promessista, guardado seus contextos e épocas, é modelo para todos os que viriam posteriormente, e que assim, aprenderam a lidar com as viagens, as mudanças de cidade, as lutas de casa, a educação e cuidado com os filhos e a igreja.
O papel de Marcionila, de igual forma, foi crucial ao seu esposo, primeiro porque, ao que parece, apesar de não ter um ministério público e nem trabalhar fora, cumpriu seu chamado construindo com um ambiente em que o esposo poderia voltar e ter onde descansar e ser acolhido. Podemos pensar em quantos conselhos, abraços, orações, lágrimas, segredos os dois compartilharam para que, tanto a sua casa, como a igreja, fossem edificados. Certamente o Espírito Santo era com este casal, e o mesmo poder que encheu o coração do Pr. João Augusto para pregar, capacitou a pioneira Marcionila, a acompanhar e edificar o lar. Com a graça de Deus, João e Marcionila cumpriram o seu papel de Primeiro casal pastoral promessista.
Marcionila morreu em 7 de abril de 1948, na Vila Matilde em São Paulo (SP). Deixando como legado uma família, cujo caminho foi marcado pelo amor entre seu esposo e filhos e filha e a igreja que jamais se afastou até o fim da vida. Após o falecimento da primeira esposa, o Pr. João Augusto casou-se novamente, com outra importante mulher, Izilda Moreira, que viveu os primeiros momentos do avivamento que sobreveio aos promessistas. Ela caminhou com o pastor até a morte do pioneiro, em 14 de maio de 1968.
Aos casais pastorais de hoje
Nesta data importante, 22 de Julho de 2022, a Igreja Adventista da Promessa promove a celebração de um dia para homenagear pastor e esposa e/ou missionária e cônjuge. É um momento propício para lembrar ao casal que cuida da igreja local, ou de igrejas locais, de convenções e ministérios de vida pastoral, sobre a importância de sua dedicação e cuidado. É necessário a compreensão da igreja, em que muitas esposas, embora não tenham um ministério público, labutam ajudando no lar com os filhos, em casa, mas também trabalhando fora, cursando uma faculdade e, mesmo assim, constroem seu lar com seus esposos.
Acima de tudo, é um dia de lembrar os pastores e esposas, missionárias e cônjuges, de hoje, que assim como o primeiro Pastor e a primeira Esposa Promessista, continuem vivendo o ministério com amor, compreensão, parceria, guiados pelo Espírito Santo, lembrando que: Não abusem de sua autoridade com aqueles que foram colocados sob seus cuidados, mas guiem-nos com seu bom exemplo. E, quando vier o Grande Pastor, vocês receberão uma coroa de glória sem fim. (1 Pedro 5:3,4 NVT)
Por: Ministério de Comunicação.
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