Anos e anos para esse momento… você conseguiu, você conquistou, você superou a muitos para ter seu lugar ali. Seus passos, ainda lentos, talvez preocupados, talvez nervosos se encaminham para a sala de aula. Talvez muito do que você viu nos filmes (principalmente americanos) não é igual, mas tudo bem, o importante é que você está ali: na UNIVERSIDADE! E agora diante você se abrem grandes horizontes, seu futuro profissional, seu dom, seu “ministério” está sendo preparado. A primeira coisa que preciso te perguntar é: o que você diz ou pensa: “consegui” ou “glórias a DEUS”? Ok, aceito uma resposta dupla: “consegui e glórias a DEUS por isso!” (rs). Que bênção! De verdade, parabéns pela conquista. Mas não posso te enganar: aí neste passo, neste primeiro dia, nesse primeiro grito de alegria e satisfação se inicia algo muito importante na sua caminhada cristã: o desafio de manter viva, convicta e confessa sua fé.
Por isso o capítulo 1 de Daniel se adequa a nossa conversa. O povo, a nação de Daniel era naquele contexto, um povo escravo, preso. Mas há uma chance interessante para ele e três amigos. O verso 4 diz que o rei da Babilônia faz um pedido especial: separe pra mim, destes escravos, “jovens sem defeito físico, de boa aparência, cultos, inteligentes, que dominassem os vários campos do conhecimento e que fossem capacitados para servir no palácio do rei” (Daniel 1). Meus queridos, esses meninos eram demais, inteligentíssimos, bonitos, sábios e ainda foram ensinados sobre a história babilônica, cultura, línguas, etc. Que chance! Eles já estavam ferrados, eram escravos, eram prisioneiros, mas por suas capacidades receberam um “prêmio” especial: iriam viver perto do rei, desfrutar dos seus benefícios, iriam comer da sua comida. Meu, que incrível… se fosse eu pensaria: “olha como DEUS é bom. DEUS está me honrando!” (eu não diria essa última frase porque não gosto dela, mas como é moda, resolvi inserir). Note a oportunidade. Que demais! Mas preste um pouco mais de atenção. Não se deixe levar pela animação… Daniel e seus amigos especiais, não se deixaram iludir. Isso fica claro no verso 8: eles resolveram com firmeza não se contaminarem com “…as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia”. É importante entendermos que o peso dessa decisão é bem mais do que não comer a comida do rei ou beber sua bebida. Alimentar-se com tinha um significado de pacto! Ao comer junto você afirma pelo gesto que sua cultura, sua história, sua religião passa a ser a sua também. Entenderam o peso da decisão? Mas não quero focar nisso, quero direcionar esse raciocínio para o ambiente da universidade.
Quando você chega lá… quando conquista isso (pela graça de DEUS e NUNCA se esqueça disso!) você tentado em diversas situações… muitas serão as “iguarias do rei, as comidas do rei, as bebidas do rei, os confortos do rei, os prazeres do rei”… tudo isso a disposição a um preço “bem baixinho” (estou sendo irônico aqui tá – creio que você pegou): basta ceder a tentação, basta se “contaminar”. Ceda, experimente, é só um pouquinho, você merece, aliás, você está entre os “de boa aparência, cultos, inteligentes, que dominam a ciência, os capacitados”. Você merece! Como nosso espaço é pequeno, quero te dizer de forma bem direta: NÃO CAIA NESSA ARMADILHA. Você pode se enganar achando que naquele momento é uma boa opção para que você seja visto, recebido no grupo, valorizado pelos professores, mas é uma ARMADILHA. Mantenha sua convicção e sua fé… mantenha seus olhos nos cadernos, computadores, livros, mas acima de tudo, nos CÉUS! Isso sim vale a pena. Quer provas? Continue lendo mais alguns capítulos a frente. Você verá DEUS agindo e (agora sim) honrando esses meninos que decidiram se manter firmes e não se contaminar. Olhe pros textos e verá que eles foram ainda mais abençoados, eles tornaram-se ainda mais bonitos, inteligentes, sábios… tornaram-se os maiorais entre todos do reino, só estavam abaixo do rei… eles eram especiais em tudo! Mas onde tudo isso começa? Com um sonoro “NÃO” a proposta do rei de se contaminarem, de se envolverem completamente na proposta (quase) irrecusável.
Ok, agora você deve estar pensando: “a tá… aí está o santão da universidade… hipócrita” – nossa você pensou isso de mim? (rs). Está certo. Posso te garantir que aproveitei muito bem os anos incríveis e especiais da universidade, mas posso também te garantir que não cedi um passo em minha fé, nas convicções que desde minha infância foram me ensinados, da certeza de que DEUS esteve ao meu lado. Cheguei a ser como um destes meninos? Capaz (como diriam meus irmãos gaúchos), jamais, muito muito muito distante, mas DEUS já me deu muito mais do que merecia e a certeza que Ele me abençoou, usou em muitos momentos só se consolidou! Valeu a pena. Tenho certeza que você também não se arrependerá de saber dizer “não” quando for necessário. Podemos conversar horas sobre isso, mas não posso mais continuar escrevendo. Beijos e paz!