Visita ao Reino Unido

Missionário da Índia estabelece contatos importantes para o evangelismo

Olá, amigos
Há duas semanas estive participando de uma consultoria em missões no País de Gales. Éramos cerca de 30 pessoas engajadas em missões de diferentes partes do mundo. Basicamente, foi discutido sobre os desafios da missão atual, principalmente sobre a crise no Oriente Médio e a imigração dos refugiados para a Europa.
Todos concordaram que hoje temos uma grande oportunidade de levar as Boas Novas a estas pessoas, que em outro tempo seria muito mais difícil alcançá-los em seus países de origem. Muitos deles não acreditam mais no Islã, estando abertos à nova fé.
Algumas igrejas já haviam se preparado e começaram a colher os frutos. Estive um final de semana antes da reunião com alguns amigos em Liverpool. No dia em que eu estava lá, esta igreja batizou 22 iranianos. Na casa do meu amigo, tive o privilégio de conhecer três curdos. Cada um com sua história. Os três fugiram do Irã por perseguição politica. Deixaram suas famílias para trás, emprego e amigos. Atravessaram a Europa escondidos dentro de caminhões até chegar ao Reino Unido. Perguntei a um deles: “Qual é o seu sonho? Ele respondeu:  Liberdade!”. Nos demos as mãos e oramos juntos. Não foi possível conter as lágrimas. Brasileiro, inglês, curdos e iraniano clamando ao Único Libertador, o Cristo.
Estou de volta à Índia seguindo nosso trabalho por aqui. Continuem orando por nós.
Missionário da IAP na Índia

Europa em crise

Somente a riqueza de Deus não envelhece e não sofre depreciação
A crise financeira do continente europeu é assunto das principais manchetes no mundo. A instabilidade na economia europeia nos faz refletir o quanto os tesouros dessa vida são efêmeros. Uma região do globo, marcada pelas riquezas de suas conquistas, passa por um momento de incerteza nas  finanças. Nesse momento de escassez no velho mundo constatamos a veracidade das palavras do mestre:  “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
(Mateus 6:19-21).

Tudo o que temos nessa vida tem “prazo de validade”. Nada proveniente deste mundo pode ser considerado eterno. Com o passar do tempo, objetos envelhecem, dinheiro perde o valor, bolsas de valores despencam, riquezas são roubadas. Parece cena de um filme melancólico, pois o ser humano passa uma vida construindo o seu “castelo” e o vê desmoronando como se todo seu esforço tivesse sidoem vão.  Dianteda insegurança das riquezas dessa vida somos desafiados a refletir sobre a razão da nossa existência. Se todas as coisas são passageiras, para qual fim devemos trabalhar?
O Salvador da humanidade nos mostra que o maior tesouro dessa vida não está registrado no cartório de imóveis de uma cidade, na conta de uma agência bancária ou em algum tipo de aplicação financeira. Jesus jamais rechaçou a prosperidade oriunda de um trabalho honesto, mas ressaltou que o coração do homem deve buscar tesouros ainda mais preciosos. Segundo o Rei dos reis, o coração dos que temem a Deus precisa se alojar na maior das riquezas, a qual esse mundo jamais poderá oferecer.
A riqueza recomendada por Jesus não perde a validade, não envelhece, não sofre depreciação, não pode ser roubada. Jesus apresentou a vida eterna como principal tesouro a ser buscado (Jo 3:16-17; 6:47, 54; 10: 28; Rm 6:23; I Tm 6:19 I Jo 2:25; Jd 21). As conquistas dessa vida perderão completamente o sentido se a salvação for desprezada. O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8:36; I Cor 15:19).
A vida eterna oferecida por Jesus garante vida abundante, saúde, moradia,  segurança,  amor, paz, alegria e tudo aquilo que atende aos anseios humanos (Jo 10:10; Jo 5:24, 14:1-2; Ap 21:4, 22, 23; 22:2). Essa riqueza jamais poderia ser adquirida pelos recursos dessa vida. O preço desse tesouro era alto demais para ser comprado por homens pecadores. Jesus, sendo perfeitamente santo, pagou o preço morrendo no calvário. Adquiriu com seu sangue puro essa preciosidade, chamada vida eterna. O sucesso na vida material é uma verdadeira “montanha russa”.
As circunstâncias econômicas nas quais estamos inseridos nem sempre nos permitirão alcançar o sucesso desejado.  Por essa razão, o Cristo de Deus nos recomenda a investir nossa vida no “cofre celestial”, onde nossa maior riqueza estará guardada. Com o nosso coração no lugar certo, não nos surpreenderemos com as voltas que esse mundo dá, pois enquanto os homens se preocupam com o ouro e a prata “nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” (II Pe 3:13).
Pr. José Wilbert Magalhães é vice-superintendente da Convenção Litoral e Leste Paulista

Portas fechadas para o evangelho

A cada mês, cerca de 200 igrejas viram prédios na Europa 
“Quatorze apartamentos de luxo em uma igreja restaurada” é o que dizia a enorme faixa pendurada em frente a uma igreja histórica fechada na Europa, segundo o Portal G1, em 05/09/11. Nada de novo. Nos últimos dez anos, 200 templos, em média, por mês, fecharam as portas em toda a Europa.  Os países que abrigaram igrejas cristãs por séculos possuem hoje uma ínfima porcentagem de fiéis. O berço da reforma protestante carece hoje de um grande reavivamento. Os dantes protestantes já não protestam mais. Aculturaram-se, tornaram-se céticos; foram tragados pela cultura emergente; pelo pluralismo, pelo relativismo moral e pelo processo histórico de secularização que varreu toda a Europa.
As igrejas ainda estão lá, mas, na grande maioria, sem nenhuma relevância para a sociedade moderna. Já não são o que a princípio deveriam ser. São igrejas na essência, mas também prédios que se tornam alvos da cobiça imobiliária. Igrejas de 200 anos – e até mais antigas – estão fechando as portas na Europa. Os edifícios, cheios de tradição, estão sendo ocupados por livrarias, estúdios de música e até boates, ainda segundo o Portal G1. Em uma sociedade pós-moderna e, consequentemente, secularizada esta é a única “função” que uma igreja poderia exercer.
Penso que esta não seja uma exclusividade das igrejas centenárias da Europa. As igrejas do Brasil também andam perdendo a “função” que outrora já desempenharam e, o mais incrível, sem fecharem as portas. Por aqui, as igrejas também oferecem entretenimento e luxo assim como as igrejas da Europa, que se transformaram em boates e hotéis luxuosos. A secularização é um processo complexo e se desenvolve de diversas maneiras dentro de uma cultura ou sociedade, absorvendo as peculiaridades de cada contexto.
Nós, os evangélicos brasileiros, somos tão criativos que desenvolvemos uma nova maneira de secularização: uma que não precise fechar as igrejas. Os padrões de nossa sociedade consumista e materialista são reproduzidos em nossos cultos e congregações claramente. No Brasil, a secularização se desenvolve nas igrejas com as portas abertas. Por aqui as igrejas não fecham, pelo contrário, crescem. No entanto, tão rápido quanto o crescimento das igrejas evangélicas do Brasil, é o espantoso crescimento dos “sem-religião”. Aliás, as igrejas evangélicas deste país, com seus escândalos financeiros, apelos materiais e falsas promessas, são os grandes agentes desse crescente número de frustrados e decepcionados com a religião. De maneira que nos perguntamos: o crescimento evangélico é, de fato, benéfico em nosso país?
Mara Maravilha, cantora gospel e proprietária de uma loja de artigos evangélicos na rua Conde de Sarzedas, em São Paulo, disse em uma reportagem exibida pela BBC Brasil: “Graças a Deus que se abrem muitas igrejas. É melhor do que abrir botequim”. Desculpe-me o ceticismo, mas será mesmo?  Será benéfica uma mensagem distorcida do evangelho que produz resistência nas pessoas contra o verdadeiro evangelho de Jesus?
Devemos repensar. É possível que já tenhamos mais de 20 milhões de pessoas no Brasil que se declaram sem-religião. Em um país aparentemente religioso, cresce a indiferença e até mesmo a antipatia pelas expressões religiosas. Temos diante de nós, como igreja, um grande desafio: alcançar pessoas indiferentes e ariscas ao cristianismo institucional. Temos a incumbência de proclamar Jesus a pessoas cada vez mais céticas e frustradas com a religião.
Diante dos desafios que despontam no horizonte dessa geração urge a necessidade de uma igreja relevante, capaz de romper as barreiras intransponíveis e proclamar com verdade e simplicidade o evangelho de Jesus Cristo. O mundo precisa de uma igreja que consiga dialogar com a cultura, comunicando o evangelho de maneira clara e compreensível às pessoas dessa geração. Não fomos chamados para pregar à geração passada, somos chamados para proclamar o evangelho a essa geração. Decifrar os códigos de nossa época, traduzir o evangelho de Jesus numa linguagem acessível e compreensível às pessoas dessa geração é missão da igreja.  Estamos no limiar de uma nova história. Nasce uma nova geração, surgem novos desafios, agigantam-se novas barreiras que impedem o crescimento do Reino nos corações humanos. Somente uma igreja relevante e missionária poderá vencer estes desafios e alargar as fronteiras do Reino de Deus no solo desta terra. Que Deus nos ajude.
 
Kassio F. P. Lopes é  missionário da IAP em Corumbá (MS).