Fuja do esgotamento

Atitudes simples, para um estilo de vida equilibrado

Em março último, a multinacional norte-americana Johnson & Johnson anunciou um programa intensivo de cuidados pessoais e de saúde chamado Premier Executive Leadership. A iniciativa tem por objetivo evitar que seus principais executivos se tornem vítimas do burnout, palavra que tem se tornado cada vez mais frequente em nosso vocabulário, e que indica uma condição de esgotamento que pode levar, entre outras coisas, à apatia, estafa e depressão.
No programa, após o executivo passar por uma bateria detalhada de exames clínicos, ele é acompanhado por um nutricionista, um fisiologista e um consultor pessoal.
Em que está baseada essa proposta ousada de prevenção de burnout da Johnson & Johnson? Ao olhar atentamente para o programa de acompanhamento, a palavra que se destaca é equilíbrio. Tudo é feito para que os executivos encontrem sua melhor forma física, mental e emocional. A consultoria pretende influenciar desde o tipo de desjejum que os profissionais tomam até sua conduta no trabalho, passando por sua rotina de exercícios físicos e cuidado à família.
Estilo de vida equilibrado
O que chama mais atenção, nesse caso, é que a solução atribuída a um problema que, por exemplo, tem atingido 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros, está intimamente relacionada ao estilo de vida equilibrado.
Se você não tem um nutricionista, um fisiologista e um coach à disposição, pode se beneficiar com algumas dicas práticas e gratuitas para fugir do esgotamento e experimentar melhor qualidade de vida.
Primeiro, Deus: Separe tempo para nutrir sua comunhão diária com o Senhor. O estudo das Escrituras, a oração e a reflexão espiritual logo ao início do dia proporcionam direcionamento, crescimento e paz. Vivemos dias conturbados e precisamos realmente nos apropriar da promessa de Cristo: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Dê atenção à sua família: Muitos profissionais se frustram porque dedicam muito tempo ao trabalho e pouco tempo à família. Recentemente, um conhecido apresentador da televisão brasileira demonstrou publicamente sua insatisfação por não ter sido o pai que gostaria. Em suas palavras “eu fui um péssimo pai por força da profissão, porque tive que viajar a vida inteira, ganhava muito mal. Tive que viajar e ficava mais tempo fora do que dentro de casa. Então eu fui muito relapso na educação dos meus filhos”. Procure separar algum momento do dia para estar junto de seu cônjuge e filhos. No passado, as refeições serviam como elo entre os familiares. Atualmente, os dispositivos de comunicação se interpuseram entre as pessoas e têm roubado parte desse tempo precioso em família. Deixe a televisão e o smartphone de lado, sente-se com seus familiares em torno da mesa e enriqueça seus vínculos domésticos.
Invista em sua saúde: Busque ter uma alimentação saudável, ingerir água regularmente, respirar ar puro, expor-se ao sol, praticar exercício físico, dormir regularmente, exercer a temperança e confiar em Deus. Infelizmente, o cuidado com o físico tem implicações mentais e emocionais que têm sido amplamente negligenciadas. Não caia nessa armadilha!
Relacione-se bem com as pessoas: Nutrir amizades sadias e edificantes é um fator importante para prevenir-se do burnout. Portanto, semanalmente, dedique tempo para conversar com amigos e desenvolver atividades que não estejam relacionadas com o trabalho. Pode ser a prática de um esporte coletivo, o engajamento em um projeto social, a participação em alguma atividade musical, enfim, algo que aproxime você das pessoas e lhe permita experimentar satisfação.
Monitore suas emoções: Busque recursos para administrar seus sentimentos. Alguns se utilizam de diários, outros de amizades sólidas (e do mesmo sexo), e ainda há aqueles que procuram o auxílio de um psicólogo ou conselheiro cristão. Encontre o meio mais adequado para você e não abra mão disso. Sobretudo, entregue ao Senhor, em oração, suas lutas e frustrações. Nele há não somente um Amigo, mas, sobretudo um Deus preocupado com você!
Embora essas dicas pareçam muito simples, elas demandam um alto nível de disciplina e força de vontade para ser seguidas. Entretanto, a fim de se ver livre do esgotamento e experimentar plenitude de vida, valem muito a pena!

Publicado pelo Sou da Promessa (www.soudapromessa.com.br). Fonte: adventistas

Como vai? Tudo bem!

Com a “resposta pronta” perdemos a chance de que alguém ore por nós

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gálatas 6:2).
Há algum tempo, aprendi que esta expressão “brota” nos lábios sem dar tempo de pensarmos na interrogação. Na maioria das vezes, se pensarmos antes de responder nossa resposta seria diferente.
Talvez fosse: não tão bem neste momento ou estão faltando algumas coisas para ficar bem e confio em Deus para ficar melhor.
Tudo bem! Preocupo-me quando esta resposta não condiz com a verdade e acaba por nos afastar da possibilidade de ter alguém para dividir as nossas preocupações e dificuldades.
Enquanto família cristã, devemos andar juntos, compartilhar as alegrias e tristezas. Ter alguém para orar por nós e conosco é uma benção que devemos buscar.
Lemos em Tiago 5:13 : “Está aflito alguém entre vós? Ore.” É certo que, em alguns momentos, temos dificuldades em abrir o coração, mas ao ser sincero na resposta ao “Como vai?” abrimos a oportunidade de alguém orar por nós.
Um simples “não tão bem” nos deixaria mais próximos de quem faz a pergunta.
Somos humanos e estamos sujeitos a aflições. Não temos a obrigação de afirmar que estamos sempre bem por sermos de Cristo.
Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem! Eu venci o mundo.” (Jo. 16.33)
Reflita sobre estas questões:

  1. Sinto-me livre de culpa em relação ao meu sofrimento nos momentos de dificuldades?
  2. Tenho liberdade para expressar sentimentos para as pessoas que me são próximas?
  3. Isolo-me quando sofro ou busco ajuda com parceiros de oração?

Miss. Ilma Farias de Souza é educadora cristã, pedagoga e esposa de pastor, além de membro da equipe de Mulheres em Ministérios

Com o cesto na mão

Mesmo que se sinta pequeno, distribua, pela fé, os pães e peixinhos

Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” – (Jo 6.9)
Um dos sinais ortográficos que estão sempre na mente de um pastor é o da interrogação. E quantas situações desafiam um pastor! Qual deles, em alguma situação, não se sentiu pequeno demais? De ir para algum lugar desconhecido? Diante do peso de um sermão? Do pedido de oração por alguém em fase terminal da vida? Diante de uma reunião da Igreja? De conduzir suas ovelhas para a eternidade ao lado do Senhor? De estar fazendo as coisas certas? Interrogações e mais interrogações.
Um dia, diante de uma multidão, Jesus pergunta a Filipe: “…Onde compraremos pão, para estes comerem?” – Jo 6.5. O versículo 6 deixa claro a intenção de Jesus: “Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.” Diante disto também perguntamos: Apesar de pequenos não fomos chamados por Jesus? Não é ele o Senhor de todas as coisas? Estou aqui por capricho humano? Não tem ele um projeto maior em meu ministério? Com certeza sim!
Felipe respondeu humanamente: “Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.” v.7. A resposta foi financeira, o gasto seria acima de “duzentos dinheiros” que seriam os denários (moedas prata) ou duzentos dias de trabalho comum. Quantas vezes, diante dos desafios, procuramos uma resposta humana, prática, lógica, dimensionável. Mas as soluções pastorais estão no andar de cima, diante do Trono de Deus, na fé e na oração.
André, irmão de Pedro, foi melhor: “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” Ele havia encontrado o princípio da solução, os pães e os peixes. Era humilde na qualidade e quantidade. Pães de cevada era o alimento dos mais pobres. E o que seria cinco pães e dois peixinhos diante de uma multidão? Mas o “está aqui” revela que ele apresenta a Jesus, mesmo tendo certa dúvida: “Que é isto para tantos?” Muitas vezes sabemos o certo, mas uma multidão faminta ao redor e uma pequena porção de alimento parece uma distância intransponível. E é verdade mesmo. Em nossas mãos, cinco pães e dois peixinhos são insignificantes, mas não nas mãos de Jesus.
Jesus deu ordem para se assentarem na relva. Isto nos lembra de descanso quando colocamos as situações nas mãos divinas. A solução está nele. Ele multiplicou os pães e peixes. A multidão saciou-se. Sobejaram ainda 12 cestos cheios. Ele não nos trata espiritualmente com miséria. Um cesto para cada discípulo para que não esquecessem sua graça, seu amor, sua bondade, sua misericórdia… Porque ninguém que se aproxima do Senhor da vida sai vazio, com fome.
Qual a sua dúvida? O tamanho da Igreja em comparação com o da cidade? A profundidade do seu sermão? Alguma enfermidade ou problema na Igreja? O lugar deserto onde está? Ou quem sabe, uma dúvida como a de André: “O que é isto para tantos?” a resposta é: Deixe os dilemas nas mãos do grande Pastor. Ele sempre soube, sabe e saberá o que fazer com a sua pequenez. Pregue a Palavra de Deus como ela é. Não deixe ninguém com fome. Pegue o “seu” cesto com os humildes pedaços de pães de cevada e “lambarizinhos secos” e distribua pela fé. Acredite, vai sobrar.

Pr. Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales (SP) e atua no Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Meu Salvador me conhece

Líderes da igreja, aqui está um pensamento para encorajar a sua alma: Porque Cristo é capaz de se compadecer da nossa fraqueza, não precisamos nos autocompadecer! Se você é como eu, qualquer consciência de fraqueza se torna um convite imediato para a minha celebração de autocomiseração. “Venha se unir a Dave, enquanto ele passa mais um dia se compadecendo de si mesmo por não ser Deus!”. Mas por meio dessa passagem Deus fala outra palavra. “Ei, Dave”, ele diz, “vamos transformar um pouco a pena de si mesmo hoje. Lembre-se, eu sou o perfeito sumo sacerdote – compadecer-me de você é o me u trabalho. Eu tenho domínio de toda essa compaixão. Por que você não pensa em como me amar e fruir de mim hoje?”.
Em todas as áreas da vida, o evangelho transforma tudo. Em relação à autopiedade, o evangelho invade minhas tendências de autocomiseração e me lembra que, por causa da morte e ressurreição de Cristo, recebo muito mais compaixão do que eu mereço. O evangelho proclama uma dupla troca. Na cruz, não somente deixo de ter o justo julgamento que meus pecados merecem, mas no lugar da ira de Deus recebo a sua adoção, sua afeição amorosa e sua compaixão por minha fraqueza. Em vez da hostilidade que mereci, recebo compaixão como filho do meu Pai celestial.
Você está se sentindo fraco hoje? Oprimido, talvez, por tentações? Você acabou de imprimir alguns convites para sua própria celebração de autocomiseração? A boa notícia do evangelho inclui um Grande Sumo Sacerdote. Um Salvador com um amor tão imenso que ele vem nos momentos mundanos da nossa fraqueza e tentação e diz: “Eu conheço você, e eu entendo”. Então, no momento certo, ele provê o caminho de escape (1 Coríntios 10.13).
Meu Salvador me conhece. E a partir desse conhecimento perfeito, inclusive de todo o meu DNA, ele anuncia esse convite transformador da vida: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4.16).
Que bondade e graça do Deus que me conhece. Penso que isso é o que o torna o Sumo Sacerdote perfeito (Hebreus 9.11-12).

Por: Dave Harvey., publicado em www.voltemosaoevangelho.com

Fraco diz respeito a mim

Jesus conhece tudo o que passamos

Há pouco tempo, eu estava saindo do Starbucks e tentei desbloquear meu carro através da minha sofisticada chave eletrônica. Nada aconteceu. Minha mente imediatamente ficou escura, instintivamente irritada sobre o dia desperdiçado diante mim se eu precisasse de uma bateria nova para a minha chave (essas coisas ainda têm baterias?), uma bateria nova para o meu carro (ele tem uma bateria nova!), ou se algum outro reparo inesperado fosse necessário (eu odeio carros!). Enquanto eu estava emocionalmente afundando sobre as horas perdidas para um dia ainda não iniciado, observei outro carro no estacionamento que parecia exatamente com o meu. Na verdade, era o meu. É um mau sinal quando um homem começa seu dia percebendo que a sua chave está bem, é o seu cérebro que está com defeito.
Eu sou fraco, e todos os dias há mais indícios.
A fraqueza descreve aqueles lugares na vida em que somos lembrados de que não somos conquistadores do reino exercendo onisciência, onipotência e completa competência à vontade. Nem mesmo perto disso! Somos os fabulosamente caídos e frágeis que esquecem os horários das reuniões, destroem nossos carros e deixam as portas abertas para chamar todos os tipos de bichos e insetos para se tornarem ocupantes de nossa casa. Você sabe do que estou falando. Somos os dorminhocos, os esquecidos das contas, as pessoas que dizem “oh Senhor, que cheiro é esse?”. Nós somos fracos.
E no caso de você estar se perguntando, isso não é sobre o pecado. Certamente, todo pecado revela fraqueza, mas nem toda fraqueza é pecado.
Fraco implica em compaixão
Para os líderes que possuem esse selo de fraqueza, essa passagem oferece uma mensagem arrebatadora. Jesus nos conhece. Eu não estou falando de um tipo de desinteresse, em que Jesus escuta bem, mas em verdade está desconectado das frustrações reais que enfrentamos. Jesus não é um fariseu, virando os olhos quando falhamos, nos tolerando externamente, mas insultando interiormente a nossa fraqueza. Não, Jesus realmente se compadece de nós onde somos fracos. Como um sumo sacerdote amoroso, ele é empático naquelas áreas onde sofremos deficiências ou defeitos.
Mas isso não é tudo. Jesus não se simpatiza como um estranho. Ele não é aquele que leu um livro sobre fraqueza, ou rapidamente pesquisou no Google para se familiarizar. Não senhor, o Salvador o conhece em um nível experiencial. Como nosso perfeito sumo sacerdote, Jesus “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança”.
Pastores, diminuam o ritmo um pouco mais, e apenas pensem sobre isso: “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança”. Foi uma semana ruim para você na luta contra a luxúria? Jesus entende. Ele conhece a tentação. Você está lutando com pensamentos amargurados sobre algum modo pelo qual foi maltratado? Jesus entende. Ele foi realmente atingido por pessoas e lutou contra essas mesmas tentações. Está temeroso sobre uma questão da igreja? Aflito pelas finanças? Sentindo-se esquecido? Jesus conhece tudo isso. Está tentado a jogar a toalha, a desistir do seu rebanho? Está tentado a dizer que você não foi feito para isso? Jesus o en tende também. Ele entende a batalha porque ele foi para a guerra. Sobre as tentações de Cristo, Raymond Brown disse: “Ninguém na Terra, antes ou depois, jamais foi trazido a tal desolação espiritual e angústia humana. Por essa razão, ele pode nos ajudar em nossos momentos de tentação. Ele está ciente das nossas necessidades porque ele experimentou plenamente as pressões e provações da vida neste mundo mau”.
Lembre-se sempre: Jesus sabe como um mundo caído o afeta, como as tentações competem pela supremacia em sua alma. Jesus conhece a vergonha, o sentimento desmoralizador que acompanha o conflito entre o que você sente e quem você é chamado para ser. Jesus entende, e ele simpatiza com você.

Por: Dave Harvey. – publicado originalmente em www.voltemosaoevangelho.com.

Pastor, Deus te conhece

Ele é capaz de se compadecer da sua fraqueza

Recentemente, eu tive a honra de pregar em nosso culto de Sexta-feira Santa. Durante a mensagem, fiz uma referência rápida a uma passagem de Hebreus que pareceu ressoar profundamente para algumas pessoas da igreja. Foi um daqueles momentos imprevisíveis, quando um versículo da Bíblia atravessa o caos da agitação e aciona os freios para que possamos nos aquietar e ouvir.
Em Hebreus 4.15, o autor escreve: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. O sumo sacerdote que temos é Jesus Cristo, que desceu do céu para se tornar o sacrifício e o mediador para o seu povo. Mas aqui aprendemos que essa notável função traz uma característica muito incomum, particularmente para aqueles que assumem que “sumo sacerdote” significa rigidamente religioso, gigantescamente julgador ou perigosamente desconectado da vida real.
Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é capaz de se compadecer da nossa fraqueza.
Não se apresse em deixar essa afirmação. Ela nos convida a fazer uma pausa e meditar, como uma brisa suave e perfumada adentra a varanda em um dia de primavera. Ela nos diz algo sobre nós mesmos; uma realidade obscura que pode ser penoso de ver e difícil de admitir. Jesus assume que somos fracos.
Se você é um pastor, você é fraco.
Pense sobre esse fato. Isso se refere a você, a mim e a todo ser vivo que possui uma alma. Somos débeis peregrinos em um mundo caído, frágil, tênue e imperfeito. Todos nós. Esse versículo não está se dirigindo a algum subconjunto específico de seres humanos que têm a desgraça de serem falhos. Se você respira, você é fraco. Mais especificamente, se você é um pastor, você é fraco. Essa não é uma questão de saber se é verdade; a questão é se você é ciente ou ignorante sobre isso.

Dave Harvey é pastor na ConvenantFellowshipChurch, Pennsylvania (EUA), que faz parte da família de igrejas do ministério Sovereign Grace. Dave Harvey é um dos líderes desse ministério, cujo objetivo é estabelecer e apoiar igrejas. Dave também dirige o envolvimento do Sovereign Grace na Europa, África e Ásia. Publicado originalmente em www.voltemosaoevangelho.com/blog

Porto desejado

O mar pode estar revolto, as ondas amedrontadoras, mas Deus sempre nos conduz a salvo

Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas.
Esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no profundo.
Pois ele manda, e se levanta o vento tempestuoso que eleva as suas ondas.
Sobem aos céus; descem aos abismos, e a sua alma se derrete em angústias.
Andam e cambaleiam como ébrios, e perderam todo o tino.
Então clamam ao Senhor na sua angústia; e ele os livra das suas dificuldades.
Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as suas ondas.
Então se alegram, porque se aquietaram; assim os leva ao seu porto desejado.” (Sl 107.23-30)
Nosso ministério pode ser comparado a uma viagem de navio. Um dia deixamos a praia e fomos lentamente adentrando ao mar e quando demos conta, estávamos em alto mar. Aceitamos Cristo como nosso Salvador, fomos batizados, despertamos para as atividades ministeriais e chegamos ao pastorado.
Na viagem podemos contemplar a grandeza de Deus –Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas. Esses vêem as obras do Senhor…”. Num simples sermão, numa decisão inesperada de alguém por Cristo, nos irmãos descendo às aguas batismais, numa apresentação de bebê, num batismo no Espírito Santo por Jesus, numa oração respondida, numa cura divina, num milagre… Estas são as águas profundas da graça, do amor, do perdão, da salvação e da bondade do Senhor.
Na viagem descobrimos a soberania de Deus –Pois ele manda, e se levanta o vento tempestuoso que eleva as suas ondas. Sobem aos céus; descem aos abismos…” Deus é soberano, nada acontece sem a permissão dele. Uma incompreensão, uma palavra injusta, uma cobrança, alguém que abandonou a fé, uma provação além da capacidade e do discernimento, uma igreja que não cresce… São verdadeiras tempestades físicas, emocionais e espirituais. Mas não podemos esquecer: O Eterno está no controle. Ele reina sobre cada molécula de água.
Na viagem descobrimos que Deus permite as tempestades para que olhemos para Ele –e a sua alma se derrete em angústias. Andam e cambaleiam como ébrios, e perderam todo o tino. Então clamam ao Senhor na sua angústia…” Na hora das grandes ondas, empregamos toda a nossa energia para vencê-las. Mas depois percebemos que somos pequenos diante do mar enfurecido. Então olhamos para cima e apesar de visualizarmos as nuvens negras, o nosso coração cheio de fé busca quem possui o trono acima delas. A tormenta é colocada em suas mãos. Então chega a hora de a Majestade agir, pois demos permissão através da oração.
Na viagem experimentamos a misericórdia divina –…e ele os livra das suas dificuldades. Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as suas ondas. Então se alegram, porque se aquietaram…” Sem mérito, fomos salvos pelo sacrifício expiatório de Cristo, sem mérito fomos chamados, sem mérito experimentamos os livramentos. Sim, sem mérito as ondas se acalmam porque Deus, o Pai, por meio da cruz de Cristo, agradou-se de nós. A provação termina e esta bendita misericórdia vem cheia de alegria e paz: “Então se alegram, porque se aquietaram”.
Cada experiência da viagem nos traz a certeza da vitória –assim os leva ao seu porto desejado”. Que benção, Deus nos conduzirá à vitória eterna! Um dia terminaremos nossa “viagem”. O porto desejado nos saúda. Os vencedores do passado também estarão lá.
Vá firme “marinheiro”, ice bem alto as velas e navegue pela fé, porque o comandante do seu barco é o Senhor.

Pastor Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales (SP) e integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

O beijo de Judas

O perfil de quem é sempre politicamente correto, mas implode as estruturas da igreja

E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o.” (Mt 26.49)
Um dos episódios mais intrigantes da Bíblia, com certeza, foi a traição de Jesus por Judas. As palavras foram bonitas, “Eu te saúdo, Rabi”. E o gesto, um dos mais nobres: “e beijou-o”. No entanto, por trás destas palavras e gesto aparentemente íntimo, havia uma negociação de trintas moedas de prata. E o beijo era um sinal de identificação para a prisão de Cristo. Judas era uma pessoa que queria sempre se dar bem. João 12.6 nos informa que ele sempre furtava o que se colocava na bolsa, por que era o tesoureiro do grupo. O dinheiro era um ídolo no coração de Judas, um dos mais antigos negociadores de propina.
Qual pastor não tem ou teve um Judas em seu Ministério? Gente que revela o conteúdo de uma reunião estratégica da Igreja, que sabota constantemente o plano de ação local, que insinua sutilmente as limitações, que fala mal do Pastor e de sua família, que liga para um superior para que seja transferido, que atua nas impossibilidades, que gosta de trazer uma palavra de autoridade na ausência. É como o Judas da história: furtivo, malicioso, superficial, sem escrúpulos, inconsequente, maligno, preferindo sempre posições ao invés de pessoas. Mas atenção, sempre politicamente correto. Ele não explode, mas implode as estruturas da igreja. Tudo isso, para ficar bem, para se sentir superior, para ser melhor.
Salomão advertiu: “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Pv 27.6. Zacarias, a respeito de Cristo profetizou: “E se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.” Zc 13.6. Paulo confessou: “…em perigos entre os falsos irmãos”- 2 Co 11.26. Assim, uma bajulação desnecessária, uma falsa humildade, uma proposta indecente ou uma armação suspeita pode ser o beijo de um Judas. Paulo orienta seu Filho Espiritual que há pessoas que “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” 2Tm 3.5.
Conseguiu identificar o Judas? E o que fazer com ele? Promover uma ação disciplinar? Medir forças administrativas? Tratá-lo com ódio? Expulsá-lo da Igreja? A vontade é essa, entretanto, a resposta é não!!! Alguém com o perfil de Judas é esperto e não deixa provas.
A recomendação é: siga os passos de Jesus. Lave os pés dele. Dê o bocado especial, fazendo-o convidado de honra – Jo 13.26. Após um beijo falso, trate-o de amigo – Mt 26.50.Lembre-se: o joio não pode ser arrancado antes da colheita – Mt 13.29, e que atitudes bondosas produzem brasas na cabeça do inimigo, sendo este o melhor revide – Rm 12.20. Ore por ele e o ame, essa é a sua obrigação. Deixe o Senhor cuidar, pois no tempo certo acertará contas com esse Judas. Vai haver remorso ou arrependimento? Vida ou morte? Isto não lhe pertence.

Pr. Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales (SP) e integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral

Oração, oração e oração

O soldado cristão não pode vencer sem essa prática

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos. E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho.” Ef. 6.18,19
O soldado Cristão não pode agir e vencer sem a oração. Oração é expressão de humildade, de dependência do Senhor, de fé, de confiança, de amor e de esperança. Através dela invocamos a Deus e na Sua presença: agradecemos, pedimos, confessamos e O adoramos através do nome de Jesus. É a forma mais antiga e simples de comunhão com Deus. Enos foi o primeiro – Gn 4.26, mas vieram outros que se deleitaram e venceram pela prática da oração. Patriarcas, Juízes, Profetas, Reis, libertadores, Apóstolos e Discípulos, tiveram a marca indelével da oração. E não esqueçamos o Senhor Jesus. Na tentação, na escolha dos discípulos, antes dos milagres, na Getsêmani, na cruz… Oração, oração e oração.
A palavra chave do versículo 18 é “todo” e seus equivalentes, no qual aparece quatro vezes. Isso significa que a oração, em nenhum momento, pode ser esquecida.
Por outro lado, a palavra “orando” no grego está no particípio, ou seja, desde o instante que se coloca a primeira peça da armadura, o cinturão, até a última, a espada, e em todas as ações, deve-se estar em diálogo com Deus.
“Em todo tempo”, em todo “kairós”, que significa em todos os momentos pontuais da vida.
A oração também não pode ser de qualquer forma, mas intensa, numa entrega total, “com toda a oração e súplica”.
Não apenas com a nossa mente, mas “no Espírito”. O Espírito Santo que nos convence do pecado, nos guia na verdade, nos consola e nos ajuda na oração – Rm 8.26. O Espírito Santo é o oxigênio que o cristão autêntico respira.
Também deve ser com atenção “e vigiando nisto”, para perceber para qual situação a oração deve ser mais intensa. Wiersbe comenta esta expressão: “Orar com olhos abertos”.
Muitos fatores poderão ser desanimadores, no entanto, quando se sabe da importância da oração, não prevalece o desânimo e sim “toda perseverança”.
No final do versículo 18 está a expressão “por todos os santos”. A oração, quando passa a ser um estilo de vida, não olha somente para si, mas para todo o Corpo de Cristo. Quando há oração, o Senhor governa soberanamente o Seu povo.
Paulo entendeu isto, e tendo provas de que a oração é algo excelente e indispensável pede: “E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho.” Pedir oração é prova de humildade. Se outros são abençoados por minha oração, eu também serei se outros orarem por mim. E ainda, as boas novas de um amor tão grande não poderiam ser transmitidas timidamente, mas com confiança e em oração, oração e oração.

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

A espada do Espírito

A única peça da armadura usada para duas finalidades: defesa e ataque

… e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” – Ef6.18
Não podemos descuidar, porque quando menos esperamos, nos encontramos no meio de uma batalha. Mas ainda bem que há possibilidade de vitória através de uma arma maravilhosa que está à nossa disposição, a espada do Espírito. Mas não nos esqueçamos:
Ela é do Espírito. Foi o Espírito Santo que a inspirou – 2 Pe 1.21. Portanto, é Ele quem dá a iluminação certa no momento de necessidade, tanto para o ministrante como para o ministrado.
Jesus deixou o maior exemplo de como utilizá-la por ocasião da tentação no deserto – Mt 4.1-11. Com ela o Senhor venceu todas as artimanhas malignas de Satanás. Através da Palavra podemos também vencer os ardis malignos.
Esta espada é espiritual e não carnal. Pedro usou uma espada carnal quando Jesus foi preso no Getsêmani e causou ferida em Malco – Jo 18.10. Porém, no dia de Pentecostes, usou a espada espiritual num memorável sermão e quase três mil pessoas tiveram um encontro com Cristo – At 2.41. Então o contraste é grande: arma material ou carnal fere e mata, enquanto a espiritual, que é a inerrante Palavra de Deus, sob a direção do Espírito Santo, cura as feridas, convence as pessoas do engano e traz a vida que continua para sempre.
A espada era a única peça da armadura usada para as duas finalidades: defesa e ataque. Com ela defendemos nossa posição de fé, dissipamos dúvidas e avançamos, invadindo o reino do mal, conquistando almas para o Senhor. O texto de Hebreus 4.12 fala também deste símbolo da Bíblia Sagrada: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.

Pr. Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales (SP) e integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral

Os filhos do quarto

Ainda há tempo para nós, pais, os resgatarmos

Antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, nos mares,
hoje temos perdido eles dentro do quarto!
Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los,
mesmo a distância, sabíamos o que se passava em suas mentes.
Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto, nem dispositivos eletrônicos em suas mãos.
Hoje não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro de seus quartos, e por isso pensamos estarem em segurança.
Quanta imaturidade a nossa!
Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos, construindo seus saberes sem que saibamos o que é…
Perdem literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados num mundo global de tanta informação e estímulos, de modismos passageiros, que em nada contribuem para formação de crianças seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores familiares.
Dentro de seus quartos perdemos os filhos pois não sabem nem mais quem são ou o que pensam suas famílias, já estão mortos de sua identidade familiar…
Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual eles tem sido influenciados e pais nem sempre já sabem o que seus filhos são.
Você hoje pode ler esse texto e amar, mandar para os amigos.
Pode enxergar nele verdades e refletir. Tudo isso será excelente.
Mas como Psicopedagoga tenho visto tantas famílias doentes com filhos mortos dentro do quarto, então faço a você um convite e, por favor aceite!
Convido você a tirar seu filho do quarto, do tablet, do celular, do computador, do fone de ouvido, convido você a comprar jogos de mesa, tabuleiros e ter filhos na sala, ao seu lado por, no mínimo, dois dias estabelecidos na sua semana à noite (além do sábado e domingo).
E jogue, divirta-se com eles, escute as vozes, as falas, os pensamentos e tenha a grande oportunidades de tê-los vivos, “dando trabalho” e que eles aprendam a viver em família, se sintam pertencentes no lar para que não precisem se aventurar nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal.

Cassiana Tardivo
Psicopedagoga

O capacete da salvação

Nada é tão urgente como a boa notícia que em Jesus todos podem ser perdoados e aceitos.

“Tomai também o capacete da salvação” – Ef 6.17 (a)
As palavras “Tomai também” nos levam a entender que a parte da armadura oferecida a seguir seria indispensável para o Soldado Cristão, assim como o cinturão, a couraça, os calçados e o escudo. E realmente não podemos desprezar o “capacete da salvação”. O capacete romano era colocado no momento em que se antevia o combate, cuja finalidade era proteger a cabeça do soldado.
Não é difícil entender a figura de linguagem: A cabeça é onde está o cérebro, que é o nosso centro racional e emocional. E para o cristão, nada melhor que protegê-lo com a salvação, realizando o culto racional (Rm 12.1, 2), pensando nas coisas que são de cima (Cl 3.2) e ocupando-o com princípios que exaltam a salvação eterna (Fl 4.8).
Nesta direção, em duas coisas devemos refletir. Em primeiro lugar, a nossa salvação pessoal. A nossa profissão primária de fé. Assim, o nosso encontro com o Senhor Jesus (Jo 1.12), o nosso novo nascimento (Jo 3.1-7), a nossa propiciação (1 Jo 2.2), a nossa justificação (1 Co 6.11), a nossa confissão de vida espiritual (R 10.9, 10), a nossa fé que abraça a graça oferecida na cruz (Ef 2.8) não pode ser teórica, mas, real. Nas batalhas espirituais ardentes, a salvação pessoal nos dá segurança de que estamos no caminho certo. Por que a convicção da salvação é a proteção dos conceitos mundanos, o alvo final, a paz para prosseguir, a esperança para não desanimar. Por isso protege a nossa mente.
Em segundo lugar, a salvação é a nossa missão principal. Muitas são as atividades em nosso Ministério: assistência social, reuniões administrativas, visitações, aconselhamentos, reformas, construções… Todos elas são importantíssimas e indispensáveis, porém, nós, os soldados do Senhor, que já desembaraçamos dos negócios desta vida, que nos sentimos “alistados” para a guerra (2 Tm 2.4), não podemos esquecer que a missão suprema é proclamar a salvação. Todas as nossas ações devem refletir a salvação de Deus ofertada em Cristo. Nada é tão urgente como a boa notícia que em Jesus todos podem ser perdoados e aceitos. Nenhum sermão é tão profundo quanto a mensagem da cruz. Não importa onde: casamentos, aniversários, apresentações de bebês, inaugurações, formaturas… Nenhuma pauta da agenda pastoral é maior e mais urgente que a proclamação do amor salvador de Deus (Jo 3.16).
Este mundo tenebroso como o nosso, aguarda os soldados cristãos, que lutem o bom combate (2 Tm 4.7), que capturem todo raciocínio contrário à verdade e o submeta à vontade do Senhor (2 Co 10.5).

Pastor Elias Alves Ferreira é integrante da equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral

A vida Pós-Moderna

“Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Co 15.59).

Pastores recebendo centenas de pedidos de oração por emprego, cura de enfermidades, dilemas existenciais, familiares e econômicos. Seus whatsapp lotados de solicitações sobre os mais intricados problemas da vida e da alma.
Suas agendas entupidas com solicitações de temáticas que abordem os dilemas, desafios e soluções da vida Pós-Moderna.
Poucas chances, poucas expectativas, poucas esperanças de eles, por seus próprios e limitados recursos, atenderem a contento a demanda titânica.
Só lhes resta uma saída: irem até ao Pai, em oração contrita, pedir-lhe que abençoe seu povo nestes dias de tanta agonia, certos de que ele lhes dará a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Pr. José Lima, segundo secretário geral da IAP

A corrida pastoral

Aprendemos com o apóstolo Paulo sobre o preparo espiritual para o ministério

O ministério pastoral, na visão de Paulo, é comparado a uma corrida. Quando Paulo escreveu sua última carta endereçada ao jovem pastor Timóteo, disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé”(2 Tm 4.7, grifo nosso). A ideia de Paulo aqui nesse texto é comparar os labores ministeriais com uma carreira.
Era o final da vida de Paulo, ele tinha autoridade para falar da lida pastoral, pois durante o percurso passou pela pista do sofrimento, foi rejeitado, sofreu naufrágio, foi espancado em plena praça pública, foi preso e abandonado. Foi difícil sua trajetória, no entanto, não desanimou diante da oposição e quando foi preso escreveu aos Filipenses: “… as coisas que aconteceram comigo contribuíram para o progresso do evangelho” (Fl 1.12).
O atleta precisa de preparo físico para a corrida e seu condicionamento será fundamental para cruzar a linha de chegada. Assim também é o ministério pastoral, é necessário preparo espiritual para se manter firme na corrida ministerial. É preciso preparo para encarar o púlpito, um aconselhamento, um estudo bíblico, uma reunião administrativa. Não tem segredo no preparo: Bíblia, oração, jejum, devocional diário e comunhão; com esses aparatos, nossa corrida será bem-sucedida e nossos passos seguirão firmes e fortes rumo à Canaã Celestial.
Na Olimpíada da Grécia em 2004, o atleta Vanderlei Cordeiro de Lima vinha liderando a maratona quando foi surpreendido por um fanático “religioso” irlandês que o agarrou e o beijou a face. Vanderlei perdeu a liderança, mas não desistiu da corrida e chegou em terceiro, mas há unanimidade em que ele foi o verdadeiro vencedor da maratona.
Quantos pastores têm sua carreira impedida antes de cruzar a linha de chegada? O que os têm impedido de correr: a depressão pastoral; o estresse; o desgaste; a família? Há pastores correndo sem preparo e outros sem entenderem o motivo pelo qual estão na corrida ou ignorando as regras existentes (2 Tm 2.5).
Paulo não reclamou da corrida ministerial, até mesmo na prisão ele louvava a Deus. Sua convicção na carreira era fortalecida em Cristo (Fl 4.13). É lamentável e triste ver pastores abandonando a corrida; reclamando do ministério, das ovelhas, do pasto, da denominação; guardando mágoas em seus corações; desonrando aquele que o chamou para fazer sua obra.
Paulo encerra sua corrida ministerial guardando a fé. Sua certeza e esperança é tão louvável que expressa o amor à vinda de Jesus: “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).
Pastores, estamos na mesma corrida, Cristo é o nosso alvo. Vale a pena correr em direção a ele, não importam as prisões e nem os sofrimentos. Essa é a parte árdua de toda caminhada, mas a medalha que será colocada em nosso peito não se compara a nenhuma vitória que alcançamos nesta vida.
Continuemos correndo! Se nos mantivermos firmes, nosso galardão é certo!

Pr. Thiago Rivoredo Braga e Marcilene Braga, casal ministerial da Convenção Norte.

O escudo da fé

“Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.“ (Ef 6:16)

É muito claro na vida espiritual que existe uma guerra ininterrupta, na qual não somos vitoriosos por nós mesmos e que precisamos nos proteger. Dardos inflamados, ou se preferir “setas incendiadas”, são atiradas constantemente contra a nossa integridade. A Bíblia apresenta para a nossa defesa o “escudo da fé”.
A fé nos permite abraçar a graça oferecida por Jesus (Ef 2:8), a justificação espiritual e a paz com Deus (Rm 5:1). A fé é irmã inseparável do amor e da esperança (1 Co 13:13). É a chave para entendermos o futuro, o invisível, a criação, como agradar a Deus, o segredo da vida dos irmãos do passado e nos dar um motivo digno para viver (Hb 11). Por isso, a fé, é um escudo para nos proteger das setas inesperadas.
A mesma fé que um dia nos salvou, agora nos protege. A fé que nos levou a aceitar o convite especial de Deus, agora nos inspira a avançar, apesar do zumbido incessante dos dardos inflamados. A fé que nos libertou, agora nos impulsiona a “estar com Cristo onde a luta se travar”.
Mas o que seria essas setas incendiadas? Muita coisa pode estar incluída nesta expressão. Pode ser tudo que visa ferir ou matar o cristão como: pecados, obras da carne, ódio, dúvida, medo e tristezas. Porém, as mais comuns vêm das palavras como falsos julgamentos, calúnia, ofensas e insinuações maldosas.
E essas ações, como desde o princípio, têm como articulador o Maligno, que é sempre sutil.
Os escudos dos soldados romanos protegiam-nos por inteiro. Conforme Wiersbe, o tamanho era de 1,20m de altura por 60 cm de largura. Assim, também a fé, que é a confiança plena, a certeza de que cremos num Deus verdadeiro e nunca estamos sós, não pode afastar-se de nós. Ao contrário, deve estar conosco, como um escudo firme em nosso braço e à nossa frente, protegendo-nos inteiramente.
Setas incendiadas são lançados contra os filhos de Deus e, principalmente, contra quem trabalha para o Senhor. No entanto, diante de uma fé verdadeira, as setas não apenas são debeladas, mas sim, extintas. Em 1 João 5:4 lemos: “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
Pelo Senhor, avante.

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral

Seguindo a nuvem

Precisamos abandonar nossas formas de “fazer acontecer”

“Faz-me conhecer o teu coração, ensina-me a ouvir a tua voz. Revela-me teus planos, mostra-me os teus caminhos…”
Estes versos de uma música trouxeram ao meu coração a lembrança da atuação do poder de Deus em minha vida nos últimos tempos.
No verso 17 do capítulo 9 de Números temos o relato de como Deus conduziu seu povo pelo deserto. A nuvem os conduzia e Moisés, apesar de seus conhecimentos geográficos da região, preferiu segui-la. Ele confiou em Deus para guiá-lo e livrá-lo durante o caminho.
Por vezes em nossas vidas nos garantimos em nossos conhecimentos a respeito de certa situação em que nos encontramos e insistimos em seguir o caminho para aquilo que consideramos ser a solução.
Em minha última experiência aprendi algumas coisas a este respeito:
1. Precisamos abandonar nossas formas de “fazer acontecer” e deixar Deus nos conduzir.
2. Precisamos esperar o “mover da nuvem”, descansando nos braços do Pai, pois Ele tem para nós infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.
3. Precisamos ter a sensibilidade espiritual necessária para entender que, mesmo quando a nuvem estava parada no deserto, Deus agia. As crianças nasciam, os jovens casavam, trabalhavam etc.
Hoje entendo que estar parada, esperando “a nuvem se mover” em minha vida, não é necessariamente cruzar os braços. Deus tem usado minha vida de forma diferente, tem colocado uma nova forma de olhar as necessidades do Reino em meu coração.
Meu coração tem se alegrado na presença dele à medida que permito que Ele me conduza, procuro descansar nele e abandono os meus “considerados planos infalíveis”.
Prossigamos em seguir a nuvem…

Miss. Ilma Farias de Souza é educadora cristã, pedagoga e esposa de pastor, além de membro da equipe de Mulheres em Ministérios