Estamos calçados ou somos soldados de pés descalços?

… “e calçados os pés na preparação do evangelho da paz. “ (Ef 6:15)

O soldado cristão deve estar equipado para todas as situações. Assim como um soldado não poderia ir descalço para as batalhas, por que isto feriria os seus pés e o faria vulnerável nas lutas, o cristão não pode negligenciar o uso dos calçados apropriados. Esses calçados eram uma espécie de sandálias de couro e possuíam travas para que ficassem firmes nos locomoções e combates. Os pés formam a base do corpo, por isso deviam estar protegidos em terrenos pontiagudos e firmes em terrenos acidentados e escorregadios. Protegidos para se defender e “preparado” para atacar. Assim o Cristão deve estar protegido no seu dia a dia e de “prontidão” para invadir o reino do mal e libertar os cativos.
Paulo denominou estes calçados de “evangelho da paz”. Evangelho no grego é uma boa nova, uma boa notícia, uma informação importante. No nosso caso, denominamos “evangelho de Cristo”. E quando afirmamos isso, estamos dizendo que o que Ele fez e ensinou é uma boa notícia. Uma boa notícia de um Deus que, por amor; se fez carne, viveu entre nós; revelou, em seus ensinos e ações, como é viver de acordo com a vontade do Pai; pagou o preço pelos nossos pecados, morrendo numa cruz; ressuscitou ao terceiro dia; foi Ascenso aos céus; intercede por nós e voltará. Essas são as melhores e urgentes notícias que as pessoas precisam ouvir. Nenhuma notícia possui maior alegria do que esta, de que o Senhor deseja perdoar os pecados e dar uma vida nova e eterna.
Mas não dá para ir sem primeiro viver. O texto é claro em afirmar de que devemos estar “calçados”, com os pés “revestidos” desse evangelho. Com o evangelho não dá para ser teórico. Ou temos ou não temos. Estamos calçados ou somos soldados de pés descalços. É com os pés que nos locomovemos, e se eles forem figuradamente “revestidos” com o evangelho, nossos passos serão santificados e onde iremos levaremos este evangelho transformador. Será verdade as palavras de Isaías 52.7: “Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!”
As Palavras de Jesus são transformadoras: “Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz…” – Jo 16.33. O evangelho é uma pessoa, e esta pessoa é Jesus e somente nEle temos paz verdadeira. O evangelho é da paz, produz paz para quem se dispõe a viver pela fé. O contexto de Efésios 6 é de guerra, mas apesar desse ambiente, num paradoxo, o soldado cristão experimenta esta paz e depois transmite-a. Não sem esforço, porque viver e transmitir este evangelho é uma guerra diária.

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral

Proteja-se!

A traição no casamento não acontece só com os outros!

Muitas vezes, um casamento vai bem, e acaba abalado por causa de um relacionamento inesperado com uma terceira pessoa. Começa de maneira inocente e agradável, torna-se cada vez mais envolvente. Por fim, traz complicações e desgraças para muita gente. Não foi um acidente ou “um grande amor que surgiu”. Foi um relacionamento do qual o casamento deveria ter sido protegido. Não seja ingênuo pensando que isto só acontece com os outros. Muita gente boa já caiu exatamente por ser ingênua assim. Lembre-se de 1 Coríntios 10.12. Por isso, proteja seu casamento…
Eis algumas dicas:
• Tenha bom senso em suas companhias
Evite gastar tempo desnecessário com alguém do sexo oposto. Muitos casos surgem por não se agir assim. Não significa que cada contato com alguém do sexo oposto seja porta para o adultério. Significa evitar oportunidades para cair. Companhia contínua cria intimidade. Intimidade com o sexo oposto traz problemas.
• Tome cuidado com as confidências
A pessoa mais íntima de alguém deve ser seu cônjuge. Segundo a Bíblia, são “uma só carne”, isto é, uma só pessoa. Se há aspectos de seu relacionamento que você não pode compartilhar com esposo(a) e compartilha com alguém do sexo oposto, a coisa está ruim. As pessoas tendem a se solidarizar com quem sofre e a proximidade emocional se torna perigosa. Um homem que se queixa de sua esposa para outra mulher está traçando um caminho perigoso. Isto vale para quem faz e para quem ouve confidências.
• Evite momentos a sós
Decida não ter momentos privados com alguém do sexo oposto. Se um(a) colega de trabalho pedir para ter um almoço com você, convide uma terceira pessoa. Se necessário, não se constranja em compartilhar os limites que você e seu cônjuge concordaram em ter no seu casamento. É melhor ser visto como rude que vir a cair em pecado.
• Vigie seus pensamentos
Cuidado com o que pensa. Se você só se detém nos defeitos de seu cônjuge, qualquer outro homem ou mulher parecerá melhor. Faça uma lista das coisas que inicialmente lhe atraíram em seu cônjuge.
Aumente o positivo e diminua o negativo. Evite filmes, conversas, sites e literatura que apologizam o adultério. Lembre de Colossenses 3.2. Valorize um ao outro.
• Evite comparações
Um homem trabalha com uma mulher perfumada, maquiada, bem vestida. Em casa encontra a esposa, com criança no colo, cabelo desfeito, banho por tomar. Uma mulher encontra um homem compreensivo com quem pode se abrir, e se sente mais à vontade com ele do que com o esposo. Ignoraram situações e contextos diferentes. Foram iludidos pelo irreal. Lembre-se do filho pródigo: o mundo lhe era fascinante, mas terminou num chiqueiro. As aparências iludem, porque o mundo em que vivemos em casa é o real. O mundo de relacionamentos fora de casa é sempre artificial.
• Evite a síndrome do retorno
É a idéia de que a vida sentimental e sexual caiu na rotina, e agora, a pessoa “renasceu”. Já vi inúmeros casos assim: “Eu renasci”, ou “Eu me senti jovem de novo”. Não banque o adolescente. Você é um adulto com responsabilidades e com uma pessoa com quem partilha a vida. Construa sua vida com seu cônjuge. Se sua vida conjugal se “fossilizou”, há outros
caminhos. Revigore-a com seu cônjuge. Há pessoas que sempre se fossilizam e pulam de relacionamento em relacionamento, procurando o que não produzem. Temos o que produzimos.
• Ponha o seu coração no seu lar
A solidez do casamento vem pelo tempo que os cônjuges gastam juntos. Conversas, risos, passeios, programas comuns. Se você não sai com seu cônjuge, marque datas para os próximos meses. Vocês devem ter um ao outro como o melhor companheiro. Mantenham o clima de namoro: querer estar junto com a pessoa. Orem juntos. Dificilmente duas pessoas que oram juntas brigarão entre si. Sejam parceiros espirituais.
• Invista em seu cônjuge
O marido da mulher virtuosa é conhecido quando se levanta em público (Pv 31.23). A idéia é que ele está bem vestido e vê o caráter dela pela roupa dele. Uma boa esposa é um bom tesouro (Pv 18.22). De bom tesouro cuida-se e evita-se perdê-lo. Marido: mulher bem tratada é um grande investimento; o retorno emocional é garantido. Mulher: marido bem tratado é um grande investimento; o retorno emocional é garantido.
• Busque ajuda
Havendo problemas, busque ajuda. Primeiro em DEUS. Lembre-se de Tiago 1.5. Busque orientação de pessoas mais experientes ou do ministério. Evite que o problema se avolume. Evite conselhos de gente que não tem o que dizer. Os amigos de Roboão lhe deram maus conselhos (1Rs 12.6-12). Nesta busca de ajuda, evite por mais lenha na fogueira. Evite também raiz de amargura (Hb 12.15). Busque ajuda e não um juiz a seu favor.
• Conclusão
Bons casamentos não acontecem por acaso. São produto de muito trabalho e da graça de Deus. Boa parte do trabalho é investimento emocional no relacionamento conjugal. Mas investir sem proteger é problemático. É preciso levantar cercas contra os problemas externos, porque os internos são mais vistos e os dois vivenciam. Não permita brechas. Não dê armas ao inimigo.

Autor desconhecido

A couraça da justiça

De forma figurada é onde está o nosso caráter, as nossas atitudes, os nossos sentimentos mais íntimos

“…e vestida a couraça da justiça. ” – Ef 6:14
A couraça era uma parte da armadura que protegia a frente, o peitoral do soldado. Na armadura romana nada protegia as costas, simbolizando que o soldado cristão não vira as costas ou foge do seu adversário.
Mas a parte superior do tórax, o peito, é onde está o órgão principal, o coração. De forma figurada é onde está o nosso caráter, as nossas atitudes, os nossos sentimentos mais íntimos.
Não é por acaso que Paulo a denomina de “couraça da justiça”. O soldado do Senhor deve ter um bom caráter, um comportamento justo, correto, na medida certa, equilibrado. Aliás, a carta de Efésios, trabalha o tempo todo para que a Igreja de Cristo viva separada do pecado.
Mas justiça própria? Não, ninguém consegue isso por si mesmo. Em primeiro lugar somos justificados pela graça, pelo perdão, pelo sangue de Jesus “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação.” (Rm 4:25). Depois da justificação pelo Senhor, devemos viver de maneira digna do Evangelho. Ter um comportamento que glorifica a Deus. Manter-se vinculado às verdades reveladas na Bíblia. Isto nos faz fortes, destemidos, corajosos para encarar as dificuldades de frente pois estamos em paz, emocional e espiritualmente seguros.
Declarações faladas ou escritas não nos defendem, mas caráter ilibado sim. Nesta condição somos invencíveis. Falar e não viver é como um soldado sem couraça, com o coração, desprotegido. Fatalmente seremos derrotados e envergonhados.
Gostamos de justiça quando é executada em nosso favor. Quando nos pagam o que nos devem, nos dão um desconto, devolvem o que nos pedem emprestado, depositam o salário no dia certo, as coisas vão bem e nos elogiam. Por outro lado, achamos que é injustiça quando apontam nossos defeitos, não cumprem o compromisso que tinham conosco, coisas ruins acontecem, violam nossos direitos.
Mas, e quando as ações, as decisões, as palavras estão sob a nossa responsabilidade? Temos sido justos? São momentos para olhar para Deus e não esquecermos que “justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de ti.” – (Sl 89:14). Deus governa tudo de forma justa. Sua soberania é infinitamente justa. Nosso desafio é imitá-lo em todas as nossas atividades. É ser como Daniel que apesar de viver numa sociedade corrompida e injusta vivia de forma excelente com Deus (Dn 6:3, 4).

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

O cinturão da verdade

No calor das batalhas, somente a verdade permanece

Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade” – Ef 6.14 (a)
A primeira peça em destaque da armadura do soldado do Senhor é o cinturão. Paulo o denomina como o “cinturão da verdade”. O cinturão prendia não apenas a cintura, mas a região lombar. Com o cinturão ele prendia as roupas antes das demais peças da armadura, carregava a espada, era aliviado nas longas caminhadas, tinha equilíbrio e liberdade nos momentos das batalhas.
Isto nos lembra que a verdade deve estar em nosso íntimo, fazendo parte do nosso caráter. A verdade nos dá também segurança autenticando nossas atividades. Nos mantém em pé diante de acusações que venham ocorrer, produzindo alívio moral, emocional e espiritual. A verdade nos dá ainda a leveza e a destreza no momento em que temos que avançar contra o reino das trevas. É ela que nos autoriza, nos tornando aptos à simplicidade de carregar e manejar com autoridade a espada, a Palavra de Deus.
E como a verdade é indispensável! A Palavra de Deus é fonte da verdade (Jo 17:17). Jesus também é a expressão máxima da verdade que traz liberdade (Jo 14:6; 8:32; 36). Por isso, ela deve nos envolver como um cinturão para vencermos o pai da mentira (Jo 8:44). Toda a verdade está em Cristo e nas Escrituras. Assim como o cinturão dava liberdade e segurança para o soldado agir, é preciso conhecer e viver a verdade que está em Jesus, expressa nas páginas do Livro dos Livros. Primeiro como caráter e depois como conteúdo para ensino. Filosofias, crenças falsas, tradições humanas… Nada dessas crenças suportam o calor das batalhas. Somente a verdade permanece.
Em meio a tantos escândalos e mentiras de falsos cristãos, de “falsos evangelhos”, o Senhor te convida para fazer a diferença, para ser verdadeiro, íntegro, corajoso, que vive e proclama a verdade.
Se assim for, ouvirá um dia: “… Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” – Mt. 25:21.

Pastor Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales (SP) e integrante da equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Nossos filhos e nossas mudanças

Mantenha sempre o diálogo aberto e dê tempo a eles para a adaptação

Ao longo destes 27 anos de vida ministerial passei por algumas igrejas, cidades e um estado diferente. Para nós, apesar do muito trabalho com o “desfazer uma casa e faze-la em outro lugar”, sempre foi motivador, pois sabíamos que Deus estava nos direcionando. Temos três filhos e recordo-me, quando pequenos, nos acompanharam com alegria e curiosidade. Já em outro momento, adolescentes, preferiram ficar na mesma igreja dos amigos, o que pareceu-nos estranho no início, mas concordamos em deixá-los livres para servir a Deus com inteireza de coração. Estar conosco não significava “estar com Deus”.
Nossos filhos por vezes sofrem com as nossas mudanças de casa, cidade, as rotinas são modificadas, seus amigos deixados para trás. Eles se deparam com o desafio de começar tudo de novo, onde terão que adaptarem-se ao novo contexto e fazer um novo círculo social. Isto não é uma tarefa fácil para eles e nós precisamos ajudá-los.
Gostaria de mencionar alguns passos importantes, segundo minha vivência, para facilitar este momento da vida de nossos filhos.

  1. Mantenha sempre o diálogo aberto.
    Conversar sobre a mudança com detalhes, expor o plano da família para o “novo momento”.
  2. Planejem juntos a nova rotina.
    Procure ouvir os seus filhos, fale sobre as possibilidades de locais para o estudo, lazer, convívio social. Deixe que se manifestem e verifique com carinho suas sugestões.
  3. Dê tempo para a adaptação. Não exija de seus filhos atitudes “prontas” diante do novo. Algumas personalidades precisam de mais tempo para se adaptar ao novo e dependendo da faixa etária em que se encontram precisaram de um tempo maior.
  4. Dedique-se a acompanhá-los neste processo. Eles precisarão de atenção e de espaço para se manifestarem à medida que se confrontarem com algumas novidades em sua nova vida. Será preciso ouvi-los com carinho (sem críticas), esclarecer onde houver dúvidas e dar apoio no que for preciso.
  5. Esteja atenta.
    Algumas mudanças afetam o comportamento de nossos filhos, em alguns casos causam desequilíbrio emocional e podem trazer enfermidades (somatização).
    Mudanças causam insegurança, ansiedade e precisamos ser o “porto seguro” de nossos filhos neste início de caminho.
  6. Não se ocupe demasiadamente com suas diversas tarefas ministeriais. Dedique-se a fazer com que os seus filhos tenham um período de adaptação saudável e tranquilo.

Para finalizar a minha experiência do primeiro parágrafo, em nosso último ministério assumimos a igreja em uma cidade, morávamos em outra próxima. Meus 2 filhos mais novos (21 e 23 anos) permaneceram em suas igrejas onde continuaram a trabalhar e foram liderados por outros pastores.
Hoje casados, homens de Deus e dedicados, o mais velho seguiu conosco nas igrejas que passamos até quando ele foi morar nos Estados Unidos.
Não existem mágicas…
No mais (ou tudo), é oração, oração e oração.

Miss. Ilma Farias de Souza é educadora cristã, pedagoga e esposa de pastor.

Planeje o que é mais importante na vida

Tudo deve estar no seu planejamento: o tempo com o cônjuge, com os filhos, exercícios físicos, alimentação saudável e, sobretudo, a oração e meditação na Palavra

Por John Piper
O Planejamento do Apóstolo Paulo
Vamos dar apenas um exemplo do planejamento de Paulo entre os muitos que poderíamos retirar de Atos e de suas cartas. Romanos 15:20-28:

“Esforçando-me (isto é, planejando), deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio… Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos, penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que, de passagem, estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia. Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos… Tendo, pois, concluído isto e havendo-lhes consignado este fruto, passando por vós, irei à Espanha.”

Aqui está um exemplo típico de como o apóstolo Paulo cumpriu sua missão. E eu acho que devemos aprender com ele que o planejamento é essencial para um ministério produtivo. E estou falando tanto do seu ministério pessoal, quanto do mais complexo organismo dos ministérios da igreja. Paulo foi o maior plantador de igrejas que já viveu. Ele conseguiu mais em sua vida para a propagação do reino de Cristo do que qualquer outra pessoa. Então, eu acho que faríamos bem em levar a sério o seu método. Parte de seu método era o seu planejamento.
Ele tinha uma diretriz geral: ele queria pregar onde ninguém havia pregado antes. Então, ele desenvolveu um plano específico a partir dessa diretriz: ele levaria ajuda a Jerusalém e, em seguida, iria para Roma, para estabelecer uma base ocidental, da qual iria, então, para a Espanha.
O que torna isto especialmente significativo é que, tanto quanto sabemos, o plano falhou. Ele foi preso em Jerusalém. Ele foi para Roma como prisioneiro e, provavelmente, nunca chegou à Espanha. Deus é aquele que, afinal, faz o futuro. Mas nós planejamos, apesar disso. Deus usa nosso planejamento mesmo se Ele abortá-lo.
Por exemplo, se Paulo não tivesse planejado usar Roma como uma base de operações para viajar à Espanha, ele provavelmente nunca teria escrito a maior carta que o mundo já conheceu: a Epístola aos Romanos. Planejamento é fundamental na vida e no ministério cristão, mesmo quando Deus anula o nosso planejamento.

O Planejamento de Deus
A razão fundamental para o planejamento é que Deus é um Deus que planeja, e nós fomos criados à sua imagem para exercer domínio sobre a terra sob Seu senhorio.
Eu não acho que é possível conceber um deus que não age de acordo com seu próprio planejamento eterno, isto é, um deus que responde automaticamente a estímulos, ao invés de tomar ações deliberadas que se encaixam em um sábio propósito.

Isaías 46:9-10: “Eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade.”

Efésios 1:9-10: “desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra.”

Atos 2:23: “sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus.”

Uma vez que Deus é um Deus que faz todas as coisas segundo um plano, isso nos beneficia a nos aproximarmos das coisas mais importantes da vida com prudência e planejamento, não acidentalmente.

O Planejamento de Jesus
Jesus tinha uma missão a cumprir, e ele a terminou com prudência e planejamento.
Quando sua mãe o incentivou a fazer um milagre nas bodas de Caná, ele disse: “Ainda não é chegada a minha hora” (João 2:4). Havia uma hora planejada e designada para a revelação do seu poder. Ele ficaria com o plano. Lucas 9:51 diz: “Ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém.” Ele sabia que o plano significava a morte em Jerusalém, e ele não recuou do plano.
Mas ele não foi levado contra sua vontade. O plano do Pai era seu plano. Ele disse em João 10:18: “Ninguém tira [minha vida] de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.”

Conclusão
Muito especificamente, o meu apelo a você neste novo ano é que você gaste tempo para planejar as coisas mais importantes da sua vida.
Planeje as Coisas Mais Importantes da Sua Vida
Planeje como você irá passar o tempo com seu cônjuge para aprofundar e fortalecer o relacionamento. Planeje como você irá passar o tempo brincando com as crianças e ensinando-as. Planeje como você irá praticar a quantidade de exercício que você precisa para se manter saudável. Planeje como você irá dormir o suficiente. Planeje quanto você deve comer e como você irá impor limites a si mesmo. Planeje suas férias para que elas realmente proporcionem descanso e renovação espiritual.
E o mais importante, planeje como a oração e a meditação na Palavra serão partes importantes da sua vida. Sem um plano estas coisas mais importantes são sempre afastadas por pressões urgentes.
Faça do Planejamento Algo Habitual em Sua Vida
Mas isso não vai funcionar apenas para planejar algo esta noite ou amanhã. O planejamento deve ser uma parte habitual da sua vida. Espero que a equipe pastoral em Bethlehem gaste um dia inteiro em cada mês longe do escritório da igreja apenas para orar e planejar seu ministério, além do tempo que eu espero que todos nós estejamos tendo a cada semana para planejar o nosso trabalho semanal.
Então, o meu apelo é para que você reserve tempo a cada semana para planejar, especialmente para planejar a sua vida de oração e de estudo bíblico. Pense um pouco sobre como Deus pode querer te usar na semana de uma maneira especial. Planeje as cartas que você precisa escrever, os versículos bíblicos que pretende ensinar aos seus filhos, a visita que você quer fazer, o livro que deseja ler, o vizinho com quem você quer conversar etc.
Provérbios nos ensina a planejar. O maior missionário que já viveu era um planejador. Deus é um Deus que faz todas as coisas de acordo com um plano. E Jesus manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém por causa do maior plano de amor já feito.
Ele planejou para a nossa alegria; nós devemos planejar para Sua glória.

John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais. © Desiring God. Website: desiringGod.org

Planeje-se! Não desperdice seu 2017

Por John Piper

Planejamento das necessidades físicas

Suponha que venha à sua mente o pensamento de que você quer construir uma casa. Você se senta e faz uma lista com todos os materiais que acha que irá precisar. Então você pede que eles sejam entregues no lote onde irá construir. Tudo é empilhado no centro do lote, e no dia seguinte a escavadeira vem cavar o alicerce e tudo está no caminho. Tudo está justamente onde ela tem que cavar.
Por quê?
Uma falha de planejamento.
Sem um planejamento rudimentar provavelmente você não terá nada para comer quando se levantar de manhã. E sem um planejamento detalhado, ninguém pode construir uma casa, muito menos um arranha-céu, um shopping center ou uma cidade. Se fornecer abrigo, alimentação, vestuário e transporte é valioso, então o planejamento é valioso. Mas os mais simples impulsos nada realizam sem alguma previsão a que nós chamamos de plano.

Planejamento das necessidades espirituais

Todos nós sabemos e praticamos isso em relação às necessidades físicas básicas da vida. Tomamos medidas para assegurar que temos o suficiente para comer e roupas para nos manter aquecidos. Mas nós levamos nossas necessidades espirituais tão a sério? Aplicamos a mesma seriedade que temos em ganhar a vida, no planejamento para maximizar o nosso ministério?
O que eu gostaria de fazer aqui é tentar persuadi-lo a reservar um tempo a cada semana deste novo ano para planejar, e planejar especificamente sua vida de oração, devoção e ministério. A escavadeira do Espírito de Deus muitas vezes entra na cena do nosso coração pronta para começar uma grande obra de construção e ela descobre que, devido ao mau planejamento, existem pilhas de coisas desordenadas em seu caminho. Nós não estamos prontos para ela.
A maneira pela qual eu espero motivá-lo a fazer isso é dar a você quatro exemplos de planejamento na Bíblia. Primeiramente, algumas ilustrações de Provérbios; segundo, o planejamento do apóstolo Paulo; terceiro, o planejamento de Deus; e quarto, o planejamento de Jesus.

Ilustrações de Provérbios

  • Provérbios 6:6-8: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.
    A formiga é um exemplo não só porque ela trabalha tão duro, mas também porque ela planeja pensando no futuro. Ela pensa no verão sobre a necessidade que haverá no inverno, e essa previsão fornece as suas necessidades no inverno.
  • Provérbios 14:15: “O simples dá crédito a toda palavra, mas o prudente atenta para os seus passos.
    A diferença entre planejar e não planejar é esta: você olha para onde está indo no futuro, ou você concentra toda sua atenção sobre o que está imediatamente à sua frente? Se você não é um planejador, estará à mercê de outras pessoas que tentam te dar conselhos sobre como agir agora, de modo a ser feliz no futuro.
    Então, “o simples dá crédito a toda palavra, mas o prudente atenta para os seus passos”. O prudente considera os dias que virão e o que está trazendo, e pensa sobre a melhor forma de se preparar para eles e usá-los para realizar seus propósitos.
  • Provérbios 15:22: “Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito.
    Aqui a sabedoria do planejamento é tomada como certa, e o escritor simplesmente nos aconselha sobre como fazer planos bem-sucedidos. Ele diz: Não seja tão independente a ponto de se achar superior ao conselheiro. Leia a sabedoria dos outros que vieram antes de você. Converse com pessoas experientes e sábias. Preste atenção ao modo como os outros fazem as coisas e aprenda com seus erros e acertos.

Leia mais na próxima semana.
John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais. © Desiring God. Website: desiringGod.org

Dia de batalha

Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes.” – Ef 6.13

Ministério é sinônimo de guerra. Afinal, estamos lidando com a questão mais importante da vida, que é a salvação. Fazer com que pessoas que vivem nesta terra, respirando este mundo e seus prazeres, a desejar a eternidade ao lado do Senhor, é um desafio diário.
Além disso, a Bíblia fala de um “dia mau”. E o que vem a ser isso? Embora tenha-se a interpretação futurística, o contexto da carta está tratando de assuntos práticos. Não ignoramos o posicionamento escatológico da grande tribulação, que os dias que antecedem a vinda de Cristo serão mais difíceis – 2 Tm 3.1-5. Mas cremos que este termo pode ser observado em toda a história da Igreja. Este “dia mau” pode ser interno, de dentro da própria Igreja ou externa, de fora para dentro. A Igreja é composta de gente falha, pecadora, que dá oportunidade para o adversário agir. Essa expressão nos faz entender que, além das lutas diárias, há determinados períodos em que as batalhas são mais intensas. É um dia em que as trevas resolvem oprimir e atacar o povo de Deus com muita intensidade.
Muitos definem “este dia”, de forma figurada, como uma tempestade de areia no deserto, um terremoto, um furacão, um assalto relâmpago, uma bomba camuflada que explode… algo que chega de repente, complicando tudo, roubando esperança e a alegria de viver.
Não estava previsto na agenda e de repente, um escândalo, uma forte tentação, uma má notícia, uma divisão, uma traição, uma injustiça, ou mesmo algo simples quase transforma num palco de guerra. E por causa dessas coisas geram-se despesas, reuniões desgastantes, viagens, tempo, tristezas e perdas.
Bom seria se a caminhada da Igreja fosse sempre em “céu de brigadeiro” e não houvesse tribulações. Mas não é assim no ministério pastoral e devemos estar preparados. De vez em quando, enfrentamos um dia como esse. O Senhor deseja que sejamos vigilantes e alertou: “…sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. ” – Mt 10.16. Precisamos destas duas virtudes equilibradas: prudência e simplicidade. Ele também deseja que façamos tudo e ainda assim permaneçamos firmes, inabaláveis, de pé.
O dia mau é permitido, não para nos derrotar, mas para nos fazer fortes e crescer na graça e companhia dEle.

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Contra quem estamos lutando?

Não podemos negar que o mal existe e atua de forma sutil

Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.” – Ef 6. 11, 12
Temos três adversários gigantescos: O mundo (1 Jo 2.15-17), a carne, (Rm 7.18-25) e o diabo (Ef 6).
Em relação a este último, precisamos de equilíbrio e discernimento. Não podemos demonizar tudo (flores, animais, objetos, cores…), e culpar o Diabo por tudo. Isso é imaturidade. que pode até mesmo gerar distúrbios emocionais. Por outro lado, não podemos negar que o mal existe e atua de forma sutil. Basta lembrarmos de alguns episódios bíblicos como o Jardim do Éden, a história de Jó, as tentações de Jesus e veremos o Maligno atuando. A Bíblia ainda o chama:

  • Anjo caído – (Is 14.12-17; Ez 28.12-19).
  • Tentador – Mt 4.3.
  • Pai da mentira – Jo 8.44.
  • Assassino, ladrão e destruidor – Jo 10.10.
  • Adversário que ataca como leão – 1 Pe 5.8.
  • Acusador – Ap 12.10.

Quando Paulo escreve aos Efésios, não está supervalorizando o Diabo. É que com certeza, a guerra estava ocorrendo entre os irmãos, no nível humano. Não estavam enxergando as armadilhas espirituais. Então lhes diz que o mal existe, age organizadamente, com astutas “ciladas”, ardilezas, promovendo e atuando de forma espiritual através das “iniquidades”. As obras da carne são solos férteis para a semeadura maligna.
Pensemos nisso em nosso campo pastoral quando ocorrer divisões, escândalos, destruição de famílias, o pecado dominando, palavras ferinas… Podemos ter certeza que antes, durante ou após, veremos as trevas agindo. Muitos sendo fantoches nas mãos do Inimigo ao invés de instrumentos do Senhor.
O que fazer nestes momentos? Desistir? Jamais! Soldado do Senhor não se rende! “Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós. Tg 4.7. Para Deus a gente se entrega, para o mal a gente resiste. Irmãos a gente acolhe, ama incondicionalmente, perdoa, ajuda. Já o destruidor e suas obras a gente rejeita.
Não precisamos saber as coisas profundas de Satanás (Ap 2.24) e nem o ignorar. Precisamos de sabedoria, de discernimento, de vigilância e crescer na comunhão do Senhor que é o Todo-Poderoso e deseja que fiquemos firmes em nosso propósito de vida. Para isso fomos chamados. Quanto mais luz, menos trevas; mais Bíblia, menos ignorância; mais verdade, menos mentira; mais confissão, menos ressentimentos; mais amor, menos feridas abertas; mais Jesus, menos o mal.

Pr. Elias Alves Ferreira é integrante da equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Em guerra – A busca da excelência

Revesti-vos de toda a armadura de Deus…” – Ef 6.11

Como soldados de Cristo devemos buscar o melhor. Não podemos desprezar nenhum detalhe da armadura. Temos que considerar:
Primeiro, que a armadura é de Deus. O primeiro passo é sempre o Divino. Ele nos chama, nos capacita e disponibiliza as condições para vencermos. Isto é demonstração clara da graça de Deus. A armadura é doação do Senhor. A compreensão disso nos faz servos humildes, sabendo que todo dom perfeito vem do alto, do nosso Pai – Tg 1.17, e o Ministério só tem sentido quando é exercido em lealdade e para a glória dEle.
Segundo, aceitar o que Deus oferece – Revesti-vos. Esta é a nossa parte. Quem nos convoca oferece as armas certas. Antes do campo de batalha, a armadura. Acima das vestes visíveis, as invisíveis, das humanas, as espirituais. Não podemos sair de qualquer forma, achando que o nosso comissionamento, por si próprio, nos fará vitoriosos. Que apenas a nossa reflexão teológica será suficiente para nos sustentar.
Terceiro, a busca da excelência – “toda a armadura”. Deus oferece uma armadura completa, não devemos desprezar as partes que a compõem. As batalhas são exaustivas. E a armadura é riquíssima em seus detalhes e todos os dias precisamos dela. Por outro lado, há sempre algo novo para aprender. Aprendemos muito quando lemos, participamos de aulas ou palestras. Tudo isso é bom e recomendável. Nos faz práticos e convictos. Faz parte na busca da excelência. Porém, não desprezemos ninguém. Mesmo os irmãos mais humildes, também nos ensinam coisas indispensáveis para o desenvolvimento do Ministério. Um jovem, um idoso, uma pessoa simples que nunca estudou, pode nos dar dicas importantes. Em 1 Co 12:22, 23 lemos: “Antes, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses revestimos com muito mais honra; e os que em nós não são decorosos têm muito mais decoro”.
Em todas as atividades, façamos o nosso melhor. Queiramos tudo que venha de Deus. Não desprezemos nada que a graça Divina nos disponibiliza. E não esqueçamos que Deus pede o melhor da nossa parte, porque Ele nos deu o Seu melhor, Jesus Cristo.

Pr Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales e integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Você conhece seus filhos?

A grande muralha a ser vencida chama-se comunicação

Amor é conhecimento. Este tipo de conhecimento que estou falando é muito mais prático do que técnico, ele é produto de relacionamento. Ou você se relaciona, ou nada feito, seu conhecimento será como contemplar uma ilha distante no mar. Olhando da areia da praia, ela é linda, mas para conhecê-la mesmo, você tem que navegar até lá e explorá-la.
Sem relacionamento, não existe conhecimento. Relacionar-se dá trabalho, exige tempo, provoca conflitos, desencadeia crises, o que é bom, pois mostra falhas, revela acertos, aponta soluções e resulta em crescimento, maturidade.
A grande muralha a ser vencida chama-se comunicação. A maioria dos pais e filhos perderam a capacidade de conversar. Ambos, pais e filhos, cada grupo tem sua correria, interesse e necessidade peculiar, os mundos parecem muito diferentes. O abismo de gerações, cantado por João Alexandre, parece maior a cada geração.
Quantas famílias estão na igreja, mas seus filhos, aprontando todas. No início, ninguém sabe, mas logo, toda a igreja está comentando. De alguma forma, os pais acabam sabendo. Mas não fazem nada, ou porque não sabem o que fazer, ou, lamentavelmente, por falta de moral e autoridade. Sabe onde sua moral começou a ser perdida? Em uma palavra: comunicação. Faltou papo, interesse, diálogo, aproximação. Hoje, a muralha do silêncio está alta, sua casa desaprendeu os princípios da arte da fala.
Se você, na condição de educador que ama, quer resgatar a beleza do diálogo, comece. Pode ser absolutamente sem graça, seu filho poderá sentir um misto de situação tensa, ridícula, estranha, como eles dizem, “nada a ver”.
Mas comece e não pare. Você encontrará o jeito, a forma e a hora. Quando o casal do Éden deu uma escorregada fatal, Deus não se omitiu nem se calou, Ele procurou o casal, fez perguntas, insistiu. Cada versículo de Gênesis, após o pecado, está saturado de emoção. Do lado do céu é fácil perceber a decepção, a tristeza, a preocupação , o cuidado, a dor e o amor.
Com certeza, a conversa não foi fácil. Mas Deus, até nisso quis nos ensinar, pois Ele não precisaria conversar, dar explicação, bastaria exterminar todos os envolvidos e começar de novo. Graças a Ele, o recomeço aconteceu, mas conosco!
Invista tempo, jogue conversa “fora” com seus filhos, discipline quando for o caso, elogie muito, abrace, diga “eu te amo” todo dia, ouça as reclamações, vá ao shopping. O resultado é grandioso: você estará resgatando o canal da comunicação, sem que perceba, o “papo” vai começar a fluir. Então, você desarma o diabo e quando seu filho estiver ouvindo o pecado ou estiver em pecado, poderá dizer com todas as letras: “Filho, não faça isto, porque é pecado!”
Corra. Aprofunde o conhecimento em relação aos seus filhos. Isso é amor. Aí você entenderá a surrada frase, porém rica em significado: “Prazer em conhecer”.

Pr. Edmilson Mendes congrega na IAP em Pq. Itália (Campinas – SP) e integra a equipe do Demi – Convenção Geral.

Em guerra

A força do soldado!

Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.”- Ef 6.10
Paulo havia escrito a sua carta aos irmãos de Éfeso sobre a soberania e glória de Cristo, da salvação exclusiva pela graça, da riqueza da oração, da beleza da Igreja e sua funcionalidade através de chamados específicos, da grandeza do casamento e da família, no entanto, ao encerrar, não deixa de alertar: “Estamos em guerra”!
E se estamos em guerra, devemos nos considerar soldados. A primeira qualidade é a aptidão física, a nossa força. Não há regimento em que a prioridade não seja exercício físico. De igual forma, como soldados espirituais, devemos ser fortes espiritualmente.
Porém, essa força não deve estar centrada em nós mesmos. Não podemos nos fortalecer sozinhos. Não é errado procurar fazer o nosso melhor, aliás devemos, mas as ações de quem serve a Cristo devem receber a autenticação divina. Não é pela capacidade humana, porque esta credencial é de Cristo. Ele fez tudo por nós e devemos em tudo, ser dependentes dEle. Perceba que não é pelo Senhor, e sim “no Senhor”. Então, para ter esse fortalecimento devemos renunciar a nós mesmos e fazer uma entrega sem reservas à Jesus. Neste ambiente, nos fortalecemos na graça e na salvação, percebendo a boa, a perfeita e agradável vontade do Senhor (Rm 12:2). Primeiro Ele, depois trabalhar para Ele. Simbolicamente: primeiro os joelhos, depois as mãos.
O sucesso de um ministério não se mede somente pela intelectualidade ou pela oratória, mas pela vida devocional.
Em comunhão com Cristo, assuntos bíblicos conhecidos produzem vigorosas transformações na Igreja pela autoridade com que são transmitidos, por que são “…na força do seu poder”. Este “dinamis” que fala o original estará sempre à disposição de quem procura agradar ao Senhor acima de tudo. Seja forte, para a glória de Cristo!

Pr Elias Alves Ferreira, Demi – Convenção Geral

Respeitando nossa humanidade

Você já se sentiu exausta emocionalmente e incapaz de pronunciar uma simples oração?

A forte pressão que enfrentamos para apresentarmo-nos sempre fortes e espiritualmente firmes, por vezes, não nos deixa espaço para extravasar nossos sentimentos e emoções.
Vivemos momentos difíceis dentro do nosso mundo eclesiástico. Nossos líderes estão sofrendo, enfartando, alguns desistindo do ministério e da vida. Nossas mulheres estressadas, solitárias e entristecidas.
Fomos ensinados a não confiar em sentimentos, pois são falíveis. Aprendemos que em nossa vida espiritual eles são a última coisa em que se deve confiar, pois podem comprometer nossa espiritualidade. Desta forma, pensamos que devemos ignorá-los. Esta, no entanto é uma forma errônea de agir.
Deus criou o ser humano pra sentir uma variedade de emoções. Não devemos ignorá-las ou suprimi-las, mas cuidar delas.
Somos treinados a abordar a vida por meio de “fé e de sentimentos”. Seguindo esta ordem nossos sentimentos “menos nobres” como raiva, medo e tristeza devem ser suprimidos para não atrapalhar nossa jornada espiritual. E o que fazemos? Suprimimos, pois acreditamos não ter permissão para admiti-los ou expressá-los.
A negação de dores, perdas e das emoções ao longo de nossa trajetória torna-nos menos humanos. Trancamos nossas emoções e vivemos “vidas ocas”, nas quais sorrimos e todos acreditam em nossa “vida feliz”.
No entanto, como ouvir Deus e avaliar o que sinto com o coração tão fechado? Sentimentos fazem parte de nossa humanidade. Nosso Deus é pessoal e somos a sua imagem. Quando expressamos diante de Deus o que sentimos temos a oportunidade de avaliarmo-nos, trabalhar nossos sentimentos e aprender o significado bíblico de cada um deles.
Fomos criados à imagem de Deus, isto inclui todas as dimensões: física, espiritual, emocional, intelectual e social. Ele nos fez pessoas completas. Ao ignorarmos qualquer um destes aspectos teremos como resultado consequências destrutivas em nosso relacionamento com Deus, com o próximo e conosco.
A nossa jornada para viver a espiritualidade emocionalmente saudável começa com o “permitir-se sentir”.
A Bíblia relata que Jesus entristeceu-se (Mt. 26.37b).
Fomos feitos à semelhança Dele, e parte desta semelhança é sentir. Ser discípulo dele implica passar pelos os sentimentos, refletir sobre os mesmos e, então, ponderadamente, responder a cada um deles sob o senhorio de Jesus.
“Criou Deus, pois o homem a sua imagem e semelhança.” (..) “E viu Deus que era bom.” (Gn. 1.26). Inclusive nossos sentimentos (nossa humanidade).
Para refletir :
“A verdadeira vida espiritual não é um escape da realidade, mas um total compromisso com ela.” Scazzero (*)
1. Como anda minha saúde emocional? Dê uma nota de 0 a 10.
2. Tenho tido facilidade para expor os meus sentimentos a Deus?
3. Carrego algum sentimento oculto que me impede de viver minha espiritualidade de forma saudável.
Algumas atitudes nos ajudam a lidar com as situações mencionadas.
1. Aceitar nossa humanidade.
A Bíblia não esconde as falhas e fraquezas de seus heróis: Moisés, Davi, Jonas, Eliseu viveram momentos difíceis. Todos nós somos incompletos e falhos.
2. Não encobrir nossa fragilidade.
Outro grande homem de Deus, o apóstolo Paulo, reconheceu sua fragilidade e afirmou que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2 Co 12.7-10).
3. Manter-se em alerta.
Quando não processamos perante Deus exatamente os sentimentos que nos fazem humanos, esses acabam saindo de outra forma.
O trabalho para Deus que não seja nutrido por uma profunda vida interior com Deus acabará por ser contaminado por intrusos como desejo de poder, o ego e necessidade de aprovação.
*Scazzero, Peter. Espiritualidade emocionalmente saudável: desencadeie uma revolução em sua vida com Cristo, São Paulo: Hagnos, 2013 ,pg 34- 45.

Missionária Ilma Farias de Souza é pedagoga e educadora cristã, da Igreja Batista Nova Jerusalém, em Santos (SP)

Pastores esgotados

Epidemia – outro pastor que se esgota

A dor de um pastor é intensificada debaixo de impiedosos holofotes, enquanto a dor de outro é desconhecida. Ambas doem igualmente.
Não fica mais fácil. Não importa quantas vezes você ouça sobre isso. E estamos ouvindo muito sobre isso ultimamente. Em números epidêmicos.
Outro pastor anunciou à sua chocada congregação que ele não podia mais. Ele os amava. Ele estava orgulhoso do trabalho do Reino que haviam feito juntos por anos. Mas suas prioridades estavam desajustadas. Ele havia posto todo seu tempo e energia na igreja e havia negligenciado sua própria saúde espiritual e emocional. Ele pediu à congregação que orasse por ele e sua família enquanto enfrentavam a próxima fase difícil de suas vidas – sem saber o que esta fase traria.
Então ele reuniu a congregação de 20 pessoas na frente da igreja para orarem juntos uma última vez. Ele por eles. Eles por ele e sua família. Oraram, abraçaram, choraram e disseram adeus.
Enquanto escrevo esse artigo, aquele pastor está encaixotando seus pertences numa van para se mudar da pequena cidade que eles chamaram de lar por mais de uma década. Por agora, eles vão viver com os pais da esposa para se recuperarem.
Infelizmente, aquele pastor não foi o único a ter uma história dessas. Aconteceu com centenas. Este ano, milhares vão deixar o ministério, esgotados e machucados. De igrejas grandes e pequenas, em crescimento e estagnadas. Ouvimos quando os pastores famosos desistem ou se esgotam. É o preço da fama. E é muito alto. Tanto o sucesso quanto as falhas são ampliadas. Mas um preço diferente é pago por aqueles que não são conhecidos fora de suas famílias e pequena congregação.
Enquanto os sucessos e dores de pastores conhecidos são destacados, os sucessos e dores de pastores de igrejas pequenas são ignorados e esquecidos. Ambos são igualmente machucados. Ambos carregam o peso dos problemas que os levaram a deixar a igreja, e frequentemente o ministério. A dor do pastor da mega igreja é intensificada por falhar debaixo das luzes da ribalta, enquanto que a dor do outro é aumentada por cair no anonimato. Esquecido por quase todos. Ambos os cenários são tóxicos. Eles entristecem o coração de Jesus, prejudicam Sua igreja, devastam com as famílias dos pastores, arruínam ministérios e tornam difícil aos membros da igreja confiar num pastor novamente – ou confiar em Deus novamente.
Não precisa ser desse jeito. Não deveria ser desse jeito.
Precisamos abandonar as expectativas não bíblicas que foram colocadas nos ombros dos pastores. Ou que nós próprios colocamos nos nossos ombros. Pastores nunca foram destinados a carregar esse fardo tão grande. Nenhuma pessoa é capaz de ser pregador, professor, “lançador de visão”, CEO, líder, evangelista, ganhador de almas, angariador de recursos, conselheiro matrimonial, e todo esse modelo de virtude que esperamos que os pastores sejam – muitos deles enquanto trabalham a tempo inteiro fora das paredes da igreja.
Mas tem sido assim por tantos anos que às vezes parece uma locomotiva sem freio que não pode ser parada. Precisa ser parada.
Ninguém pode parar essa locomotiva a não ser nós, pastores.Precisamos dizer “não”. Para alguns de nós, isso significa dizer não às expectativas irracionais dos nossos membros, diáconos e oficiais da denominação. Mas para todos nós significa dizer não às nossas próprias expectativas não bíblicas. Dizer não a um paradigma que nós construímos e perpetuamos em volta de uma combinação dos nossos egos e inseguranças.
Nós não somos os construtores da igreja, Jesus é. Não somos capazes de nos matarmos de trabalhar emocionalmente e espiritualmente sem que alguma coisa quebre dentro de nós.
Não podemos continuar nos forçando fisicamente com poucas horas de sono, muita comida e pouca atividade física.
Não podemos continuar negligenciando nossas esposas e famílias enquanto queimamos a vela dos dois lados e não esperar que todo mundo – nossas famílias, igrejas e nós mesmos – pague um enorme preço por isso.
Precisamos redefinir com que o sucesso ministerial se parece, porque muitas pessoas boas estão sendo machucadas enquanto perseguimos nossa atual e insuportável versão de sucesso.
Faça uma pausa hoje. Respire. E ore.
Ore pelos pastores feridos, conhecidos e desconhecidos, que deixaram uma igreja que eles amavam – e talvez ainda amem.
Ore pelos pastores famosos sofrendo debaixo da insuportável luz da ribalta.
Ore pelos pastores desconhecidos que se sentem perdidos e esquecidos.
Ore pelas famílias que suportaram anos de dor em silêncio, e que agora têm suportado ainda mais.
Ore pelos membros da igreja que não sabem se se sentem bravos, tristes ou outra coisa.
Ore para que o Deus que prometeu que Seu jugo era suave e o seu fardo leve, alivie os fardos mais pesados que nós colocamos sobre nossos próprios ombros. E que troque por Sua paz, Seu conforto e Sua esperança.”

Karl Vaters – Christianity Today

Os desafios da esposa de pastor

A sensação de estar exposta em uma “vitrine 24 horas”

Ser esposa de pastor é um desafio, pelas expectativas geradas pela igreja e, em alguns casos, pelo próprio marido. Algumas esposas de pastores se sentem sufocadas e sobrecarregadas, por não saberem lidar com esse desafio. É a sensação de estar exposta em uma “vitrine 24 horas”. Pode parecer exagero mas é o que realmente acontece!
O grande desafio, pelo menos para mim, é tentar se equilibrar em ajudar a igreja e o marido, sem se sentir sobrecarregada. Isso é possível e gostaria de compartilhar algumas atitudes que têm me ajudado:
Excessos de compromissos
Tenho um acordo com meu marido de não assumir grandes cargos, mas ajudar no que estiver ao meu alcance. Mesmo porque é quase impossível conseguir conciliar uma responsabilidade muito grande e a agenda do pastor, e é necessário que a esposa o acompanhe, na maioria das vezes. Isso não só faz com que ele se sinta mais confiante e amado, como faz com que a comunidade veja que seu pastor tem uma mulher zelosa.
“O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo. Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
Provérbios 31:11,12
Seu marido é sua prioridade
Ouvi uma amiga dizer que “ser esposa de pastor é um ministério, e sua principal preocupação deve ser com seu marido, pois ele cuida de uma comunidade inteira e quem cuidará dele? ” Isso é verdade! Por isso, faço a seguinte pergunta: o que tem ocupado mais seu tempo? Os filhos? Seu trabalho ou estudos? Invista tempo com seu marido. Devemos entender que Deus nos escolheu para ser esposa de nosso marido e isso deve ser encarado como um privilégio, não um peso.
Questão financeira
Li em um artigo que as esposas de pastores deveriam fazer um curso de como manter a casa suprida de tudo e andar com a família bem arrumada, com pouco dinheiro. ?! Pode parecer engraçado, mas é a realidade. Temos que nos preocupar com a vida financeira do marido. Ajudá-lo no que for necessário para não entrar em dividas ou para sair delas. Isto é uma tarefa difícil, principalmente para nós, mulheres, que gostamos de gastar (rs)! Mas conheço muitas esposas de pastores que buscaram opções, algumas resolveram trabalhar fora em funções diversas, outras investiram nos estudos e hoje são formadas com uma excelente carreira. E somaram no orçamento da família.”
“Ela nunca tem preguiça e está sempre cuidando da sua família” Provérbios 31:27
Não viva em função dos outros
“Não deixe que a opinião dos outros regule a sua vida. Respeite a sua própria opinião e não viva em função daquilo que os outros esperam que você seja ou faça.”
Aprendi isso há pouco tempo, quando eu entendi quem eu era. Quando eu entendi que precisava respeitar meus limites. Ajudar é bom, mas a partir do momento que você quer provar ou mostrar algo que você não é, pode ter certeza de que você não está caminhando de maneira correta.
“A formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, mas a mulher que teme o Senhor será elogiada.” Provérbios 31:30
Ore por seu marido e pela igreja
Esteja em constante oração, pois os ataques do inimigo estão por todos os lados, principalmente, na família do pastor. Devemos pedir ao único e poderoso Deus que proteja nossa casa e a igreja dos ataques do inimigo. A oração do justo é poderosa e eficaz.
É uma honra ser casada com um pastor
“Apesar dos desafios entenda que é uma honra caminhar, chorar, sorrir, dormir e acordar ao lado de alguém que foi separado por Deus para ser seu ministro aqui na terra. Alguém que, um dia. achou uma mulher que o escolheu e ele a escolheu para estarem juntos, até que a morte os separe.”
“A casa e os bens vêm como herança dos pais, mas do Senhor, a esposa prudente”. Provérbios 18,22.

Verônica Braz é estudante de psicologia e casada com o Pr. Samuel Braz, da Convenção Paulistana Leste da IAP. Publicado originalmente em seu blog: https://meusolharesblog.wordpress.com/

É bom lembrar do que Deus fez

Como um tapeceiro, ele desenha nossas vidas diariamente

Não sei se você, esposa de pastor, é como eu, mas ao começar minhas orações nos momentos de grande tribulação e desafios, começo despejando todas minhas aflições, necessidades, petições e assim vai… O desespero toma conta de nossa mente, o estômago se torna um buraco gelado. Nestas horas choramos aos pés de Cristo, imploramos por sua ação e socorro e literalmente derramamos nossa alma e coração na presença de Deus.
Tudo isto está correto. Mas eu e você precisamos primeiro reconhecer dentro de nós quem é este Deus a quem clamamos. O Deus Todo-Poderoso, o Deus eterno, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O Deus que é o mesmo ontem hoje e para sempre.
Sei que sabemos e cremos nestas verdades, mas nos momentos de agonia e desespero acabamos sentindo tudo isso muito distante de nós, como se fosse apenas frases de efeito ou como se Deus não agisse mais em nosso tempo.
Por isso, quando estou nestes momentos de angústia sentindo que até o ar quer me faltar, busco exercitar minha memória e vou me lembrando de cada momento fantástico que este mesmo Deus proporcionou na minha vida, experiências onde Deus esteve bem na minha frente me livrando de acidentes, momentos em que vi o mar se abrindo através da cura instantânea da febre da minha filha, no cuidado e proteção com a vida do meu filho, na coragem diária que Ele me dá de colocar meus pés para fora da cama e me levantar dia após dia, sabendo todas as batalhas que vou enfrentar…
Então entendo que se começarmos nossas orações relembrando todas as bênçãos e presentes dados a nós diariamente, veremos que Deus tem estado ao nosso lado sempre. Que Ele é sim o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas também é o meu Deus e Deus de cada um de nós. Vamos nos surpreender com cada um dos milagres que não tínhamos percebido em nossas vidas. Como um tapeceiro, o meu Deus e o seu Deus está desenhando nossas vidas e nossas histórias com cuidado, capricho e total domínio sobre todas as coisas. Deus é bom e fiel. Louvado seja o Senhor!
“Deem graças ao Senhor porque ele é bom, e o seu amor dura para sempre.” (1 Crônicas 16:34)

Dsa. Maria Regina Guimarães Longo Mendes congrega na IAP em Jd. Pq. Itália (Campinas – SP) e integra a equipe do Demi – Convenção Geral.