O que é ser filha de pastor?

É um exercício diário de como dividir o pai com muitas pessoas. Muitas vezes, ele atende primeiro a Igreja. Mesmo que seja o dia de descanso, não raro vejo o meu pai atendendo algum irmão, não porque alguém exija que ele faça isso, mas simplesmente porque ele ama a igreja e quer cuidar dela da melhor forma possível. Ser filha de pastor é se acostumar com a ausência do pai devido à agenda missionária, com viagens longas e de difícil acesso. Ser filha de pastor é, em muitas situações, não ter um nome. É ter muitos olhos sobre você, a sensação de que você não pode errar, não faltar aos cultos e sorrir sempre. É não ter amigos de infância, devido às muitas mudanças de cidades.

Mas não é só isso. Ser filha de pastor é ser amada e cuidada por muitos. Quando meus pais não estavam presentes, havia pessoas que cuidavam de mim e dos meus irmãos. Nos cultos do Dia do Pastor, sempre fomos lembrados. Eu posso não ter a lembrança de um amigo de infância em específico, mas tenho muitos amigos em várias cidades, pessoas que eu respeito e amo muito.

Amo ser pastoreada por meu pai, aprendi e ainda aprendo muito com ele. Sou uma grande admiradora do meu pai e da minha mãe, que disseram “sim” à pregação do Evangelho, sem questionar. Com eles, aprendo a amar a igreja de Cristo e sempre dar o meu melhor por sua obra.

Há muitas questões envolvendo o “ser filha de pastor”, as quais ainda me desafiam e estou aprendendo. Nesta caminhada, Deus é meu amigo presente. Ele sabe tudo a meu respeito, me ama e me compreende.

 

Ana Paula Martins, 31 anos, congrega na IAP do Brasil Novo, em Presidente Prudente (SP)

 

 

Ser pastor em tempos de pandemia

Ser pastor em tempos de pandemia

Em março de 2020 a pandemia de coronavírus assombrou o mundo. Ficamos todos muito assustados com as notícias de mortes e internações causadas pela COVID-19 e tivemos que ficar recolhidos em nossas casas por um bom tempo.  Esse cenário, nunca antes enfrentado por nossa geração, me levou ao seguinte questionamento: “Como a igreja irá cumprir a missão de Deus diante desse cenário caótico?” A resposta não nasceu de imediato; na verdade, os desafios desse tempo me levaram à várias reflexões e ações.

1 – Me olhando no espelho

Ao me olhar no espelho, vi minhas próprias emoções e limitações e, por conseguinte, minha fé.  Percebi que, como qualquer outro ser humano, senti medo, insegurança e total dependência dos cuidados de Deus. Cheguei à conclusão de que, assim como eu, as pessoas que pastoreio também estavam passando por algo parecido ou até pior. Com isso em mente, entendi que era extremamente importante consolidar aquilo que Deus estava falando ao meu coração. Primeiro: Ele me chamou para ser pastor nesse tempo, e me daria as estratégias para o cumprimento da missão. Em segundo lugar: me relembrou que nunca perdeu o controle do universo, inclusive da minha própria vida. Quando testei positivo para COVID-19, minha oração foi: “Deus, estou em tuas mãos”. E por fim, mesmo diante das más notícias, essa seria uma grande oportunidade de compartilhar palavras de esperança. Após ter essas estruturas consolidadas em meu coração, pude com segurança dar o segundo passo.

2 – Compartilhando esperança

Com o passar dos meses, percebi que a pandemia estava alcançando a minha família, a igreja e amigos. Minha presença nos cemitérios passou a ser rotineira; em uma semana cheguei a fazer quatro cultos fúnebres. Em março de 2021 perdi uma querida amiga, vítima da COVID-19.  Como não foi possível velar o corpo no cemitério, tomei a decisão de chamar a família e os amigos e levei-os a um lugar pouco movimentado onde pude compartilhar palavras de esperança. Disse aos presentes que Deus sempre esteve no controle da história de nossa querida amiga e que, aos olhos Dele, a morte não é derrota para os cristãos, e que um dia a veríamos novamente. Após essas palavras, vi no rosto dos presentes uma expressão de aceitação do que havia dito.

Nesse tempo, a IAP Santo Amaro criou um projeto chamado “Compartilhando esperança”, onde os membros dessa comunidade gravavam pequenos vídeos que diariamente eram divulgados no grupo de membros, alcançando até as pessoas que não tinham um relacionamento com Jesus. Como não podia haver cultos presenciais, nossa convivência era mantida por meio das mídias sociais. Assim, muitas mensagens foram compartilhadas, levando renovação através de uma única palavra, esperança.

3 – Luz, câmera, missão

Com a pandemia, tivemos que aprender a lidar com coisas novas, como câmera, iluminação, posicionamento, linguagem, atendimento virtual, etc. Chegamos à reflexão que essas eram as ferramentas que Deus permitiu para alcançar não somente os membros da igreja, mas também para o cumprimento da missão. A mensagem, antes compartilhada apenas naquela comunidade nos cultos de celebração, teve seu alcance aumentado e passou a ser vista em outros estados e países.

Como pastor, entendo que é minha a função de equipar a comunidade com ferramentas para o cumprimento da missão. E nesse tempo, com o uso da tecnologia, foi promovido na IAP Santo Amaro, treinamentos virtuais. Um deles, chamado de capacitação missional, tem como proposta refletir sobre os caminhos possíveis para que uma igreja cumpra a missão que Deus confiou a ela, sem corromper os princípios bíblicos, sendo contextualizada e relevante para as gerações.

O mais desafiador, diante da virtualidade, é o entendimento de que somos apenas servos e que devemos glorificar a Deus em todas as coisas.

 

Fabiano Souza Santana é pastor na IAP em Santo Amaro (SP)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais amor pelos filhos e filhas de pastores

Uma esposa de pastor ouvindo umas criticas ácidas e irônicas porque uma de suas filhas estava sem frequentar “a igreja” por meses e também estava namorando um rapaz de fora da igreja, desabafou:
“Eu gostaria que as pessoas compreendessem que nós ensinamos aos nossos filhos a fazer boas escolhas, mas, às vezes, eles não as fazem.”
Filhos de pastores e líderes – e os filhos de qualquer mortal – nunca serão perfeitos. Exigir que um filho de pastor seja “pregador”, “cantor”, “do ministério” é fazer uma pressão que o Eterno não faz.
Piadas sobre filhos do pastor e de líderes espirituais deviam ser evitadas a todo custo. A bondade cabe em todo lugar. Filhos de pastor não devem ser tratados pelo próprio pastor como se não fossem sujeitos às mesmas falhas e orientações de qualquer pessoa e precisam de orientação e disciplina bíblica.
Filhos de pastor devem aprender a caminhar na fé, assim como os filhos de qualquer outra pessoa. Filhos criados “na igreja” ou de fora da igreja precisam de incentivo, orações e amor para tomarem a decisão por Cristo e permanecerem seguindo a Cristo. Isto também é estender graça às famílias.
Pr. Jeremias Pereira  @prjeremiaspereira

Seja grato… apesar do ano

É muito provável que você tenha feito vários planos no final do ano de 2019 para o ano vindouro, mas logo no começo de 2020 percebemos que definitivamente as coisas não estavam em nosso controle.

Para grande parte da população mundial foi um ano marcado por perdas! A equipe do MVP realizou uma enquete, em que 69% das pessoas relataram que perderam alguém no ano de 2020.

Muitos perderam a saúde, emprego, entes queridos, outros perderam a oportunidade de passar tempo com a família, alguns perderam sonhos, o ânimo, muitos perderam a fé, pessoas perderam oportunidade de viajar e mais de 1,5 milhão de pessoas perderam suas vidas.
Se olharmos para trás, pode ser que vejamos mais lágrimas do que sorrisos!
Será possível ser grato mesmo diante de um ano assim? A Bíblia traz respostas empáticas e animadoras que dizem SIM.

O maior motivo é esse: Deus esteve presente ao seu lado todos os dias ( Sl 23.4, Hb 13.5, Mt 28.20)

Quando você chorava, Ele estava ali, quando você intercedia por alguém, ali Ele estava, quando você estava aflito, ansioso, preocupado, desesperado, Ele estava ao seu lado, quando você se perguntava o porquê de tudo isso, o Seu Deus Emanuel estava com você!

Quando você não conseguia dormir, quando seu coração estava dilacerado, O Deus Espirito Santo estava para te consolar!
As verdades de Sua palavra nos ajudam a trazer a memória o que pode nos dar esperança.
Por favor, leia Salmos 139:1-17, é encantador!

Você pode ser grato pela cura, pela restauração, pelo novo emprego, pela família reunida, por poder congregar novamente, pelo nascimento de um filho, por ter comida na mesa, pela tecnologia, mas se ainda assim, não encontrar motivos…seja grato pela presença de Deus em sua vida, mesmo quando você não vê, quando você não sente, Ele está!

Ele é O Deus Emanuel – Deus conosco, é fiel, não mente!

Creia em Seu amor, Sua graça, Seu perdão, Sua palavra, Seu poder, faça uma pausa, respire fundo e agradeça porque você não esteve, não está e não estará sozinho!

Por Danúbia Guarnieri

Transformai-vos pela live

Técnica boa com conteúdo ruim não engana ninguém

Romanos 12:2 é um texto bem conhecido nosso. Em seu núcleo, o apóstolo Paulo nos provoca, nos alerta, nos indica um item que não pode faltar em nosso ministério: “… transformai-vos pela renovação do vosso entendimento…”. Sei que a maioria já fez sua particular exegese neste texto, de tão famoso e conhecido. Mas me concedam uma licença poética sobre o mesmo.
O apóstolo não sabia nada a respeito da pandemia que se abateria sobre o mundo em 2020, muito menos como seria atual e urgente para os nossos dias as suas palavras à igreja de Roma. Uma das marcas destes tempos de isolamento e distanciamento social sem dúvida são as lives. Entraram em nossas igrejas e ministérios sem pedir licença, apenas entraram, se instalaram e uma nova realidade foi posta na mesa.
Alguns já renovaram, alguns resistem em renovar e outros estão no meio do processo. O fato é que a renovação do entendimento sobre a importância de uma transmissão bem feita, minimamente aceitável, convenceu a maioria de nós.
Mas não nos enganemos: técnica boa com conteúdo ruim não engana ninguém. Você pode ter boa imagem, bom som, mas se o conteúdo for ruim a audiência vai embora zapear em outras lives.
Lado bom. Se conseguirmos equilibrar boa técnica com bom conteúdo, teremos marcado um golaço. O resultado pode ser verificado pelos testemunhos de muita gente que está sendo alcançada, gente que jamais viria em nossos templos, mas que estão permitindo nossa entrada em suas casas.
Alguns já se sentem parte da comunidade que conheceram virtualmente.
Lado ruim. Se o equilíbrio não for conseguido, o risco de perder boa parte da membresia é real, pois em casa, as pessoas estão degustando outras opções além daquelas a que estavam acostumadas a cada sábado, domingo, quarta… Aí, a recuperação do público, do ânimo, da motivação, da fidelidade, do compromisso, pode vir a ser um trabalho monumental e ingrato.
Minha sugestão? Abrace Romanos 12:2 com todas as suas forças, talentos, vocações. Reúna sua liderança e se abra para ouvir sugestões. Pese tudo na balança da Palavra, absorva o que for bom, rejeite o que não tiver a ver e permita-se a renovação do seu entendimento. Não se conforme. É urgente que continuemos, como igreja, a oferecer nosso culto vivo, santo e agradável a Deus no presencial, mas, mais do que nunca, também no on line.
Pr. Edmilson Mendes é responsável pela IAP pela IAP do Parque, em Campinas (SP) e atua no Ministério de Vida Pastoral – Geral.

503 Anos da Reforma – Somos renovadores e não inovadores!

Somos renovadores e não inovadores! – Lancelot Andrewes
“Pois não me envergonho das boas-novas a respeito de Cristo, que são o poder de Deus em ação para salvar todos os que creem…” (Rm 1.16 – NVT)
Você já parou para pensar que o Evangelho são as boas novas de Deus, não porque são novidades, mas porque e sobretudo, o Evangelho são as boas notícias renovadoras de Deus. Esta revelação é progressiva e constante a cada que meditamos em sua Palavra.
“Lutero e os demais reformadores não inventaram moda. Eles deixaram claro que a fé evangélica é a fé cristã em sua forma original e autêntica”1.
O Evangelho de Cristo nunca envelhecerá, pois ele reflete verdades absolutas e relevantes para todas as gerações, inclusive as que virão, e continua eficaz para trazer sentido de vida ao que crê em Jesus, promovendo transformação de vida: “Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início” (2 Co 5.17 – NVT).
A Reforma Protestante não acabou. O Evangelho continua renovador e renovando: “Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme, por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês” (Rm 12.2 – NVT).
A Reforma Protestante de Lutero, que completa 503 anos em 31 de outubro, está baseada em cinco doutrinas, ou os Cinco Solas. Sola Scriptura (Somente a Escritura) – tudo o que somos, cremos e tudo o que fazemos precisa estar em obediência ao que a Bíblia diz. Ela é a Palavra de Deus, somente ela! (2 Tm 3.16-17). Solus Christus (Somente Jesus) – não existe outra forma de termos o relacionamento com Deus a não ser por meio de Jesus Cristo (1 Tm 2.5). Sola Gratia (Somente a Graça) – graça é um presente que nós não merecemos. Não somos salvos pelo que fazemos. A salvação é de graça, pela graça. Quem pagou o preço foi Jesus, na cruz, morrendo pelos nossos pecados (Ef 2.8, 9). Sola Fide (Somente a Fé) – para sermos salvos, é preciso ter fé em Jesus Cristo. É Deus quem nos dá fé suficiente para crermos em Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor. Esta fé é dom de Deus (Gl 3.11). Soli deo Gloria (Glória somente a Deus) – tudo o que fazemos (tudo mesmo) é para a glória de Deus, ele deve ser sempre o primeiro em tudo (1 Co 10.31).
Muito embora esse acontecimento na história foi marcante para a igreja e o mundo, tanto para aquela geração e quanto para a nossa também, às vezes fazemos da Reforma Protestante de 1517 um conto de fadas, algo distante. Mas é preciso destacar que a Reforma não descobriu a Bíblia.
Temos uma igreja cheia de bíblias, mas, ao mesmo tempo perguntamos: temos o Evangelho? Na Tese 93 de Lutero, ele registrou: o verdadeiro tesouro da igreja é o evangelho. Há diferença entre conhecer a Bíblia e conhecer o Evangelho. “Não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê…” (Rm 1.16)
O reformador é alguém que descobre o Evangelho em igrejas cheias de Bíblias. A igreja reformada precisa se reformar a cada dia até que ela seja glorificada, na volta de Jesus. Para quem defende que a igreja está estagnada ou perdeu o seu brilho, eu respondo: o Evangelho é o Leão, que tem garras, poder e força2. Qual a missão do Reformador? Abrir caminho para o Leão, deixar o Evangelho livre para confrontar o pecado e a cultura idólatra. Portanto, uma reforma legítima da igreja não acontecerá a não ser que o Evangelho seja lembrado, valorizado e seja vivido intensamente por fé e graça; influenciando nosso estilo de vida a ponto de refletir o amor de Jesus Cristo por todos os pecadores.
Tenha coragem de soltar o Leão, deixe o Evangelho fazer a parte dele. A Reforma é uma tarefa inacabada.
Pr. Elias Higino Roberto é responsável pelas IAPs em Sumaré e Jd. Primavera, ambas na Convenção Paulista. Atua no MVP – Convenção Geral e Paulista.

Encontrando consolo na Palavra para consolar os outros

A Bíblia é fonte de consolo e inspiração sempre!

“Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” – Rm 15.4 (ARA)
 
Vivemos um período de isolamento social. A expressão em Inglês “Low Touch”, ou pouco contato, define o período de pandemia produzida pelo Covid 19. Isto moldará uma nova geração com novos hábitos de higiene, de saúde, de política, de consumidores e de relacionamento social. E, por que não dizer, novos hábitos de fé?
Além dos decretos governamentais, há aqueles que decretaram para si próprios, um lockdown pessoal. O seu próprio confinamento. As pesquisas avaliam que um número alto da população terá influência negativa na área da saúde mental provocando crises de ansiedade e depressão.
Porém, aqueles que creem num Deus Todo-Poderoso, pessoal, que age por meio da sua soberania, que nos deu Jesus de presente lá na cruz, encontrará forças na sua Palavra.  E o que a Bíblia é para nós?
A Bíblia é inerrante e infalível – “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito”.  Nada se perde nas Escrituras. Nada está por acaso. Ela não enruga, não mofa, não envelhece. Todas as histórias, todos os princípios, todos os valores, todas as promessas, produziu vida no passado, produz no presente e produzirá no futuro. Ela é a nossa fonte de ensino normativo e autoritativo. Por meio da Palavra crescemos espiritualmente; descobrimos Jesus, o tema central; e de uma forma especial, a grandeza, o desejo, o propósito de Deus para as nossas vidas.
Ela é terapêutica – “paciência e pela consolação das Escrituras”. “Paciência” e “consolação” são verdadeiros bálsamos e antídotos contra o estresse, o desânimo, a falta de coragem, a tristeza e a baixa autoestima. Os personagens bíblicos nos desafiam a viver uma vida frutífera que glorifica o nome do Senhor.
Ela nos faz vitoriosos“tenhamos esperança”. A Bíblia é uma fonte de poder espiritual. Uma fonte inesgotável de esperança para o presente que nos faz dar mais uma chance para nós mesmos e nos leva a suplantar as situações tirânicas da vida. Mas, ela também nos confere uma esperança escatológica, como escreveu Champlin.[1] Ou seja, nos faz respirar, saudar o futuro e sonhar com a felicidade eterna ao lado do Senhor.
Gostaria de viver na plenitude da graça e ministrar ajuda aos outros? O prazer pelas sagradas letras, conforme o primeiro dos Salmos, determinará a profundidade e a qualidade da vida espiritual.

Pr. Elias Alves Ferreira  congrega na IAP em Prado Velho (PR) e atua no Ministério de Vida Pastoral Geral
[1] Champlin, Russel Norman, N. T. Interpretado, Candeia, São Paulo, SP, 1995 – Vl 3 (856)

Aposentado, mas não inútil

Passe adiante o que Deus lhe deu

Quando a merecida aposentadoria chega, muitos entendem de forma errada de que o que resta é a passividade e a inutilidade. Por pensarem de que a missão acabou, tomam a atitude de esquecer de viver e aguardar a morte.
Seria isto que Deus quer para os que estão na terceira idade? Com certeza não. Citando alguns personagens bíblicos lembramos que Noé tinha 600 anos quando construiu a arca. Abraão recebeu um chamado especial quando tinha 75 anos e foi pai aos 100 anos. Jacó estava com 97 anos quando lutou com um anjo. José, com 110 anos, deu ordem a respeito de seus ossos. Com 80 anos Moisés foi usado por Deus para libertar Israel do Egito. Com 85 anos Calebe assumiu a sua herança na terra prometida. A viúva Ana estava com 84 anos quando se alegrou e profetizou a respeito de Cristo Jerusalém. Paulo se denominou o velho quando escreveu para Filemon. João tinha em torno de 90 anos quando teve as visões apocalípticas em Patmos.
Assim, temos que ter consciência dos propósitos de Deus para as nossas vidas. Não podemos esquecer de que O Pai nos amou, o Espírito Santo nos convenceu do pecado e Jesus nos salvou pelo Seu precioso sangue. Que maravilha!!! Uma exclamação de “glória a Deus” por tudo isso é muito pouco, ainda bem que teremos a eternidade para adorá-Lo sem limites.
Somos palmeiras plantadas nos átrios do Senhor para cumprir o sublime dever de frutificar em todo o tempo e isto inclui a velhice.
E desde as primeiras profissões dadas à Adão como jardinagem, agricultura e biotaxia (dar nome e classificar os animais) até as dos nossos dias, as quais, aliás, em constantes mutações, são oportunidades dadas por Deus para glorificá-Lo.
Você já está seguro em Cristo e conta com a proteção de Deus: “Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os susterei e eu os salvarei.” Is. 64.4. “Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão. ” – Sl 37.25
Durante a sua vida teve experiência em muitas coisas, mas o que você mais ama? Perceba, não o que você mais sabe. Porque o melhor para fazer na terceira idade deve ser movido pelo amor. Porque não pôr uma cereja no bolo da sua história?
Se você trabalhar na terceira idade, fará um grande favor ao seu corpo, exercitando-o. Isto será bom.
Se trabalhar e ensinar alguém o que aprendeu, você estará passando os seus conhecimentos adiante, discipulando. Isto será ótimo.
Se trabalhar, discipular, escrever, gravar ou filmar você multidimensionará e perpetuará seus pensamentos por muitos anos. Isto será excelente.
Nunca é tarde para aprender, começar, repaginar ou concluir algo pessoal. Mas faça do seu jeito, na sua velocidade. É muito propício o pensamento de Clarice Lispector: “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe. ”
Não esqueça também da grande lição geográfica do Mar da Galileia e do Mar Morto. O Mar da Galileia recebe as águas do Rio Jordão e as doa, deixando seguir o seu curso, por isso é cheio de vida e peixes. O Mar Morto apenas recebe as águas do Jordão e por apenas represá-las não possui nenhuma vida. Então passe adiante o que Deus lhe deu.
Além da vida, da sabedoria e da experiência, Deus também lhe deu uma linda coroa. Valorize-a!!! “O cabelo grisalho é uma coroa de esplendor, e se obtém mediante uma vida justa. ” – Pv16.31.
Pr. Elias Alves Ferreira, jubilado, atua no Ministério de Vida Pastoral Convenção Geral

O Dia das Mães é festivo para você?

As mídias preparam lindas propagandas com muitos corações e músicas melodiosas. Há festas nas escolas, as lojas são decoradas, há promoções nos comércios, enfim, existe uma grande movimentação pra celebrar essa data.Mas, é uma data festiva para você?
Talvez, como eu, você seja feliz e tenha motivos para celebrar por ter filhos e por ter uma mãe, mas talvez essa data traga a você lembranças amargas. Talvez sua gravidez foi indesejada, talvez você não goste de ser mãe ou talvez você deseje intensamente ser mãe, mas por alguma razão não pode. Talvez essa data seja dolorosa porque a sua amada mãe já não está mais viva e você não pode dar aquele abraço carinhoso. Pode ser que você tenha uma mãe maravilhosa, presente, amiga, mas pode ser que sua mãe tenha problemas, vícios, e é você quem se torna responsável por ela. Pode ser que você converse com sua mãe todos os dias pelo telefone, WhatsApp, mas pode ser que você tenha discutido com ela e não estão se falando.
Pode ser que hoje você esteja se sentindo culpada por trabalhar muito e não ter tanto tempo para seus filhos, ou por ter perdido a paciência e dito coisas erradas e se sentir uma péssima mãe. Você pode ter abortado e rejeitado um filho.
São tantas realidades, são tantos sentimentos… então, como encarar esse dia?
Crendo que absolutamente todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28), crendo que absolutamente tudo o que Deus faz é bom e perfeito. Portanto, se sua mãe é amável ou não, estando presente ou não, você tendo filhos ou não, absolutamente tudo está debaixo do controle do nosso Amado Pai e Ele está usando tudo isso para aperfeiçoar o caráter de Cristo em sua vida.
Se você puder celebrar esse dia, faça-o! Mas se você não puder celebrar, glorifique ao Senhor que te ama e está cuidando de você, com um amor que não muda, não falha e não abandona!
Feliz dia do Criador das mães, dos pais, dos filhos, da vida!

Pastor, muito obrigada por não desistir de mim!

Tem palavras que ouvimos na carreira pastoral que servem como um grande motivador em momentos de incertezas e desânimos. Acredito que todo líder de pessoas, em algum momento, tenha pensado em parar. Os motivos são vários. Alguns deles são defensáveis, outros não.  Há dia em que o homem, a mulher, a serviço do Senhor, a exemplo de Elias, não tem vontade de sair, levantar, conversar. Quer ficar na caverna. Seria o dia das coisas pequenas? Não o compreendendo, despreza-o. (Zc. 4:10). Seria o dia mau? Não revestido, nele, cai. (Ef. 6:10).
Talvez obcecados em bater metas, alcançar resultados, não nos alegramos nos dias das coisas pequenas. Dia de pouca pesca. Talvez imodestos e vaidosos, não nos preparamos para o dia mau. Inevitável! Talvez a intromissão que desanima seja apenas cansaço, que pode ser vencido por uma noite bem dormida, bem família ou bem pernas para o ar. Além dele, o cansaço, não descarto a frustração, o medo e aquela discreta sensação de inoperância. Todos esses indesejáveis sentimentos em algum dia nos habitam. Fazem-se hóspedes por pelo menos uma noite na mente de todo bom líder. Mas mesmo que todos estes sentimentos venham de uma só vez, desesperar, desistir, não é a melhor saída. “Se enfraqueces no dia da angústia, a tua força é pequena (Pv 24:10)”.  Neste tempo amargo, o melhor é reconhecer a tristeza e o abatimento da alma, apontando-lhe com ousadia o esperançoso final feliz. “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”. (Salmos 42:11)
Eu há um bom tempo sou pastor voluntário de igreja, aliás, de uma única igreja. Essa parceria caminha para três décadas. Imaginem as histórias: já chorei, já sorri. Já fiz chorar, mas também já fiz sorrir. Aprendi, aprendemos juntos, igreja e eu, que existem dias e tempos para todas as estações. Bons e ruins, de abraçar e afastar-se. Em meio a eles, descobrimos o poder das boas palavras.  “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo”. (Prov. 25:11). Deus fala do meio de nossos redemoinhos.
Sabrina, uma jovem que congrega comigo, em bom tempo deu-me uma dessas palavras, maçãs de ouro em bandeja de prata. Quando a conheci, estava no abrigo do conselho tutelar, lembro perfeitamente de seu jeito calado, não parecia importar-se com o que eu falava, mas mostrou-se gentil. Ela já veio e foi algumas vezes. Já sofreu um péssimo bocado na vida, mas sempre reage. Hoje se senta nas últimas fileiras, está “rechegando” para o meio, onde está o seu lugar. Por intermédio dela Deus acrescentou à igreja, sua irmã, o cunhado e a sobrinha. Ela é muito forte. Luta contra o preconceito, a pobreza, a indiferença.  Quando penso nela, vejo que suas lutas são maiores que meus desânimos. Recentemente com uma pequena mensagem no celular, deu-me um claro motivo para continuar. “Pastor, muito obrigada por nunca desistir de mim”.
Pr. Ismael Pinto Narcizo é professor, especialista em Educação e  responsável pela IAP em Douradina (MS).

Como pastorear em tempos de isolamento social

Com o avanço da pandemia do coronavírus, deparamo-nos com uma situação inimaginável: a suspensão dos cultos e reuniões, para evitar a propagação da doença. O isolamento social está sendo recomendado, mas sabemos que se os números de infectados continuarem aumentando, será obrigatório. Como pastor, é muito importante que você se organize para continuar cuidando do rebanho, mesmo à distância:
1 – Priorize sua vida devocional. Você terá de estar alimentado para alimentar a fé dos outros. Ver as notícias é importante, mas cuidado para não gastar tanto tempo nisso de forma que não haja tempo com Deus e sua fé fique abalada.
2- As visitas não poderão ser presenciais neste período. Então, liste os membros de sua igreja e organize sua rotina para manter contato com todos. Mesmo aqueles que não estavam atravessando problemas específicos, agora estão também assustados e precisam de seu apoio pastoral. Aproveite esses contatos para orar com eles.
3 – Dê especial atenção aos irmãos que atuam na área da saúde, pois estão extremamente preocupados, diante de tantos riscos
4 – Não se esqueça de contatar os irmãos da terceira idade, um dos grupos de risco. Talvez seja para este público o maior sofrimento pelo fechamento dos templos. Explique que podemos não estar congregando, mas a igreja de Cristo continua ativa! Talvez alguns não tenham whatsapp, mas dê um telefonema, vai fazer toda a diferença.
5 – Permita que as pessoas falem do que estão sentindo. Estamos vivendo algo estranhamente novo e é natural que todos estejam confusos e temerosos.  Diga sim palavras de fé e ânimo, mas sem deixar de abrir espaço para que as pessoas falem do que estão vivenciando.
6 – Mesmo que sua IAP não possa fazer a transmissão do culto online, você pode gravar vídeos devocionais para enviar a eles. Pode também utilizar as plataformas disponíveis e agendar um horário para que todos tenham juntos um momento de reflexão e oração. Por exemplo: https://hangouts.google.com/ ou https://zoom.us/

A Organização Mundial da Saúde alertou aos países: “testem, testem, testem.”  Nós, como cristãos, dizemos: “orem, orem, orem.”

Coisas que o coronavírus deve nos ensinar – II

5. A diferença entre medo e fé
Qual é a sua reação para com essa crise? É fácil ser dominado pelo medo. É fácil ver o coronavírus em todo o lugar que eu olho: no teclado do meu computador, no ar que eu respiro, em cada contato físico e em cada esquina, esperando para me infectar. Nós estamos em pânico?
Ou talvez essa crise está nos desafiando a reagir de maneira diferente – com fé e não com medo. Não fé nas estrelas ou em alguma deidade desconhecida. Em vez disso, fé em Cristo, o bom pastor que é também a ressurreição e vida.
Certamente somente Jesus está no controle desta situação; certamente somente Ele pode nos conduzir através desta tempestade. Ele nos chama para confiar e crer, para ter fé e não medo.
6. Nossa necessidade de Deus e nossa necessidade de orarmos
No meio de uma crise global, como nós podemos como indivíduos fazer a diferença? Frequentemente nós nos sentimos pequenos e insignificantes.
Há algo que podemos fazer. Nós podemos clamar ao nosso Pai Celestial.
Ore pelas autoridades que governam nossos países e cidades. Ore pelos times médicos que estão tratando a doença. Ore pelos homens, mulheres e crianças que já foram infectados, pelas pessoas que estão com medo de deixar suas casas, por aqueles que vivem nas áreas de risco, por aqueles que estão nos grupos de risco com outras doenças e pelos idosos. Ore para que Deus possa nos proteger e guardar. Ore a Ele, para que ele possa nos conceder misericórdia.
Ore também para que o Senhor Jesus retorne, que ele possa voltar e nos levar para a nova criação que ele tem preparado para nós, um lugar que não haverá mais lágrimas, nem morte, nem luto, nem choro ou dor (Ap 21.4)
7. A vaidade de muitas coisas da nossa vida
“Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Eclesiastes 1.2). É muito fácil perdermos a perspectiva no meio das loucuras da nossa vida. Nossos dias estão tão cheios com pessoas e projetos, trabalhos e listas de desejos, casas e feriados, que nós podemos ter dificuldades para distinguir o importante do urgente. Nós nos perdemos no meio das nossas vidas.
Talvez essa crise nos relembre com o que devemos nos preocupar nas nossas vidas. Talvez nos ajude a distinguir entre o que é significativo e o que é sem sentido. Talvez o campeonato de futebol, ou aquela cozinha nova, ou aquele post no Instagram não seja essencial para minha sobrevivência. Talvez o coronavírus esteja nos ensinando o que realmente importa.
8. Nossa Esperança
Neste sentido, a questão mais importante não é, “Que esperança você tem ao se deparar com o coronavírus?” porque Jesus veio para nos alertar sobre a presença de um vírus muito mais letal e já espalhado – um que já atingiu todo homem, mulher e criança. Um vírus que não termina só na morte certa, mas na morte eterna. Nossa espécie, de acordo com Jesus, vive no surto de uma pandemia chamada pecado. Qual é a sua esperança diante desse vírus?
A história da Bíblia é a história de um Deus que entrou em um mundo infectado com esse vírus. Ele viveu com pessoas doentes, sem vestir uma roupa de proteção química, mas respirando o mesmo ar que nós respiramos, comendo a mesma comida que comemos. Ele morreu isolado, excluído do seu povo, aparentemente longe do seu Pai em uma cruz – tudo que ele pode fornecer a este mundo doente como um antídoto para o vírus, para que Ele possa nos curar e nos dar a vida eterna. Ouça suas palavras:
“25Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; 26e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (João 11.25-16
Traduzido por Jonatas Miranda
Mark Oden é pastor da Igreja Evangélica de Nápoles, na Itália. Um ex-Oficial da marinha Real, ele é graduado em teologia pela Oak Hill Theological College em Londres. Ele e sua esposa Jane tem quatro filhos
Fonte: https://coalizaopeloevangelho.org/

Coisas que o coronavírus deve nos ensinar – I

Eu acordei nesta manhã em Nápoles, a terceira cidade italiana que foi colocada em quarentena. Aglomerações públicas, incluindo cultos das igrejas, foram proibidos. Casamentos, funerais e batismos foram cancelados. Escolas e cinemas, museus e academias estão fechados. Minha esposa e eu acabamos de retornar de uma ida às compras que nos tomou duas horas na fila para o caixa. A Itália, correntemente, tem reportado os maiores números de casos de coronavírus fora da China: 35.700 contaminados e quase 3 mil mortos (até 18.03). omo resultado, 60 milhões de pessoas tem sido orientadas a permanecerem em suas casas, saindo somente em casos absolutamente necessários.
Como cristãos, como respondemos a tal crise? Resposta: com fé e não medo. Nós devemos olhar para o olho da tempestade e perguntar: Senhor, o que o Senhor espera que eu aprenda disso? Como o Senhor quer me mudar?
Aqui estão algumas coisas que todos nós deveríamos realmente aprender, ou reaprender, deste coronavírus.
1. Nossa Fragilidade
Essa crise global está nos ensinando o quão fraco somos como seres humanos.
Mais de 200 mil casos de coronavírus foram reportados mundialmente, causando mais de 8 mil mortes. Nós estamos tentando fazer o nosso melhor para conter propagação. E, na maioria das vezes, eu acho que somos confiantes demais do eventual sucesso.
Agora imagine um vírus ainda mais agressivo e contagioso do que coronavírus. Encarado como uma ameaça, nós podemos prevenir a nossa extinção como espécie? A resposta é claramente não. É fácil esquecer, mas os humanos são fracos e frágeis.
As palavras do salmista são verdade: “15Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce; 16pois, soprando nela o vento (ou COVID-19), desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar.” (Salmo 103.15-16)
Como compreendemos essa lição sobre nossa fragilidade? Talvez lembrando que não devemos tomar vida nesta terra como garantia. “ 12Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Salmo 90.12)
2. Nossa igualdade
Esse vírus não respeita limites étnicos ou fronteiras nacionais. Não é um vírus chinês; é nosso o vírus. Está no Afeganistão, na Bélgica, no Cambodia, na Dinamarca, França, América, em todo o mundo.
Nós somos todos membros da grande família humana, criados à imagem de Deus (Gn. 1.17). A cor da nossa pele, o idioma que falamos, nossos sotaques, e nossas culturas não são levadas em consideração aos olhos de uma doença contagiosa.
Em nosso sofrimento, na dor de perder um ente querido, nós somos completamente iguais – fracos e sem respostas.
Aos olhos do mundo nós somos todos diferentes; aos olhos do vírus, nós somos iguais.
3. Nossa falta de controle
Todos nós amamos estar no controle. Nós fantasiamos que somos os capitães do nosso destino, mestres da nossa sorte. A realidade é que hoje, mais do que antes, nós podemos controlar partes significantes das nossas vidas. Nós podemos controlar o aquecimento e a segurança da nossa casa remotamente; nós podemos movimentar o dinheiro ao redor do mundo com um clique em um aplicativo; nós podemos controlar nossos corpos através de treinamento e de medicações.
Mas talvez esse senso de controle seja uma ilusão, uma bolha que o coronavírus estourou, revelando a realidade que nós não estamos realmente no controle.
Agora, aqui na Itália, as autoridades estão tentando conter a propagação desse vírus fechando, abrindo e fechando novamente as escolas de nossos filhos. Eles têm a situação sob controle?
E nós? Armados com nossos sprays desinfetantes, nós tentamos reduzir os riscos de sermos infectados. Não há nada de errado em fazermos isso. Mas, nós estamos no controle da situação? Dificilmente.
4. A dor que compartilhamos em sermos excluídos
Há alguns dias uma membro de nossa igreja viajou para o norte da Itália. No seu retorno para Nápoles, ela foi excluída de um jantar com colegas de trabalho. Disseram a ela que seria melhor para ela não comparecer devido as suas recentes viagens ao norte, mesmo eles sabendo que ela não tinha estado perto de nenhuma área de risco e não estava mostrando nenhum sintoma do coronavírus. Obviamente, esse distrato a machucou.
Um proprietário, de 55 anos de idade, de um restaurante no centro de Nápoles foi recentemente colocado em quarentena. Tendo dado positivo os testes para COVID-19, diziam que ele se sentia relativamente bem fisicamente, mas que ficou triste pelas reações de muitos de seus vizinhos: “O que mais o machucou não foi o resultado positivo para o coronavírus, mas a maneira que ele e sua família foram tratados pela cidade em que eles viviam.” (Jornal Matutino II, 2 de Março de 2020).
Ser excluído e isolado não é uma coisa fácil, tendo em vista que fomos criados para relacionamentos. Mas muitas pessoas, agora, estão tendo que lidar com o isolamento. É uma experiência que a comunidade leprosa dos dias de Jesus conhecia muito bem. Eram forçados a viverem sozinhos, andando pelas ruas de suas cidades gritando: “Imundo! Imundo!” (Confira Lev. 13.45).

Mark Oden é pastor da Igreja Evangélica de Nápoles em Nápoles, Itália. Um ex-Oficial da marinha Real, ele é graduado em teologia pela Oak Hill Theological College em Londres. Ele e sua esposa Jane tem quatro filhos
Fonte: https://coalizaopeloevangelho.org/

Seminários não formam pastores

Seminários não formam pastores. Igrejas formam pastores. Seminários ajudam e muito, mas somente igrejas forjam o caráter do pastor. Se você quer ser um bom pastor, faça seminário e sirva em sua igreja.
Não use o seminário como uma desculpa para abandonar a igreja ou se ausentar dela. Um seminário que tira você da igreja não deve ser um bom seminário. O melhor seminário serve à igreja. Ele dá o exemplo.
“Mas, Jonas, se eu estiver muito envolvido com a igreja, eu não vou conseguir cumprir as obrigações do seminário.” Calma lá! A igreja não é uma pedra no seu caminho. Quer dizer que, depois de assumir uma igreja, você não vai mais ralar e estudar? Que tipo de pastor você quer ser?
A igreja quase sempre ocupará o seu tempo, e quase sempre você terá a sensação de nunca estar suficientemente preparado para cuidar dela. O ministério pastoral exige, sim, estudo, dedicação, excelência. Não pense que estou dizendo tudo isso para você desistir.
Se com isso que eu disse você sentiu vontade de desistir, talvez você não seja do “ramo”. O que acabei de dizer deveria incendiar seu coração e fazê-lo lançar-se de corpo e alma no ministério. Nossas igrejas estão sedentas de pastores moral e intelectualmente bem preparados.
Dê vazão ao desejo do seu coração. Quem deseja o ministério deseja uma obra gloriosa. Nunca me esqueço das palavras do saudoso dr. Shedd, quando contava sobre seu concílio e sua resposta à pergunta sobre seu chamado:
“Nada de extraordinário me aconteceu. Não vi anjos, nem anjos falaram comigo. Apenas senti uma vontade incontrolável de ser pastor, dobrei meus joelhos e disse a Deus: ‘Senhor, desejo tanto ser pastor… O Senhor deixa?’”.
Por Jonas Madureira – https://voltemosaoevangelho.com/blog/

Você vale mais do que passarinhos

Na virada de um novo ano, é inevitável: fazemos um balanço de nossa vida, do ministério, das conquistas e derrotas do ano que passou. Também olhamos à frente, pois a mudança no calendário nos coloca diante um novo período, que vai se descortinar dia a dia. “Só Deus sabe o que virá” não é mera força de expressão, mas a mais absoluta verdade para todos nós, seres humanos.
Isso deveria nos trazer paz, afinal, Deus está no controle, então, absolutamente nada pode sair de controle. Mas, como humanos que somos, não saber como será o dia de amanhã pode nos trazer medo, ansiedade, angústia.
Em Mateus 6, v. 26, falando sobre a ansiedade, Jesus faz uma declaração simples, porém impactante: “Olhem para as aves, livres e desimpedidas; não estão presas a nenhum emprego e vivem despreocupadas, aos cuidados de Deus. E vocês valem para ele muito mais que os passarinhos!” (A Mensagem)
Será que cremos mesmo que isso continua válido para os nossos dias? Será que cremos mesmo que isso não foi apenas uma fala poética de Jesus mas que há verdade nisso? Será que cremos que não precisamos nos preocupar com o amanhã, porque, independente do que aconteça, nosso Deus cuida de nós acima de toda e qualquer circunstância?
Querido pastor, querida esposa, se você se deparar com mudanças indesejadas, como deixar um rebanho que tanto ama para encarar outro desafio, lembre-se: você vale mais do que passarinhos. Se descobrir que seu filho, que até outro dia frequentava os cultos com você, agora se envolveu com vícios e se afasta de Deus, lembre-se: ele vale mais do que passarinhos. Se o orçamento diminuir drasticamente e o que já era difícil, ficar ainda mais desafiador, lembre-se: sua família vale mais do que passarinhos. Se o diagnóstico for muito grave e a medicina se declarar incapaz de ajudar você, lembre-se: você vale muito mais que passarinhos!
Independente do que 2020 lhe trouxer, tire por um instante os olhos da circunstâncias, veja os passarinhos voando pelo céu e lembre-se: o mesmo que Deus que cuida deles, cuida de você. Como será o amanhã? Jesus responde: “Prestem atenção apenas no que Deus está fazendo agora e não se preocupem quanto ao que pode ou não acontecer amanhã. Quando se depararem com uma situação difícil, Deus estará lá para ajudá-los.” (Mt 6.26 – AM).

Você já se sentiu frustrado?

Deus está reinando, confie nisso!

Frustração, segundo o dicionário, é um sentimento, uma emoção que ocorre quando algo que era esperado não aconteceu.
Estamos terminando o ano e muitos fizeram suas listas de metas a cumprir ao longo do ano, ou tiveram objetivos e planos. Nessas listas incluímos desde fazer exercícios físicos diários, dietas saudáveis, mudanças comportamentais, até mesmo algo que planejamos conquistar, um cargo pretendido, mudanças de casa, viagens etc.
Pode ser que tudo ocorra conforme o planejado mas, e se de repente, você se machucar e não puder fazer exercícios? O carro quebrar e não der  mais para fazer aquela viagem sonhada? Não conseguir chegar à posição que sonhou? Enfim, o que fazer quando “nossos sonhos” forem frustrados?
Geralmente o sentimento de frustração vem acompanhado de irritabilidade, decepção, tristeza, questionamentos, lágrimas…
É nesse momento que precisamos voltar nossos olhos para o que o verdadeiro Dono da nossa vida diz:
“Os teus olhos viram o meu embrião; TODOS os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir”. (Sl 139:16)
Absolutamente tudo está sob o domínio e governo de Deus. Desde as mais pequenas coisas, até os maiores planos estão sob o governo do Pai. Diante dessa soberania absoluta, nosso papel é descansar. Ele sabe os reais motivos pelos quais não permitiu que nossos planos fossem concretizados e, segundo a visão Dele, é melhor assim.
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm 8:28,29)
Sabe aquela pessoa que tratou você mal? A fechada que você recebeu no trânsito? O médico que atrasou? O filho que faz as coisas lentamente quando você mais precisa de agilidade? Sabe quando o marido chega estressado e é grosseiro com você? A agenda do dia que falhou do começo ao fim?
Aos olhos do nosso amado Pai, todas essas situações estão sendo usadas para o nosso bem, para que o caráter de Cristo seja forjado em nós!
Cada aparente frustração é uma oportunidade do nome Cristo ser glorificado em nós!
Ele está reinando, confie nisso!

Danúbia Guarnieri congrega na IAP em Catanduva  (SP) e integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral – Geral.