Conecte-se com a sua história

“Um povo sem memória é um povo sem história.”  Emília Viotti da Costa
O que somos hoje é reflexo do caminho que percorremos. É preciso seguir em frente, mas sem esquecer aquilo que já se passou. Lembre-se de onde você veio. Não importa se sua origem foi humilde e pobre, se você passou por privações, dificuldades e tristezas. Todos temos um passado e temos responsabilidade com ele. Seja grato. A gratidão é o reconhecimento de que para chegar onde você está, você precisou de ajuda. Lembre-se de quem te alimentou, ensinou a andar, a comunicar-se, segurou sua mão para te ajudar a levantar quando, em seus passos inseguros, você caía. Demostre gratidão por quem esteve ao seu lado e lhe educou, ensinou, apoiou, incentivou e motivou. Lembre-se de quem cuidou de você quando você precisou. Lembre-se de suas raízes.
O apóstolo Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, advertiu que nos últimos dias sobreviriam tempos difíceis e que os homens se tornariam egoístas, avarentos, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis e inimigos do bem. (2 Tm 3.1-3). Os filhos de Deus não podem se encaixar, de forma alguma, a essa descrição.
A palavra de Deus orienta seus filhos a honrar pai e mãe. (Êx 20.12, Ef 6. 1-3). Honrar é obedecer, amar, cuidar, não importando a idade que tenham ou se foram bons ou maus.
Deus, em sua infinita misericórdia e amor, se preocupou e deixou orientações sobre o cuidado com homens e mulheres idosos. Também fez recomendações sobre o cuidado com as “viúvas” (bisavó, avó e mãe) e com os “da sua própria casa” (Família – pais, irmãos, irmãs). (1 Tm 5. 1-2,4,8). A orientação é para que filhos e netos cuidem primeiramente das mulheres viúvas de sua própria casa. Porém, quando lemos a palavra “primeiramente”, fica implícito no texto a responsabilidade de cuidar também das outras mulheres viúvas. O cuidado com as viúvas não deve ser somente o provimento material (muitas nem precisam), mas também com a provisão espiritual e emocional. Elas passam por momentos de angústias, aflições, sofrimento, tristezas e solidão. É dever do cristão cuidar das viúvas e, além disso, é mandamento de Deus. (1Tm 5.3).
Sobre “cuidar dos da sua própria casa”, é importante observar que muitas pessoas não conseguem, por si só, prover os meios de sobrevivência. Cabe a todos, portanto, o exercício da generosidade.
Cuide daqueles que fizeram e fazem parte da sua história. Valorize seus bisavós (aqueles que ainda os tem vivos), seus avós, seus pais e irmãos. Ame-os. Visite-os. Sente-se para conversar, recordar, ouvir. Não renegue a sua história.
“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior que o descrente.” 1 Timóteo 5.8
Valdete Moraes da Cunha de Oliveira, casada com o Pastor Moisés Severino de Oliveira, é professora e congrega na Igreja Adventista da Promessa em Prado Velho, Curitiba – Pr.

Conectadas com a palavra

“Um dia o sumo sacerdote Hilquias foi ver Safã, o secretário do rei, e disse: ‘Encontrei um livro no templo do Senhor, e esse livro é o livro da lei!’…” II Reis 22:8 NBV-P
No livro de II Reis capítulos 22 e 23 encontramos a história do reinado de Josias. Ele estava reinando há dezoito anos quando resolveu consertar os estragos do templo. Safã, seu secretário, foi até o sacerdote Hilquias e repassou suas orientações. Ao executar tal ordem, o sacerdote encontrou o livro da lei do Senhor.
Como assim? O livro da lei do Senhor estava perdido? Pode parecer estranho, mas é o que está registrado nas sagradas escrituras. E, da mesma forma que aconteceu nessa história durante o reinado de Josias, é possível que muitos de nós tenhamos perdido a palavra de Deus.
Os zeladores de igreja que o digam. Quantas Bíblias são esquecidas nos bancos das igrejas e muitas vezes seus donos nem sentem falta…
Nesse momento muitos podem até dizer, eu não perdi minha Bíblia. Ok, pode ser que você a tenha na sua casa guardada em algum lugar, em alguma gaveta, bolsa, no smartphone, no computador ou até mesmo ela esteja em cima de um móvel aberta no Salmo 91. Mas, será que a palavra do Senhor não está “perdida”?
Se nós temos a Bíblia mas não a lemos, paramos de praticá-la ou ainda não permitimos que ela produza efeito em nossas vidas, então está perdida.
Não adianta termos a palavra de Deus à nossa disposição em todas as versões possíveis se a deixamos pelos cantos e não meditamos em seus ensinamentos.
O Senhor nos convida a nos conectarmos com a sua palavra, de tal modo que ela produza em nossas vidas o efeito que produziu na vida de Josias.
Quando o rei ouviu as palavras do livro, rasgou as suas vestes, abriu seu coração, se humilhou diante do Senhor e tomou a atitude de renovar a sua aliança e do povo com o seu Senhor.
Não deixemos a palavra de Deus esquecida. Precisamos todos os dias desse encontro com a palavra do Senhor. A leitura e a prática dos ensinamentos que esse livro maravilhoso contém irá produzir em nós mudança de comportamento, restauração e renovo.
Débora Hilário Pereira, casada com Dayvison Levy, Congrega na Igreja Adventista da Promessa em Osasco – SP.

Como a luz da aurora

Brilhar cada vez mais, num mundo corrompido pelo pecado, nem sempre é fácil, mas o espetáculo vale a pena!

Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (Provérbios 4:18)
A Bíblia diz que nosso caminho é como a luz da aurora, o nascer do dia, brilhando mais e mais, até ser dia perfeito. Não é de repente, mas vale a pena! Para Deus, o espetáculo é lindo, porque ele está nos tornando cada dia mais brilhantes para Ele, muito embora a gente, às vezes, não entenda. Pode ser que a gente reclame, porque o caminho nem sempre é tranquilo e suave, mas o resultado – Deus sabe – será, um dia, radiante!
Ele está nos aperfeiçoando pela santificação, até que Jesus volte.
Mas como viver, neste mundo mau e perverso, sendo de fato, como a luz da aurora, brilhando mais e mais? No contexto do capítulo 4 de Provérbios, Salomão está nos dando um precioso conselho: adquira a sabedoria, o conhecimento!
“Se precisar, venda tudo e compre a sabedoria! Procure entendimento! Agarre-a com firmeza – acredite, vc não se arrependerá… ela fará sua vida gloriosa – cheia da indescritível e maravilhosa graça – enfeitará seus dias com a mais pura beleza.” (versão A Mensagem)
Tantas pessoas vem a nós, como ajudadoras no cuidado com o rebanho. Se somos mulheres sábias, teremos um bom conselho, uma boa palavra.
Quero estimular você a investir nisso! Lembre-se de que Deus está desejando produzir em você: um dia cada vez mais brilhante. Não se acomode à escuridão, queira crescer, queira conhecer mais o Senhor, saia da sua zona de conforto. Sua caminhada com Ele pode ser inesgotável, se você o buscar.
Em Provérbios 4, versículos 23 a 27, Salomão traz conselhos bem práticos para nutrir a sabedoria:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Como está seu coração? Leve ou pesaroso, cheio de fé ou cheio de desânimo? Cheio de perdão ou cheio de ressentimento? Na versão A Mensagem, está escrito: “vigie sempre seus pensamentos, deles depende sua vida”.
Deus é quem tem o poder de limpar, renovar seu coração, se você quiser. Se com sua boca, colocar diante dele o que está no seu coração, Ele tem o poder de limpar, animar, renovar a fé.
“Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios”. Como andam nossas conversas? Será que temos nos alimentado de fofocas, conversas fúteis, que não promovem a sabedoria, pelo contrário, enchem nossa mente do que não é bom? Nossas conversas revelam Deus? No whatsapp, no celular, pessoalmente, na família, com o marido, com os filhos? Quando Deus nos observa, Ele se alegra com o que falamos, porque nossas conversas são sempre permeadas pelos valores eternos?
“Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” O que estamos colocando diante de nossos olhos são opções sábias? Estamos assimilando conteúdo relevante para nossa vida ou perdemos tempo assistindo programas na TV que nada edificam? Em nossos dispositivos móveis, o que temos assistido? Os vídeos são tão enriquecedores que queremos compartilhar ou ficamos vendo piadinhas tão discriminatórias que não queremos que Deus veja! No que temos colocado nossos olhos?
Será que temos colocado nossos olhos cobiçando algo que não é nosso? A casa, a roupa, o homem que não é nosso! Será que não temos sido tentadas pelo que estamos olhando?
Sejamos sábias no olhar. Podemos e devemos discernir o que assistimos, o que vemos, o que compartilhamos.
Salomão encerra os conselhos para adquirir a sabedoria, dizendo: “Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados! Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.” A versão AM diz : “que o chão que pisar seja bem firme”. Você já pisou em terreno escorregadio? Não sentimos firmeza, temos medo de cair. Não ande por um caminho assim. Ande pelo caminho que Deus conduz você! Esse será firme, independente da adversidade. Poderá ser difícil em algum momento, mas estará firme, porque é o caminho que Deus está guiando, não um atalho que você pegou.
“Não olhe para a direita nem para a esquerda”. Tantas coisas confrontam nossa fé, querem nos fazer desviar o olhar de Deus. O inimigo usa muitas armas para nos fazer desistir de Deus, da fé em Cristo, do ministério.
Talvez você já tenha pensado: “por que mesmo aceitei o chamado do Senhor, para passar por isso?”; “por que mesmo me dedico tanto às pessoas para receber isso em troca?”; “como parece que as pessoas à minha volta parecem mais felizes, mais completas?”
Lembre-se: seu caminho é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito. Deus sabe exatamente o que faz em sua vida, Ele jamais erra.
Busque a sabedoria no Senhor. Quanto mais você buscar, mais sede terá dele. Isso a fará passar pelos períodos de tribulação de forma menos difícil, porque você olhará para Ele, o autor e consumador de sua fé.

Dsa. Lilian Mendes congrega na IAP em Vila Maria a integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral (MVP).

Um tipo de super-heroi?

É importante lembrarmos do que a Bíblia ensina sobre o ministério pastoral

“Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função.” (1 Timóteo 3:1)
No dia 22 de julho, comemoramos o Dia do Pastor promessista. Nesta data, podemos refletir um pouco mais sobre a vida do pastor e o seu ministério. Além disso, neste período temos a oportunidade de louvar a Deus e de agradecer ao Senhor pela vida daqueles que, diariamente, têm atendido ao chamado divino, têm cumprido a vocação para a qual foram chamados e têm exercido o ministério com integridade e excelência, para a glória de Deus.
Mas, quem é o pastor segundo as Escrituras? Num contexto de sociedade em que muitos acham que os pastores são um tipo de “super-herois” que não erram, não pecam, estão sempre sorrindo e são extremamente bem-sucedidos financeiramente, é muito importante retornarmos ao que a Bíblia nos ensina sobre estes homens que têm exercido o ministério pastoral no corpo de Cristo. Ao compreendermos estas orientações somos motivados pelo Espírito Santo a orar por nossos pastores e a ajudá-los no serviço da igreja de Jesus.
Momentos de tristeza, desânimo, incerteza acontecem também na vida do pastor. O ministério pastoral não é feito somente de risos e vitórias, mas também de lágrimas e derrotas… Ele é um homem com suas fragilidades, mas cuja vida é um testemunho vivo do poder, do agir e do amor de Deus. O pastor vive para glorificar e adorar a Deus através de seu ministério. Ele é um instrumento do Senhor para proclamar as verdades do evangelho de perdão e salvação em nossa geração. Foi chamado para treinar os membros do Corpo de Cristo a fim de que a Igreja cumpra a sua missão. A vocação pastoral é um grande privilégio e significa uma “nobre função”, no entanto é também uma imensa responsabilidade! Cada pastor responde e responderá diante do Senhor pelo rebanho que está pastoreando.
O pastor é um pecador com falhas, fraquezas e limitações, mas que também foi alcançado pela graça e pela misericórdia do Senhor. É o evangelho de Cristo Jesus que transforma e dá significado à vida, à família e ao ministério pastoral. É o Espírito Santo quem capacita, fortalece e sustenta a vida do pastor que está seriamente comprometido em cumprir a vontade do Senhor para a sua vida. É a Palavra de Deus o alimento e a base dos ensinamentos, pregações, aconselhamentos e estudos bíblicos ministrados pelo pastor “segundo o coração de Deus”. É a oração que sustenta e alicerça a vida e o relacionamento do pastor com o seu Senhor e Salvador.
Sendo assim, ao meditarmos nestas questões, que possamos agradecer a Deus pela vida de nossos pastores não somente no dia 22 de julho, mas durante todos os dias. Além disso, que o nosso reconhecimento pela vida e trabalho desses homens resulte em apoio e ajuda, pois cada um de nós foi chamado para cumprir a sua missão no corpo de Cristo. Que cada pastor da Igreja de Jesus seja fortalecido em Deus e na força de seu poder!
Gostaria de encerrar esta reflexão parafraseando o versículo de Romanos 11: 36: “Pois de Cristo, por Cristo e para Cristo são todas as coisas. Inclusive e principalmente, o ministério pastoral. A Jesus seja a glória para sempre! Amém.”

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP), é diretora do Departamento Infantojuvenil Regional da Convenção Noroeste Paulista e atua no Ministério de Vida Pastoral da Convenção.

Oração, oração e oração

O soldado cristão não pode vencer sem essa prática

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos. E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho.” Ef. 6.18,19
O soldado Cristão não pode agir e vencer sem a oração. Oração é expressão de humildade, de dependência do Senhor, de fé, de confiança, de amor e de esperança. Através dela invocamos a Deus e na Sua presença: agradecemos, pedimos, confessamos e O adoramos através do nome de Jesus. É a forma mais antiga e simples de comunhão com Deus. Enos foi o primeiro – Gn 4.26, mas vieram outros que se deleitaram e venceram pela prática da oração. Patriarcas, Juízes, Profetas, Reis, libertadores, Apóstolos e Discípulos, tiveram a marca indelével da oração. E não esqueçamos o Senhor Jesus. Na tentação, na escolha dos discípulos, antes dos milagres, na Getsêmani, na cruz… Oração, oração e oração.
A palavra chave do versículo 18 é “todo” e seus equivalentes, no qual aparece quatro vezes. Isso significa que a oração, em nenhum momento, pode ser esquecida.
Por outro lado, a palavra “orando” no grego está no particípio, ou seja, desde o instante que se coloca a primeira peça da armadura, o cinturão, até a última, a espada, e em todas as ações, deve-se estar em diálogo com Deus.
“Em todo tempo”, em todo “kairós”, que significa em todos os momentos pontuais da vida.
A oração também não pode ser de qualquer forma, mas intensa, numa entrega total, “com toda a oração e súplica”.
Não apenas com a nossa mente, mas “no Espírito”. O Espírito Santo que nos convence do pecado, nos guia na verdade, nos consola e nos ajuda na oração – Rm 8.26. O Espírito Santo é o oxigênio que o cristão autêntico respira.
Também deve ser com atenção “e vigiando nisto”, para perceber para qual situação a oração deve ser mais intensa. Wiersbe comenta esta expressão: “Orar com olhos abertos”.
Muitos fatores poderão ser desanimadores, no entanto, quando se sabe da importância da oração, não prevalece o desânimo e sim “toda perseverança”.
No final do versículo 18 está a expressão “por todos os santos”. A oração, quando passa a ser um estilo de vida, não olha somente para si, mas para todo o Corpo de Cristo. Quando há oração, o Senhor governa soberanamente o Seu povo.
Paulo entendeu isto, e tendo provas de que a oração é algo excelente e indispensável pede: “E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho.” Pedir oração é prova de humildade. Se outros são abençoados por minha oração, eu também serei se outros orarem por mim. E ainda, as boas novas de um amor tão grande não poderiam ser transmitidas timidamente, mas com confiança e em oração, oração e oração.

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.

Estamos calçados ou somos soldados de pés descalços?

… “e calçados os pés na preparação do evangelho da paz. “ (Ef 6:15)

O soldado cristão deve estar equipado para todas as situações. Assim como um soldado não poderia ir descalço para as batalhas, por que isto feriria os seus pés e o faria vulnerável nas lutas, o cristão não pode negligenciar o uso dos calçados apropriados. Esses calçados eram uma espécie de sandálias de couro e possuíam travas para que ficassem firmes nos locomoções e combates. Os pés formam a base do corpo, por isso deviam estar protegidos em terrenos pontiagudos e firmes em terrenos acidentados e escorregadios. Protegidos para se defender e “preparado” para atacar. Assim o Cristão deve estar protegido no seu dia a dia e de “prontidão” para invadir o reino do mal e libertar os cativos.
Paulo denominou estes calçados de “evangelho da paz”. Evangelho no grego é uma boa nova, uma boa notícia, uma informação importante. No nosso caso, denominamos “evangelho de Cristo”. E quando afirmamos isso, estamos dizendo que o que Ele fez e ensinou é uma boa notícia. Uma boa notícia de um Deus que, por amor; se fez carne, viveu entre nós; revelou, em seus ensinos e ações, como é viver de acordo com a vontade do Pai; pagou o preço pelos nossos pecados, morrendo numa cruz; ressuscitou ao terceiro dia; foi Ascenso aos céus; intercede por nós e voltará. Essas são as melhores e urgentes notícias que as pessoas precisam ouvir. Nenhuma notícia possui maior alegria do que esta, de que o Senhor deseja perdoar os pecados e dar uma vida nova e eterna.
Mas não dá para ir sem primeiro viver. O texto é claro em afirmar de que devemos estar “calçados”, com os pés “revestidos” desse evangelho. Com o evangelho não dá para ser teórico. Ou temos ou não temos. Estamos calçados ou somos soldados de pés descalços. É com os pés que nos locomovemos, e se eles forem figuradamente “revestidos” com o evangelho, nossos passos serão santificados e onde iremos levaremos este evangelho transformador. Será verdade as palavras de Isaías 52.7: “Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!”
As Palavras de Jesus são transformadoras: “Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz…” – Jo 16.33. O evangelho é uma pessoa, e esta pessoa é Jesus e somente nEle temos paz verdadeira. O evangelho é da paz, produz paz para quem se dispõe a viver pela fé. O contexto de Efésios 6 é de guerra, mas apesar desse ambiente, num paradoxo, o soldado cristão experimenta esta paz e depois transmite-a. Não sem esforço, porque viver e transmitir este evangelho é uma guerra diária.

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral

Pastores esgotados

Epidemia – outro pastor que se esgota

A dor de um pastor é intensificada debaixo de impiedosos holofotes, enquanto a dor de outro é desconhecida. Ambas doem igualmente.
Não fica mais fácil. Não importa quantas vezes você ouça sobre isso. E estamos ouvindo muito sobre isso ultimamente. Em números epidêmicos.
Outro pastor anunciou à sua chocada congregação que ele não podia mais. Ele os amava. Ele estava orgulhoso do trabalho do Reino que haviam feito juntos por anos. Mas suas prioridades estavam desajustadas. Ele havia posto todo seu tempo e energia na igreja e havia negligenciado sua própria saúde espiritual e emocional. Ele pediu à congregação que orasse por ele e sua família enquanto enfrentavam a próxima fase difícil de suas vidas – sem saber o que esta fase traria.
Então ele reuniu a congregação de 20 pessoas na frente da igreja para orarem juntos uma última vez. Ele por eles. Eles por ele e sua família. Oraram, abraçaram, choraram e disseram adeus.
Enquanto escrevo esse artigo, aquele pastor está encaixotando seus pertences numa van para se mudar da pequena cidade que eles chamaram de lar por mais de uma década. Por agora, eles vão viver com os pais da esposa para se recuperarem.
Infelizmente, aquele pastor não foi o único a ter uma história dessas. Aconteceu com centenas. Este ano, milhares vão deixar o ministério, esgotados e machucados. De igrejas grandes e pequenas, em crescimento e estagnadas. Ouvimos quando os pastores famosos desistem ou se esgotam. É o preço da fama. E é muito alto. Tanto o sucesso quanto as falhas são ampliadas. Mas um preço diferente é pago por aqueles que não são conhecidos fora de suas famílias e pequena congregação.
Enquanto os sucessos e dores de pastores conhecidos são destacados, os sucessos e dores de pastores de igrejas pequenas são ignorados e esquecidos. Ambos são igualmente machucados. Ambos carregam o peso dos problemas que os levaram a deixar a igreja, e frequentemente o ministério. A dor do pastor da mega igreja é intensificada por falhar debaixo das luzes da ribalta, enquanto que a dor do outro é aumentada por cair no anonimato. Esquecido por quase todos. Ambos os cenários são tóxicos. Eles entristecem o coração de Jesus, prejudicam Sua igreja, devastam com as famílias dos pastores, arruínam ministérios e tornam difícil aos membros da igreja confiar num pastor novamente – ou confiar em Deus novamente.
Não precisa ser desse jeito. Não deveria ser desse jeito.
Precisamos abandonar as expectativas não bíblicas que foram colocadas nos ombros dos pastores. Ou que nós próprios colocamos nos nossos ombros. Pastores nunca foram destinados a carregar esse fardo tão grande. Nenhuma pessoa é capaz de ser pregador, professor, “lançador de visão”, CEO, líder, evangelista, ganhador de almas, angariador de recursos, conselheiro matrimonial, e todo esse modelo de virtude que esperamos que os pastores sejam – muitos deles enquanto trabalham a tempo inteiro fora das paredes da igreja.
Mas tem sido assim por tantos anos que às vezes parece uma locomotiva sem freio que não pode ser parada. Precisa ser parada.
Ninguém pode parar essa locomotiva a não ser nós, pastores.Precisamos dizer “não”. Para alguns de nós, isso significa dizer não às expectativas irracionais dos nossos membros, diáconos e oficiais da denominação. Mas para todos nós significa dizer não às nossas próprias expectativas não bíblicas. Dizer não a um paradigma que nós construímos e perpetuamos em volta de uma combinação dos nossos egos e inseguranças.
Nós não somos os construtores da igreja, Jesus é. Não somos capazes de nos matarmos de trabalhar emocionalmente e espiritualmente sem que alguma coisa quebre dentro de nós.
Não podemos continuar nos forçando fisicamente com poucas horas de sono, muita comida e pouca atividade física.
Não podemos continuar negligenciando nossas esposas e famílias enquanto queimamos a vela dos dois lados e não esperar que todo mundo – nossas famílias, igrejas e nós mesmos – pague um enorme preço por isso.
Precisamos redefinir com que o sucesso ministerial se parece, porque muitas pessoas boas estão sendo machucadas enquanto perseguimos nossa atual e insuportável versão de sucesso.
Faça uma pausa hoje. Respire. E ore.
Ore pelos pastores feridos, conhecidos e desconhecidos, que deixaram uma igreja que eles amavam – e talvez ainda amem.
Ore pelos pastores famosos sofrendo debaixo da insuportável luz da ribalta.
Ore pelos pastores desconhecidos que se sentem perdidos e esquecidos.
Ore pelas famílias que suportaram anos de dor em silêncio, e que agora têm suportado ainda mais.
Ore pelos membros da igreja que não sabem se se sentem bravos, tristes ou outra coisa.
Ore para que o Deus que prometeu que Seu jugo era suave e o seu fardo leve, alivie os fardos mais pesados que nós colocamos sobre nossos próprios ombros. E que troque por Sua paz, Seu conforto e Sua esperança.”

Karl Vaters – Christianity Today

Os desafios da esposa de pastor

A sensação de estar exposta em uma “vitrine 24 horas”

Ser esposa de pastor é um desafio, pelas expectativas geradas pela igreja e, em alguns casos, pelo próprio marido. Algumas esposas de pastores se sentem sufocadas e sobrecarregadas, por não saberem lidar com esse desafio. É a sensação de estar exposta em uma “vitrine 24 horas”. Pode parecer exagero mas é o que realmente acontece!
O grande desafio, pelo menos para mim, é tentar se equilibrar em ajudar a igreja e o marido, sem se sentir sobrecarregada. Isso é possível e gostaria de compartilhar algumas atitudes que têm me ajudado:
Excessos de compromissos
Tenho um acordo com meu marido de não assumir grandes cargos, mas ajudar no que estiver ao meu alcance. Mesmo porque é quase impossível conseguir conciliar uma responsabilidade muito grande e a agenda do pastor, e é necessário que a esposa o acompanhe, na maioria das vezes. Isso não só faz com que ele se sinta mais confiante e amado, como faz com que a comunidade veja que seu pastor tem uma mulher zelosa.
“O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo. Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
Provérbios 31:11,12
Seu marido é sua prioridade
Ouvi uma amiga dizer que “ser esposa de pastor é um ministério, e sua principal preocupação deve ser com seu marido, pois ele cuida de uma comunidade inteira e quem cuidará dele? ” Isso é verdade! Por isso, faço a seguinte pergunta: o que tem ocupado mais seu tempo? Os filhos? Seu trabalho ou estudos? Invista tempo com seu marido. Devemos entender que Deus nos escolheu para ser esposa de nosso marido e isso deve ser encarado como um privilégio, não um peso.
Questão financeira
Li em um artigo que as esposas de pastores deveriam fazer um curso de como manter a casa suprida de tudo e andar com a família bem arrumada, com pouco dinheiro. ?! Pode parecer engraçado, mas é a realidade. Temos que nos preocupar com a vida financeira do marido. Ajudá-lo no que for necessário para não entrar em dividas ou para sair delas. Isto é uma tarefa difícil, principalmente para nós, mulheres, que gostamos de gastar (rs)! Mas conheço muitas esposas de pastores que buscaram opções, algumas resolveram trabalhar fora em funções diversas, outras investiram nos estudos e hoje são formadas com uma excelente carreira. E somaram no orçamento da família.”
“Ela nunca tem preguiça e está sempre cuidando da sua família” Provérbios 31:27
Não viva em função dos outros
“Não deixe que a opinião dos outros regule a sua vida. Respeite a sua própria opinião e não viva em função daquilo que os outros esperam que você seja ou faça.”
Aprendi isso há pouco tempo, quando eu entendi quem eu era. Quando eu entendi que precisava respeitar meus limites. Ajudar é bom, mas a partir do momento que você quer provar ou mostrar algo que você não é, pode ter certeza de que você não está caminhando de maneira correta.
“A formosura é uma ilusão, e a beleza acaba, mas a mulher que teme o Senhor será elogiada.” Provérbios 31:30
Ore por seu marido e pela igreja
Esteja em constante oração, pois os ataques do inimigo estão por todos os lados, principalmente, na família do pastor. Devemos pedir ao único e poderoso Deus que proteja nossa casa e a igreja dos ataques do inimigo. A oração do justo é poderosa e eficaz.
É uma honra ser casada com um pastor
“Apesar dos desafios entenda que é uma honra caminhar, chorar, sorrir, dormir e acordar ao lado de alguém que foi separado por Deus para ser seu ministro aqui na terra. Alguém que, um dia. achou uma mulher que o escolheu e ele a escolheu para estarem juntos, até que a morte os separe.”
“A casa e os bens vêm como herança dos pais, mas do Senhor, a esposa prudente”. Provérbios 18,22.

Verônica Braz é estudante de psicologia e casada com o Pr. Samuel Braz, da Convenção Paulistana Leste da IAP. Publicado originalmente em seu blog: https://meusolharesblog.wordpress.com/

É bom lembrar do que Deus fez

Como um tapeceiro, ele desenha nossas vidas diariamente

Não sei se você, esposa de pastor, é como eu, mas ao começar minhas orações nos momentos de grande tribulação e desafios, começo despejando todas minhas aflições, necessidades, petições e assim vai… O desespero toma conta de nossa mente, o estômago se torna um buraco gelado. Nestas horas choramos aos pés de Cristo, imploramos por sua ação e socorro e literalmente derramamos nossa alma e coração na presença de Deus.
Tudo isto está correto. Mas eu e você precisamos primeiro reconhecer dentro de nós quem é este Deus a quem clamamos. O Deus Todo-Poderoso, o Deus eterno, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O Deus que é o mesmo ontem hoje e para sempre.
Sei que sabemos e cremos nestas verdades, mas nos momentos de agonia e desespero acabamos sentindo tudo isso muito distante de nós, como se fosse apenas frases de efeito ou como se Deus não agisse mais em nosso tempo.
Por isso, quando estou nestes momentos de angústia sentindo que até o ar quer me faltar, busco exercitar minha memória e vou me lembrando de cada momento fantástico que este mesmo Deus proporcionou na minha vida, experiências onde Deus esteve bem na minha frente me livrando de acidentes, momentos em que vi o mar se abrindo através da cura instantânea da febre da minha filha, no cuidado e proteção com a vida do meu filho, na coragem diária que Ele me dá de colocar meus pés para fora da cama e me levantar dia após dia, sabendo todas as batalhas que vou enfrentar…
Então entendo que se começarmos nossas orações relembrando todas as bênçãos e presentes dados a nós diariamente, veremos que Deus tem estado ao nosso lado sempre. Que Ele é sim o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas também é o meu Deus e Deus de cada um de nós. Vamos nos surpreender com cada um dos milagres que não tínhamos percebido em nossas vidas. Como um tapeceiro, o meu Deus e o seu Deus está desenhando nossas vidas e nossas histórias com cuidado, capricho e total domínio sobre todas as coisas. Deus é bom e fiel. Louvado seja o Senhor!
“Deem graças ao Senhor porque ele é bom, e o seu amor dura para sempre.” (1 Crônicas 16:34)

Dsa. Maria Regina Guimarães Longo Mendes congrega na IAP em Jd. Pq. Itália (Campinas – SP) e integra a equipe do Demi – Convenção Geral.