Quando Gênesis registra pela primeira vez o nome de Eva, explica:
“E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela era a mãe de todos os viventes.” (Gênesis 3:20)
A palavra mãe aqui revela a representação universal de Eva – mãe de todo os seres humanos. No estudo da teologia, aprendemos que ela e seu esposo foram os representantes da raça humana. Assim, se eles pecaram, todos pecaram e foram afastados da glória de Deus (Romanos 3:23).
Na “maternidade universal” de Eva, vemos a graça de Deus ao conceder às mulheres a dádiva de participar da criação — a geração de filhos e a habitação da Terra junto aos homens (Gênesis 1:28). Contudo, como consequência do pecado, que foi desobedecer a Palavra de Deus (Gênesis 2:16-17), vieram as dores da maternidade e a complexidade nas relações entre os gêneros (Gênesis 3:16-19).
Mas, ao mesmo tempo, Deus fez a Eva uma promessa: da sua descendência nasceria Aquele que esmagaria a cabeça da serpente, desfazendo as obras do Diabo (Gênesis 3:15; 1 João 3:8). Provavelmente, seja por isso, o motivo de Adão ter lhe chamado de Eva, que significa vida, afinal, por meio de um filho, no futuro, nasceria o Salvador. Na tragédia da “mãe de todos os viventes”, foi plantada a esperança de um Filho que salvaria do pecado os que cressem.
Milênios depois, por obra do Espírito Santo, esse Filho foi gerado no ventre de Maria — o Menino Divino, Jesus Cristo (Lucas 1:31-35). Ele é o Salvador universal, capaz de redimir a humanidade da condição pecaminosa à qual homens e mulheres foram submetidos (Romanos 5:18-19).
PARCEIRAS NA MISSÃO
Assim, mais uma vez, uma mulher, pecadora, torna-se instrumento da ação salvadora de Deus. Como Eva, Maria também necessitava de salvação — e a recebeu pessoalmente em Cristo. Ela sabia que seu Filho era o perdão prometido, o Redentor dos que creem (Lucas 1:46-47).
Ambas compreenderam que não era a maternidade que as salvaria, mas sim o Salvador que delas nasceria. Cumpriram sua missão com fé, confiança e disposição para serem usadas por Deus em favor de um mundo caído.
Essas mães ofereceram o melhor de si e confiaram unicamente na Palavra do Senhor. Por meio de vidas de obediência e fé, testemunharam o poder d’Aquele que salva do pecado (Hebreus 11:1; Efésios 2:8-9).
Hoje, cada mãe também pode se aproximar de Deus, confiando na promessa de verdadeira salvação por meio do verdadeiro Salvador. Como Eva e Maria, que tinham consciência de seu pecado, cada mulher pode entregar sua vida — e a de seus filhos — para serem instrumentos de Deus na vida de outras pessoas.
“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.” (Provérbios 31:10) “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa.” (Atos 16:31)
Uma família é visitada por uma figura misteriosa. Imóvel, ela apenas observa do jardim, mas sua presença, silenciosa e sombria, gera medo e desconfiança. Apesar da atmosfera de terror, o filme se aproxima mais de um thriller psicológico. O filme “A Mulher no Jardim” entrega bem mais do que aparenta: a verdadeira mensagem está no subtexto, escondido como a ameaça. Mais do que sustos e uma trama aparentemente simples, o filme revela uma missão silenciosa, afastar a figura da casa.
E ele faz isso nos colocando exatamente no lugar daquela família. Afinal, quem não se assustaria com alguém parado no jardim, vestido de preto, sem dizer uma palavra? Mas, como tudo no filme, há mais do que os olhos veem. As perguntas que surgem são tão desconfortáveis quanto a figura misteriosa: Você já se viu cercado pela morte? Já sentiu o frio do luto como um manto pesado, sufocando a alma, mesmo estando vivo? Aquela sensação de que algo dentro de você morreu — um sonho, uma esperança, uma alegria — e, desde então, você apenas sobrevive?
A protagonista, Ramona, representa exatamente essa batalha. Uma mulher comum, assombrada por fantasmas que não aparecem na tela, mas que sentimos em cada gesto. Ao longo do filme, percebemos que a verdadeira ameaça não está do lado de fora, no jardim… mas dentro dela. E, muitas vezes, dentro de nós também.
O luto e a morte como personagens invisíveis
Desde os primeiros minutos, o filme se revela carregado de metáforas. Acompanhamos uma família: Ramona (a mãe), Taylor (o filho), Annie (a filha) e David (o pai). Descobrimos logo no início, através de um flashback, que David morreu em um acidente de carro, cuja causa será revelada mais tarde. Ramona parece incapaz de voltar à vida. Seu filho precisa despertá-la todas as manhãs, abrir as janelas, deixar a luz entrar. A luz do sol não é apenas o início de um novo dia — é um símbolo de vida, que foi ofuscada pela presença constante da morte.
Durante o dia, mesmo forçada a retomar a rotina, Ramona é confrontada com a figura da mulher de preto, parada no jardim. Sem rosto, sem voz, sem movimento. Um símbolo clássico da morte. Mas, aqui, a morte não é um evento. É uma presença. O luto não é apenas tristeza, é um território sombrio onde a vida perde suas cores. E Ramona precisa enfrentar algo muito maior do que uma figura externa: precisa encarar os seus próprios fantasmas.
Quando deixamos de sonhar
O filme nos lembra de uma verdade profunda: “A vida não termina quando morremos, mas quando deixamos de sonhar.” (Frase atribuída a Mark Twain)
Ramona já não vivia. Apenas sobrevivia. Seus sonhos estavam mortos. Sua esperança, enterrada. E tudo o que ela conseguia fazer era reunir forças para viver mais um dia. Quantos de nós já fizemos essa mesma oração silenciosa?
Ao redor do mundo, em todas as culturas, lidamos com a morte de maneiras diferentes, mas a dor é universal. O que muda são os rituais: alguns enterram, outros cremam, alguns mumificam. Mas todos tentam dar algum sentido à dor mais amarga da existência. Ramona tenta fazer o mesmo. Finge que não vê. Mente para os filhos — e para si mesma. Ela tenta seguir a vida normalmente, mesmo com a morte literalmente à porta. E nós? Quantas vezes fazemos isso também? Por mais sincera que seja a tentativa de seguir em frente, ela não diminui o peso do vazio.
Muito além de setembro
Por isso, criamos campanhas como o setembro amarelo. São importantes, legítimas e necessárias. Mas a dor não respeita calendários. A tristeza, o medo, o luto e a depressão rondam nossas casas o ano inteiro. Vivemos em uma cultura de morte: cercados por violência, desesperança, abandono. E isso nos fere profundamente.
O Salmo 91.7 diz: “Mil poderão cair ao seu lado; dez mil, à sua direita, mas nada o atingirá.” Amém! Sim, é um grande livramento. Mas não podemos ignorar os onze mil corpos ao redor. E isso também dói. Para alguns, a sensação é devastadora: “melhor teria sido ir junto.” Ramona entende isso. A cadeira vazia no café da manhã fala mais do que qualquer diálogo. É a solidão do luto em forma de silêncio.
Encarando a dor para vencer
Enquanto tenta proteger seus filhos da mulher no jardim, Ramona é obrigada a encarar sua própria dor. A ameaça cresce à medida que ela a nega. A sugestão da ameaça é obvia: “… aperte o gatilho. Você já não vive mais mesmo, certo?”. Mas algo muda quando ela aceita, compartilha, se permite ser ajudada. Sua filha tem papel crucial nesse processo: lembra à mãe – através de um ursinho – que ela não está sozinha.
É ao reconhecer a dor e dividir o fardo que Ramona encontra forças. E nós também podemos encontrar. Não na nossa própria força, porque sozinhos, somos frágeis. Como a Escritura já afirma: “Não é bom que o homem esteja só.”(Gênesis 2:18). Fomos feitos para andar em par, não adianta. Na solidão, a morte parece invencível. Mas é engano. Ramona vence a ameaça — não para sempre, mas por hoje. E essa fala final é poderosa: “Vencemos… por hoje.”
Na trama, não há final triunfante. Não há promessa de que a morte nunca mais voltará. Mas há vitória para este dia. Para nós, isso não é verdade, obviamente. Vencemos a morte, em Cristo! Mas também é verdade que andamos literalmente por morte todos os dias, e nesse caso, talvez seja exatamente disso que precisamos: vencer um dia por vez.
Quando a luz volta a brilhar
A cena final é simbólica: a luz da casa se acende novamente. Isso é o que acontece quando encaramos a dor — a luz volta. A vida, mesmo depois da noite escura, pode reacender. Vemos a sugestão de que Ramona voltará a desenhar novamente. A cena foca em um autorretrato. Uma versão dela que sobreviveu ao luto, venceu a culpa e reencontrou a vida. Ela não é mais a mulher consumida pela dor. Ela está viva. A vida está se iniciando de novo.
O Salmo 23 nos lembra:
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo.” A mulher no jardim pode continuar lá fora, observando. A morte talvez não mude de endereço. Mas, se Cristo estiver conosco, não precisamos temer. Sua companhia já é tudo que precisamos, mas Ele também faz com que o solitário habite em família (Sl 68.6). Com Ele, não apenas sobrevivemos: vencemos. A presença da morte ainda incomoda, sim. Mas a vitória já foi selada. Não por um amuleto. Não por um objeto reconfortante. Para nós, a lembrança de que não estamos sozinhos tem forma de cruz.
Gustavo Rocha | Casado com Bruna e pai de Samantha e Tito; Pastor de jovens na Promessa Cosmópolis; Trabalha como produtor de conteúdo audiovisual na APC para a TV Viva Promessa; Estudou cinema e ama cinema desde criança.
Durante uma das festas dos judeus, Jesus estava em Jerusalém e encontrou muitas pessoas enfermas num lugar chamado “Porta das Ovelhas”. Entre elas, João dá destaque a um caso em especial: “Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos.” (João 5:5)
Imagine passar 38 anos ali, literalmente à espera de um milagre. Jesus leva a solução àquele homem com deficiência física: a cura. Mesmo que ele não tenha dito claramente que queria ser curado num primeiro instante, Jesus atende à sua necessidade.
“Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado.” (João 5:8-9)
João insere aqui uma informação muito importante: “E aquele dia era sábado.” Por quê? Porque alguns judeus viram o homem — doente há 38 anos — agora curado, andando com seu leito. E, em vez de se impressionarem com a cura, e se alegrarem com isso, ficaram indignados por ele estar carregando o leito no sábado (Jo 5:9).
Prioridade humana
A prioridade deles não era o bem ao próximo, mas o cumprimento rígido da lei, cheia de proibições humanas. Eles transformaram o sábado num fardo, quando na verdade ele deveria ser um dia de cura, de descanso verdadeiro, de graça.
Esse rigor não vinha da Lei de Deus em si, mas dos acréscimos feitos pelos mestres judeus. A cura ou o simples ato de andar com o leito não violavam o propósito moral do sábado. Mais tarde, Jesus reencontra o homem no templo e o orienta: viva uma nova vida, longe do pecado. A partir disso, o homem conta aos judeus quem o havia curado. E o resultado? Eles passaram a perseguir Jesus por “violar o sábado”, segundo eles, e permitir que o curado levasse seu leito.
Foi então que Jesus fez uma das declarações mais profundas associado ao Seu dia: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João 5:17) Jesus revela aqui o verdadeiro “trabalho” que Ele faz: um trabalho de amor, de cuidado com o outro, de restauração. Ele age com o Pai e o Espírito em favor da criação. Não por lucro, não por status — mas por compaixão.
Prioridade divina
O sábado, para Jesus, é o “hospital da graça”. Um dia em que o amor age. Um tempo para levantar os caídos, curar os enfermos, acolher os cansados. Jesus quer libertar o sábado das interpretações proibitivas, humanas e mostrar que os movimentos do amor são permitidos — e esperados! O sábado é o dia de levar cura, levantar, andar… e testemunhar.
Esse é o tipo de “trabalho” que a Igreja deve abraçar no santo dia: levar graça, levar vida. Tornar o sábado abençoado não só para nós, mas também para o outro — como foi a missão de Abraão, em ser uma bênção. Os judeus quiseram matar Jesus por isso. Porque, para eles, suas tradições humanas eram mais importantes que a imitação do Pai. E, além disso, ficaram indignados porque Jesus se declarava Filho de Deus — e, portanto, igual ao Pai.
“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.” (João 5:18) E nós? Vamos seguir as invenções humanas que distorcem o propósito da Lei, ou vamos seguir as pegadas de Jesus — Aquele em quem habita toda a plenitude da divindade?
Vimos a público para esclarecer que é equivocada a insinuação de que a Igreja Adventista da Promessa crê que o Senhor Jesus foi concebido com uma “natureza humana pecaminosa” ou uma “natureza humana caída” (Nisto Cremos, 2017, pg. 60), como defende a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Em recente post numa rede social, foi feito um print de um trecho de uma lição bíblica da Igreja Adventista da Promessa, com uma insinuação nos comentários, pelo autor do post, que a fonte da afirmação da lição era a crença da IASD sobre a natureza humana de Jesus. Trata-se de uma insinuação equivocada. Dizer que Jesus possuía uma “natureza pecaminosa” é uma grave heresia que a Igreja Adventista da Promessa não compactua.
Quanto a frase da lição, a própria lição explica. Quando se menciona que Jesus era “sujeito a pecar” não é no sentido de ter herdado uma natureza pecaminosa (como erroneamente foi sugerido), mas tão somente no sentido de que Jesus era livre para fazer escolhas, assim como Adão: “assim como o primeiro Adão, Jesus foi o ser humano perfeito, não contaminado pelo pecado” (pag. 27).
Adão, o primeiro ser humano criado, foi criado com uma natureza humana perfeita, pura, sem nenhuma inclinação para o mal. Não foi criado para pecar, mas para viver para a glória de Deus em perfeita harmonia com o Criador. E isso era possível e a vontade de Deus! Todavia, era livre para fazer escolhas e, infelizmente, usou sua liberdade para pecar. Paulo disse que Adão era figura do que havia de vir, como uma referência a Jesus (Rm 5:14).
Assim como Adão, o primeiro ser humano criado, Jesus possuía uma natureza humana perfeita, pois foi concebido sobrenaturalmente. Ele não possuía nem culpa e nem corrupção herdada. Além disso, Jesus também possuía a natureza divina, pois ao se encarnar não renunciou a sua divindade. Era perfeitamente homem e perfeitamente Deus em uma só pessoa. Aqui reside um mistério: Jesus possuía duas naturezas que, embora indivisíveis, eram distintas. A fusão das naturezas não elimina as propriedades de cada uma.
Por exemplo, a lição cita que Jesus teve fome. Mas Deus não tem fome. É óbvio que quando os evangelhos mostram Jesus com fome trata-se de uma descrição na perspectiva humana. Vários outros exemplos poderiam ser dados aqui. E é neste sentido que a lição afirmou que Jesus era livre para fazer escolhas.
Tiago escreveu que Deus a ninguém tenta e que Ele não pode ser tentado. Mas os evangelhos são claros em dizer que Jesus foi tentado.
“Deus não pode ser tentado” (Tg 1:13)
“Ali esteve quarenta dias, sendo tentado por Satanás” (Mc 1:13)
Se Deus não pode ser tentado, como Jesus foi tentado? Aqui precisamos fazer distinção entre as naturezas de Jesus. Ele foi tentado da perspectiva humana. E como ser humano, assim como Adão, com uma natureza humana perfeita e sem inclinação para o mal, ele poderia fazer escolhas entre obedecer ou não. Doutro modo, o episódio da tentação fica sem sentido.
Nosso Senhor se colocou numa posição de ser tentado “em tudo”, ao se encarnar, porém, sem nunca ceder à tentação ou pecar. Possuía uma natureza pura e viveu de forma santa e impecável. Por isso é o perfeito mediador e novo Adão, por meio do qual todos os que creem podem ser salvos.
Por fim, concluímos esta nota afirmando que o único texto infalível em matéria de fé e prática é a Bíblia Sagrada. Todos os outros podem conter erros ou frases que poderiam ser melhoradas. Exatamente por isso sempre nos colocamos a disposição para esclarecimentos, ajustes, informações etc. Nossa denominação possui caminhos sempre abertos para o diálogo e todo membro pode acessá-los.
Trata-se de uma comissão com membros que, apesar de falhos, estão se esforçando com temor e tremor para defender a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 3) e a “Confissão de Fé Promessista”.
No caso da Editora Promessa, além do WhatsApp amplamente divulgado, dúvidas e sugestões podem ser enviadas no atendimento@editorapromessa.com.br
Em Cristo,
Comissão Teológica da Igreja Adventista da Promessa
Se você usou Windows nos anos 90 ou 2000, deve lembrar do velho e bom Campo Minado. Aquele joguinho simples, mas traiçoeiro, onde um clique em falso fazia tudo explodir. Cada jogada era um mistério: o terreno parecia seguro, até não ser mais. Pois é. A vida também é assim, e a comunicação entre gerações talvez seja um dos terrenos mais minados que a gente pisa hoje.
Este artigo é uma tentativa de desarmar algumas dessas bombas silenciosas. É pra você, pai, mãe, educador, avô ou avó, que sente que está cada vez mais difícil entender o que passa no coração e na mente dos nossos jovens. Não porque eles não querem falar, mas porque, muitas vezes, nós não sabemos onde — nem como — ouvir o que está sendo dito.
A memória bateu aí, né? Criado nos anos 80, esse “joguinho” desafiador continua vivo em versões atualizadas espalhadas por dispositivos no mundo todo. A lógica é simples: você não sabe onde pisa (ou clica), e cada movimento pode ser o último. Um passo em falso… e boom — fim de jogo. Mas na vida real, as regras são um pouco diferentes. Ou pelo menos, bem mais complexas.
Foto: Internet/Reprodução.
NOSSO CAMPO MINADO
Agora imagine que o tal do campo minado é nossa sociedade. Os números que aparecem embaixo de cada peça descoberta, são as frágeis linhas dos relacionamentos modernos. E as armadilhas, as temidas bombas, o que são? Antes de responder a isso, me permita te levar a outra memória. Se você tem filhos, como eu, ou sobrinhos, netos e alguma vez já teve dificuldades em se comunicar com eles, sabe o quão desafiador é isso. Parece que as nossas línguas não se batem, não é mesmo? Eles literalmente falam em outro idioma (ou somos nós?). São gírias, abreviações, memes, com uma variedade surpreendente e uma capacidade de reinvenção absurda.
Não falar a “língua” de alguém é, muitas vezes, o mesmo que não saber desarmar uma bomba. Talvez você nunca tenha ouvido falar em termos como Incel, Red Pill, Blue Pill, Alpha, MGTOW… Mas é bem provável que alguém mais jovem aí na sua casa saiba exatamente o que isso significa, ou esteja ouvindo sobre isso agora mesmo, na escola, no YouTube, no grupo de amigos.
Esses termos não são só gírias. São sinais. Códigos. Pistas de como muitos jovens estão tentando entender o mundo, processar frustrações, encontrar um lugar pra pertencer. Se a gente não aprende a decifrar essas peças do quebra-cabeça, corre o risco de só perceber o estrago depois que a bomba já explodiu, quando ideologias perigosas já se implantaram.
A discussão foi trazida novamente à tona pela excelente série ‘Adolescencia’ da Netflix. Na trama, Jamie de 13 anos, se vê imerso (e sugado como numa areia movediça), para esse universo silencioso, e cheio de armadilhas mortais. No caso em questão, ele é vitima de um cyberbullying que o rotula de ‘Incel’. O fato é o gatilho para um crime violento.
O que códigos como ‘Incel’ querem nos dizer?
O termo ‘Incel’ é a abreviação de “involuntary celibates”, que traduzido, significa “celibatário involuntário”. O nome é associado a adolescentes e homens tímidos, que sentem insegurança e por sua vez retraem afetividade e a demonstração dela ao sexo oposto. Se popularizou entre jovens usuários da internet, que frequentemente menosprezam e humilham mulheres, culpando-as pelo insucesso de suas próprias vidas afetivas.
Na trama da série, não são apenas os pais do garoto que desconhecem esse mundo perigoso e cheio de armadilhas que Jamie tentava andar sem explodir nenhuma bomba. A polícia está tão perdida nos detalhes do crime quanto os próprios pais do protagonista. Nem o investigador — que tem um filho da mesma idade, na mesma escola — sabia o que aquele termo significava.
E é justamente esse o ponto que a série quer cutucar: o silêncio, a distância, a falta de conexão entre gerações. A maioria dos pais simplesmente não faz ideia do que os filhos estão consumindo, falando, vivendo.
Então bora virar esse jogo?
Aqui vai uma forcinha pra você (pai, mãe, educador ou responsável), entender melhor os termos, expressões e códigos que fazem parte do universo dessa turma que, muitas vezes, parece falar um idioma próprio.
Ok, mas para que isso?
Assim como numa viagem ao exterior sem saber o idioma local, quem não entende os códigos culturais da juventude corre o risco de não enxergar o que está bem diante dos olhos. Eles estão todos os dias orbitando esse universo e tendo o seu universo orbitado por expressões, memes, gifs, stickers e muito mais. Coisas que sequer podemos imaginar. E sabe o que mais? Algumas dessas expressões, figuras ou coisas aparentemente inocentes, são cruéis.
Vemos muitos pais, rirem de canto, e acenarem com a cabeça, concordando em tom de pouco caso, “Esses meninos(as) de hoje…”. Sem perceber, estamos cada um trancado na sua própria bolha social. E o pior: muitas vezes sem nem ter a quem pedir ajuda. Seguimos andando, distraídos, a um passo de pisar numa mina… e então, boom. Fim de jogo.
E aí vem a pergunta que não quer calar: o que fazer?
Não dá pra acordar amanhã e, do nada, entender tudo o que se passa na cabeça de meninos e meninas de 15 anos (ou menos), que muitas vezes nem sabem o que é viver off-line. Um mundo que pra gente é o “real”, mas que pra eles é quase uma lenda urbana.
Dicas práticas, para você pai!
Primeiro, a ignorância não é mais uma opção! Se não podemos passar a entender tudo do dia para a noite, afinal, nem manual para essas ‘coisas’ temos, não é mesmo? Busque, procure, leia, pesquise. Vai achar muita coisa. E nós pais temos uma vantagem, ou melhor duas, experiência e paciência.
Segundo, não leve tudo o que acontece na vida de seus filhos puramente na brincadeira. Isso pode sair de piada a perigo. Muitos desses termos começam como memes, mas se transformam em radicalizações. Se transformam em ridicularização pública. Uma forma de linchamento, de exclusão. Chamávamos a um tempo atrás de cancelamento, mas o próprio termo já está ficando ‘desatualizado’.
Terceiro, aceite que a internet já é uma sala de aula paralela. Os (nossos) jovens aprendem sobre o mundo nesses espaços — fóruns, vídeos, influencers, e ponto. Daí a necessidade de sermos menos ‘quadrados’. Isso é o mundo deles. Eles estão sendo formados (suas opiniões, gostos, fetiches, desejos) por uma tela, tenha alguém do outro lado, ou não. O que podemos fazer? Minimizar ao máximo. Esse é exatamente o quarto ponto.
Em todas as culturas, em todos os tempos, a comunicação sempre foi a arma mais eficiente para conquistar — ou subjugar — um povo. Mude a forma como eles falam… e pronto. Jogo ganho (ou perdido). Lembra da Torre de Babel (Gênesis 11)? Pois é. O mundo aprendeu a lição rápido.
Isolamento
O que eu proponho aqui pra nossa reflexão é o seguinte: enquanto louvamos, evangelizamos e ensinamos dentro de casa, muitas vezes não percebemos que há, paralelamente, um processo lento, silencioso (mas devastador) de convencimento acontecendo. A ideia que vai se instalando é perigosa: “nossos pais e mestres não conseguem mais nos entender.” O que sobra pros nossos filhos? Escutam, pouco a pouco, uma voz sorrateira que sussurra: “Você pertence só aos que falam a mesma língua que você.” Ou seja, só aos que conseguem entender o que você sente, pensa e vive.
Lembra das bombas que citei lá no começo? Pois é… elas existem e explodem, toda vez que uma relação humana saudável é interrompida. Cada vez que um jovem opta pela vida virtual em detrimento da real. Cada vez que as conquistas on-line valem mais do que as da vida fora da tela. Cada vez que a linguagem escolhida é a do teclado, e não a da conversa olho no olho. E sejamos sinceros: o jogo parece meio desbalanceado, né? A sensação é que estamos sempre perdendo terreno, uma casa por vez, sem saber onde pisar.
Mas, podemos virar o jogo! Logo, entender os códigos é o primeiro passo para zerar o game, e não o confronto. Lembra o que nos diz provérbios 18.21: “A morte e a vida estão no poder da língua;”. Ou seja, o poder de trazer a vida está na comunicação. Temos uma arma poderosa de influência, de convencimento. Sem isso, será como tentar ler uma mensagem cheia de emojis, siglas e gírias que seu filho escreveu no WhatsApp e você ficou ‘boiando’. Essa é a nova realidade. A vida moderna é feita de códigos, e quem não a entende, fica de fora. Todavia, temos o maior de todos os códigos, o único capaz de dar sentido ao jogo da vida. Com o imbatível poder do evangelho, ganharemos a guerra não apenas no campo de batalha, mas nas trincheiras de nossas casas. Avante!
Gustavo Rocha | Casado com Bruna e pai de Samantha e Tito; Pastor de jovens na Promessa Cosmópolis; Trabalha como produtor de conteúdo audiovisual na APC para a TV Viva Promessa; Estudou cinema e ama cinema desde criança.
Quando pensamos no sacrifício de Cristo, temos diversos motivos para refletir sobre o que Ele representou por nós. Nesta Páscoa, em que o mundo cristão recorda a morte e ressurreição do Senhor mais uma vez, podemos também considerar como a obra de Cristo confirma os mandamentos de Deus na vida das pessoas que são salvas por crerem neste Cordeiro Pascal.
Não acreditamos que o dia da ressurreição de Cristo tenha mudado a Lei, embora, para muitos cristãos, isso tenha ocorrido. No entanto, numa análise simples, encontramos motivos bíblicos para esclarecer essa questão.
Primeiro: Jesus passou três dias e três noites no sepulcro.
Isso indica que Ele morreu em uma quarta-feira e ressuscitou no sábado, e não no domingo:
“Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra.” (Mateus 12:40 – NAA).
Cremos que, pouco antes do pôr do sol de uma quarta-feira, o Senhor foi posto no sepulcro e, assim, ressuscitaria depois de três dias e três noites.
Segundo: Jesus já havia ressuscitado antes do amanhecer do domingo.
As mulheres foram ao sepulcro no início do primeiro dia da semana, mas Ele já não estava lá:
“No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. […] Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde Ele jazia.” (Mateus 28:1,6 – NAA).
Ou seja, os textos bíblicos relatam o testemunho das mulheres e dos discípulos indo até o local onde o Senhor da Vida havia estado, e não o momento exato da ressurreição.
A ressurreição, que tornou a morte de Cristo em salvação e não em tragédia, já havia ocorrido. Para sempre o Salvador vive! “Mas Deus o ressuscitou, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse” — Atos 2:24 – NAA).
Terceiro: A nova aliança não anula a Lei moral de Deus.
A ressurreição inaugura uma nova aliança, mas a Lei Moral (os Dez Mandamentos) permanece — agora impressa no coração:
“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: na mente deles imprimirei as minhas leis, também no coração as inscreverei. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Hebreus 8:10 – NAA).
É como se o coração de quem crê em Jesus se tornasse o novo monte onde Deus revelou as tábuas da Lei. Na antiga aliança, os mandamentos foram escritos em pedras; na nova, estão gravados no coração de quem encontrou o Senhor da Lei e foi purificado das obras mortas para uma nova vida.
Uma luz que nunca se apaga, um Salvador que nunca muda e uma esperança que jamais termina, pois é o Espírito quem opera essa transformação, conformando cada salvo à imagem de Deus. “E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Coríntios 3:18 — NAA).
Quarto motivo: A Páscoa cristã vai além das datas.
A Páscoa fala de transformação interior, e não meramente de datas. Seu significado transcende o calendário, tratando da purificação pelo sacrifício de Cristo.
Paulo ensinou isso, lembrando que nossa vida deve estar livre do “fermento” do pecado:
“Livrem-se do velho fermento, para que sejam massa nova, sem fermento, como de fato são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado.” (1 Coríntios 5:7 – NAA).
O mais importante, então, é crer na cruz de Cristo, em Sua obra, e no Ressuscitado que venceu a morte. A mensagem da Páscoa é sobre isso. Portanto, celebre a vida cristã todos os dias e compartilhe a verdadeira mensagem da ressurreição!
Até onde vai o nosso fascínio (e submissão) pela tecnologia? Até onde podemos tornar a vida ir (real)?
Você se considera dependente da tecnologia? Talvez sua resposta imediata seja não. Afinal, você não vive com um chip implantado na cabeça — ainda. Não tem um robô que prepara seu café e muito menos uma IA que dita cada passo do seu dia. Mas talvez a primeira coisa que você toque ao acordar seja o seu celular. Talvez você já tenha sentido ansiedade por não saber onde ele estava. Talvez já se sentiu estranho, sem uma rede Wi-Fi ao alcance em algum lugar? Talvez você precise de um aplicativo que limite o tempo que você passa em outros aplicativos. Já pensou nisso? Será que não estamos, pouco a pouco, nos tornando reféns? O mais recente episódio da série Black Mirror, que estreou 3 de abril com a sétima temporada, nos joga esse questionamento na cara com uma brutalidade desconfortável.
Para quem ainda não conhece, Black Mirror é uma série britânica criada por Charlie Brooker. Sua proposta é simples — e perturbadora: explorar futuros distópicos nos quais a tecnologia deixou de ser uma ferramenta neutra para se tornar um espelho dos nossos piores impulsos e vícios. As séries contem episódios fortíssimos, outros que são mais sensíveis, mas certamente, todos em alguma medida desconfortantes. Cada episódio apresenta uma narrativa única, com personagens e contextos diferentes, mas sempre orbitando uma mesma inquietação: até onde vai o nosso fascínio (e submissão) pela tecnologia? Até onde podemos tornar a vida ir(real)?
“PESSOAS COMUNS”: UM FUTURO MUITO PRÓXIMO
O primeiro episódio da nova temporada — “Pessoas Comuns” — é um retrato ácido e preciso da nossa geração. Somos apresentados a um casal comum, porque? Porque a vida é assim, não é? Feita de pessoas comuns, como eu e você! Aliás, uma história é sempre mais impactante se conseguimos nos colocar no papel dos personagens.
A protagonista, Amanda, tem sua vida comum de professora de Biologia, interrompida abruptamente, por uma notícia de um tumor cerebral. Ela é casada com Mike, um metalúrgico esforçado e amoroso, que é surpreendido com o diagnóstico. Sem saída, ele precisa decidir se aceita ou não, colocar a vida de sua esposa nas mãos da tecnologia, e se aceita os termos e condições para isso, que ironicamente, nunca lemos não é mesmo?
A crítica é visível nesse futuro distópico: nossa pessoalidade ou aquilo que nos distingue, nos individualiza, se perde para se manter o que é artificial, genérico. E o mais assustador: esse não é um cenário de ficção científica distante. Há abelhas robóticas ali, sim. Mas o cenário é de um futuro tão próximo que parece apenas amanhã.
NOMOFOBIA, NPCs E UMA SOCIEDADE FABRICADA
Não é apenas ficção. Já vivemos em um mundo onde pessoas manifestam sintomas graves ao se verem sem celular (nomofobia). Onde adolescentes ganham milhares de dólares se comportando como personagens de videogame em lives de “NPC”. Onde é preciso instalar aplicativos para trancar o acesso a outros aplicativos. Vivemos num mundo de perigo “real”, onde a dependência tecnológica já deixou de ser um risco futuro. É o presente. De onde vem em casos extremos, o suprimir a própria vida, quando a imagem pública foi manchada, ou comprometida? Do rompimento do fino tecido que separa nossa sociedade do real e virtual.
CEGUEIRA COLETIVA
A Bíblia fala sobre isso. Paulo escreve que “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos” (2Co 4:4). Em outra carta, ele diz que estão “obscurecidos no entendimento, separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão” (Ef 4:18). Vivemos, sim, uma cegueira coletiva e global. Bem mais assustador que uma pandemia de vírus, é uma epidemia de cegos optativos. E se o deus deste século estiver nos nossos bolsos? Se for aquele que dorme ao nosso lado, sabe nossas senhas, escuta nossas conversas, controla nossos desejos e tempo? Já pensou nisso? Já pensou em como esse deus, trabalha na surdina? Como te recomenda mais e mais conteúdo? Mais e mais, produtos iguais? Assuntos referentes?
Isso entrou no nosso dia-a-dia. O ponto não é demonizar o que utilizamos todos os dias, e que facilitou (e muito) nossas demandas. Não! Claro que não. O ponto é sobre o quão artificial nos tornamos por conta disso? Qual foi a última vez que você simplesmente, ligou para alguém, sem precisar mandar um zap antes perguntando? Celular servia para isso não? Quando mudou? Melhor… quando mudamos?
TECNOLOGIA COMO DEUS, MAS NÃO COMO SALVADOR
No episódio, Amanda, passa a depender de um “serviço de assinatura para um backup de consciência em nuvem”. No início, a tecnologia lhe devolve a vida. Mas a série é incrível! Veja o detalhe, na conversa para vender o serviço para Mike, o esposo, a consultora de vendas diz categoricamente: “O produto lhes dará tempo”. Bingo! Pois, quando a tecnologia é retirada, a protagonista desaba. Sem sua assinatura premium, ela não sabe quem é, o que fazer, como viver. Ele, diante da tragédia de manter um serviço caro demais, ou melhor, de pagar um preço alto demais, cede ao mesmo sistema que enojou. A verdade é: quando colocamos nossa vida em algo que pode falhar, ser desconectado ou reiniciado, estamos perdidos. Como disse o criador da vida (Jesus): “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8:36)
ABELHAS ARTIFICIAIS E HUMANOS DE SOFTWARE
As abelhas robóticas presentes no início do episódio simbolizam algo ainda mais profundo. Um artifício para nos situar num futuro ligeiramente longe para que a história seja possível, mas próxima o suficiente para nos arrepiar na reflexão. O desaparecimento das abelhas em nosso mundo real já é uma crise ambiental silenciosa¹, mas aqui, elas representam uma substituição: se não há mais natureza, que se fabrique uma.
Se não há mais vida, que se invente uma. Se não há mais lucidez, criamos inteligência artificial. Se não há mais calor humano, entregamos reações automáticas e automatizadas. O real pelo sintético. Mas quando tudo é simulado, o que ainda é real? O que ainda é humano? A resposta bíblica é clara: somos formados do pó, mas o que nos dá vida é o fôlego de Deus (Gn 2:7). O que nos diferencia da inteligência artificial não é o corpo, mas a alma. Somos pó, sim. Mas pó com alma. Pó com fôlego de Deus.
A VERDADEIRA LIBERDADE É… UM RESET.
Black Mirror raramente dá esperança. Mas o Evangelho dá. E não em forma de curtidas ou seguidores — mas de redenção. Quer liberdade de verdade? Então prepare-se pra um choque de sistema. Porque Paulo nos assegurou aconselhou que: “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês.” (Rm 12:2).
No fim, uma única pergunta importa: Qual, é o preço da vida real?
A resposta é clara: ela não tem preço. Vida de verdade não cabe num app. Porque a vida, como vida deve ser vivida, custa um preço caro demais. E a cruz continua sendo o lembrete mais real de que viver… vale a pena.
Desligando em 3… 2…
Gustavo Rocha | Casado com Bruna e pai de Samantha e Tito; Pastor de jovens na Promessa Cosmópolis; Trabalha como produtor de conteúdo audiovisual na APC para a TV Viva Promessa; Estudou cinema e ama cinema desde criança.
1 BBC News Brasil. (9 de junho de 2017). "Por que as abelhas estão desaparecendo e como isso afeta a humanidade". Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-40220606. Acesso em: 10 de abril de 2025.
Jogador do Colo-Colo interveio e minimizou ataque a jogadores brasileiros; confira as reflexões.
A partida entre Colo-Colo, do Chile, e Fortaleza, em Santiago, foi encerrada por volta dos 20 minutos do segundo tempo. O jogo, que estava 0x0, foi interrompido após uma sequência de ações violentas por parte de torcedores, que vandalizaram o estádio: quebraram vidraças, arrancaram barras de ferro e correram em direção aos jogadores do Fortaleza, que conseguiram fugir a tempo para os vestiários.
Antes da partida, fora do estádio, o clima já era tenso. Notícias da imprensa indicam que um adolescente e um jovem morreram durante um confronto entre torcedores e a polícia. Provavelmente, esse foi o estopim da revolta. É triste perceber que espetáculos como o futebol se transformam, por vezes, em cenários de violência, medo e morte. Diante de fatalidades como essas, seria coerente a partida sequer ter começado.
Mas, diante da continuidade do jogo — interrompido apenas no momento em que os torcedores invadiram o campo —, uma cena chamou minha atenção: o zagueiro Emiliano Amor se colocou no meio do conflito, desmobilizou os torcedores e deu tempo para que toda a comissão técnica do Leão cearense se retirasse do gramado. Vale ressaltar que alguns outros jogadores também vieram, mas ele foi o primeiro pelas imagens. A Conmebol cancelou a partida, e a decisão será encaminhada ao tribunal da entidade.
Segundo o site O Tempo, Emiliano Javier Amor é um jogador argentino-sírio de 29 anos. Passou por diversos clubes e, desde 2021, atua pelo Colo-Colo. Pela equipe chilena, foram 106 jogos, seis gols marcados e duas assistências.
Sem dúvida, essa assistência prestada em campo já é uma das maiores atitudes do atleta. Ele poderia simplesmente não se importar, olhar ao redor e, diante do descontrole, fugir. Mas resolveu “andar uma segunda milha”, resolveu “interceder” — e virou uma das boas notícias da trágica noite em Santiago.
Fiquei pensando que, além de ter o sobrenome Amor, ele agiu com amor. Pensando em termos bíblicos, ele encarnou em sua vida o significado do próprio nome. Honrou o que representa, se doando, sofrendo e interferindo no caos, para minimizar o que poderia ser uma tragédia ainda maior — algo que nem sequer dizia respeito diretamente ao Fortaleza.
Colocar-se no lugar do outro nunca é fácil. É preciso coragem, sensibilidade. É necessário agir com a mente moldada pela ideia de que devemos pensar não apenas em nossa própria segurança, mas também na do outro.
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” — João 15:13
Vale a reflexão do gesto: seríamos como o zagueiro Amor diante do caos? Ou, diante de situações de calamidades pessoais, fugimos pensando apenas em nossa própria pele?
Cristo refletiu sobre isso quando, no Getsêmani, orou ao Pai e falou sobre o cálice da cruz. A única solução para religar o homem a Deus era que Ele se colocasse no meio — entre nós e Deus Pai — como o Mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), como o único e verdadeiro pontífice que nos abriu o caminho ao Céu (Hebreus 9:15).
Além disso, ao ver Emiliano ali, pensei em quantas situações — de trabalho, de família, de igreja, de amizades — podemos ser esse “camisa 15” que leva paz, que é pacificador, que age para evitar que a tragédia aconteça ou se agrave.
“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” — Mateus 5:9
Portanto, somos convocados a ser como Jesus: discípulos-pacificadores, intercessores, a nos colocar no lugar do outro para que ele possa estar bem e seguro. Precisamos não apenas falar de amor, mas vestir a camisa do Amor de Deus.
Texto: Andrei Sampaio | Agência Promessista de Comunicação (APC).
Diante dos dias tão agitados que vivemos, da quantidade de conteúdo a que temos acesso — que passa diante dos nossos olhos e faz nossos dedos se movimentarem —, para este mundo que recusa o descanso, como se isso fosse um crime, Jesus Cristo deu um conselho bem interessante e antissistema:
“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mateus 6:26)
Imagine o Senhor Jesus propondo isso numa grande corporação, durante o frenesi de um expediente, ou mesmo em algumas igrejas. Jesus parece querer ensinar sobre a importância da reflexão. Agora, pare por 30 segundos, deixe de ler e olhe para a imagem das aves voando. Apenas observe.
Olhou? Parou?
Então, relembre as palavras do Mestre: “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros…”
O público de Jesus, assim como nós, estava preocupado com o sustento, com a correria da vida. E o Senhor chama a atenção deles para enxergarem, nos detalhes simples das aves dos céus, o cuidado do Pai.
É um desafio sairmos das telas, das agendas, das demandas e simplesmente olhar para o céu. Mas a proposta de Jesus é justamente essa: ajudar-nos a enxergar o cuidado de Deus, a presença do Pai em nossa vida cotidiana — assim como Ele cuida dos pássaros. Muitas vezes queremos respostas “de outro mundo” para os problemas do nosso, mas a resposta, nesse caso, foi simples: observe o voo dos pássaros, seus alimentos, seu ninho. Quem organiza essa vida é Deus, direta ou indiretamente (cf. Salmo 104:12; Jó 38:41).
Nesse sentido, aproveite o dia do Senhor — o sábado — para refletir sobre o quanto você tem sido dependente do Criador e sobre como tem colocado sua esperança no cuidado do Pai celestial. Cristo não sugere o abandono do trabalho nem uma vida sem organização, mas mostra que Deus precisa estar presente nessas coisas. A confiança na Sua providência e cuidado deve estar acima de nossas preocupações (cf. Filipenses 4:6-7).
Por isso, confie na presença do Senhor em sua vida. Não deixe que as preocupações tirem seu descanso. Ter essa postura de parar e descansar no colo do Pai é cumprir a ordem de Cristo:
“Buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33)
A série Adolescência, da Netflix, está no centro de uma polêmica. Alguns afirmam que a trama é baseada em histórias reais, mas distorcidas para a adaptação. A produção nega. Mas a verdade? Sim, a série reflete a realidade – e eu posso provar.
Ela é o assunto do momento. Recém-lançada pela Netflix, essa produção britânica impacta de todas as formas: pela abordagem crua e realista dos desafios da adolescência, pela cinematografia única e, principalmente, pelo feito impressionante de contar uma história complexa em apenas quatro episódios. Ela prova algo que as plataformas ainda resistem: não é preciso uma longa temporada (de dez ou mais episódios) para envolver o público. Quando bem feita, uma história captura, emociona e perturba em menos tempo – e Adolescência faz isso com maestria.
A história
Acompanhamos a história de Jamie Miller (Owen Cooper), um estudante de 13 anos que é preso sob acusação de assassinar uma colega de classe. Partindo dessa premissa, a série mergulha fundo em temas como identidade, família e amadurecimento, arrancando elogios da crítica e do público. Mas, por trás dessa trama envolvente, há algo ainda mais incômodo – um detalhe que poucos estão comentando: até onde fomos longe demais?
Porque, convenhamos, o protagonista tem apenas 13 anos. Treze! E já enfrenta dilemas que nem adultos bem resolvidos conseguem lidar ao certo. Pressão social, erotização, violência emocional. Mas aqui está o ponto: a culpa de tudo isso não está nos pais, como esperado pelo espectador, não! E isso fica claro no desenrolar dos fatos. A infância roubada desses jovens não começou em casa, mas sim no ambiente escolar, no ambiente externo.
A série britânica escancara uma verdade desconfortável: ambientes que por gerações foram considerados refúgios seguros — como escolas e universidades — já não cumprem mais esse papel. Pelo contrário, tornaram-se palcos de uma cultura que acelera o amadurecimento infantil, erotiza crianças e normaliza o que jamais deveria ser aceitável. Mas essa tendência não está restrita à ficção. Algumas semanas atrás, no Oscar 2025, o grande vencedor da noite foi um filme que conta a história de “uma jovem stripper do Brooklyn que conhece o filho de um oligarca russo na boate em que trabalha”. Os dois se apaixonam, e pronto: temos o que Hollywood chama de “conto de fadas contemporâneo”1. Mas a verdade é outra. Trata-se, na realidade, de mais um exemplo da normalização da hipersexualização e da degradação de valores fundamentais. Ah, a protagonista dessa história tem apenas 23 anos de idade.
Industria que impulsiona
A indústria do entretenimento não apenas acompanha essa mudança cultural — ela a impulsiona. Aos poucos, a narrativa da erotização precoce e da promiscuidade foi se tornando norma, inserida em filmes, músicas e séries, como se fosse apenas um reflexo da sociedade. Mas será que realmente é? Ou será que a própria cultura pop está moldando, intencionalmente, essa nova realidade? O próprio termo “cultura pop” parece hoje mais uma forma elegante de dizer “cultura da deturpação”. Talvez tenha passado despercebido para muitos, mas na minissérie em questão, há um detalhe simbólico no segundo episódio. Quando os inspetores da polícia visitam a escola de Jamie em busca de pistas que expliquem o que levou um garoto de 13 anos a cometer um assassinato — algo que ele sequer parece compreender em sua totalidade —, entre diversos símbolos, um cartaz fixado na parede se destaca. Nele, se vende a ideia para os jovens de que, você é um arco íris de possibilidades.
À primeira vista, pode parecer apenas um slogan inofensivo, um reflexo da mentalidade contemporânea. Mas será mesmo? Ou estamos diante de mais uma representação da vida real, onde ideologias, muitas delas pervertidas, se infiltram silenciosamente em ambientes de formação, moldando mentalidades e, alimentando a relativização?
A Palavra de Deus não foge ao tema. Em Filipenses 4.8, Paulo nos exorta a pensar “no que é verdadeiro, no que é respeitável, no que é justo, no que é puro”. Aqui Paulo emprega uma palavra que nos chama à pureza na área sexual. Já Efésios 5.3 vai ainda mais longe: “Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual”. Mas quem se atreve a dizer isso em voz alta hoje? Quem ousa questionar o pensamento coletivo da maioria, que vende tudo isso com uma roupagem de que estamos de fato evoluindo? Aliás, poderíamos chamar essa transformação de crianças em adultos apressados e adultos em consumidores doentios, de involução?
E então voltamos à Adolescência. (Spoilers a partir daqui). Ao final da série, deveríamos nos perguntar: por que não nos chocamos com o caminho que levou Jaime até lá, tanto quanto o crime em si? Por que nos acostumamos tanto ao ponto de só nos revoltarmos quando a tragédia acontece? Não é válido ir além da simples avaliação do estado do “paciente”, para investigar também a raiz da doença? O crime cometido é sério, sim, mas o que realmente nos preocupa é o terreno fértil que cultivou essa tragédia. É isso que a série realmente quer que façamos com ela, que discutamos o que realmente está em jogo.
No último episódio, os pais se perguntam: O que fizemos? Onde estávamos? O que perdemos? Eu me arriscaria em responder: Perdemos muito. Quando crianças recém-promovidas a adolescentes são corrompidas em um ambiente que parece não saber mais como proteger sua inocência, o problema passa a ser de gente grande de verdade. E o que resta, então, para uma geração que apressa o amadurecimento e normaliza o inaceitável? Resta a perda da pureza, da sensibilidade, e, mais importante, a desconexão com o que deveria ser a essência da juventude: a chance de crescer sem o peso precoce de questões que nem os adultos estão prontos para lidar.
A única saída
Mas o Evangelho surge como a única alternativa suficiente. No Reino de Deus, crianças podem ser crianças. A pureza é preservada, não destruída. A santidade é o antídoto contra a imoralidade e suas consequências incompreendidas. Porém, talvez você esteja pensando agora, ainda é possível? Não é tarde demais para isso? Não! Ainda vale a pena buscar, lutar e investir na santidade e pureza de coração. E acima de tudo, não precisamos nos conformar com uma cultura que nos empurra para um abismo coletivo e individual. Podemos resistir. Podemos ensinar aos nossos filhos um caminho diferente. Podemos, finalmente, despertar para aquilo que é verdadeiro, justo e puro.
A pergunta é: vamos?
Gustavo Rocha | Casado com Bruna e pai de Samantha e Tito; Pastor de jovens na Promessa Cosmópolis; Trabalha como produtor de conteúdo audiovisual na APC para a TV Viva Promessa; Estudou cinema e ama cinema desde criança.
O Promesssitas.org traz com exclusividade a apresentação da nova revista, bem como a nova área com materiais relacionados aos estudos.
A partir do dia 5 de abril, os promessistas estudarão na Escola Bíblica das igrejas locais, a nova série de Lições Bíblicas do 2 trimestre de 2025 com tema: “Jesus: o Servo em Ação”. O Promesssitas.org traz com exclusividade a apresentação da nova revista, bem como a nova área com materiais relacionados aos estudos, disponível neste endereço: https://promessistas.org/lb351/. Onde você encontra: o estudo 1 em pdf, cartazes, capas e posts para redes sociais. Em breve, outros recursos serão disponibilizados aos estudantes e professores.
A seguir, confira a apresentação escrita pelo diretor da Editora Promessa, Pr. Eleilton Freitas:
“Nos quatro evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João –, Jesus é o principal personagem. Contudo, em cada um deles, Cristo é apresentado em perspectivas diferentes. No evangelho escrito por Marcos – material que utilizaremos como base para esta série de estudos –, a característica do Senhor Jesus Cristo que se sobressai é a de Servo. Essa é a razão de o tema geral ser Jesus: o Servo em ação. Marcos é o mais breve e simples dos quatro evangelhos. O autor não se delonga com extensos comentários. A narrativa fala por si só. Ao lermos suas páginas, ficamos encantados com seu personagem principal: Jesus Cristo, que, conforme dissemos, é apresentado como um Servo ativo, rápido e incansável. É o Servo em ação.”
DATA E PROPÓSITO
“O evangelho de Marcos foi o primeiro a ser escrito – provavelmente, no início da década de 60 do primeiro século. Mas com que propósito foi escrito? Recordemos suas primeiras palavras: Princípio do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Mc 1:1). Então, do que ele vai tratar? Do evangelho. E o que é o evangelho? É a boa notícia sobre Jesus. A boa notícia de que Deus vai restaurar todas as coisas por meio do seu Filho. Logo, dito de modo simples, o propósito desse evangelho parece ser, acima de qualquer coisa, pôr diante do público a pessoa e a obra de Cristo.
Marcos deseja apresentar por escrito o testemunho dos apóstolos sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus. O Marcos que escreveu esse evangelho é o mesmo João Marcos, filho de uma mulher rica de Jerusalém (At 12:12), dona da casa para onde Pedro fugiu depois de ter sido solto milagrosamente da prisão e onde os cristãos, reunidos, oravam. O apóstolo Pedro o chama de filho, por ser seu discipulador (1 Pe 5:13). Por isso, é praticamente consenso entre os estudiosos que boa parte das informações que Marcos traz em seu evangelho procede do apóstolo.”
DESTINATÁRIOS
“Por fim, vale lembrar que os primeiros cristãos a receberem esse evangelho possivelmente viviam na cidade de Roma. Em poucos anos, eles seriam duramente perseguidos por Nero. É que, em 64 d.C., metade de Roma seria queimada pelo fogo. A crescente suspeita de ser Nero o responsável pela tragédia o levaria a colocar a culpa nos impopulares cristãos, fazendo do cristianismo uma religião ilícita. Nesse contexto, os cristãos já teriam o evangelho do Servo em mãos, isto é, a boa nova sobre o Filho de Deus que venceu e estava com eles. O evangelho de Marcos é altamente encorajador! Oramos para que o estudo deste evangelho traga um tempo de muito crescimento a você, querido estudante. Que Deus abençoe também todos os professores que ministrarão estas lições. A Jesus Cristo, o Servo, toda honra e toda glória!”
Filme com Demi Moore traz várias reflexões, entre elas a pergunta: quantos de nós já não fomos descartados, trocados como se fôssemos figurinhas colecionáveis?
O filme A substância chegou chutando a porta. Terror psicológico, Demi Moore no papel principal e uma crítica ácida à indústria do entretenimento. Mas e se esse filme não fosse só sobre Hollywood? E se ele fosse sobre mim e sobre você?
O que é A substância?
Demi Moore interpreta Elisabeth Sparkle, uma atriz que já teve seus dias de glória, mas agora está ficando velha. E no mundo do entretenimento, do conteúdo, envelhecer é praticamente um crime. Mas aí surge uma solução: um tratamento milagroso chamado “A Substância”, que promete devolver sua juventude. O preço? A identidade dela mesma. O resultado? Um pesadelo onde o velho é descartado sem piedade. O filme é altamente recomendado para apenas os maiores de 18 anos, ironicamente, e também os que têm forte estômago.
O filme bombou e foi indicado ao Oscar, incluindo Melhor Atriz e Melhor Roteiro Original. Mas, mais do que prêmios, ele entrega uma crítica brutal à sociedade.
Foto: Reprodução/Internet.
Mas e se A substância for sobre a gente?
Agora se eu te disser, que a protagonista de A Substância não é só uma personagem fictícia? Ela é você. Ela sou eu. Ela é a gente vivendo uma vida cheia de likes, espectadores, mas vazia de propósito. A lógica é simples: você não é suficiente. Não agora. Mas, se você mudar um pouquinho, se adaptar um pouquinho, consumir um pouquinho mais… aí talvez seja.
Já viu isso em algum lugar? Vivemos um tempo em que as pessoas não existem mais, elas só acontecem. A relevância dura até o próximo post. O criador de conteúdo não cria mais, ele só alimenta um algoritmo que sempre pede mais. E por quê? Porque os números mandam. Porque ninguém quer desaparecer. O problema é que, quando tudo é descartável, nós também somos.
Demi Moore já foi uma das maiores estrelas de Hollywood. Hoje, volta com um filme que esfrega na cara da indústria o que ela já fez com tantas outras. O filme conta a história de uma mulher sendo substituída. Mas não é exatamente isso que acontece todos os dias, o tempo todo? Sabe o que o filme tem em comum com a indústria do entretenimento? Ambos nos fazem esquecer que estamos lidando com vidas reais. No filme, Elisabeth é trocada por uma “mais nova que ela”, na vida real, a atriz perdeu o Oscar da mesma forma, para uma mais jovem. A pergunta é: quantos de nós já não fomos descartados, trocados como se fôssemos figurinhas colecionáveis?
Não estamos falando de um filme qualquer, gente. Estamos falando de uma sociedade que troca um ídolo por outro sem parar. Estamos falando de nós! Quando você ‘curte’ a foto de alguém, você não está apenas dando atenção a uma pessoa – você está alimentando um sistema que as destrói no instante seguinte, para criar o próximo produto de consumo.
O ciclo do consumo e a Bíblia já falava disso
Nada disso é novo. O que Paulo escreveu em Efésios 4:17-19 parece uma descrição perfeita do mundo de hoje: “Não vivam mais como os gentios, na vaidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações.”
Parece que foi escrito ontem. O alerta de Paulo é exatamente para não reproduzirmos na roda da vida, o que os gentios (que não conhecem a Deus e a sua vida, afinal, estão obscurecidos no entendimento), fazem na vida deles. E o que eles fazem, ou, como vivem? Na vaidade da sua mente. A palavra original aqui denota futilidade, vida sem sentido, falta de propósito. É o viver apenas por viver. E mais nada. É o vazio absoluto do nada pelo nada. O que Paulo propõe como solução? Efésios 4:22-24: “Despojai-vos do velho homem, que se corrompe pelos desejos enganosos, e sede renovados no espírito da vossa mente.”
Mas o mundo não quer se renovar. O mundo quer se manter do jeito que está, só que mais jovem, mais bonito e mais engajado. Fantasiando o novo pelo velho, ou vice versa.
Sangue nas mãos de todos
E aí chega o clímax do filme. (SPOILERS A PARTIR DAQUI) Elisabeth Sparkle explode. E o sangue dela respinga em todos. Isso é literal no filme. Mas na vida real, acontece o tempo todo.
Quantos artistas, influenciadores, criadores de conteúdo nós vimos serem engolidos e cuspidos pela máquina do entretenimento? Quantos foram esquecidos porque não performavam mais tão bem? E quantos de nós assistimos a isso acontecer, sem perceber que somos parte do problema? Aqui está a grande sacada: A Substância não é só sobre uma sociedade consumista. É sobre como nós, na nossa ânsia de consumir e ser consumidos, estamos matando tudo o que é real e genuíno.
Estamos tão imersos na cultura do ‘descartável’ que nos esquecemos de que somos humanos, e não peças de um jogo. Somos descartáveis para nós mesmos. E isso não é só triste, é devastador. A facilidade com que se cancela e se é cancelado. E nós vibramos com isso. Na verdade, o ‘e quem será a próxima vítima agora?’, é o nosso ‘modos operandi’. Inclusive religioso: Quem é o próximo herege a ser apedrejado? Quem é o próximo a ser linchado virtualmente? Tudo isso em nome da Verdade! Declaram eles. O quanto disso é o nosso prazer em substituir? Quando não nos serve, gritamos, próximo! Se a arte imita a vida, então nossa sociedade está manchada de sangue.
Enquanto ela explode no filme, nós continuamos com os olhos vidrados na tela, com as mãos no celular, esperando mais… Mas o que estamos realmente esperando? Mais substâncias vazias?
A cruz foi A substância definitiva
E agora? A gente só aceita que vive num mundo onde todos são substituíveis? Onde nosso valor dura até a próxima trend? Ou a gente busca algo diferente? O Evangelho traz uma resposta radical: nosso valor não está no que fazemos, no que produzimos ou em como somos vistos. Ele já foi garantido na cruz.
“Vocês foram comprados por um alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu corpo.” (1 Coríntios 6:20)
Cristo não pediu que a gente se transformasse em algo novo para sermos aceitos. Ele se entregou para que a gente pudesse ser restaurado. No mundo, tudo tem um prazo de validade. No Evangelho, não. E o melhor? Não é só para alguns. É para todos.
Resumo
O filme A substância é um reflexo cruel da nossa sociedade descartável. Mas a cruz é “a substância definitiva”: nela, nosso valor não expira nunca. E o Oscar vai para…
Gustavo Rocha | Casado com Bruna e pai de Samantha e Tito; Pastor de jovens na Promessa Cosmópolis; Trabalha como produtor de conteúdo audiovisual na APC para a TV Viva Promessa; Estudou cinema e ama cinema desde criança.
Utilize os seguintes recursos para sua aula da semana: uma dinâmica, um vídeo, uma questão para reflexão e uma música relacionada ao tema.
DICA UM – DINÂMICA: O Engano e as Consequências (Gênesis 27)
Objetivo: Discutir o impacto das escolhas e o valor da honestidade. Materiais: Papel e caneta.
Passo a passo:
Conte a história de Jacó enganando Esaú e Isaque para receber a bênção.
Divida a leitura do capítulo 27 de Gênesis em cinco partes e distribua entre os alunos:
Versículos 1 a 10
Versículos 11 a 20
Versículos 21 a 29
Versículos 30 a 39
Versículos 40 a 46
Peça que cada aluno resuma sua leitura e compartilhe o que aprendeu.
Promova uma reflexão em grupo com as seguintes perguntas:
Quais foram as consequências da mentira?
O que aprendemos com essa experiência?
Finalize enfatizando que, mesmo diante de nossos erros, Deus sempre nos chama à verdade e ao arrependimento.
*Adaptado do ChatGPT.
DICA DOIS – VÍDEO: Jacó Luta Contra um Homem
A luta de Jacó com um anjo (Gênesis 32:22-32) é uma das cenas bíblicas mais conhecidas e simboliza transformação. Exiba o vídeo abaixo, uma cena adaptada de uma produção da Record. Após a exibição, pergunte aos alunos quais lições podem ser extraídas da história.
Assista aqui:
DICA TRÊS – PERGUNTA PARA REFLEXÃO
Utilize a questão 1 da seção “Lições para Viver” e incentive os alunos a responderem:
O que é a longanimidade de Deus?
Como podemos desfrutá-la e fortalecê-la em nossa fé?
Para estimular a participação, ofereça pequenos brindes, como bombons, canetas ou cadernetas.
DICA QUATRO – CLIPE: Amor Teimoso
Sugerimos a música “Amor Teimoso”, interpretada por Jeferson Pilar e Melissa Barcelos. A canção ilustra como o amor de Deus transforma o caráter daqueles que se arrependem.
Para assistir, clique aqui:
Texto: Agência Promessista de Comunicação (APC) e Editora Promessa.
A história relatada no livro de Josué nos apresenta um cenário em que o povo de Israel, após anos de batalha e peregrinação, conquistou a tão esperada Terra Prometida. Contudo, diante de vitórias iniciais, algumas tribos se acomodaram.
Em Josué 18:3, lemos a exortação do líder: “Até quando sereis negligentes em possuirdes a terra que o SENHOR Deus de vossos pais vos deu?”. Essa repreensão revela o perigo da estagnação, mesmo quando as promessas e oportunidades estão ao nosso alcance.
As tribos já haviam travado guerras e experimentado a mão de Deus em suas conquistas. Ainda assim, ao invés de prosseguirem para tomar plena posse do que lhes cabia, preferiram a inércia. Talvez o cansaço, o medo do desconhecido ou até uma falsa sensação de segurança, tenham contribuído para esse comportamento. Eles se conformaram com o que já haviam obtido, deixando de lado o chamado maior.
Esse relato nos desafia a refletir: quantas vezes nós, em nossas próprias vidas, nos comportamos da mesma forma? Ficamos parados, satisfeitos com os pequenos avanços que fizemos, ignorando o potencial de ir mais longe. Estagnar é perigoso, pois nos impede de cumprir nosso propósito e pode até nos fazer regredir.
Além disso, a procrastinação frequentemente nos prende na zona de conforto. Ela nos oferece desculpas atraentes e nos convence de que amanhã será sempre o momento ideal para agir. Mas enquanto adiamos, oportunidades se perdem e os sonhos se tornam distantes.
Por isso, precisamos seguir o exemplo de Josué e tomar a decisão de avançar. É hora de deixarmos a passividade, enfrentarmos os desafios e possuirmos a “terra” que nos foi prometida, seja ela nossos projetos, metas ou sonhos. Sair da zona de conforto é indispensável para alcançarmos nosso propósito e experimentarmos o pleno cumprimento das promessas para nossa vida.
Que possamos escolher hoje agir com fé, coragem e determinação, deixando para trás a estagnação e a procrastinação. Afinal, é no movimento que encontramos a transformação!
Texto: Pr. Everton Wilker | Teólogo e Pastor responsável pelo campo de Castanhal (PA), na Convenção Norte.
Ao longo da história do povo de Deus, diversas mulheres se destacaram por sua fé e obediência: Raabe, Ester, Sara, Ana, Maria e Priscila, entre outras. A narrativa bíblica revela que Deus valoriza a figura feminina e a chama para compartilhar, junto com os homens lavados e comprados pelo sangue de Cristo, a vida da Igreja.
A Igreja é a manifestação visível da presença de Cristo no mundo, sendo descrita como o Corpo de Cristo (1Co 12:27). Entre os diversos nomes atribuídos à Igreja na Bíblia, dois se destacam: Mulher e Noiva de Cristo (Ap 12; 22:17). Essas metáforas revelam, a partir do olhar apostólico, o cuidado e a valorização da mulher, além de representarem o relacionamento perfeito entre Cristo e Sua Noiva, conforme Efésios 5:22-32.
A Igreja tem um Salvador (Ef 5:22-24)
Aqueles que pertencem à Igreja devem viver em obediência e submissão a Jesus, buscando pensar como Ele, andar em Seu Caminho, obedecer à Sua Verdade e viver Sua Vida. A Igreja, assim como a mulher virtuosa, encontra sua identidade e propósito em seu Salvador. Tudo o que faz, diz e vive tem Cristo como centro, sendo guiada pela Palavra de Deus. Como o próprio Jesus afirmou: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:38).
A Igreja tem um planejamento de vida (Ef 5:25-27)
A salvação não é apenas um ato isolado, mas um chamado para viver segundo a Lei de Deus, praticando boas obras (Ef 2:10). Paulo enfatiza em Efésios 5:25-27 que Jesus se entregou pela Igreja, evidenciando o maior ato de amor da história. Esse sacrifício não apenas redimiu a humanidade, mas também possibilitou uma transformação na vida daqueles que creem.
Assim como uma mulher se prepara para um grande evento, a Igreja passa por um processo de purificação e santificação. A imagem do “banho de loja” ilustra essa transformação: antes vestida de pecados como fofoca, imoralidade e desobediência, agora se reveste de amor, bondade e fidelidade a Deus. A Igreja, assim como a mulher que busca crescimento e amadurecimento, é chamada a se preparar para o grande dia do casamento com Cristo.
A Igreja tem sustento durante sua jornada (Ef 5:28-31)
Paulo compara o amor do marido por sua esposa ao amor de Cristo pela Igreja. Ele afirma: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja” (Ef 5:29). Esse cuidado revela a importância do respeito e da dignidade da mulher dentro da sociedade e, especialmente, no contexto cristão.
O texto bíblico rejeita qualquer forma de discriminação ou violência contra a mulher, enfatizando que ela deve ser tratada com amor e zelo, assim como Cristo cuida de Sua Igreja. Esse princípio ressalta a igualdade de valor entre homens e mulheres diante de Deus, evidenciando que o cuidado e a proteção são pilares fundamentais no relacionamento cristão.
A Dignidade Restaurada em Cristo
A imagem da Igreja como Noiva de Cristo demonstra que Deus resgata a dignidade tanto de homens quanto de mulheres, oferecendo-lhes uma nova identidade. Todos que creem em Cristo são inseridos na genealogia de Sua Noiva e passam a fazer parte da grande celebração celestial (Ez 16:4-14; Ap 19:9).
Antes de Cristo, a humanidade estava perdida, sem direção e sem esperança. Mas, por meio d’Ele, recebemos amor, redenção e um novo status. O convite é claro: há espaço para todos na Igreja. Portanto, não desista de fazer parte desse corpo vivo e transformador. Creia em Jesus, pois Ele preparou um lugar para você.
E lembre-se da promessa dAquele que mais amou a Mulher: “Não fiquem aflitos. Creiam em Deus e creiam também em mim. Na casa do meu Pai há muitos quartos, e eu vou preparar um lugar para vocês. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. E, depois que eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também” (Jo 14:1-3, NTLH).
Num tempo com tanta gente “pulando carnaval”, que o Senhor nos ajude a pular para bem longe “do” carnaval!
A palavra “carnaval” tem origem no latim “carnis levale” e significa “retirar a carne” ou “dar adeus à carne”. Dentro do catolicismo, é a festa que antecede a Quaresma (tempo de penitência e jejum). Como, “em tese”, as pessoas passarão quarenta dias em consagração (na quaresma), antes de iniciá-la, elas possuem um período para cometer excessos e “dar adeus à carne” (o carnaval).
E, realmente, trata-se de uma festa de excessos: glutonarias, bebedeiras, imoralidade, prostituição, idolatria etc. Observe que a maioria dos municípios brasileiros, neste período, faz campanha sobre “sexo seguro”, porque no carnaval há um incentivo “velado” (por que não dizer escancarado!?) ao sexo sem compromisso.
E o que a Bíblia diz sobre dar vazão aos desejos da carne, sobre ter um período para cometer excessos? A Bíblia diz que “a carne milita contra o Espírito” (Gl 5:17). A carne, neste texto, é a nossa natureza corrompida por causa do pecado. Há, em todo ser humano, uma inclinação para satisfazer os seus desejos. Ao nascer longe de Deus o ser humano está programado para agradar a si mesmo.
Quando recebemos Cristo como Senhor, a carne – nossa natureza pecaminosa – recebe um golpe e tanto. Todavia, mesmo tendo recebido Cristo como Senhor, ainda existem focos de rebelião em nós, que só serão exterminados na vinda de Cristo por ocasião da glorificação. Até lá, precisamos lutar contra eles, contra a carne!
Em Gálatas 5:16, está escrito: “andai no Espírito e jamais satisfareis as concupiscências da carne”. Mesmo quem tem o Espírito vai desejar coisas erradas, mas justamente porque tem o Espírito não vai satisfazer esses desejos. “Andar” no Espírito é obedecer-lhe, é depender dele em oração, é seguir suas orientações que estão reveladas nas Escrituras.
O Espírito vive em nós: que ele nos guie a toda vontade de Deus para sermos vitoriosos contra os impulsos da carne! Num tempo com tanta gente “pulando carnaval”, que o Senhor nos ajude a pular para bem longe “do” carnaval!
Texto: Pr. Eleilton Freitas | Vice-Presidente da Convenção Geral, Diretor da Editora Promessa e Mestre em Teologia.
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